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CONCURSO TJ-PE 2016

CONCURSO TJ-PE 2016


Banca Examinadora
CONCURSO TJ-PE 2016
Banca Examinadora
CONCURSO TJ-PE 2016
Direito Administrativo – Programa*
• Administração Pública: Características. Modo de Atuação. Regime Jurídico.
• Personalidade Jurídica do Estado, Órgãos e Agentes.
• Serviços Públicos.
• Responsabilidade.
• Controle da Administração.
• Princípios Constitucionais da Administração Pública.
• Poderes Administrativos: vinculado, discricionário, hierárquico, disciplinar,
regulamentar e de polícia.
* De acordo com o edital 2011, FCC
CONCURSO TJ-PE 2016
Direito Administrativo – Programa*
• Atos Administrativos: Conceitos, requisitos, atributos, discricionariedade e
vinculação. Classificação. Espécies. Anulação e revogação.
• Licitações e Contratos Administrativos: Lei nº 8.666, de 21/06/1993 e
alterações posteriores.

* De acordo com o edital 2011, FCC


TEMA
ESTADO
Conceito
Conjunto de instituições que tem por finalidade a regulamentação das relações
sociais de uma população em determinado território.

Ex: República Federativa do Brasil (art. 1º. CF/88)


República Francesa
ESTADO
Elementos Constitutivos

Povo

Território

Governo
ESTADO
Distinções Importantes
• Pessoas que tem vínculo jurídico com o Estado, sendo residente nele ou
Povo não.

• Número de pessoas que estão em um determinado lugar durante a


contagem, ou seja o aspecto quantitativo.
População
• População Brasileira (IBGE 2013): 201.032.714 habitantes.

• “Coletivo humano” com características comuns (idioma, tradições,


Nação costumes, religião...) e ligados por laços históricos, étnicos e culturais.
ESTADO
Soberania x Autonomia
SOBERANIA
• No âmbito interno, se traduz no direito exclusivo de uma autoridade suprema
sobre uma área geográfica, grupo de pessoas, não admitindo gradações.
• Qualidade máxima de poder social por meio da qual as normas e decisões
elaboradas pelo Estado prevalecem sobre as normas e decisões emanadas de
grupos sociais intermediários, tais como a família, a escola, a empresa, a igreja,
etc.
• A soberania se manifesta, principalmente, pela constituição de um sistema
de normas jurídicas capaz de estabelecer as pautas fundamentais do
comportamento humano.
• No âmbito externo, a soberania traduz a ideia de igualdade de todos os Estados
na comunidade internacional.
SOBERANIA

Constituição Federal
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos:

I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
SOBERANIA

Constituição Federal
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:
I. independência nacional;
II. prevalência dos direitos humanos;
III. autodeterminação dos povos;
IV. não-intervenção;
V. igualdade entre os Estados;
VI. defesa da paz;
VII. solução pacífica dos conflitos;
VIII.repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX. cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X. concessão de asilo político.
AUTONOMIA
Elementos

Auto-organização

Autogoverno

Autoadministração
AUTONOMIA
Auto-organização
• Manifesta-se pela normatização própria, por parte do ente federativo.
• No âmbito federal: pela Constituição e pela legislação federal.
• No âmbito estadual: pelas Constituições estaduais e pela legislação estadual
conforme o art. 25 da CF.
• No âmbito municipal: pelas Leis Orgânicas pela legislação municipal em consonância
com o art. 29 da CF.
• No âmbito do Distrito Federal: por sua Lei Orgânica e por sua legislação distrital nos
termos do art. 32 da CF
AUTONOMIA
Autoadministração
• A autoadministração tem como finalidade central dar praticidade (desenvolver) a
auto-organização e o autogoverno. Nada mais é que o exercício de competências
legislativas, administrativas e tributárias pelos entes federativos.

• E o que são competências? São faculdades juridicamente atribuídas aos entes


(órgãos ou agentes do poder publico) para tomada (emissão) de decisões,
abrangendo, de forma geral, as competências materiais (fazer coisas), competências
legislativas (legislar sobre) e competências tributárias.
AUTONOMIA
Autogoverno
• Se manifesta pela presença, em regra, dos 3 poderes na estrutura dos entes
federativos.

• União: Conforme o art. 2º da CF/88 são poderes da União independentes harmônicos


o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

• Estados: Conforme o art. 27 da CF/88 os Estados-membros terão Assembleia


Legislativa para o exercício de seu próprio Poder Legislativo; à luz do art. 28 da
CF/88 terão Poder Executivo com Governador e vice-governador; e nos moldes do
art.125 da CF/88 terão Poder Judiciário Estadual.
AUTONOMIA
Autogoverno
• Municípios: Em consonância com o art. 29 da CF/88 os municípios terão Poder
Executivo com Prefeito e Vice-Prefeito e Poder Legislativo próprio com a função
sendo exercida pelas Câmaras de Vereadores. Não possuem poder judiciário.

• Distrito Federal: Conforme o art. 32 da CF/88 o Distrito Federal terá Poder Executivo
(com Governador e Vice-Governador), Legislativo (com a sua Câmara Legislativa
Distrital). Já o Poder Judiciário , o seu Ministério Público, e a sua Defensoria Publica,
além da sua polícia civil e militar e corpo de bombeiros militar são organizados e
mantidos pela União.
GOVERNO

Democracia • o poder é exercido pelo povo ou por seus representantes.


Regimes
Ditadura • poder exercido por um único líder repressor e autoritário.

República • Chefia estatal eleita pelo povo.


Formas
Monarquia • Chefia estatal hereditária.

• o Parlamento (poder legislativo) oferece apoio direito ou indireto


ao poder executivo.
Parlamentarista • Separação entre as funções de chefe de Estado e chefe de governo
Sistemas (primeiro-ministro - chanceler).

Presidencialista • acumulação das funções de chefe de Estado e chefe de governo.


ESTADO
Poderes & Funções Típicas e Atípicas

Função típica • Normativa e fiscalizatória


Legislativo
• Administrativa (CF art. 51, IV e 52, XIII)
Funções atípicas • Jurisdicional (CF art. 52, I e II)

Função típica • Administrativa


Executivo
Funções atípicas • Normativa (CF art. 62, 68 e 84, IV)

Função típica • Jurisdicional


Judiciário
• Normativa (CF art. 96, I, “a”)
Funções atípicas • Administrativa (CF art. 96, II, “a” e “b”)
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Sentido Objetivo, Sentido Subjetivo,


Material ou Funcional Formal ou Orgânico
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Sentido Objetivo,
Material ou Funcional

Atividade estatal
consistente em defender
concretamente
o interesse público.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Constituição Federal
Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Sentido Subjetivo,
Formal ou Orgânico

Conjunto de agentes,
órgãos e entidades
públicas que exercem a
função administrativa.
TEMA
REGIMES JURÍDICOS

Direito Direito
Público Privado
SETORES SOCIAIS

3º Setor
1º Setor 2º Setor
SOCIEDADE
SETOR SETOR CIVIL
ESTATAL PRIVADO ORGANIZADA
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

“A noção de Estado, como visto, não pode abstrair-se da de


pessoa jurídica. O Estado, na verdade, é considerado um ente
personalizado, seja no âmbito internacional, seja internamente.

Quando se trata de Federação, vigora o pluripersonalismo, porque


além da pessoa jurídica central existem outras internas que
compõem o sistema político. Sendo uma pessoa jurídica, o Estado
manifesta sua vontade através de seus agentes, ou seja, as
pessoas físicas que pertencem a seus quadros.

Entre a pessoa jurídica em si e os agentes, compõe o Estado um


grande número de repartições internas, necessárias à sua
organização, tão grande é a extensão que alcança e tamanha as
atividades a seu cargo. Tais repartições é que constituem os
órgãos públicos.“
José dos Santos Carvalho Filho
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

Teoria da • O órgão público é o próprio agente.


Identidade • Crítica: a morte do agente causa extinção do órgão?
• O agente público é mandatário da pessoa jurídica.
Teoria
do Mandato • Crítica: como pode o Estado, que não tem vontade própria, outorgar o
mandato?
• O Estado é equiparado a alguém incapaz, não podendo defender
pessoalmente seus próprios interesses. O agente público atuaria exercendo
uma espécie de curatela.
Teoria da
Representação • Crítica: equipara o Estado, pessoa jurídica, ao incapaz, além de não alicerçar
um regime de responsabilização da pessoa jurídica perante terceiros
prejudicados nas circunstâncias em que o agente ultrapassasse os poderes da
representação.
• a vontade da pessoa jurídica estatal deve ser atribuída aos órgãos que a
Teoria do Órgão compõem.
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Teoria da Imputação Volitiva ou Teoria do Órgão

Órgão: centro de
competências desprovido
de personalidade jurídica
própria.

Otto von Gierke


PERSONALIDADE JURÍDICA

Código Civil
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito
privado.

Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:


I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
PERSONALIDADE JURÍDICA

Código Civil
Art. 41 - Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de
direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que
couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.

Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e
todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
Externo República Federativa do Brasil

Direito
Público União Municípios

Interno Estados Autarquias

Pessoas Distrito
Federal
Fundações
Públicas
Jurídicas
Fundações
Associações Sociedades Públicas
Direito Fundações
Organizações Empresas
Privado Religiosas Públicas
Partidos Sociedades de
Políticos EIRELI Economia Mista
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
República Federativa do Brasil

Pessoa jurídica
de direito público
internacional
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Pessoas Federativas

1 26 1 5.570
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Territórios

Constituição Federal
Art. 18.

§ 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua


criação, transformação em Estado ou reintegração ao
Estado de origem serão reguladas em lei
complementar.

• É pessoa jurídica de direito público interno, mas não é pessoa federativa.


• É considerado uma extensão territorial da União (autarquia).
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

Desconcentração Descentralização
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Desconcentração

Repartição de atribuições entre


órgãos públicos pertencentes a
uma pessoa jurídica, que com ela
mantêm vinculação hierárquica.

Os órgãos não possuem


personalidade jurídica própria.
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Descentralização

Criação de pessoas jurídicas


autônomas para o exercício de
competências administrativas.

Ausência de vinculação hierárquica


com a Administração Direta.

Vinculação de natureza técnica.

Controle: supervisão ou tutela


ministerial.
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

DESCONCENTRAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO
Competências atribuídas a órgãos públicos Competências atribuídas a entidades com
sem personalidade própria. personalidade jurídica autônoma.

Órgãos não podem ser acionados diretamente


Entidades descentralizadas respondem
perante o Poder Judiciário, com exceção de
judicialmente pelos prejuízos causados a
alguns órgãos dotados de capacidade
particulares.
processual especial.

Exemplos: Ministérios, Secretarias, Delegacias Exemplos: Autarquias, Fundações Públicas,


de Polícia, Delegacias da Receita Federal, Empresas Públicas e Sociedades de Economia
Tribunais e Casas Legislativas. Mista.
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

CENTRALIZAÇÃO Quando uma única pessoa jurídica sem divisões


CONCENTRADA internas.

CENTRALIZAÇÃO A atribuição administrativa é cometida a uma única


pessoa jurídica dividida internamente em diversos
DESCONCENTRADA órgãos públicos.

DESCENTRALIZAÇÃO Ocorre quando são atribuídas competências


administrativas a pessoa jurídica autônoma sem
CONCENTRADA divisões internas.

DESCENTRALIZAÇÃO Quando as competências administrativas são atribuídas


DESCONCENTRADA a pessoa jurídica autônoma divida em órgãos internos.
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

República Federativa do Brasil

Administração Direta Administração Indireta

União Autarquias

Estados Fundações Públicas

Distrito Federal Empresas Públicas

Municípios Sociedades de Economia Mista


DESCONCENTRAÇÃO
Classificação dos Órgãos Públicos

Simples • Não têm outros órgãos menores em sua estrutura


Quanto à
Estrutura
Composto • Desconcentrado, subdividido em órgãos menores

Singular • São os que atuam e decidem por uma só pessoa


Unipessoal Ex.: Presidência da República
Quanto à
Composição • Atuam e decidem pela vontade majoritária de seus
Colegiado
membros
Pluripessoal
Ex.: Diretoria da ANAC
DESCONCENTRAÇÃO
Classificação dos Órgãos Públicos
• Independência dada pela CF
• Topo dos três poderes
Independentes Ex.: Chefias do Poder Executivo, as Casas Legislativas, os Juízos e
Tribunais
• Localizados na cúpula da Administração, imediatamente ou
Autônomos diretamente subordinados à chefia dos órgãos independentes
Quanto Ex.: Ministérios da União, Secretárias Estaduais e Municipais
à Posição
• Órgãos de direção, comando e controle, mas sempre sujeitos à
Estatal Superiores hierarquia de uma chefia mais elevada.
Ex.: coordenadorias, departamentos, divisões, etc.
• Desempenham funções de execução seguindo as diretrizes dos
órgãos superiores.
Subalternos • Têm reduzido o poder decisório.
Ex.: Setor de Pessoal, Setor de Material
AUTARQUIAS
AUTARQUIAS
• Pessoas jurídicas de direito público interno.

• Criadas e extintas por lei específica.

• Dotadas de autonomia gerencial, orçamentária e patrimonial. Não confundir com


autonomia política.

• Devem obedecer aos princípios da Administração Pública, além de regidas pelo


princípio da especialidade.

• São vinculadas e NÃO subordinadas hierarquicamente à Administração Pública


Direta, entretanto sofrem um controle finalístico chamado de supervisão ou
tutela ministerial (DL 200/67 – art. 19 a 29).

• Desempenham atividades típicas da Administração Pública, ou seja, nunca


exercem atividade econômica.
AUTARQUIAS

• Devem realizar licitação.

• São imunes a impostos – CF art. 150 § 2º.

• Seus bens são públicos.

• Devem realizar concurso público e seu regime normal de contratação é o estatutário.

• Possuem as prerrogativas da Fazenda Pública.

• Prescrição quinquenal e responsabilidade objetiva.

• Sujeitas ao controle externo pelos Tribunais de Contas.


AUTARQUIAS ESPECIAIS - AGÊNCIAS REGULADORAS
AUTARQUIAS ESPECIAIS - AGÊNCIAS REGULADORAS
• São autarquias com regime especial, possuindo todas as características jurídicas
das autarquias comuns mas delas se diferenciando pela presença de duas
peculiaridades em seu regime jurídico:

a) dirigentes estáveis: nas agências reguladoras os dirigentes são protegidos


contra o desligamento imotivado (ad nutum), só podendo ocorrer a perda do
cargo de direção :
1) com o encerramento do mandato;
2) por renúncia;
3) por sentença judicial transitada em julgado.

b) mandatos fixos: nas agências reguladoras os dirigentes permanecem na


função por prazo determinado sendo desligados automaticamente após o
encerramento do mandato.
AUTARQUIAS ESPECIAIS - AGÊNCIAS REGULADORAS
• Quarentena - período de 4 meses, contado da exoneração ou do término do
mandato, durante o qual o ex-dirigente fica impedido para o exercício de
atividades ou de prestar qualquer serviço no setor regulado pela respectiva
agência (art. 8º da Lei n. 9.986/2000), sob pena de incorrer na prática do crime
de advocacia administrativa.

• Poder normativo: as agências reguladoras são legalmente dotadas de


competência para estabelecer regras disciplinando os respectivos setores de
atuação (deslegalização).

• Diretorias colegiadas.
CONSÓRCIOS PÚBLICOS
CONSÓRCIOS PÚBLICOS

Constituição Federal
Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio
de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados,
autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total
ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços
transferidos.
CONSÓRCIOS PÚBLICOS
• Negócio jurídico plurilateral de direito público que tem por objeto medidas de
mútua cooperação entre entidades federativas.

• Regidos pela lei 11.107/2005, regulamentada pelo Decreto 6.017/2007.

• Resulta na criação de uma pessoa jurídica com natureza de direito privado ou


público.

• Se de direito público, será uma associação pública, entidade de natureza


autárquica que integrará a Administração Indireta de todos os consorciados
(entidade transfederativa). Se de direito privado, será sem fins lucrativos e NÃO
integrará a administração pública.

• A União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte


todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios
consorciados.
FUNDAÇÕES PÚBLICAS
FUNDAÇÕES PÚBLICAS
• É um patrimônio dotado de personalidade jurídica, mediante lei específica, criado para
atuar sem fins lucrativos em áreas de interesse público: saúde, educação, meio ambiente,
cultura, ciência e tecnologia.

• Segundo texto original do Decreto-Lei 200 as fundações não faziam parte da AP, ocorrendo
sua inclusão 20 anos depois, com a lei 7.596/87. À época optou-se pela personalidade
jurídica de direito privado.

• No anteprojeto de lei orgânica da administração pública federal, as fundações são


pessoas jurídicas de direito privado.

• Atualmente podem ser criadas com personalidade de direito público ou de direito privado.

• Cabe à Lei complementar – art. 37, XIX – a definição de suas áreas de atuação.

• Podem ser extintas e transformadas em Organizações Sociais.


AGÊNCIAS EXECUTIVAS
AGÊNCIAS EXECUTIVAS
• Decreto 2.488/98

• Âmbito federal

• Qualificação atribuída a autarquias ou fundações públicas que continuam a


exercer atividades de competência exclusiva do Estado, mas com maior
autonomia gerencial e financeira.

• Por meio da celebração de contrato de gestão entre a Agência Executiva e o


respectivo Ministério Supervisor, espera-se imprimir uma nova maneira de
gestão, baseada no controle por resultados e no cumprimento de objetivos e
metas acordados.
AGÊNCIAS EXECUTIVAS

Decreto 2.488/98
Art. 1º As autarquias e as fundações integrantes da Administração Pública Federal,
qualificadas como Agências Executivas, serão objeto de medidas específicas de
organização administrativa, com a finalidade de ampliar a eficiência na utilização dos
recursos públicos, melhorar o desempenho e a qualidade dos serviços prestados,
assegurar maior autonomia de gestão orçamentária, financeira, operacional e de
recursos humanos e eliminar fatores restritivos à sua atuação institucional.
EMPRESAS ESTATAIS FEDERAIS

Empresas Públicas Sociedades de


Economia Mista
EMPRESAS ESTATAIS ESTADUAIS (PE)

Empresas Públicas Sociedades de


Economia Mista

PORTO DO RECIFE S.A.


EMPRESAS ESTATAIS MUNICIPAIS (RF)

Empresas Públicas Sociedades de


Economia Mista
EMPRESAS ESTATAIS
• Pessoas jurídicas de direito privado pertencentes à Administração Pública
Indireta: empresas públicas e sociedades de economia mista.

• Sofrem controle pelos Tribunais de Contas, Poder Legislativo e Judiciário.

• Dever de contratar mediante prévia licitação: atividade fim x atividade meio.

• Obrigatoriedade de realização de concurso público.

• Proibição de acumulação de cargos/empregos públicos.

• Regra: regime celetista.

• Remuneração dos empregos não sujeito ao teto constitucional (exceto se se tratar


de recursos públicos destinados ao pagamento de despesas de pessoal.
EMPRESAS ESTATAIS
• Impossibilidade de falência (art. 2º da Lei 11.101/2005).

• Prestam serviços públicos (ECT) ou exploram atividade econômica.


EMPRESAS ESTATAIS

Empresas Públicas Sociedades de Economia Mista


A totalidade do capital é público. A maioria do capital votante é público.
Forma organizacional livre. Será obrigatoriamente uma S/A
As da União têm causas julgadas perante a Justiça
Causas julgadas perante a Justiça Comum Estadual.
Federal.

As estaduais, distritais e municipais têm causas As estaduais, distritais e municipais têm causas
julgadas, como regra, em Varas da Fazenda Pública. julgadas em Varas Cíveis.

Impossibilidade de falência (art. 2º, I, Lei 11.101/2005).


Realizam concurso público
Sujeitas ao controle externo dos Tribunais de Contas,
Poder Legislativo e Judiciário
EMPRESAS SUBSIDIÁRIAS
EMPRESAS SUBSIDIÁRIAS
• Integram a Administração Pública Indireta na qualidade de empresas públicas ou
sociedades de economia mista, conforme seus atos constitutivos.

• Sua criação depende de autorização legislativa, bem como sua participação em


empresa privada. (CF art. 37, XX).

• STF: é dispensável a autorização legislativa para a criação de empresas


subsidiárias, desde que haja previsão para esse fim na própria lei que instituiu a
empresa estatal matriz (ADI 1.649/DF).

• Empresas controladas: pessoas jurídicas de direito privado adquiridas


integralmente ou com parcela de seu capital assumido, independentemente de
autorização legislativa. Não integram a Administração Pública. Ex: Agip do Brasil.
Autarquias Fundações Públicas Empresas Públicas Soc. de Economia Mista
Atípica de Estado Atípica de Estado Atípica de Estado
Atividade Típica de Estado Serviços de Serviço Público Serviço Público
Interesse Estatal Atividade Econômica Atividade Econômica
Direito Público
Personalidade Jurídica Direito Público
Direito Privado
Direito Privado Direito Privado

Lei Específica ou
Lei autorizadora Lei autorizadora
Criação Lei Específica Lei autorizadora
+ Registro + Registro
+ Registro
INSS, Banco Central, IBAMA, Correios, Caixa Econômica Petrobrás
Exemplo ANAC, ANATEL
IBGE, IPEA, FUNAI
Federal Banco do Brasil
Fim Lucrativo não não pode pode
Estatutário Estatutário Celetista Celetista
Regime de Pessoal Celetista (RJU) Celetista (RJU) (Empregado Público) (Empregado Público)

Capital Público Descentralizado Público Descentralizado 100% público >50% público

Sociedade
Tipo de Sociedade - - Qualquer tipo
Anônima
Justiça Federal Justiça Federal Justiça Federal
Foro Competente Justiça Estadual Justiça Estadual Justiça Estadual
Justiça Estadual

Privilégios Processuais Sim Sim/Não Não Não

Públicos Públicos/Privados Privados Privados


Bens (impenhoráveis) (impenhoráveis/penhoráveis) (penhoráveis) (penhoráveis)
Não/Sim Não/Sim
Licitação Sim Sim/Não
(Atividade fim/meio) (Atividade fim/meio)
TERCEIRO SETOR – OSC
Organizações da Sociedade Civil

Associação Fundação

Instituto
Cooperativa
Social
Organização
Religiosa ONG

OS OSCIP
TERCEIRO SETOR – OSC

Lei 13.019/2014*
Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:
I - organização da sociedade civil:
a) entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus sócios ou
associados, conselheiros, diretores, empregados, doadores ou terceiros eventuais
resultados, sobras, excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos,
isenções de qualquer natureza, participações ou parcelas do seu patrimônio,
auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplique integralmente
na consecução do respectivo objeto social, de forma imediata ou por meio da
constituição de fundo patrimonial ou fundo de reserva;

*Vacatio legis de 540 dias: 23 de janeiro de 2016


TERCEIRO SETOR – OSC

Lei 13.019/2014
b) as sociedades cooperativas previstas na Lei no 9.867, de 10 de novembro de 1999;
as integradas por pessoas em situação de risco ou vulnerabilidade pessoal ou
social; as alcançadas por programas e ações de combate à pobreza e de geração
de trabalho e renda; as voltadas para fomento, educação e capacitação de
trabalhadores rurais ou capacitação de agentes de assistência técnica e extensão
rural; e as capacitadas para execução de atividades ou de projetos de interesse
público e de cunho social.

c) as organizações religiosas que se dediquem a atividades ou a projetos de


interesse público e de cunho social distintas das destinadas a fins exclusivamente
religiosos;

*Vacatio legis de 540 dias: 23 de janeiro de 2016


TERCEIRO SETOR – SISTEMA S
TERCEIRO SETOR – SISTEMA S
• Serviços sociais autônomos: pessoas jurídicas de direito privado sem fins
lucrativos.

• Executam serviços de utilidade pública, mas não serviços públicos.

• Produzem benefícios para grupos ou categorias profissionais.

• Não pertencem ao Estado.

• São custeados por contribuições compulsórias pagas pelos sindicalizados (CF, art.
240).

• Não precisam contratar pessoal mediante concurso público.

• São imunes a impostos (CF art. 150, VI, c)


TERCEIRO SETOR – OS
Organizações Sociais

Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá


Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto
Centro de Gestão e Estudos Estratégicos
Associação Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada.
TERCEIRO SETOR – OSCIP
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público
TERCEIRO SETOR – OS X OSCIP
OS OSCIP
Organizações da Sociedade Civil
Organizações Sociais
de Interesse Público
Pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos

Lei 9.637/98 Lei 9.790/99

Qualificadas por decreto do Executivo


Qualificadas por portaria
do Ministério da Justiça
Área de atuação - rol exaustivo: Área de atuação - rol exemplificativo:
preservação ambiental, saúde, cultura, pesquisa
científica, desenvolvimento tecnológico inclui assistência social e jurídica

Prerrogativas: Recursos financeiros, cessão de


bens e servidores públicos Prerrogativas: Recursos financeiros
TERCEIRO SETOR – OS X OSCIP
OS OSCIP
Podem editar regulamento próprio
Prestação de Contas: ao ministério Prestação de Contas: anualmente
supervisor que encaminham estas ao TCU. ao Ministério da Justiça.
Podem provir da extinção de órgão/entidade da NÃO provém da extinção de órgão/entidade
administração da administração

Instrumento: Contrato de Gestão Instrumento: Termo de Parceria

Ato discricionário Ato vinculado

Exige-se a participação, no órgão colegiado de


É permitida a participação de servidores públicos
deliberação superior, de representantes do Poder
Público e de membros da comunidade na composição de conselho ou diretoria.
TERCEIRO SETOR – OSCIP

Lei 9.790/99
Art. 2o Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas
no art. 3o desta Lei:
I. as sociedades comerciais;
II. os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria
profissional;
III. as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos,
práticas e visões devocionais e confessionais;
IV. as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;
V. as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um
círculo restrito de associados ou sócios;
TERCEIRO SETOR – OSCIP

Lei 9.790/99
VI. as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;
VII. as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
VIII.as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas
mantenedoras;
IX. as organizações sociais;
X. as cooperativas;
XI. as fundações públicas;
XII. as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão
público ou por fundações públicas;
XIII.as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o
sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.
Bons
Estudos!

Prof. Jefferson Dalamura


bolhajuridica@gmail.com

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