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Arts. 12 ao 79 da CRP.
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A CRP de 1976 deriva justamente do sucesso do movimento revolucionário de 25
de abril de 1974,conhecida como a Revolução dos Cravos, que acabou por derrubar
o regime autoritário que durou 48 anos, sob o comando de Oliveira Salazar e
Marcelo Caetano, sob o regime da Constituição de 1933.
3
ALEXY, Robert. A theory of constitucional rights. Oxford: Oxford University
Press, 2004, p. 434 e ss.
4
CANOTILHO, J.J. Gomes; MOREIRA, Vital. CRP - Constituição da República
Portuguesa anotada. Vol. I. 4ª. Ed. Coimbra: Coimbra Editora, 2007, p. 307-308.
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A respeito da dignidade da pessoa humana, e sua relação com os direitos
fundamentais, cf. MARTINEZ, Miguel Angel. La dignidad de la persona como
fundamento del ordenamiento constitucional español, Leon, 1996;
ROUSSEAU, Dominique. Les libertes individuelles et la dignité de la
personne, Paris: Montchrestien, 1998; SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da
pessoa humana e direitos fundamentais. Porto Alegre: Livraria do Advogado,
2001; REIS NOVAIS, Jorge. Os princípios constitucionais estruturantes da
República Portuguesa. Coimbra: Coimbra Editora, 2004.
Liberdades e Garantias (DLG) e Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais (DESC).
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Blanco de Morais, por exemplo, resuma assim a referida dualidade: “De um lado,
teremos os direitos, liberdades e garantias, como direitos de primeiro grau, em
conseqüência do seu regime de aplicação directa e de vinculação de entidades
públicas e privadas; da reserva de lei que envolve a respectiva disciplina; e da
necessidade de a sua restrição se processar mediante lei geral e abstracta, não
retroativa, respeitadora do núcleo do direito tributário do princípio da
proporcionalidade. De outro, os direitos econômicos, sociais e culturais, como
direitos de segundo escalão contidos em normas programáticas as quais, na
qualidade de directrizes dirigidas ao legislador, se encontram sujeitas à reserva do
possível e conferem ampla discricionariedade ao decisor normativo para sua
concretização.” (Fiscalização da constitucionalidade e garantia dos direitos
fundamentais: apontamento sobre os passos de uma evolução subjetivista. In:
MENEZES CORDEIRO, Antonio et al. (org.). Estudos em homenagem ao
professor doutor Inocêncio Galvão Telles. Vol. V, Coimbra, Almedina, 200, p.
86.
11
“Art. 18, n. 1: Os preceitos constitucionais respeitantes aos direitos, liberdades e
garantias são directamente aplicáveis e vinculam as entidades públicas e privadas”.
12
Sobre o tema da eficácia das normas na teoria geral da constituição, Cf.
CRISAFULLI, Vezio. La Costituzione e sue disposizioni di principio. Milão: Dott.
A. Giuffrè Editore, 1952; SILVA, José Afonso, Aplicabilidade das normas
constitucionais, 3ª ed., São Paulo: Malheiros, 1999; BARROSO, Luis Roberto.
Interpretação e Aplicação da Constituição – fundamentos de uma
dogmática constitucional transformadora, 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2001.
13
Cf. CANOTILHO, J.J. Gomes; MOREIRA, Vital, op. Cit., p. 314-315.
14
MIRANDA, Jorge. Manual de direito constitucional. Tomo IV. Direitos
fundamentais. 3ª ed. Coimbra: Coimbra Editora, 2000, p. 112.
negativa (direito de defesa) e uma atuação positiva em relação ao
Estado.
15
Sobre a temática do custos dos direitos, cf. HOLMES, Stefhen; SUNSTEIN, Cass.
The cost of rights: why liberty depends on taxes. New York: W.W. Norton &
Company, 2000; AMARAL, Gustavo. Direito, escassez e escolha. Rio de Janeiro:
Renovar, 2001; GALDINO, Flávio. Introdução à teoria dos custos do direito:
direitos não nascem em árvores. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005; NABAIS, José
Casalta. Por uma liberdade com responsabilidade: estudos sobre direitos e
deveres fundamentais. Coimbra: Coimbra Ed., 2007.
16
CANOTILHO, J.J. Gomes; MOREIRA, Vital. Op. Cit. p, 308-309.
17
REIS NOVAIS, Jorge. Direitos fundamentais: trunfos contra a maioria. Coimbra:
Coimbra editora, 2006, p. 197 e ss.
Surge assim a resposta para o problema da judiciabilidade:
não obstante a concretização legislativa seja geralmente
imprescindível para a efetiva concretização dos DESC, preservado o
amplo poder de conformação fundado no princípio democrático, sua
ligação com a dignidade da pessoa humana permite que, em
situações limite e considerando as circunstâncias concretas, seja
reconhecido um direito subjetivo a uma prestação positiva mínima do
Estado que venha evitar a vulneração da dignidade19.
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Estas são as palavras de Isabel Moreira: “na verdade, pontapeando a estafada
caracterização dos direitos negativos, parece poder afirmar-se sem rodeios que os
direitos econômicos, sociais e culturais são muito mais exigidos pela dignidade da
pessoa humana que os direitos políticos; ou seja: encontramos direitos sociais mais
intimamente ligados à dignidade da pessoa humana que certos direitos de
liberdade, o que põe em crise a distinção abstrata entre uns e outros direitos
baseada numa mais intensa ligação à dignidade da pessoa humana por parte dos
direitos de liberdade”. MOREIRA, Isabel. A solução dos direitos: liberdade e
garantias e dos direitos econômicos, sociais e culturais na Constituição Portuguesa.
Coimbra: Almedina, 2007, p. 138.
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Sobre o tema, vale conferir o paradigmático precedente do Tribunal
Constitucional português (Acórdão 509/2002).acerca do Rendimento Social de
Inserção (RSI), no qual se reconhece o direito subjetivo ao mínimo para existência
condigna. Disponível em: <www.tribunalconstitucional.pt>.
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A dualidade no tratamento positivo dos direitos fundamentais, além de adotada
no ordenamento constitucional português, conforme mencionado, também ocorre
na regulação internacional dos direitos fundamentais pelas Nações Unidas, que
ocorre pelo Pacto de Direitos Pessoais, Civis e Políticos (PIDCP) e pelo Pacto de
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC), ambos de 1966. Contudo, vale
observar que a Carta dos Direitos Fundamentais da União Européia de 2000
transcende essa tradicional dicotomia legislativa entre os direitos fundamentais,
agrupando todos os direitos fundamentais em um mesmo documento, divididos em
categorias inéditas: dignidade, liberdades, igualdade, solidariedade, direito dos
cidadãos e justiça.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS