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DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA


LABORATÓRIO DA DISCIPLINA DE MEDIDAS ELÉTRICAS

GUIAS DO LABORATÓRIO DA DISCIPLINA DE


MEDIDAS ELÉTRICAS

Elaboradas pelo Prof. ADEMIR NIED


Versão 2.0
Joinville, fevereiro de 2002

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LABORATÓRIO DA DISCIPLINA DE MEDIDAS ELÉTRICAS

LABORATÓRIO 1: Identificação de Instrumentos 4) Classe de exatidão do instrumento: representa o limite de


erro, garantido pelo fabricante do instrumento, que se
Objetivo: pode cometer em qualquer medida efetuada com este
 Identificar e interpretar os símbolos dos instrumentos instrumento. A classe de exatidão é representada pelo
elétricos de medição do Laboratório de Medidas “índice de classe”, um número abstrato, o qual deve ser
Elétricas. tomado como uma percentagem do calibre do
instrumento. Obs.: uma prática usual é selecionar um
Teoria: instrumento de calibre tal que o valor medido se situe no
último terço da escala.
Os dados característicos dos instrumentos elétricos de
medição são definidos na norma NBR 5180 (1981). Alguns dados 5) Discrepância: é a diferença entre valores medidos para a
característicos essenciais necessários para a utilização correta dos mesma grandeza.
instrumentos elétricos de medição são transcritos a seguir.
6) Sensibilidade: característica de um instrumento de
1) Natureza do instrumento: é a característica que o medição que exprime a relação entre o valor da grandeza
identifica de acordo com o tipo de grandeza mensurável medida e o deslocamento da indicação.
pelo mesmo.
7) Resolução: menor incremento que se pode assegurar na
2) Natureza do conjugado motor: caracteriza o princípio leitura de um instrumento, o que corresponde à menor
físico de funcionamento do instrumento; caracteriza o divisão marcada na escala do instrumento.
efeito da corrente elétrica aproveitado no mesmo.
8) Repetibilidade: propriedade de um instrumento de, em
3) Calibre do instrumento: é o valor máximo, da grandeza condições idênticas, indicar o mesmo valor para uma
mensurável, que o instrumento é capaz de medir. Há dois determinada grandeza medida.
casos a considerar: instrumento de um só calibre; e
instrumento de múltiplo calibre. Neste último caso, o 9) Mobilidade: menor variação da grandeza medida capaz
valor de uma grandeza medida num dos calibres será de causar um deslocamento perceptível no ponteiro ou na
obtida pela seguinte relação: imagem luminosa.

CalibreUti lizado
ValordaGra ndeza  Leitura
ValorFimDe Escala

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10) Perda própria: potência consumida pelo instrumento


correspondente à indicação final da escala, 2. A partir dos símbolos constantes no mostrador dos instrumentos
correspondente ao calibre. de medidas elétricas selecionados e utilizando a tabela 1.1,
interprete estes símbolos necessários para a utilização correta
11) Eficiência de um instrumento: é a relação entre o seu destes instrumentos.
calibre e a perda própria.
Avaliação:
12) Rigidez dielétrica: caracteriza a isolação entre a parte
ativa e a carcaça do instrumento. A rigidez dielétrica é Serão feitas algumas perguntas visando avaliar a apreensão
expressa por um certo número de quilovolts, chamado de das informações fornecidas.
“tensão de prova” ou “tensão de ensaio”, o qual
representa a tensão máxima que se pode aplicar entre a
parte ativa e a carcaça do instrumento sem lhe causar
danos.

No mostrador dos instrumentos elétricos de medição, além


do símbolo que caracteriza a natureza do instrumento, que
caracteriza a grandeza a que o mesmo se destina medir, encontra-se
ainda alguns dos símbolos indicados na tabela 1.1, mostrada a
seguir.

Material Experimental:

Serão selecionados alguns instrumentos elétricos de medição


do Laboratório de Medidas Elétricas visando atingir o objetivo
proposto nesta experiência.

Parte Prática:

1. Identifique a natureza dos instrumentos de medidas elétricas


selecionados;

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Tabela 1.1: Principais símbolos encontrados nos instrumentos elétricos de


medição.

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LABORATÓRIO 2: Projeto de um Amperímetro

Objetivos:
 Determinar, experimentalmente, a resistência interna de
um medidor de corrente.
 Verificar como um galvanômetro pode ser transformado
num amperímetro para correntes maiores do que seu
fundo de escala.

Teoria:

Galvanômetro é um instrumento básico utilizado em


medições de corrente contínua. Destaca-se o instrumento de bobina
móvel, que consiste numa parte fixa, o imã permanente, gerando um
campo magnético intenso, e uma parte móvel composta por uma
bobina, ou seja, um enrolamento de um fio condutor fino, sobre um
quadro de alumínio preso a um núcleo de ferro e um ponteiro, sendo Figura 2.1: Estrutura interna de um galvanômetro.
todo o sistema, fixado por duas molas espirais (de bronze fosforoso),
dotadas de eixo suportados por mancais, que ligadas ao fio da bobina Um galvanômetro ao ser utilizado para medidas em um
são percorridos pela corrente a ser medida. circuito de corrente contínua, equivale a uma resistência ôhmica
A estrutura básica interna de um galvanômetro é vista na (Rg), que em função do valor pode alterar as características deste.
figura 2.1. Os galvanômetros são essencialmente medidores de
O seu funcionamento baseia-se no efeito eletromagnético, pequenos valores de corrente, da ordem de A, sendo necessário
causado pela corrente elétrica que circula pela bobina, originando uma associação conveniente de resistores, para que possam ser
forças que atuando sobre o sistema móvel, deflexionarão o ponteiro utilizados como amperímetros ou voltímetros em diversas escalas.
mecanicamente unido a este. As forças de restituição, originadas Para determinação da resistência interna (Rg) de um
pelas molas de restituição, contrabalancearão as forças de deflexão, galvanômetro, experimentalmente, é necessário a montagem do
estabilizando o sistema, quando então se tem o ponteiro imóvel circuito da figura 2.2.
sobre uma escala previamente graduada, indicando assim o valor da
medida.

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Figura 2.3: Ligação de Rs a um galvanômetro para obter um miliamperímetro.


Figura 2.2: Circuito para determinação da resistência interna do galvanômetro.
Como, no circuito, tem-se uma associação paralela de dois
Inicialmente, com a chave K aberta, ajusta-se o
resistores, pode-se escrever:
potenciômetro P1, de maneira que circule pelo circuito a corrente de
fundo de escala do galvanômetro. Logo após, fecha-se a chave K e
RgIg=RsIs
ajusta-se o potenciômetro P2, para que o galvanômetro indique uma
corrente igual a metade do valor do seu fundo de escala. A seguir,
desconecta-se o potenciômetro P2 do circuito medindo com um Onde: Is=I0-Ig RgIg=Rs(I0-Ig)
ohmímetro a resistência ajustada, que será igual ao valor de Rg. Isto
deve-se ao galvanômetro estar em paralelo com P2, e neste caso, as Rs=RgIg/(I0-Ig)
correntes são iguais, o que permite concluir, valores iguais de
resistências. Com essa relação pode-se, conhecendo as especificações do
Um galvanômetro, com uma corrente de fundo de escala I g, galvanômetro (Rg e Ig), dimensionar o valor da resistência shunt,
pode ser convertido em um amperímetro com uma corrente de fundo necessária para convertê-lo em um medidor de corrente de
de escala I0, onde I0 é bem maior do que Ig. Para tanto, é necessário determinada escala I0. Para exemplificar, deseja-se converter um
associar ao galvanômetro um resistor em paralelo, para desviar uma galvanômetro de 500A e 10 de resistência interna, em um
parte da corrente. Esta ligação é mostrada na figura 2.3, onde está miliamperímetro de 0 – 100mA, conforme a figura 2.4.
representada a resistência interna do galvanômetro em série com
este, e o resistor de desvio Rs, também denominado shunt.
No circuito, tem-se: A corrente I0, que é dividida em duas
partes, uma corrente Ig, a de fundo de escala do galvanômetro
original, e uma corrente Is que é a parcela a ser desviada através do
resistor Rs.
Figura 2.4: Adaptação de um galvanômetro em um miliamperímetro.

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Rs=10.500x10-6/(100x10-3-500x10-6) Material Experimental:

Rs=0,05  Fonte variável;


 Resistores: 6,8, 56;
Para se obter o miliamperímetro de 0 – 100mA, associa-se o  Potenciômetros: 100, 220 e 1K/LIN;
resistor de 0,05 e a escala do galvanômetro deve ser graduada, de  Miliamperímetro: 0 – 100mA;
acordo com o novo valor de fundo de escala conforme a figura 2.5.  Multímetro.

Parte Prática:

1. Monte o circuito da figura 2.6.

Figura 2.5: Graduação da nova escala.


Figura 2.6: Circuito para determinação de Rg.
A inserção do instrumento de medida em um circuito pode
acarretar uma alteração significativa neste e consequentemente, no 2. Com a chave K aberta, ajuste o potenciômetro de 1K, de modo
resultado da medida a ser efetuada. Para que esta influência seja a que a corrente atinja o fundo de escala do medidor.
menor possível e desprezível, é necessário que o instrumento, em se 3. Sem mexer no potenciômetro de 1K, ligue a chave K e ajuste o
tratando de um medidor de corrente, tenha uma resistência interna potenciômetro de 220, para que o ponteiro do medidor atinja o
bem pequena em relação às resistências do circuito. Além disso, o ponto médio da escala.
próprio instrumento apresenta, devido a imperfeições construtivas e 4. Desligue a chave K e sem mexer no cursor do potenciômetro de
aproximações nos dimensionamentos, um erro sobre o valor real 220, meçe a resistência ajustada com o ohmímetro, anotando o
medido, determinando um valor em porcentagem denominado classe seu valor: Rg = ________.
de exatidão. 5. Calcule o valor de Rs para converter o galvanômetro de 0 –
100mA em um miliamperímetro de 0 – 200mA, anotando o seu
valor: Rs = _________.

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6. Monte o circuito do novo miliamperímetro, conforme a figura 3. (2,0) Ao medir-se a corrente no circuito da figura 2.9, com um
2.7, utilizando como Rs o potenciômetro de 100, ajustando com miliamperímetro de 100mA, obtém-se uma indicação de 90mA.
o ohmímetro para o valor calculado no item 5. Sendo os resistores de absoluta precisão, calcule a referida
corrente e explique o porquê da diferença entre a calculada e a
medida.

Figura 2.7: Circuito do novo miliamperímetro.

7. Monte o circuito da figura 2.8 Figura 2.9: Circuito do item 3.

4. (2,0) Compare a leitura do miliamperímetro contruído com a do


multímetro (itens 8 e 9 da Parte Prática). Justifique a diferença,
se houver.
Figura 2.8: Circuito do item 7. 5. (1,0) Utilizando a escala do galvanômetro, mostre a graduação
para o miliamperímetro construído (cfe. figura 2.5).
8. Com o multímetro, meçe e anote o valor da corrente no circuito 6. (1,0) Calcule a resistência interna do miliamperímetro
da figura 2.8: Imult. = _________A. construído.
9. Repita a medida anterior com o miliamperímetro construído, 7. (1,0) A partir de um galvanômetro de 5mA com resistência
anotando o valor: Imiliamp. = __________A. interna 20, esquematize e determine os valores de resistência
shunt, para que esse, através de uma chave seletora, possa
Avaliação: funcionar como um miliamperímetro de quatro escalas: 0 – 5mA,
0 – 10mA, 0 – 50mA e 0 – 100mA.
1. (1,0) No circuito da figura 2.2, qual é a função do resistor de
6,8 ?
2. (2,0) Pode-se utilizar o mesmo circuito da figura 2.6, com os
mesmos valores, para determinar a resistência interna de
medidores de outras faixas de corrente? Por que?

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Guia de Respostas – Laboratório 2 4. ........................................................................................................


Nome dos alunos: ........................................................................................................
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Avaliação: ........................................................................................................
1. ........................................................................................................ 5. ........................................................................................................
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2. ........................................................................................................ .......................................................................................................
........................................................................................................ 6. ........................................................................................................
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3. ........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ 7. ........................................................................................................
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LABORATÓRIO 3: Projeto de um Voltímetro associação série de dois resistores, e a tensão será V o quando a
corrente através do galvanômetro for Ig, pode-se escrever:
Objetivos:
 Verificar como um galvanômetro pode ser transformado Vo  V g  V m
num voltímetro. Vo  Rg I g  Rm I g  Rm I g  Vo  Rg I g
 Desenvolver um voltímetro para medições de tensão a.c.
60 Hz, utilizando um instrumento de bobina móvel e imã Vo  R g I g Vo
permanente. Rm   Rm   Rg
Ig Ig

Teoria:
Com esta relação, pode-se, conhecendo as especificações do
Um galvanômetro, com corrente de fundo de escala I g, pode galvanômetro (Rg e Ig), dimensionar o valor da resistência
ser convertido em um voltímetro, com uma tensão de fundo de multiplicadora, necessária para convertê-lo em um voltímetro de
escala Vo. Para tanto, é necessário adicionar ao galvanômetro um determinada escala Vo.
resistor em série, para dividir a tensão entre o galvanômetro e esse Para exemplificar, é feita a conversão de um galvanômetro de
resistor. Esta ligação é mostrada na figura 3.1, onde está 500A e 10 de resistência interna, em um voltímetro de 0-10V,
representada a resistência do galvanômetro e a resistência R m, conforme a figura 3.2.
também denominada resistência multiplicadora, associadas em
série, formando o voltímetro.

Figura 3.2: Adaptação de um galvanômetro em um voltímetro.

10
Rm   10  Rm  19990
500 x10 6
Figura 3.1: Ligação de Rm a um galvanômetro para obter um voltímetro.

No circuito, tem-se a tensão Vo dividida em duas partes: uma


relativa à queda de tensão no galvanômetro (V g) e outra à queda de Para se obter o voltímetro de 0-10V, é associado o resistor de
tensão na resistência multiplicadora. Como, no circuito, tem-se uma 19990 em série com o galvanômetro, com escala graduada, de

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acordo com o novo valor e unidade de fundo de escala, conforme a Sv 


1

1
 2000 / V
figura 3.3. Ig 500 x10 6
ou
R 19990  10
Sv    2000 / V
Vo 10

Para um voltímetro, este valor de sensibilidade é


relativamente baixo, pois na prática encontra-se valores de dezenas
Figura 3.3: Graduação da nova escala. de K/V, que representam instrumentos de maior exatidão e
qualidade.
A medida de tensão em um circuito pode acarretar uma Um outro aspecto a ser salientado diz respeito ao uso dos
alteração neste e, conseqüentemente, no valor medido. Para que esta instrumentos de bobina móvel e imã permanente (BMIP) em
influência seja a menor possível e desprezível, é necessário que o corrente alternada. Estes instrumentos não são utilizáveis em
voltímetro tenha uma resistência interna bem alta em relação às do corrente alternada devido ao próprio princípio de funcionamento.
circuito. Para avaliar essa influência, deve-se levar em consideração Entretanto, é possível, através de ponte retificadora, utilizá-los neste
a sensibilidade do voltímetro, que é a relação entre a resistência tipo de corrente.
total do instrumento e a tensão de fundo de escala: O desvio do conjunto móvel dos instrumentos de bobina
móvel é proporcional à corrente constante que circula em sua
R [ ] bobina, ou seja,
Sv 
Vo [V ]
=KI
onde R representa a resistência total, isto é, R=Rg+Rm e como
Vo/R=Ig, pode-se escrever que: Sv=1/Ig. Quando estes instrumentos são usados em correntes
A sensibilidade exprime o valor da resistência do voltímetro alternadas senoidais, devida a inércia do conjunto móvel, apresentam
a cada volt medido, sendo que quanto maior for esse parâmetro, um desvio proporcional ao valor médio da corrente:
menor a influência do voltímetro na medida.
No exemplo anterior, tem-se um voltímetro cuja =KImed
sensibilidade é:
Assim, um instrumento de bobina usado diretamente em
corrente alternada senoidal dará uma indicação nula, pois é zero o
valor médio desta corrente. Porém, quando empregado com
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retificadores, apresenta uma deflexão proporcional ao valor médio


da corrente retificada, ou seja,

’=KImed

Como em corrente alternada o que interessa é o valor eficaz


da corrente, seja o valor instantâneo i da forma:

i=Imsenwt

Para a retificação de onda completa tem-se que:

2
I ef  Im

Como I m  2 I ef , a expressão anterior ficará: Figura 3.4: Diferença nas escalas graduadas para ca e cc.

Ief=1,11Imed Ainda, pode-se usar as mesmas equações desenvolvidas


anteriormente para o sinal de tensão alternada, bastando para isto
Esta última expressão indica que a deflexão  correspondente substituir I por V.
a uma corrente constante I é cerca de 11% maior que a deflexão ’ O circuito empregado para utilização de instrumentos BMIP
correspondente a uma corrente alternada de valor eficaz Ief=I. É por em corrente alteranda pode ser visto na figura 3.5. Neste caso, é
esta razão que os instrumentos de bobina móvel utilizáveis em empregado uma ponte retificadora de onda completa.
correntes contínua e alternada são providos de duas graduações na
escala conforme mostra a figura 3.4.

Figura 3.5: BMIP em corrente ca com retificação completa.

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Material Experimental:

 Fonte variável;
 Tranformador 220/15-0-15V;
 Resistores: 470, 1K;
 Potenciômetros: 220, 47K e 470K/LIN; 4. Com o multímetro, meçe e anote o valor da tensão em cada
resistor do circuito do item 3: 1K = ______V; 470 = _______V.
 Miliamperímetro e microamperímetro: 0 – 100mA; 0 -
5. Repita a medida anterior com o voltímetro construído: 1K =
50A;
_________V; 470 = _______V.
 Multímetro; 6. Repita os itens 1 a 5 utilizando agora um galvanômetro com
 Diodos 1N4004. calibre 0 - 50A.
7. Projete um voltímetro para medição de tensão alternada até 15V
Parte Prática: eficaz, utilizando o esquema mostrado na parte teórica. Compare
esta escala com aquela desenvolvida para uso com cc.
1. Utilizando o galvanômetro de 0 – 100mA, calcule o valor de R m
para convertê-lo em um voltímetro de 0-15V e anote o seu valor: Avaliação:
Rm = _____________.
2. Monte o circuito do voltímetro utilizando como Rm o valor 1. (2,0) Calcule a sensibilidade dos voltímetros construídos.
calculado no item 1. 2. (2,0) Utilizando as escalas dos galvanômetros construídos,
mostre a graduação para os voltímetros construídos (cfe. figura
3.3).
3. (4,0) Compare as leituras dos voltímetros construídos com a do
multímetro. Explique as diferenças encontradas.
4. (2,0) Utilizando a escala do galvanômetro, mostre a graduação
para o voltímetro construído conforme item 7 da parte prática.
3. Monte o circuito da figura abaixo.

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Guia de Respostas – Laboratório 3 3. ........................................................................................................


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Avaliação: ........................................................................................................
1. ........................................................................................................ ........................................................................................................
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2. ........................................................................................................ ........................................................................................................
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LABORATÓRIO 4: Projeto de um Ohmímetro Série

Objetivo:

 Verificar, experimentalmente, o circuito de um


ohmímetro série, bem como a graduação de sua escala.

Teoria:

Para se medir uma resistência, utilizando um galvanômetro


com sua escala graduada em ohms, é necessário que circule uma Figura 4.1: Circuito do ohmímetro série.
corrente através do elemento a ser medido, deflexionando o
ponteiro, proporcionalmente ao valor deste. Para tanto, necessitamos O valor adequado de Rx é aquele que produz 50% de
formar um circuito composto por um galvanômetro, uma fonte, deflexão do conjunto móvel, ou seja, R x = Rh (half-scale). Assim,
elementos resistivos e o elemento desconhecido. Essa ligação pode dados Igmáx, Rg, E e o valor desejado de Rh, pode-se encontrar R1 e R2.
ser do tipo série ou paralela, originando assim o ohmímetro série e o Uma boa aproximação pode-se considerar Rh igual a 0,5Igmáx
ohmímetro paralelo, respectivamente. e, portanto:
O circuito do ohmímetro série é mostrado na figura 4.1, onde
R1 é o resistor limitador de corrente do circuito, R2 é o resistor para R2 R g
Rh = R1 +
ajuste do zero, ou seja, a corrente de fundo de escala do R2 + R g
galvanômetro, quando os terminais A e B estiverem curto-
circuitados, Rg é a resistência da bobina do galvanômetro, R x é a A resistência total vista pela fonte de tensão E deve ser igual
resistência desconhecida e, finalmente, E é a bateria interna. a 2Rh, e a corrente necessária para produzir 50% da deflexão será:
Quando Rx for igual a zero (curto-circuito), R2 deve ser
ajustado para Igmáx, equivalente a zero ohms na escala do medidor. E
Ih 
Quando Rx for igual a infinito (circuito aberto), a intensidade de 2 Rh
corrente é zero, equivalente a “” na escala do medidor.
A exatidão do ohmímetro depende da reprodutibilidade do Para produzir 100% da deflexão tem-se:
mecanismo do galvanômetro e das tolerâncias dos resistores de
calibração ligados entre A e B. E
It  2 I h 
Rh
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R2 Rg 50.100
R1  Rh -  2000   33,3
A corrente em derivação através de R2 é : R2  Rg 150

I 2  I t  I gmáx
Material Experimental:
Como a tensão do shunt é igual a tensão através da bobina,  Fonte variável;
tem-se Esh=Eg ou I2R2=IgmáxRg, e, portanto:  Resistores: 220, 470, 1K, 1,5K, 2,2K, 3,3K e
I gmáx R g
R2 = 4,7K;
I2  Potenciômetros: valores dependentes de R1 e R2;
 Microamperímetro: 0 - 50A;
Fazendo-se as devidas substituições chega-se a seguinte  Multímetro.
expressão para a determinação de R1:
Parte Prática:
I gmáx R g Rh
R1 = Rh -
E 1. Calcule os valores de R1 e R2 do circuito da figura 4.1, conforme
o procedimento descrito na Parte Teórica, considerando:
Para exemplificar, considere o ohmímetro da figura 4.1, o Igmáx=50A, Rg=conforme determinado no Lab. 3 , E=3V e
qual é alimentado por uma bateria de 3V e tem R g=50 e Igmáx=1mA. Rx=2,35K para 50% da escala.
O valor desejado para deflexão de ½ escala é 2K. Calcule o valor 2. Monte o circuito da figura 4.1 com os valores determinados no
de R1 e R2. item 1.
3. Conecte entre os terminais A e B os resistores apresentados na
E 3V tabela 1. Para cada valor de resistência, meçe e anote o valor da
It = = = 1,5mA
Rh 2000Ω corrente Ix correspondente a cada resistência da tabela 1.
4. Meçe os valores dos resistores da tabela 1 com um ohmímetro
I2 = It – Igmáx = (1,5-1)mA=0,5mA convencional e anote os valores na coluna correspondente.

I gmáx R g 1mA.50Ω
R2 = = = 100Ω Tabela 1: Tabela comparativa dos valores de resistência medidos e
I2 0,5mA
calculados.
Rx() Ix(A) Rxmedido() Rxcalculado()

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220
470
1K
1,5K
2,2K
3,3K
4,7K

Avaliação:

1. (4,0) Apresente os cálculos do projeto do Ohmímetro.


2. (4,0) Calcule Rx utilizando as correntes Ix medidas, preenchendo
a coluna correspondente na tabela 1. Compare os resultados com
os valores medidos pelo ohmímetro.
3. (2,0) Construa uma escala graduada em “ohms” para o
ohmímetro projetado, utilizando os valores definidos para Ix na
tabela 1.

Guia de Respostas – Laboratório 4


Nome dos alunos:

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.............................................................................................................. ........................................................................................................
.............................................................................................................. ........................................................................................................
............................................................................................................. ........................................................................................................
1. ........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ .......................................................................................................
........................................................................................................ 3. ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
....................................................................................................... .......................................................................................................
2. ........................................................................................................ LABORATÓRIO 5: Especificação e Uso de TP’s e TC’s
........................................................................................................

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Objetivos: (Vp), e um enrolamento secundário onde é retirada a tensão de


saída (Vs).
 Verificar, experimentalmente, o funcionamento de um Cada enrolamento é composto por um determinado número
transformador. de espiras responsáveis pela relação de conversão, ou seja, a tensão
 Especificar transformadores de potencial (TP’s) e de saída será proporcional à relação do número de espiras e ao valor
transformadores de corrente (TC’s). da tensão de entrada. Assim sendo, pode-se escrever a seguinte
relação:
Teoria:
Vp Np

PARTE 1: Generalidades sobre Transformadores Vs Ns

O transformador é constituído basicamente por dois onde: Vp = tensão no primário


enrolamentos que, utilizando um núcleo em comum, converte Vs = tensão no secundário
primeiramente energia elétrica em magnética e a seguir energia Np = número de espiras no primário
magnética em elétrica. O seu princípio de funcionamento baseia-se Ns = número de espiras no secundário
no fenômeno da indução eletromagnética, ou seja, em um
enrolamento a tensão variável aplicada origina uma corrente, que por Em um transformador ideal a potência obtida no secundário
sua vez, cria um campo magnético variável, induzindo uma corrente é igual à potência aplicada ao primário, não existindo perdas.
e consequentemente uma tensão no outro enrolamento próximo. Efetuando-se essa igualdade, tem-se:
A figura 5.1 mostra o esquema básico de um transformador.
Pp = Ps ou Vp . Ip = Vs . Is

onde: Pp = potência do primário


Ps = potência do secundário
Ip = corrente do primário
Is = corrente que circula no secundário quando for ligada
uma carga
Figura 5.1 – Transformador básico.
Igualando-se as equações da relação de correntes com a do
Nota-se pela figura 5.1, que o transformador possui um número de espiras, podemos escrever:
enrolamento primário onde é aplicada a tensão a ser convertida
20
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Vp Np Is
 
Vs Ns Ip

Em um transformador real a potência obtida no secundário


é menor que a potência aplicada ao primário, existindo perdas.
Considerando essas perdas, tem-se:

Pp = Ps + Pd

onde: Pd = potência perdida

As principais perdas num transformador ocorrem nos


enrolamentos e no núcleo. Nos enrolamentos, devido à resistência
ôhmica do fio, parte da energia é convertida em calor por Efeito
Joule, causando perdas denominadas perdas no cobre, pois o
material que constitui o fio é cobre. No núcleo, ocorrem perdas
causadas pela reversão magnética cada vez que a corrente muda de
sentido (ciclo de Histerese), pela dispersão de linhas de campo
magnético e pelas correntes parasitas de Foucault, que induzidas
no núcleo o aquecem, reduzindo o campo principal.
Para evitar as correntes de Foucault, o núcleo é constituído Figura 5.2 – (a) Aspectos construtivos de um transformador
por chapas laminadas, isoladas por um verniz e solidamente (b) Transformador
agrupadas, enquanto que para diminuir as perdas por Histerese o
material das chapas é composto por aço-silício. Para reduzir a Como pode-se ver, na prática as perdas podem ser
dispersão do fluxo, todo o conjunto tem um formato apropriado onde minimizadas, aumentando assim o rendimento do transformador ( 
os enrolamentos primário e secundário são, através de um carretel, ), definido pela relação entre as potências do secundário e do
colocados na parte central, concentrando dessa maneira as linhas de primário. Assim, pode-se escrever:
campo magnético. A figura 5.2 mostra um transformador com as
características construtivas citadas. Ps

Pp
ou, em porcentagem:
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Ps
%  .100
Pp

Encontra-se diversos tipos de transformadores, que de acordo


com a aplicação a qual se destinam, possuem aspectos construtivos
apropriados. Como por exemplo, o transformador de alta tensão
(Fly-back), cujo núcleo, de ferrite, e os enrolamentos, possuem
características apropriadas para trabalhar como elevador de tensão
em freqüências altas.
Uma outra característica importante é a do tipo de Figura 5.3 – Tipos de enrolamentos:
enrolamento, que pode ser: simples, múltiplo ou com derivações. A (a) primário e secundário com enrolamentos simples
figura 5.3 ilustra alguns tipos enrolamentos. (b) primário com enrolamento duplo secundário com derivação
O transformador pode, de acordo com o sentido do central
enrolamento, defasar a tensão de saída com relação à tensão de (c) primário com derivação central e secundário com simples
(d) primário enrolamento simples e secundário com múltiplos
entrada. Se o sentido do enrolamento primário coincidir com o do enrolamentos
enrolamento secundário, tem-se as tensões de entrada e saída em
fase, caso contrário, estas estarão defasadas de 180°. Para facilitar a
identificação, costuma-se, na simbologia do transformador, colocar
um ponto definindo o sentido do enrolamento. A figura 5.4 ilustra
essas situações.

Figura 5.4 – (a) Transformador com enrolamentos de sentidos


concordantes
(b) Transformador com enrolamentos de sentidos
opostos

Num transformador com derivação central no secundário,


como mostra a figura 5.5, tem-se em relação ao terminal central,
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duas tensões de mesma amplitude, porém de defasadas de 180°. Em normalmente fornecidas pelos fabricantes dos instrumentos ou
alguns casos de aplicação, como nos retificadores, essa defasagem se podem ser determinadas em laboratório através de ensaios
faz necessária para o devido funcionamento do circuito. apropriados.

Material Experimental:

 Fonte variável;
 Multímetro;
 Transformador: 220/16+16V;
 Catálogos de fabricantes de TP’s e TC’s.

Parte Prática:
Figura 5.5 – Transformador com derivação central no secundário

Usa-se para representar o transformador em circuitos, o PARTE 1: Generalidades sobre Transformadores


seguinte símbolo:
1. Ligue o transformador à rede elétrica, conforme mostra a figura
5.6. Meçe com o voltímetro na escala AC e anote as tensões no
secundário, conforme a tabela 5.1.

PARTE 2: Especificação de TP’s e TC’s

Para se especificar um transformador, seja ele de potencial ou


corrente, é necessário antes de tudo, saber qual será a finalidade da
sua aplicação, pois isso definirá a classe de exatidão do Figura 5.6
transformador.
A carga nominal ou potência nominal do transformador deve
ser estabelecida de acordo com as características dos instrumentos
elétricos que serão inseridos no secundário. Essas características são

23
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Tabela 5.1 PARTE 2: Especificação de TP’s e TC’s


VAC VBC VAB
1. Especificar um TP para medição de energia elétrica e controle
2. Monte o circuito da figura 5.7. Com o multímetro na menor em 13,8 kV, sem finalidade de faturamento, em que serão
escala VDC, ligue e desligue a chave S. Observe e anote, no utilizados os seguintes instrumentos:
espaço abaixo, o que acontece. a) Medidor de kWh com indicador de demanda máxima tipo
mecânico;
b) Medidor de kvarh, sem indicador de demanda máxima,
acoplado a um autotransformador de defasamento, servindo
assim para medir kvarh;
c) Wattímetro;
d) Varímetro;
e) Voltímetro;
f) Fasímetro.
2. Especificar um TC para medição de energia elétrica e controle,
Figura 5.7 sem finalidade de faturamento, sabendo que a tensão entre fases
do circuito é 13,8 kV, e que a corrente na linha chegará no
máximo a 80 A. Os instrumentos elétricos que serão
empregados, abaixo indicados, ficarão a 25 metros do TC e serão
ligados ao secundário deste através de fio de cobre N° 12 AWG:
a) Medidor de kWh com indicador de demanda máxima tipo
mecânico;
b) Medidor de kvarh, sem indicador de demanda máxima,
3. Inverta a polaridade do multímetro e repita o item 3, anotando o
acoplado a um autotransformador de defasamento, servindo
que acontece no espaço abaixo.
assim para medir kvarh;
c) Wattímetro;
d) Varímetro;
e) Voltímetro;
f) Fasímetro.

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Avaliação: PARTE 2: Especificação de TP’s e TC’s

PARTE 1: Generalidades sobre Transformadores 1. Apresentar a especificação do TP solicitada na Parte Prática.


2. Apresentar a especificação do TC solicitada na Parte Prática.
1. Com os dados da tabela 5.1, determine a relação de espiras do
transformador utilizado.
2. Com relação ao item 2 da Parte Prática, o que aconteceria se
fossem ligadas a fonte de tensão e a chave S entre os pontos A e
B, e o voltímetro ao primário do transformador?
3. Pode um transformador ser alimentado por uma tensão contínua?
Por que?
4. A figura 5.8 mostra um transformador ideal. Sabendo-se que ao
primário foi aplicado o sinal Vp, calcule as tensões no secundário
e desenhe as respectivas formas de onda.

Figura 5.8

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Guia de Respostas – Laboratório 5 4. ........................................................................................................


Nome dos alunos: ........................................................................................................
.............................................................................................................. ........................................................................................................
.............................................................................................................. ........................................................................................................
.............................................................................................................. ........................................................................................................
............................................................................................................. ........................................................................................................
PARTE 1: Generalidades sobre Transformadores ........................................................................................................
1. ........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
....................................................................................................... .......................................................................................................
2. ........................................................................................................ PARTE 2: Especificação de TP’s e TC’s
........................................................................................................ 1. ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
....................................................................................................... ........................................................................................................
3. ........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ 2. ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
........................................................................................................ ........................................................................................................
.......................................................................................................

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LABORATÓRIO 6: Medição de Potência Elétrica em Corrente T

Alternada P   2V cos( ωt ) 2 I cos( ωt  θ )dt  VI cos θ


0

Objetivo:
Para medição de potência elétrica ativa solicitada pela carga
emprega-se o wattímetro cuja indicação é watt (W). Em corrente
 Medir potência elétrica ativa e reativa em corrente
alternada esta indicação é igual ao produto da tensão V aplicada à
alternada em circuitos trifásicos equilibrados e
sua bobina de potencial BP pela corrente I que percorre a sua bobina
desequilibrados, utilizando o método dos 3 wattímetros e
de corrente BC e pelo cosseno do ângulo  de defasagem entre V e I:
o método dos 2 wattímetros.
 
Teoria: W  VI cos θ  VI cos( V ^ I )

Potência Ativa Nos esquemas de medição de potência apresentados a seguir,


o wattímetro será representado como na figura 6.1.
A potência ativa é o valor médio da potência instantânea:

T
1
P
T  pdt
0

Sendo:
p = vi
Figura 6.1 – Representação do wattímetro

v= 2V cos ωt Num circuito trifásico a potência instantânea é dada pela


relação:
i 2 I cos( ωt  θ )
p = v1 i1 + v2 i2 + v3 i3
onde V é a tensão eficaz de fase e I é a corrente eficaz de fase.
Assim, tem-se: onde:
 v1 , v2 e v3 - tensões de fase;
 i1 , i2 e i3 - correntes de fase.

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Medição de Potência Ativa pelo Método dos 3 Wattímetros

Este método é aplicável para circuitos trifásicos a 4 fios,


equilibrados ou não, sendo 3 fios de fase e 1 fio neutro.
A potência ativa solicitada pela carga é dada por:

T T T T
1 1 1 1 1
P
T 
0
pdt  
T 0
v1i1 dt   v 2 i2 dt   v3 i3 dt
T T 0 T 0

ou ainda,

P  V1 I 1 cos θ1  V2 I 2 cos θ 2  V3 I 3 cos θ 3

Aplicando então três wattímetros, como mostra a figura 6.2 Figura 6.2 - Montagem para o método dos 3 wattímetros
tem-se que a soma de suas indicações representa a potência ativa
total absorvida pela carga Z. A indicação total será W  W1  W2  W3 e a potência ativa
Após a montagem mostrada na figura 6.2, cada wattímetro total será P = W.
indicará: Obs.: se a carga for equilibrada, pode-se empregar apenas 1
  Wattímetro e multiplicar a sua indicação por 3 para se obter a
W1  V1 I1 cos( V1 ^ I 1 ) potência ativa total.
 
W2  V2 I 2 cos( V2 ^ I 2 ) Medição de Potência Ativa pelo Método dos 2 Wattímetros
 
W3  V3 I 3 cos( V3 ^ I 3 )
Este método é aplicável para circuitos trifásicos a 3 fios,
onde,
 
equilibrados ou não, sendo todos os 3 fios de fase. Poderá ser
cos(V1 ^ I 1 )  cos 1 aplicado ao circuito de 4 fios se o mesmo for equilibrado, o que
  significa não circular corrente no neutro. Aqui, este método será
cos(V2 ^ I 2 )  cos 2 tratado com circuitos trifásicos a 3 fios.
 
cos(V3 ^ I 3 )  cos 3 Nos circuitos trifásicos a 3 fios, duas condições são sempre
satisfeitas:
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(a) a soma das correntes de linha é sempre nula:

i1 + i2 + i3 = 0

(b) a soma das tensões compostas é sempre nula:

v12 + v23 + v31 = 0

Fazendo-se i3 = -(i1 + i2) chega-se a:

p = (v1 - v3) i1 + (v2 - v3) i2 = v13 i1 + v23 i2

A potência ativa total é dada pela integral Figura 6.3 – Montagem para o método dos 2 wattímetros

T T Nestas equações, se:


1 1
P
T 0 v13i1dt  T v i dt
23 2
0 (a)  < 60° : W1 e W2 positivos (dão indicação para frente);

Resolvendo-se as integrais chega-se a seguinte expressão: (b)  > 60° : W1 dá indicação para frente e W2 dá indicação para
trás. Deve-se, portanto, inverter a bobina de corrente de W2 (ou a
   
P  V13 I 1 cos(V13 ^ I 1 )  V23 I 2 cos(V23 ^ I 2 ) bobina de tensão de W2) para que o mesmo dê indicação para
frente e este valor será subtraído de W1 para se obter a potência
total P.
A montagem desta equação é mostrada na figura 6.3.
Após a montagem mostrada na figura 6.3, cada wattímetro (c)  = 60° : W1 indica sozinho a potência total, já que W2 = 0.
indicará:
 
W1  V13 I 1 cos( V13 ^ I 1 )  V13 I 1 cos( 30  θ ) O fator de potência da carga pode ser calculado a partir das
  seguintes equações:
W2  V23 I 2 cos( V23 ^ I 2 )  V23 I 2 cos( 30  θ )
W1  W2
cos θ 
3VI

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sejam tomados alguns cuidados com relação às ligações de suas


W  W2 bobinas de tensão.
sen θ  1
VI
Medição de Potência Reativa
W1  W2
tan θ  Para circuitos trifásicos, equilibrados ou não, de 3 ou 4 fios, a
W1  W2
montagem a realizar para medição de potência reativa é mostrada na
figura 6.4. Essa montagem corresponde ao método dos três
Obs.: se a carga for equilibrada, pode-se empregar apenas 1 wattímetros para medição de potência reativa. O fio neutro não é
Wattímetro e multiplicar a sua indicação por 3 para se obter a utilizado.
potência ativa total. A reativa total Q solicitada pela carga Z será igual à soma das
indicações dos três wattímetros dividida por 3 :
Potência Reativa
W1  W2  W3
A potência reativa solicitada por uma carga monofásica, de Q
fator de potência cos  , é expressa como: 3

Q  VI sen θ

Para a carga trifásica esta potência será:

Q  V1 I 1 sen θ1  V2 I 2 sen θ 2  V3 I 3 sen θ 3

Se a carga trifásica é equilibrada, então a potência reativa


será:
Q  3VI sen θ
Figura 6.4 - Método dos três wattímetros para medição de potência reativa
Embora existam instrumentos especiais para medição de
potência reativa, eles são pouco empregados. Para tanto, pode-se Se o circuito trifásico é equilibrado a indicação nos três
usar os wattímetros para medir potência reativa trifásica, desde que wattímetros será igual:
W1  W2  W3

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Para circuitos trifásicos equilibrados, pode-se empregar 2 bobina de potencial não for ligada corretamente, o
wattímetros conforme mostrado na figura 6.5. instrumento pode dar indicação incorreta, inclusive
A potência reativa total Q será: sentido contrário ao normal.

W1  W2 3. Para medição de potência reativa em circuitos trifásicos


Q 3
2 desequilibrados a 3 ou 4 fios, deve-se usar 3 wattímetros,
tomando cuidado nas ligações de suas bobinas de
potencial. Obviamente, pode-se usar também o método
dos 3 wattímetros para medir potência reativa em
circuitos trifásicos equilibrados a 3 ou 4 fios.

Material Experimental:

 Motor de indução trifásico, ligação Y, 380V, 2,08A, 1CV,


1790 rpm;
 Um banco de resistores, na configuração Y em paralelo,
sendo o valor de cada resistência de 122;
 3 wattímetros;
Figura 6.5 – Uso de 2 Wattímetros para medição de potência reativa trifásica  1 Varivolt com corrente de linha de 4,6A;
equilibrada  2 multímetros.
Observações:
Parte Prática:
1. Se o circuito trifásico for equilibrado pode-se empregar
1. Faça as ligações da carga de maneira que fique equilibrada.
apenas 1 wattímetro (wattímetro 1 da figura 6.5), o qual
2. Monte o método dos três wattímetros (conforme indicado na
representa a potência reativa de 1 fase. Para obter a
figura 6.2) para medição de potência ativa.
potência total deve-se multiplicar este valor por 3.
3. Conecte as respectivas fases no Varivolt, ajuste o instrumento
para 380 V e ligue-o.
2. Na medição de potência ativa não importa a seqüência de
fases. Todavia, na medição de potência reativa é muito
importante conhecer a seqüência de fases, pois se a
4. Anote os valores lidos nos wattímetros na tabela 6.1.
31
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Tabela 6.1 10. Ligue o Varivolt e anote os valores lidos nos wattímetros na
W1 W2 W3 tabela 6.5.
Tabela 6.5
5. Desligue o Varivolt. Retire uma parte das resistências da carga de W1 W2 W3
maneira que fique desequilibrada. Ligue novamente o Varivolt e
anote os valores lidos nos wattímetros na tabela 6.2. 11. Desligue o Varivolt. Retire os wattímetros e faça as ligações para
Tabela 6.2 o método dos dois wattímetros para medição de potência reativa
W1 W2 W3 (conforme indicado na figura 6.5).
12. Ligue o Varivolt e anote os valores lidos nos wattímetros na
6. Desligue o Varivolt. Conecte novamente a parte retirada da carga tabela 6.6.
de maneira que fique equilibrada. Retire os wattímetros e faça as Tabela 6.6
ligações para o método dos dois wattímetros (conforme indicado W1 W2
na figura 6.3). Retire o fio neutro da montagem.
7. Ligue o Varivolt e anote os valores lidos nos wattímetros na 13. Desligue o Varivolt e desfaça a montagem.
tabela 6.3.
Tabela 6.3 Avaliação:
W1 W2
1. (1,0) Com base nos dados da tabela 6.1 calcule a potência ativa
8. Desligue o Varivolt. Retire uma parte das resistências da carga de (medida através do método dos três wattímetros) solicitada pela
maneira que fique desequilibrada. Ligue novamente o Varivolt e carga equilibrada.
anote os valores lidos nos wattímetros na tabela 6.4 2. (1,0) Com base nos dados da tabela 6.2 calcule a potência ativa
Tabela 6.4 (medida através do método dos três wattímetros) solicitada pela
W1 W2 carga desequilibrada.
3. (1,0) Com base nos dados da tabela 6.3 calcule a potência ativa
9. Desligue o Varivolt. Conecte novamente a parte retirada da carga (medida através do método dos dois wattímetros) solicitada pela
de maneira que fique equilibrada. Retire os wattímetros e faça as carga equilibrada.
ligações para o método dos três wattímetros para medição de 4. (1,0) Com base nos dados da tabela 6.4 calcule a potência ativa
potência reativa (conforme indicado na figura 6.4). (medida através do método dos dois wattímetros) solicitada pela
carga desequilibrada.

32
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5. (1,0) Compare os valores da potência ativa total solicitada pela


carga equilibrada obtidos com os métodos dos três e dois
wattímetros.
6. (1,0) Compare os valores da potência ativa total solicitada pela
carga desequilibrada obtidos com os métodos dos três e dois
wattímetros.
7. (1,0) Com base nos dados da tabela 6.5 calcule a potência reativa
(medida através do método dos três wattímetros) solicitada pela
carga equilibrada.
8. (1,0) Com base nos dados da tabela 6.6 calcule a potência reativa
(medida através do método dos dois wattímetros) solicitada pela
carga equilibrada.
9. (1,0) Compare os valores da potência reativa total solicitada pela
carga equilibrada obtidos com os métodos dos três e dois
wattímetros.
10. (1,0) Faça o levantamento do fator de potência da carga
equilibrada. Calcule, primeiramente, com os valores obtidos com
o método do três wattímetros e, em seguida, com os valores
obtidos com o método dos dois wattímetros. Compare os valores
encontrados para o fator de potência.

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Guia de Respostas – Laboratório 6 6. ........................................................................................................


Nome dos alunos: ........................................................................................................
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1. ........................................................................................................ ........................................................................................................
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2. ........................................................................................................ ........................................................................................................
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3. ........................................................................................................ ........................................................................................................
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4. ........................................................................................................ 10. ........................................................................................................
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LABORATÓRIO 7: Medida de Resistência – Ponte de Para o circuito estar equilibrado, a corrente I deve ser igual a
Wheatstone zero e para tanto a tensão VAB deve ser nula. Nessas condições,
temos que a corrente I1 percorre R1 e R2 e a corrente I2 percorre R3 e
Objetivos: R4, pois não há derivação dessas correntes para o fio central.
Logo, podemos escrever que:
 Verificar, experimentalmente, a ponte de Wheatstone.
 Utilizar a ponte de Wheatstone para medir a resistência VR1 = VR3 e VR2 = VR4
de um resistor de valor desconhecido.
onde: VR1 = R1I1
Teoria: VR2 = R2I1
VR3 = R3I2
A ponte de Wheatstone é um circuito composto por resistores VR4 = R4I2
arranjados de tal forma a obter-se em um determinado ramo uma Substituindo, temos:
corrente nula, ou seja, situação denominada equilíbrio da ponte.
Esse circuito é mostrado na figura 8.1. R1I1 = R3I2 e R2I1 = R4I2
Assim:

I2/I1 = R1/R3 e I2/I1 = R2/R4


Logo:

I2/I1 = R1/R3 = R2/R4

onde a igualdade R1/R3 = R2/R4 é a relação entre os resistores, para


obter-se a situação de equilíbrio da ponte.
Uma das aplicações da ponte de Wheatstone é a medida de
resistência com grande exatidão. Para tanto, monta-se o circuito
mostrado na figura 8.2.

Figura 8.1 - Ponte de Wheatstone

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Figura 8.2 - Ponte de Wheatstone para medida de resistência Figura 8.3 – Ponte de Wheatstone para medir valores baixos de resistores

No circuito da figura 8.2, observa-se que o resistor Da figura 8.3 tem-se que:
desconhecido (RX) será colocado entre dois pontos num dos braços
da ponte, enquanto que no outro braço, coloca-se um potenciômetro R1 = 10 e R2 = 100
para ajustar a situação de equilíbrio da ponte, ou seja, ajustar o valor
da corrente no micro-amperímetro para zero. Feito isso, aplica-se a No equilíbrio tem-se:
relação RX = (R1/R2)RP, onde, conhecendo-se os valores de R1, R2 e
RP, determina-se o valor de RX. RX = (10/100)RDec
Para melhor desempenho prático, convém utilizar no lugar de
RP, uma década resistiva, sendo esta, juntamente com os resistores A relação 10/100 constitui um fator igual a 0,1, que
R1 e R2, responsáveis pela exatidão da medida, pois quanto mais multiplicado por RDec possibilita medir valores de RX pequenos.
exatos forem, maior será a exatidão da medida do elemento Admitindo-se que uma década possibilite ajustes na faixa de 0 a
desconhecido.
100, consegue-se então medir resistores de 0 a 10. Se esse fator
Pode-se também, escolhendo convenientemente os valores de
for diminuido, consegue-se medir valores de resistências mais
R1 e R2, obter o valor do resistor desconhecido multiplicando o valor
baixos com grande exatidão, fato esse impossível com um
lido na década resistiva pela relação entre R1 e R2. Para exemplificar
ohmímetro convencional.
essa situação, consideremos o circuito da figura 8.3.

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Material Experimental: Observação: para fins de segurança conecte o voltímetro após a


montagem completa do circuito, numa escala apropriada, sendo
 Fonte variável; sucessivamente reduzida para melhor sensibilidade na ponte.
 Resistores: 100, 150, 330 e 5 valores Para que a ponte esteja em equilíbrio é necessário que o
desconhecidos. A partir dos valores dos resistores voltímetro indique 0V (zero volt).
componentes da ponte, e utilizando-se o fator 2. Meçe com o multímetro e anote na tabela 8.1 as tensões nos
multiplicador de 1k, pode-se medir valores de resistência resistores e no potenciômetro (pode-se desconectar o multímetro
até 666,67; do circuito e usá-lo para medição das tensões desejadas).
 Potenciômetro linear de precisão: 1k;
Tabela 8.1
 Multímetro.
R 100 150 330 RP
Parte Prática: V
3. Monte o circuito da figura 8.5 para medida de resistências.
1. Monte o circuito da figura 8.4 e ajuste o potenciômetro R P para o
equilíbrio da ponte. Use o multímetro como voltímetro para o
ajuste.

Figura 8.5

4. Conecte entre os pontos A e B, 5 resistores de valores


desconhecidos, um de cada vez. Ajuste o equilíbrio da ponte para
Figura 8.4 cada resistor e anote o valor ajustado para R P na tabela 8.2 (o

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valor medido para cada resistência será calculado


posteriormente).

Tabela 8.2
RP RX Rohm
R1
R2
R3
R4
R5
5. Com o multímetro funcionando como ohmímetro meçe cada
resistor e anote o valor na coluna “Rohm” da tabela 8.2.

Avaliação:

1. (1,0) Calcule o valor de RP para se obter o equilíbrio da ponte no


circuito da figura 8.4. Figura 8.6
2. (2,0) Com o valor obtido na questão anterior, calcule as tensões
em cada resistor e no potenciômetro. Compare com os valores
obtidos no item 2 da parte prática.
3. (2,5) Determine o valor medido de RX para cada caso do item 4
da parte prática, anotando os resultados na tabela 8.2.
4. (2,5) Compare os valores obtidos na questão anterior, com os
valores medidos com o ohmímetro como consta na tabela 8.2.
5. (1,0) Porque utiliza-se, na ponte de Wheatstone, um micro-
amperímetro e não um mili-amperímetro?
6. (1,0) Calcular RX para a figura 8.6, sabendo-se que a ponte está
no equilíbrio e que o cursor do potenciômetro está no ponto
médio.

Guia de Respostas – Laboratório 7


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2. ........................................................................................................ ........................................................................................................
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