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Levantamento bibliográfico para Direito Ambiental

Tema: Alteração da Área de Proteção Ambiental da região da Escarpa Devoniana – PL


Estadual nº 527/2016

Objetivo Geral:

Realizar a análise constitucional do projeto de lei que visa alterar os limites da Área
de Proteção

Ambiental da Escarpa Devoniana, na região dos Campos Gerais.

Objetivos específicos:

a) apontar e justificar os princípios do direito ambiental aplicáveis à análise

b) verificar se foram realizadas audiências públicas e investigar a obrigatoriedade e


legalidade dessa realização assim como os procedimentos necessários para tanto.

PL 527

Não merece prosperar página 319 do Plano de Manejo de 2004, referência:


http://www.iap.pr.gov.br/arquivos/File/Plano_de_Manejo/APA_Escarpa_Devoniana/1
_APA_PM.pdf

Em que há o questionamento
Joel – Fund. Creta, questiona sobre a necessidade de se realizar uma audiência pública,
de se observar o estatuto das cidades. •
Márcia – IAP, informa que por lei, não há necessidade, e que a elaboração do Plano de
Manejo é um papel do IAP. Reforça que á partir do momento que foram convidadas as
Prefeituras, ONGs, Associações e demais instituições, a intenção é de integração.

Necessidade agora há. O plano de Manejo precisa ouvir o COnselho Gestor da Escarpa
Devoniana instituto sob portaria em 2013, Portaria 236. A participação da população é
imprescindível conforme Lei Federal 9.985/2000
Por conta da lei, foi criada a portaria para Gestor da Escarpa.
O decreto que

Art 2. localiza a APA Escarpa Devoniana

Lapa, Porto Amazonas, Balsa Nova, Palmeira,


Ponta Grossa, Castro, Tibagi, Piraí do Sul,
Jaguariaíva e Sengés, com limites estabelecidos
pelo Decreto 1.231 de 1992 passa a ser descrita
a partir …..

§único passa a ter a área de 125.894,9698 ha ou


52.022,7148 alqueires ou 1.258.949.698 m² Vide lei 9.985

Art 4º Plano de Manejo APA da Escarpa atenderá


aos requisitos da Lei Federal 9.985/2000 que
institui o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza - SNUC, garantida a
participação das populações tradicionais e
interessados locais, de forma a garantir a
sustentabilidade da região considerando suas
peculiaridades e a finalidade da APA.

Justificativa:
- tecnologia de mapeamento existentes,
reexaminar o perímetro da APA;
- dados mais confiáveis
- o próprio plano de manejo da APA
recomenda a revisão dos limites;
- retirar as áreas agricultáveis do seu
perímetro;
- perímetro original: 392 mil hectares;
- 237 mil ha. correspondem à área de
agricultura, pecuária e
reflorestamento;
- 77 mil ha. cobertura nativa intocada
por lei;
- 4 mil ha. perímetros urbanos;
- perímetro proposto de 126 mil ha:
- engloba o afloramento rochoso
- cornija da Escarpa
- em toda sua extensão e mata nativa;

Conselho Gestor da APA, pg. 31.


Descabido o argumento da imprecisão, ITCG -
Instituto de Terras Cartografia e Geociências
revisou os limites da APA em 2014.

Foi rejeitada na página 33 dia 13/12/2016 e


reapreciada?

http://www.iap.pr.gov.br/pagina-1226.html

O Diretor Presidente do Instituto Ambiental do


Paraná – IAP, nomeado pelo Decreto n° 114 de
06 de janeiro de 2011, no uso das atribuições
que lhe são conferidas pela Lei Estadual n°
10.066, de 27 de julho de 1992, com as
alterações trazidas pelas Leis n° 11.352, de 13
de fevereiro de 1996 e n° 13.425, de 07 de
janeiro de 2002 e de acordo com o seu
Regulamento, aprovado pelo Decreto n° 1.502,
de 04 de agosto de 1992, e considerando:

· as disposições do Sistema Estadual de


Unidades de Conservação – SEUC, em especial as
da Lei Estadual nº 10.066, de 27 de julho de
1992, que cria e definem competências da
Secretaria de Estado do Meio Ambiente e do
Instituto Ambiental do Paraná, com regulamento
aprovado pelo Decreto nº 1.502, de 04 de agosto
de 1992, ambos com alterações posteriores,
inclusive quanto às unidades de conservação; Acompanhar a
disposição do
· as determinações da Lei Florestal do Paraná, de instrumento
nº 11.054, de 11 de janeiro de 1995, que participação;
determina a adequação do SEUC ao Sistema
Nacional de Unidades de Conservação, instituído Observar a lei
pela Lei Federal n.º 9.985, de 18 de julho de 9985; Conselho
2000 e regulamentado pelo Decreto nº 4.340, de Gestor da APA.
22 de agosto de 2002; e
Decreto 1.231
· a necessidade de instituir instrumento
participativo na implementação, planejamento e
gestão da Unidade de Conservação, observando Lei Federal
as deliberações das reuniões preliminares 9.985/2000
ocorridas,
Regulamenta o art. 225,
§ 1o, incisos I, II, III e
RESOLVE: VII da Constituição
Art. 1º - Criar, com base no Art. 29 da Lei nº Federal, institui o
9985/2000, o Conselho Gestor da Unidade de Sistema Nacional de
Unidades de
Conservação Estadual Área de Proteção
Conservação da
Ambiental - APA - da Escarpa Devoniana, criada Natureza e dá outras
por meio do Decreto Estadual nº 1.231, de 27 de providências.
março de 1992, localizada nos municípios da
Art. 5​o​ O SNUC será regido
Lapa, Campo Largo, Balsa Nova, Porto por diretrizes que:
Amazonas, Palmeira, Ponta Grossa, Carambeí,
Castro, Tibagi, Piraí do Sul, Jaguariaíva e III - assegurem a
participação efetiva das
Sengés, com a finalidade de contribuir para o
populações locais na
manejo e implantar ações visando ao seu criação, implantação e
desenvolvimento sustentável. gestão das unidades de
conservação;
Fonte: PORTARIA IAP Nº 236 DE 20 DE AGOSTO Art. 23. A posse e o
DE 2013 uso das áreas ocupadas
pelas populações
Site: tradicionais nas Reservas
http://www.iap.pr.gov.br/iap/arquivos/File/AP Extrativistas e Reservas de
Desenvolvimento
A/port_236_13.pdf Sustentável serão regulados
por contrato, conforme se
dispuser no regulamento
desta Lei.
§ 1​o As populações de
Seção que trata este artigo
VI obrigam-se a participar da
preservação, recuperação,
Da Realização de Audiências Públicas
defesa e manutenção da
unidade de conservação.
Art. 66 - Após receber o EIA e o RIMA, o IAP
fixará em edital, publicado no Diário Oficial do
Art. 25. As unidades de
Estado e em jornal de grande circulação regional conservação, exceto Área de
ou local, a data da Audiência Pública ou a Proteção Ambiental e
abertura de prazo para sua solicitação pelos Reserva Particular do
Patrimônio Natural, devem
interessados, observando, em qualquer das
possuir uma zona de
hipóteses, prazo não inferior a 45 (quarenta e amortecimento e, quando
cinco) dias a partir da data da publicação do conveniente, corredores
edital. ecológicos.(Regulamento)

§ 1o O órgão responsável
Art. 67 - A convocação para a Audiência Pública, pela administração da
deverá ocorrer com antecedência de pelo menos unidade estabelecerá
normas específicas
20 (vinte) dias, através de ampla divulgação,
regulamentando a ocupação
nos meios de comunicação e junto à comunidade e o uso dos recursos da
diretamente afetada. E em caso de solicitação, zona de amortecimento e
através de correspondência registrada ao dos corredores ecológicos
de uma unidade de
solicitante. conservação.

Art. 68 - A Audiência Pública será realizada § 2o Os limites da zona de


amortecimento e dos
sempre no município ou área de influência direta
corredores ecológicos e as
do empreendimento, atividade ou obra em local respectivas normas de que
acessível aos interessados, tendo prioridade trata o § 1o poderão ser
para escolha o município onde os impactos definidas no ato de criação
da unidade ou
ambientais forem mais significativos. posteriormente.
Parágrafo único - Em função da localização
geográfica dos solicitantes da Audiência Pública Art. 26. Quando existir um
conjunto de unidades de
ou da complexidade do tema, poderá haver mais
conservação de categorias
de uma Audiência Pública sobre o projeto e diferentes ou não, próximas,
respectivo RIMA. justapostas ou sobrepostas,
e outras áreas protegidas
públicas ou privadas,
Art. 69 - Poderão participar da Audiência Pública constituindo um mosaico, a
todos os cidadãos, gestão do conjunto deverá
especialmente aqueles que de forma direta ou ser feita de forma integrada
e participativa,
indireta poderão ser afetados ou beneficiados
considerando-se os seus
pelo empreendimento, atividade ou obra, bem distintos objetivos de
como representantes de órgãos e instituições conservação, de forma a
envolvidas ou interessadas no projeto. compatibilizar a presença da
biodiversidade, a valorização
da sociodiversidade e o
Art. 70 - Ao final de cada Audiência Pública será desenvolvimento
lavrada uma ata suscinta, à qual serão anexados sustentável no contexto
regional.(Regulamento)
os documentos escritos e assinados que forem
entregues ao coordenador dos trabalhos durante Art. 27. As unidades
a seção. de conservação devem
dispor de um Plano de
Manejo. ​(Regulamento)
Art. 71 - A Audiência Pública será gravada por
§ 1​o O Plano de
meios sonoros e visuais, sendo que as fitas de Manejo deve abranger a
vídeo de gravação sonora e imagens constituirão área da unidade de
memória integral da Audiência Pública realizada. conservação, sua zona de
amortecimento e os
Art. 72 - Todos os documentos e fitas de vídeo corredores ecológicos,
da Audiência Pública ficarão à disposição dos incluindo medidas com o
interessados para consulta. fim de promover sua
integração à vida
econômica e social das
Art. 73 - A ata e seus anexos, compreendendo os comunidades vizinhas.
documentos apresentados na Audiência Pública § 2​o Na elaboração,
e as gravações subsidiarão, juntamente com o atualização e
RIMA, a análise e decisão final do IAP quanto a implementação do Plano
aprovação ou não do projeto. de Manejo das Reservas
Extrativistas, das
Art. 74 - Os assuntos ou questionamentos não Reservas de
Desenvolvimento
esclarecidos durante a
Sustentável, das Áreas de
realização da Audiência Pública serão Proteção Ambiental e,
encaminhados pela coordenação da mesma a quando couber, das
quem de direito, solicitando que os Florestas Nacionais e das
esclarecimentos necessários sejam enviados Áreas de Relevante
diretamente ao interessado, com cópia para o Interesse Ecológico, será
IAP. assegurada a ampla
participação da
população residente.
Art. 75 - Em função da complexidade do tema,
da insuficiência de elementos administrativos,
técnicos ou científicos, da exigüidade do tempo,
ou da existência de outros fatores que
transtornem ou prejudiquem a conclusão dos
trabalhos, a Audiência Pública poderá ser
suspensa. Superados os problemas, a mesma
terá continuidade preferencialmente no mesmo
local, em data e hora a serem fixados pelo IAP
com a mesma publicidade da primeira
convocação.

Fonte: RESOLUÇÃO SEMA 31/1998


http://www.iap.pr.gov.br/arquivos/File/Legisla
cao_ambiental/Legislacao_estadual/RESOLUCO
ES/Resolucao_SEMA_31_1998.pdf

RESOLUÇÃO CONAMA
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=60
no 9, de 3 de dezembro de 1987
Publicada no DOU, de 5 de julho de 1990, Seção 1, página 12945

Dispõe sobre a realização de Audiências Públicas no processo


de licenciamento ambiental.

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das atribuições


que lhe conferem o Inciso II, do artigo 7o, do Decreto nº 88.351, de 1º de junho de 1983,
e tendo em vista o disposto na Resolução CONAMA nº 1, de 23 de janeiro de 1986, resolve:

Art. 1o A Audiência Pública referida na Resolução CONAMA nº 1/86, tem por finalidade expor aos
interessados o conteúdo do produto em análise e do seu referido RIMA, dirimindo dúvidas e
recolhendo dos presentes as críticas e sugestões a respeito.

Art. 2o ​Sempre que julgar necessário​, ou quando for solicitado por entidade civil, pelo Ministério
Público, ou por 50 (cinqüenta) ou mais cidadãos, ​o Órgão de Meio Ambiente promoverá a
realização de audiência pública​.

§ 1o O Órgão de Meio Ambiente, a partir da data do recebimento do RIMA, fixará em edital e


anunciará pela imprensa local a abertura do prazo que será no mínimo de 45 dias para solicitação de
audiência pública.
§ 2o ​No caso de haver solicitação de audiência pública e na hipótese do Órgão Estadual não
realizá-la, a licença concedida não terá validade​.
§ 3o Após este prazo, a convocação será feita pelo Órgão licenciador, através de correspondência
registrada aos solicitantes e da divulgação em órgãos da imprensa local.
§ 4o A audiência pública ​deverá ocorrer em local acessível aos interessados.
§ 5o Em função da localização geográfica dos solicitantes, e da complexidade do tema, poderá haver
mais de uma audiência pública sobre o mesmo projeto de respectivo Relatório de Impacto Ambiental
- RIMA.
Art. 3o A audiência pública será dirigida pelo representante do Órgão licenciador que, após a
exposição objetiva do projeto e do seu respectivo RIMA, abrirá as discussões com os interessados
presentes.

Art 4o Ao final de cada audiência pública será lavrada uma ata sucinta.
Parágrafo único. Serão anexadas à ata, todos os documentos escritos e assinados que
forem entregues ao presidente dos trabalhos durante a seção.

Art. 5o A ata da(s) audiência(s) pública(s) e seus anexos, servirão de base, juntamente com o RIMA,
para a análise e parecer final do licenciador quanto à aprovação ou não do projeto.

Art. 6o Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ A. LUTZENBERGER - Presidente do Conselho


TÂNIA MARIA TONEL MUNHOZ - Secretária Executiva

NOTA: Resolução aprovada na 15ª Reunião Ordinária do CONAMA, porém só foi referendada pelo
Presidente do Conselho por ocasião da 24ª Reunião realizada em 28 de junho de 1990.
Este texto não substitui o publicado no DOU, de 5 de julho de 1990.
Comentários
Lilian Vieira Miranda Garcia, coordenadora do Parque Nacional dos Campos Gerais e
representante do ICMBio, pediu a suspensão da tramitação do projeto, porque a entidade
“entende que a audiência pública não é suficiente para a ampla discussão do projeto de lei”,
porque o projeto não teria sido apresentado anteriormente ao Conselho da APA.

Da mesma forma o representante da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem (SVPS), Clóvis


Borges, sugeriu que, ao invés de reduzirem a APA da Escarpa Devoniana para o plantio, que se
“procure a indústria que mais vai proteger a região: a do turismo”, disse. “A indústria do turismo
em uma região que produz natureza é o novo negócio”, completou.

O representante das cooperativas dos Campos Gerais, Gaspar João de Geus, destacou que as
cooperativas e os agricultores não querem acabar com a fauna e flora da região, “muito pelo
contrário. Vemos lobo guará nas plantações”. Ele reforçou que o estudo de 1992 precisa ser
revisto. “É muito oportuna essa discussão em uma audiência pública. Há muita coisa sem
critério técnico que foi feita lá atrás. Não quero dizer que o projeto lá atrás foi mal feito. E se o
Estado não teve recursos para o desenvolvimento desse trabalho, porque eu sei que não havia
muitas ferramentas na época, hoje isso é muito mais fácil”.

Para o deputado Marcio Pauliki foi um dia histórico para Ponta Grossa ver todos os deputados
da cidade, cada qual com sua opinião, juntos no debate do tema. Ele, na condição de presidente
da Comissão de Indústria e Comércio, se mostrou favorável à proposta, mas pretende promover
alguma emenda ao projeto. “Não é apenas o tamanho da APA que está em discussão e sim a
possibilidade de fazer o tombamento da APA, que é um grande risco para a produção agrícola
do nosso estado. Afinal de contas congelará a paisagem e os produtores teriam que ser
desapropriados, e hoje a gente fala em mais de 16 mil produtores”, disse.

Para o deputado Rasca Rodrigues a audiência pública tem um significado importante, mas que
àqueles que desejam alterar a APA não conseguiram provar essa necessidade. “O que a
audiência não conseguiu, por parte daqueles que querem alterar o projeto, foi demonstrar
tecnicamente que é necessário, porque o estudo apresentado foi realizado para provar que é
preciso reduzir. O estudo não fundamenta tecnicamente a opinião dos deputados e, na minha
opinião, o Governo do Estado precisa vir a público e se posicionar sobre o assunto”.

Fonte:
http://www.alep.pr.gov.br/sala_de_imprensa/noticias/audiencia-publica-debateu-limites-da-area-de-pr
otecao-ambiental-da-escarpa-devoniana

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