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Presidência da República

Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 29, DE 13 DE SETEMBRO DE 2000

Altera os arts. 34, 35, 156, 160, 167 e 198 da


Constituição Federal e acrescenta artigo ao Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias, para
assegurar os recursos mínimos para o
financiamento das ações e serviços públicos de
saúde.

As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do § 3º do art.


60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional:

Art. 1º A alínea e do inciso VII do art. 34 passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art.34............................................

......................................................"

"VII-..............................................

......................................................"

"e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a


proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e
serviços públicos de saúde." (NR)

Art. 2º O inciso III do art. 35 passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art.35............................................

......................................................"

"III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;" (NR)

Art. 3º O § 1º do art. 156 da Constituição Federal passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art.156................................................................................"

"§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o
imposto previsto no inciso I poderá:" (NR)

"I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e" (AC) *

"II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel." (AC)

"................................................."

Art. 4º O parágrafo único do art. 160 passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art.160............................................"

"Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e os Estados de
condicionarem a entrega de recursos:" (NR)

"I – ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias;" (AC)

"II – ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e III." (AC)

Art. 5º O inciso IV do art. 167 passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art.167...........................................

CNS DEFENDE A REGULAMENTAÇÃO DA EC nº 29

O processo de financiamento está entre os principais problemas enfrentados pelo


Sistema Único de Saúde (SUS) desde a sua criação pela Constituição Federal de 1988
(CF). Isso porque a instabilidade dos parâmetros sobre gastos em saúde coloca em risco
uma das maiores conquistas da sociedade brasileira, comprometendo a prestação de um
serviço de qualidade e acessível a todos.

A aprovação da Emenda Constitucional nº 29, em 2000, representou uma


importante conquista da sociedade para a construção do SUS, pois estabeleceu a
vinculação de recursos nas três esferas de governo para um processo de financiamento
mais estável do SUS, além de regulamentar a progressividade do Imposto Predial e
Territorial Urbano (IPTU), de reforçar o papel do controle e fiscalização dos Conselhos
de Saúde e de prever sanções para o caso de descumprimento dos limites mínimos de
aplicação em saúde.

Apesar de o Artigo 198 da CF, definir, em seu parágrafo 3º, a criação da Lei
Complementar, a ser reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecendo
percentuais, normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas
esferas Federal, Estadual, Municipal e no Distrito Federal, o texto constitucional não
contempla as fontes de recursos federais e a base de cálculo de forma adequada. A falta
de definição do processo de financiamento para depois de 2004 faz necessária à luta
pela regulamentação da Emenda.

Atualmente o Projeto de Lei que está em discussão e seguindo a sua tramitação é


o PLS (Projeto de Lei do Senado) n° 121/2007, de autoria do Senador Tião Viana. Esse
Projeto foi remetido à Câmara dos Deputados e recebeu o número PLP n° 306/2008. O
mesmo consta no Plenário da Câmara e falta ser votado o último destaque da oposição,
sobre a exclusão da definição da base do cálculo de incidência da Contribuição Social
para a Saúde (CSS). O Conselho Nacional de Saúde luta em defesa da regulamentação
da Emenda Constitucional nº 29 e da CSS.

DEFINIÇÃO DOS GASTOS EM SAÚDE


A regulamentação da EC nº 29 permitirá que os recursos aplicados nas ações e
serviços de saúde não sofram "desvio de finalidade", visto que a lei definirá o que
poderá ser considerado como tal, tendo a Resolução 322/2003 do CNS como referência
nesse quesito. Ou seja, será introduzido um componente qualitativo na análise do gasto
com ações e serviços de saúde, visto que, até o momento, o componente quantitativo
(percentual de aplicação) não foi suficiente para garantir a eficácia dos serviços
prestados, alocando-se, em muitos lugares, conforme denúncias recebidas pelo CNS,
despesas de outra natureza para comprovar o cumprimento do percentual mínimo.

Porém, isso tudo poderá ser perdido diante da emenda que retira da base de
cálculo da aplicação mínima em saúde a dedução da receita oriunda do Fundo de
Valorização dos Profissionais de Educação (FUNDEB). Trata-se de um artifício
que desrespeita a proposta originalmente estabelecida na EC 29, visto que a vinculação
deve ocorrer sobre a base "bruta", antes dessa dedução e de qualquer outra dedução,
como forma de priorizar a saúde tanto quanto a educação, nos termos da Constituição
Federal. Com essa redução da base de cálculo, haverá menos recursos para o
financiamento da saúde pública no âmbito dos Estados e Distrito Federal.

Emenda 29
Fixa os percentuais mínimos a serem investidos anualmente em saúde pela União, por
estados e municípios. A emenda obrigou a União a investir em saúde, em 2000, 5% a
mais do que havia investido no ano anterior e determinou que nos anos seguintes esse
valor fosse corrigido pela variação nominal do PIB. Os estados ficaram obrigados a
aplicar 12% da arrecadação de impostos, e os municípios, 15%. Trata-se de uma regra
transitória, que deveria ter vigorado até 2004, mas que continua em vigor por falta de
uma lei complementar que regulamente a emenda.

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