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ESTUDO

HIDROENERGÉTICO
Reservatórios

As características do reservatório são uma consequência natural


do barramento do curso d’água e da topografia a montante deste
barramento.
Tempo de regularização – tr
𝑬𝑬𝒂𝒂
𝒕𝒕𝒓𝒓 =
𝑷𝑷

Tempo de enchimento – te
𝑽𝑽𝒖𝒖
𝒕𝒕𝒆𝒆 =

𝑸𝑸

𝐸𝐸𝑎𝑎 (𝑘𝑘𝑘𝑘ℎ) − 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒é𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑑𝑑𝑒𝑒 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐.
𝑃𝑃(𝑘𝑘𝑘𝑘ℎ) − 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝ê𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛 𝑚𝑚é𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐.
𝑉𝑉𝑢𝑢 (𝑚𝑚3 ) − 𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣 ú𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟ó𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 ℎ𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖ó𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔.
𝑄𝑄 (𝑚𝑚3 ⁄𝑠𝑠) − 𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣ã𝑜𝑜 𝑚𝑚é𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 ℎ𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖ó𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔.
Figura 1 – Curva de te em função de tr para uma região sudeste do Brasil
Figura 2 – Caracterização dos níveis de PCH. a) sem uso de comportas, b)
com regularização diária.
Figura 3 – Níveis de operação e volumes dos reservatórios de regularização
sazonal
volume intermediário ou útil – Vu é o volume de reserva energética a
ser utilizada na regularização;

volume inferior ou morto – Vm é o volume d’água que, em princípio,


nunca será utilizado, pois somente em casos excepcionais poderá o
reservatório ter seu nível abaixo da cota do nível mínimo normal – hmn;

volume superior ou de espera – Ve o qual está limitado por hcn e pela


cota do nível correspondente à cheia exponencial ou máxima
maximorum – hcM – necessitando ser estabelecido antes de Vu.
𝒏𝒏

𝑽𝑽𝒂𝒂 = 𝟎𝟎, 𝟓𝟓 �(𝑨𝑨𝒊𝒊 + 𝑨𝑨𝒊𝒊−𝟏𝟏 )(𝒉𝒉𝒊𝒊 − 𝒉𝒉𝒊𝒊−𝟏𝟏 )


𝒊𝒊=𝟏𝟏

Figura 4 – Esquema mostrando a barragem e as curvas de nível que permitem


determinar os volumes do reservatório.
Figura 5 – Curva cota-volume.
Hidrologia Aplicada à Geração

A hidrologia aplicada à geração objetiva fornecer dados e


métodos para os estudos energéticos, de segurança operativa e
também para outros fins, tais como o sanitário e o ecológico, os
quais são fundamentais para o dimensionamento de sistemas de
baixa e alta pressão, GG, casa de máquinas, sistemas de
transmissão, além da operação da CH.
Hidrologia Aplicada à Geração
Levantamento e Disponibilidade de Dados

EXISTEM INFORMAÇÕES
HIDROLÓGICAS
Levantamento e Disponibilidade de Dados

NÃO EXISTE
Fluviometria

Trata das diversas técnicas de medição de grandezas


características do escoamento, como níveis d’água, velocidades
e vazões. Permite quantificar o regime dos rios caracterizando
suas grandezas básicas e os diversos parâmetros e curvas
representativas.
As grandezas são observadas numa seção localizada no
rio ou canal chamada posto fluviométrico ou estação
fluviométrica, ao qual está associada uma bacia de contribuição.
Além das grandezas já mencionadas (nível d’água, velocidade e
vazão) são também observadas nos postos fluviométricos
grandezas relativas à qualidade das águas. Em geral, no Brasil,
são associadas as unidades de “cm” ou “m” para cotas; para
velocidades “m/s” e; “m³/s” ou “l/s” para as vazões.
A estação fluviométrica é constituída, em síntese, de:
dispositivos para obtenção da cota fluvi-ométrica, seção de
medição de vazão e referências de nivelamento.
A Resolução 396 da ANEEL (04/12/98) estabelece as condições
para implantação, manutenção e operação destas estações.
 Aplicações da Fluviometria

 Projetos de obras de pontes

 Projetos de obras hidráulicas

 Panejamento/controle de enchentes

 Questões ambientais: qualidade das águas

 Gerenciamento dos recursos hídricos


 Instalação da Estação Fluviométrica

Critérios de instalação:

 O acesso ao local de implantação da estação deverá ser


permanente, a fim de que não haja interrupção na
operação da mesma;

 O trecho do rio onde se localizará a estação deverá ser


reto e, se possível, tendo a jusante uma queda ou
corredeira. Entretanto, na seção de medição de vazão, o
escoamento deverá ser laminar (tranqüilo) sem
turbulências ou redemoinhos;

 É recomendável que as margens sejam estáveis e


suficientemente altas para impedir que, nas cheias, o rio
transborde.
Seção de Medição de Vazão (TOPOBATIMETRIA)

É a seção transversal, normal ao curso d'água, demarcada


por estacas, com extensão definida por um ponto de início (PI) e
um de fim (PF), onde são efetuadas as medições de descarga
líquida.
Medição de Vazão

Freqüência das medições de vazão e de declividade da


linha d'água.

Abrangendo pelo menos um ciclo hidrológico

⇒ Durante o período chuvoso → 1 vez por semana


⇒ Durante o período seco → 1 vez a cada 15 dias
Equipamento de campo necessário para a realização das
medições de vazão.

• Molinete
• Contador de rotações
• Cronômetro
• Haste graduada para medir a profundidade

Detalhes dos procedimentos para realização da medição


podem ser encontrados nas “Normas e Recomendações
Hidrológicas - Anexos I, II e III”, publicação do Ministério das
Minas e Energia - Departamento Nacional de Águas e Energia
Elétrica - DNAEE, 1970. As normas foram estabelecidas pelo
Decreto no 60852, de 14 de junho de 1967.
Haste graduada

Molinete
Molinetes
Outras técnicas de medição de vazão em canais abertos

Uso de flutuadores
Outras técnicas de medição de vazão em canais abertos

Uso de flutuadores
Uso de tubo de pitot
Tem a finalidade de medir a velocidade em um ponto da
corrente d`água sendo uma aplicação imediata do teorema de
Bernoulli. Consiste em um tubo encurvado que é mergulhado em
um ponto do curso d`água.
A energia cinética é transformada em energia de
posição e, aplicando o teorema de Bernoulli, podemos
escrever.
Uso de vertedores
É um processo, como os anteriores, empregado para
medição de vazões pequenas e medias em cursos d‘água
naturais ou artificiais. Os vertedores são aberturas ou entalhes de
geometria definida, dispostos transversalmente a corrente e sobre
os quais escoa a água.
Crista ou soleira: É a borda horizontal do vertedor.

Faces: São as bordas verticais.

Carga do vertedor: altura atingida pelas águas acima


da soleira do vertedor e medida como se mostra a figura
abaixo.
Crista ou soleira: É a borda horizontal do vertedor.

Faces: São as bordas verticais.

Carga do vertedor: altura atingida pelas águas acima


da soleira do vertedor e medida como se mostra a figura
abaixo.
→ Para vertedores sem contração

→ Para vertedores com contração

Q → vazão (m³/s)

L → largura do vertedor (m)

h → carga do vertedor (m)


Quando, contudo, a parede do vertedor tem uma
espessura (e = 0,66h), o vertedor é considerado de parede
espessa.
Cota Fluviométrica

A régua de leitura deverá estar localizada na seção de


medição ou próxima desta, na margem do rio, em posição
vertical, fixada a uma estrutura de apoio simples, suficientemente
sólida e estável.
Operação

 A estação deverá ter um observador que, de modo geral, é


morador da região.

 A frequência de leituras das réguas deverá ser diária,


preferencialmente, às 07:00 e às 17:00 horas.

 Em caso de uma enchente ultrapassar o lance de régua, o


observador deverá marcar com uma pequena estaca a altura
atingida.
Referências de Nivelamento

Na estação fluviométrica, deverão ser implantadas duas


Referências de Nível, RRNN, para verificação da posição dos
lances da régua. Elas localizar-se-ão próximo à régua, a fim de
facilitar os nivelamentos periódicos. As RRNN deverão ser,
preferencialmente, constituídas de parafusos, vergalhões ou
calotas de bronze, chumbadas em blocos de concreto.

Exemplo de RRNN instaladas segundo os padrões da ANA.


Deverão também ser instalados marcos, para montante e
para jusante da estação, objetivando a determinação da
declividade da linha d'água no trecho, cuja distância entre o
marco e a seção de medição deverá ser a maior entre as
seguintes alternativas:

duas vezes a largura da seção transversal do rio;


50 metros, no mínimo;
distância suficiente para que se possa, com segurança, medir
o desnível com a precisão do aparelho topográfico utilizado.

Todas as RNs, deverão ser amarradas ao sistema


planialtimétrico do projeto.
Curva Chave

A curva-chave é uma representação gráfica da relação que


existe entre a descarga medida e a leitura simultânea de régua.
Esta relação é uma função que envolve características
geométricas e hidráulicas da seção de medições e do trecho do
curso d’água considerado.

Q → vazão líquida, em m³/s;

h → leitura de régua correspondente à vazão Q, em m;

h0 → leitura de régua correspondente à vazão Qo, nula, em m;

a e b → constantes, determinadas para o local.


ESTRAPOLAÇÃO DA CURVA-CHAVE

A relação leitura x descarga deve ser definida em todo o


intervalo de variação das leituras de régua. Dispõe-se,
geralmente, de poucas medições em leituras altas, quando
ocorrem as cheias. Como esta é a faixa de interesse para o
dimensionamento das obras hidráulicas, a curva-chave deve ser
extrapolada no seu ramo superior.
Método logarítmico: método simples, aplicável em rios
com seção transversal muito regular e com um único controle. As
medições devem ser plotadas em papel di-log, onde o trecho a
extrapolar se ajusta a partir da equação da reta:
Método de Stevens: a aplicação é adequada em rios
largos, onde o raio hidráulico pode ser considerado igual à
profundidade média do escoamento. O método apresenta a
fórmula de Chézy separada nos fatores geométrico e de
declividade:

(fórmula de Chézy)
→ Fator geométrico


→ Fator de declividade
Bacia Hidrográfica

Bacia hidrográfica de um rio é o volume do cilindro vertical


reto e tudo nele contido, inferiormente limitado por sua área de
drenagem com altura tal que contenha a maior obra natural ou
artificial existente dentro dos limites do cilindro.
Caracterização Fisiográfica da Bacia

As principais características:

⇒ Área de drenagem
⇒ Perímetro
⇒ Forma da bacia
⇒ Densidade de drenagem
⇒ Declividade do rio
⇒ Tempo de Concentração
ÁREA DE DRENAGEM, A

É a área, em planta, da superfície do solo que contém o rio


e seus afluentes, delimitada pela linha divisória de águas ou linha
de cumeada capaz de coletar a água das precipitações e
conduzi-las ao rio. Por outro lado, denomina-se área de
drenagem em uma seção P de interesse de um rio a parte da
área de drenagem deste rio a montante da seção de interesse.
PERÍMETRO, P

É o comprimento linear do contorno do limite da bacia,


expresso geralmente em km.
FORMA DA BACIA

Para a caracterização da forma de uma bacia são


utilizados índices que buscam associá-la com formas geométricas
conhecidas.

 Índice ou coeficiente de compacidade, Kc

É a relação entre perímetro da bacia e a circunferência de um


círculo de área igual à da bacia
 O índice de conformação ou fator de forma, Kf

O índice de conformação relaciona a forma da bacia com um


retângulo

L → comprimento axial da bacia, ou comprimento total do curso


d’água principal, em km;

A → área de drenagem da bacia, em km².


DENSIDADE DE DRENAGEM, Dd

A densidade de drenagem é a relação entre o comprimento


total dos cursos d'água de uma bacia e a sua área total. Este
índice fornece uma indicação da eficiência da drenagem, ou seja,
da maior ou menor velocidade com que a água deixa a bacia
hidrográfica.

LT → comprimento total dos cursos d'água da bacia, em km;

A → área de drenagem da bacia, em km².


Dd > 3,5 km/km² → Bacias bem drenadas

Dd < 0,5 km/km² → Bacias de drenagem pobre


DECLIVIDADE DO RIO

A velocidade de escoamento de um rio depende da


declividade dos canais fluviais. Quanto maior a declividade, maior
será a velocidade de escoamento e mais pronunciados e estreitos
serão os hidrogramas.

S → declividade média, em m/km;

H → diferença entre cotas do ponto mais afastado e o


considerado, em m;

L → comprimento axial da bacia, ou, comprimento total do curso


d’água principal, em m.
TEMPO DE CONCENTRAÇÃO
O tempo de concentração mede o tempo necessário para
que toda a bacia contribua para o escoamento superficial numa
seção considerada, ou seja, é o tempo em que a gota que se
precipita no ponto mais distante da seção transversal considerada
de uma bacia, leva para atingir essa seção.

tC → tempo de concentração, em horas;

H → diferença entre cotas do ponto mais afastado e o


considerado, em m;

L → comprimento axial da bacia, ou comprimento total do curso


d’água principal, em km.
Complementação de séries

A falta de dados diários, implica em falhas nos dados


mensais e anuais. A falta destes dados pode invalidar futuros
estudos, particularmente hidrenegéticos.
Através de outro posto fluviométrico próximo,
preferencialmente de mesma bacia, semelhante, sob todos os
aspectos, entre as respectivas áreas de drenagem.

𝑞𝑞𝑖𝑖 (𝑡𝑡) − 𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣ã𝑜𝑜 𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢á𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 𝑛𝑛𝑛𝑛 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖 𝑛𝑛𝑛𝑛 𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖 𝑡𝑡
𝑞𝑞𝑠𝑠 (𝑡𝑡) − 𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣ã𝑜𝑜 𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢á𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 𝑛𝑛𝑛𝑛 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠ℎ𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 𝑛𝑛𝑛𝑛 𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖 𝑡𝑡
Transposição de vazões
Regularização de Vazões

 Em períodos de estiagens, as demandas de água (e.g.,


abastecimento, irrigação, etc.) são maiores que a oferta;

 Há necessidade de armazenar água durante a estiagem


para suprir as demandas no período.

O armazenamento é feito principalmente em


reservatórios (açudes);

 O dimensonamento do reservatório é objetivo do tópico;


Regularização de Vazões

A vazão de regularização é a variável utilizada em projetos de


barragens para atender demandas tais como:

 abastecimento humano;

 irrigação;

 hidroelétrica;

 navegação;

 recreação;

 evaporação do lago (depois de construído).


Lei de Regularização:
Costuma-se chamar de lei de regularização a
função:
Qr (t )
y (t ) = y(t) ≤1
Qm
Onde:
Qr (t) = vazão de regularização = ∑ Qdemanda
Qm = vazão média = (1/n).∑ Qnaturais,
para n = no de meses

Conhecidas as vazões naturais [Qi(t)] e a


lei de regularização y(t), a vazão Qr e a
capacidade mínima do reservatório podem ser
determinadas.
Regularização de Vazões

Qi

Qr

J F M A M J J A S O N D

Na figura acima o período entre Abril e Setembro as


vazões naturais Qi são menores que a vazão de
regularização Qr.

Há necessidade de se armazenar água para atender a


vazão de regularização no período mencionado
Regularização de Vazões

O volume de armazenamento deve ser igual ao volume do


período Abril a Setembro que é a área achurada na figura
abaixo.

Qi

Qr

J F M A M J J A S O N D
Regularização de Vazões

Matematicamente, a capacidade do reservatório é a área


achurada que é dada pela área do retângulo – a área sob a
curva das vazões, i.e.,
Área do retângulo = O volume necessário Vn para manter a
vazão Qr durante estes meses é :

Vn = Qr (∆t ABR + ∆t MAI + ∆t JUN + ∆t JUL + ∆t AGO + ∆t SET )

Área sob a curva das vazões: O volume afluente Va ao


reservatório neste período é:
Va = Qabr ∆t abr + Qmai ∆t mai + Qabr ∆t abr + Qmai ∆t mai + Qago ∆t ago + Qset ∆t set

E a capacidade (Cr) mínima do reservatório: Cr = Vn − Va


Regularização de Vazões

Considerando o tempo do mês constante, pode-se


escrever:
Cr = t ⋅ (n ⋅ Qr − ΣQa )

Onde:
Q é em m3/s;

t é o tempo de um mês em segundos, ou


seja, t=2,592 . 106 s = 30x24x3600 s;

n é o número de meses em que Qr > Qa .


Exercício
1. Com base nos dados de vazões Mês Q(m3/s)
mostrados, qual o volume mínimo Jan 9,13
que deve ter o reservatório para Fev 5,76
manter uma vazão Qr = 3,8 m3/s? Mar 5,43
Abr 3,74
Mai 3,45
Jun 2,94
Jul 2,61
Ago 3,65
Set 2,21
Out 2,79
Nov 4,45
Dez 5,96
Regularização de Vazões

A máxima vazão que pode ser regularizada


é a vazão média da bacia ou y(t) = 1.

Suponha que as vazões naturais fossem


acumuladas no tempo N (figura abaixo).
Qa acumuladas ∑Qa

α t (mês)
N
Regularização de Vazões
A tangente do ângulo α é a vazão média

tg(α) = ∑Qa / N = Qm

Qa acumuladas
∑Qr1
Se Qr > Qm então o
reservatório não vai
∑Qa atender a demanda
total todo o tempo
porque ∑Qr > ∑Qa
∑Qr2

α1 α2
α
t (mês)
N
Exercício
2. Com base nos dados de vazões
mostrados, qual a tangente do ângulo Mês Q(m3/s)
cuja declividade é igual a vazão média?
Jan 9,13
Fev 5,76
3. Qual a máxima vazão que pode ser
regularizada? Mar 5,43
Abr 3,74
4. Qual a capacidade do reservatório para Mai 3,45
atender a vazão média? Compare o Jun 2,94
resultado com Qr = 3,8 m3/s do exercício
1; Jul 2,61
Ago 3,65
5. Se a vazão Qr = 5 m3/s qual a Set 2,21
capacidade do reservatório? Será que a Out 2,79
vazão seria atendida todo o tempo?
Nov 4,45
Explique.
Dez 5,96
Reservatório
Formação de reservas no período úmido para serem na
complementação das demandas na estação seca.

Precipitação Pt Evaporação Et

Área At
Vazão Afluente
Qat Volume Vt
Vazão Efluente
Qet
Cota ht
Nível de
referência
Vt+1= Vt + Qat – Qet – Qvt + (Pt - Et) . At
ou Datum
Reservatório
Volume Total (VTotal): todo o volume de água;
Volume morto (Vmorto): varia de 10% a 15% do volume total;
Volume Útil (Vútil): Volume total menos o volume morto.

Volume Útil

Volume Morto

O volume morto é mantido no reservatório por razões


técnicas tais como qualidade da água, vida aquática, cota
mínima para bombeamento, etc.
Volume do Reservatório
 O volume necessário deve ser o ideal para que a
demanda seja suprida em todo o ano.
 O volume em azul é o que sobra por mês;
 O volume em vermelho é que falta por mês.

Vi

Vnecessário

Vmorto
J F M A M J J A S O N D
Diagrama de Massas ou de Rippl
O diagrama de massas ou diagrama de Rippl é definido
como a integral do fluviograma mensal.

É um diagrama de vazões ou volumes acumulados,


resultando, geralmente, num gráfico como o mostrado na
figura abaixo, o qual é conhecido como diagrama de
massas ou de Rippl.

VAC(m3)

J F M A M J J A S O N D t(meses)
Diagrama de Massas ou de
Rippl
 As tangentes em cada ponto do diagrama de massas,
em volume, dão as vazões médias no intervalo de tempo
considerado.
Va, Vr acumulados
D

C
B

A t (meses)
t1 Período crítico t2 T
Diagrama de Massas ou de
Rippl
 Supondo que y(t) = 1 ou Qr = Qm, pode-se ver que as
retiradas acumuladas de B a C são maiores que as
afluências, deplecionando o reservatório no período;

 Desse modo, os pontos B e C são críticos e podem ser


utilizados para definir a capacidade do reservatório
Va, Vr
acumulados D

C
B

A t1 t2 t
T
Período Crítico (meses)
Diagrama de Massas ou de
Rippl
• O Volume do reservatório para regularizar Qr = Qm é dado por:

Vr = δ1 + δ2
Va, Vr acumulados
D

δ1
δ2
C
B
δ1

A t (meses)
t1 Período crítico t2 T
Exercício
6. Utilizando o diagrama de Rippl e Mês Q(m3/s)
com base nos dados de vazões Jan 9,13
mostrados, qual o volume que Fev 5,76
deve ter o reservatório para Mar 5,43
atender uma vazão de Abr 3,74
regularização igual a vazão média Mai 3,45
da bacia? Jun 2,94
Jul 2,61
Ago 3,65
Set 2,21
Out 2,79
Nov 4,45
Dez 5,96
Método gráfico de Conti-Varlet
Método gráfico de Conti-Varlet
Método gráfico de Conti-Varlet
Posto fluviométrico de Ouro Preto – Bacia do
rio São Francisco
Posto fluviométrico de Ouro Preto – Bacia do
rio São Francisco
Posto fluviométrico de Ouro Preto – Bacia do
rio São Francisco
Regularização em cascata
Regularização em cascata
 Distribuição de Gumbell
 Distribuição de Gumbell
 Distribuição de Gumbell

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