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Dimensionamento da Rede

Coletora de Esgotos

Profª Marianny Monteiro


Rede de Esgoto - Dimensionamento

Após a definição do traçado, numeração dos trechos e


indicação do sentido de escoamento da rede de esgoto:
a)Cálculo da vazão a ser esgotada nas etapas inicial e final do
projeto;
b)Cálculo e preenchimento da planilha de dimensionamento.
Cálculo da Vazão de Esgoto Sanitário

Vazão de esgoto sanitário de início de plano


Equações utilizadas no cálculo das vazões
de início e final de plano

Qi Qdi Qindi Qinf


Em que:
Qi = Vazão do esgoto sanitário inicial (L/s);
Qdi = Vazão doméstica de início de plano (L/s);
Qind = Vazão industrial (L/s);
Qinf = Vazão de infiltração
Cálculo da Vazão de Esgoto Sanitário

Vazão de esgoto sanitário de início de plano

C x Pi x qi x K
Qi 2
Qind Qinf
86400
Em que:
Qdi (L/s)
Pi = População de início de plano ( hab);
qi = Per capita inicial (L/hab.dia); Vazão doméstica inicial
K2 = Coeficiente de máxima vazão horária;
C = Coeficiente de retorno;
Tinf = Taxa de infiltração (L/s.Km);
Li = Comprimento da rede no início do plano (Km)
Cálculo da Vazão de Esgoto Sanitário

Vazão de esgoto sanitário de início de plano


A vazão doméstica de início de plano também pode ser calculada
em termos de área esgotada e densidade populacional:

C x ai x di x qi x K
Qi 2

86400
Em que:
ai = área esgotada de início de plano, ha ;
di = densidade populacional de início de plano , em habitantes por
hectares (hab/ha)
Cálculo da Vazão de Esgoto Sanitário

Vazão de esgoto sanitário de final de plano

Qf Qdf Qindf Qinf

Em que:
Qf = Vazão do esgoto sanitário final (L/s);
Qdf = Vazão doméstica de final de plano (L/s);
Qind = Vazão industrial (L/s);
Qinf = Vazão de infiltração
Cálculo da Vazão de Esgoto Sanitário

Vazão de esgoto sanitário de final de plano

Qf C x Pf x qf x K x K 1 2
Qind Qinf
86400
Em que:
Pf = População de final de plano ( hab); Qdf (L/s)
qf = Per capita final (L/hab.dia); Vazão doméstica final
K1 = Coeficiente de máxima vazão diária;
K2 = Coeficiente de máxima vazão horária;
C = Coeficiente de retorno;
Tinf = Taxa de infiltração (L/s.Km);
Lf = Comprimento da rede no final do plano (Km)
Cálculo da Vazão de Esgoto Sanitário

Vazão de esgoto sanitário de final de plano

A vazão doméstica de final de plano também pode ser


calculada em termos de área esgotada e densidade
populacional:

C x af x df x qf x K x K
Qf 1 2

86400
Em que:
af = área esgotada de final de plano, ha ;
df = densidade populacional de final de plano , em
habitantes por hectares (hab/ha).
Cálculo da Vazão de Esgoto Sanitário

A vazão do esgoto sanitário (início


ou final de plano) corresponde à
contribuição total da área a ser
atendida
Cálculo e Preenchimento da Planilha
de Dimensionamento
Alternativa de planilha de dimensionamento
a) Coluna 1 -Trechos

São anotados
trechos, de acordo os com a
numeração estabelecida
númerosno
traçado da rede coletora
dos
b) Coluna 2 - Comprimento

São anotados os valores, em


metros, dos comprimentos
dos trechos da rede.
c) Coluna 3 – Taxa de contribuição linear inicial
(Txi)
Qi
Txi
LT
Qdi
Txi Tinf
LT
Em que
Tinf = taxa de contribuição de infiltração (L/s.m ou
: L/s.Km);
LT = Comprimento total da rede coletora;
Qi = Vazão do esgoto sanitário inicial (L/s);
c) Coluna 3 – Taxa de contribuição linear Final (Txf)

Qf
Txf
LT
Qdf
Txf Tinf
LT
Em que:
Tinf = taxa de contribuição de infiltração (L/s.m ou
L/s.Km);
LT = Comprimento total da rede coletora;
Qf = Vazão do esgoto sanitário final (L/s);
d) Coluna 5 – Vazão do trecho no início do plano (Qti)

Qti

Txi x Lt

Em que:
Txi =
d) Coluna 5 – Vazão do trecho no final do plano (Qtf)

Qtf

Txf x Lt

Em que:
Txf =
e) Coluna 4 – Vazão montante (Qm)
e) Coluna 4 – Vazão montante (Qm)
Caso 1: Trecho de cabeceira (Qm = 0)
A vazão de montante (Qm) no primeiro trecho do coletor
(trecho de cabeceira) é igual à zero, já que não existem
contribuições anteriores, exemplo:
e) Coluna 4 – Vazão montante (Qm)
Caso 2: Outros trechos
Quando um trecho da rede recebe contribuição de um ou mais
trechos, a vazão de montante é:

Igual à vazão de jusante (Qj) do trecho anterior, exemplo:

Qm com 1(uma) contribuição de esgotos


e) Coluna 4 – Vazão montante (Qm)
Caso 2: Outros trechos
Igual à soma das vazões de jusante dos trechos anteriores,
exemplos:

Qm com 2(duas) contribuições de esgotos


e) Coluna 4 – Vazão montante (Qm)

Caso 2: Outros trechos

Qm com 3 (três) contribuições de esgotos


f) Coluna 6 – Vazão jusante (Qj)

Equação:
Qj = Qm +
Qt
f) Coluna 6 – Vazão jusante (Qj)

Qj com 1(uma) contribuição de esgotos


f) Coluna 6 – Vazão jusante (Qj)

Qm com
2(duas) contribuições de
esgotos
f) Coluna 6 –
Vazão jusante (Qj)

Qm com 3
(três) contribuições de
esgotos
g) Coluna 7 – Vazão de Projeto (Qp)

Podem ocorrer dois casos:


Caso 1: Adotar 1,5 L/s,
quando a vazão de jusante for
menor que esse valor;
Caso 2: Utilizar o valor da
vazão de jusante quando este
valor for maior ou igual a 1,5
L/s.
g) Coluna 7 – Vazão de Projeto (Qp)
Exemplo desses dois casos:
h) Coluna 9 – Declividade de projeto (Ip)

É necessário calcular a
declividade do terreno (It) e a
declividade mínima (Imín) do
coletor, devendo adotar o valor
que resulte em menor escavação
do terreno.
Atendendo aos critérios de
dimensionamento da lâmina
líquida (Y/D), da tensão trativa e
da velocidade crítica.
h) Coluna 9 – Declividade de projeto (Ip)
Declividade do terreno (It) (m/m)

CTM -
It Declividade mínima (Imín) (m/m)
CTJ
Imín 0,0055 x Qpi -

Em que:
Lt 0,47

CTM = cota do terreno de montante; CTJ = cota


do terreno de jusante;
Lt = Comprimento do trecho;
Qpi = vazão de trecho de início de plano (l/s)
h) Coluna 9 – Declividade de projeto (Ip)

Normalmente, o dimensionamento é iniciado


com o menor valor da declividade.

Caso esse valor resulte em elevada profundidade


(coluna 14) ou não atenda o valor do recobrimento, é
recomendado que a declividade de projeto seja
alterada para o valor no intervalo Imín ≤ Ip < It
i) Coluna 8 – Diâmetro do coletor (D)
 Para o
(cabeceira)
primeiro deve ser utilizadotrecho
o diâmetro
do
mínimo
coletorestabelecido no projeto (100
mm, NBR 9649/1986 ou 150 mm
usado
em algumas companhias de saneamento)
 Nos demais trechos do coletor
deve
ser utilizado diâmetro igual ou maior do
que o do coletor contribuinte ao
PV montante.
 O valor casodonãodiâmetro
modificado atenda a pode
relação
sera velocidade final e a tensão trativa.
Y/D,
i) Coluna 8 – Diâmetro do coletor (D)

𝑄𝑓 3
𝑑𝑜 =0 , 3145 . ( )
1
8
𝐼𝑜 2
j) Coluna 10 – Altura da lâmina liquida (Y/D)

Q
Calcular a relação:
Qp
Ir na tabela 1- Dimensionamento e
verificação das tubulações de
esgoto
j) Coluna 10 – Altura da lâmina liquida (Y/D) de início
e final de plano.
Tabela 1- Dimensionamento e verificação das tubulações de
esgoto

Exemplo : Q/Qp = 0,62 >> Y/D = 0,57


j) Coluna 10 – Altura da lâmina liquida (Y/D)

Caso o valor da relação Y/D seja maior que 0,75,


ou seja não atender a NBR 9649/1986, deve ser
utilizado diâmetro maior e repetido o procedimento
para determinar Y/D.

 Caso o valor da relação Y/D atenda a NBR


9649/1986,
anotar o valor na coluna 10.
k) Coluna 11 – Velocidade final de escoamento (Vf) de
início e final de plano.

Anotar o valor da relação


V
Vp

V
l) Coluna 12 – Cota do terreno

São anotados as cotas do


terreno a montante (CTM) e
cota do terreno a jusante
(CTJ)

São obtidas na planta com o


traçado da rede coletora de
esgoto
m) Coluna 13 – Cota do coletor

Verificar os casos:
Dimensionamento

m) Coluna 13 – Cota do coletor


Caso 1- Cota do coletor a montante (CCM)
no trecho inicial ou de cabeceira.

Expressão:
CCM = CTM - PM
m) Coluna 13 – Cota do coletor
Caso 1- Cota do coletor a montante (CCM)
no trecho inicial ou de cabeceira.
PM= Profundidade de montante

PM= R + D
Onde:
R = recobrimento de no mínimo 0,60 e 0,90 m para coletor
assentado no passeio e na rua, respectivamente;
D = Diâmetro em metro
m) Coluna 13 – Cota do coletor
Caso 2- Cota do coletor a jusante (CCJ).

CCJ = CCM – (Ip x Lt)

PM =

CCJ do trecho 1.1


m) Coluna 13 – Cota do coletor
Caso 2- Cota do coletor a jusante (CCJ).

CCJ = CCM – (Ip x Lt)

Em que:
CCM = cota do coletor a
montante; Ip = declividade de
projeto;
Lt = comprimento do trecho.
m) Coluna 13 – Cota do coletor
Caso 3- Cota do coletor a montante (CCM) – 1 entrada e
1 saída.
Quando o trecho da rede coletora de esgoto possuir
apenas 1 contribuição, a CCM é igual a CCJ do trecho
anterior, conforme mostrado no esquema:

=1,2
m) Coluna 13 – Cota do coletor
Caso 4- Cota do coletor montante – 2 ou 3
de entradas e 1 saída (CCM).

Quando o trecho da rede coletora possuir 2 ou 3


contribuições no poço de visita, a cota do coletor a
montante será igual à menor CCJ entre os trechos
anteriores.
m) Coluna 13 – Cota do coletor
Caso 4- Cota do coletor montante – 2 ou 3
de entradas e 1 saída (CCM).
n) Coluna 14 – Profundidade do coletor
n) Coluna 14 – Profundidade do coletor
Caso 1- Profundidade de montante (PM)-Início
de trecho
PM = R + D

Adotar o recobrimento de no mínimo 0,60 e 0,90


m
para coletor assentado no passeio e na
n) Coluna 14 – Profundidade do coletor
Caso 2- Profundidade a jusante (PJ)
É calculada por:

PJ = CTJ - CCJ
n) Coluna 14 – Profundidade do coletor
Caso 3- Profundidade de montante (PM)- 1 entrada e
1 saída.

PM1.2 = PJ1.1
n) Coluna 14 – Profundidade do coletor
Caso 4- Profundidade de (PM)- até 3
montante entradas e 1 saída.

A profundidade de montante para um trecho que


recebe 2 ou 3 contribuições é igual à
profundidade de jusante entre os maior
contribuintes. trechos
Dimensionamento

n) Coluna 14 – Profundidade do coletor


Caso 4- Profundidade de (PM)- até 3
montante entradas e 1 saída.

2 entradas e 1 saída.
o) Coluna 15 – Profundidade da singularidade de jusante

Caso 1- Trecho inicial(cabeceira) é


igual ao valor da profundidade a
jusante do coletor.

 Caso 2 -2 a 3 trechos contribuintes


A profundidade da singularidade é
igual à maior profundidade de jusante
entre os coletores contribuintes.
p) Coluna 16 – Tensão trativa.
O Valor de Y/D (coluna 10) é
utilizado na tabela 11 para verificar
o valor de β;
p) Coluna 16 – Tensão trativa.
Tabela 11- Raio Hidráulico (RH)
 Calcular a tensão trativa
na
seguinte expressão: Em que:
x Rh x
= Tensão trativa Pa;
Ip
> 1 Pa = Peso
especifico do
líquido, N/m;
Rh = Raio hidráulico, m;
Ip = Declividade de
projeto da tubulação, m/m
q) Coluna 17 – Velocidade crítica

Expressão:

Vc 6 x Rh.g
Em que:
Vc = velocidade crítica, m/s;
g = aceleração da gravidade, (9,8 m/s2) m/s2;
RH = raio hidráulico.

Segundo a NBR 9649/1986, quando a velocidade


final vf é superior a velocidade crítica vc , a maior
lâmina admissível deve ser 50 % do diâmetro do
coletor, assegurando-se a ventilação do trecho.

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