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AULA 8

ECLUSAS

Fonte: Portal Marítimo

24/10/2021 Disciplina: Portos e Vias Navegáveis


Prof. Manolo Caramez
Portos e Vias Navegáveis
Prof. Manolo Caramez

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• O sistema hidráulico mais conhecido e utilizado para a transposição


de desníveis é por meio de eclusas. O funcionamento desse tipo de
sistema consiste no enchimento e esvaziamento, com água, de uma
estrutura com comportas nas extremidades.

• Quando o nível da eclusa atinge a cota de montante ou de jusante, a


respectiva comporta é aberta para permitir a entrada ou saída da
embarcação. A operação de enchimento ou esvaziamento pode ser
efetuada por bombeamento ou por gravidade.
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Fonte: BATTISTON (2013)


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Definições (Glosário Hidroviário/2017 – Diretoria de Infraestrutura


Aquaviária/DNIT)

Eclusa:

• “É uma obra de engenharia que permite que embarcações superem


desníveis em cursos de água, ou seja, subam ou desçam os rios ou
mares em locais onde há desníveis. São normalmente construídas em
barragens, quedas de águas, corredeiras ou hidrelétricas.”
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Definições (Glosário Hidroviário/2017 – Diretoria de Infraestrutura


Aquaviária/DNIT)

Eclusagem:

• “É a operação realizada na eclusa para que as embarcações


ultrapassem o desnível decorrente de barragens, quedas de águas,
corredeiras ou hidrelétricas.”
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Atualmente existem 8 eclusas sob responsabilidade do DNIT, sendo:

Eclusa de Amarópolis

A barragem/eclusa de Amarópolis teve sua obra iniciada em 1971 e concluída


em dezembro de 1974. Situa-se na margem esquerda do Rio Jacuí, perto da
Vila de Santo Amaro, entre os municípios de General Câmara e Butiá (RS). A
implantação dessa infraestrutura correspondeu à primeira etapa da canalização
do Rio Jacuí, sendo de vital importância para a navegação comercial no Jacuí
possibilitando-a até a cidade de rio Pardo. Atualmente, possui o maior volume
de tráfego no âmbito das eclusas sob administração da AHSUL (Administração
Hidroviária do Sul).
Fonte: DNIT (2018)
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Eclusa de Amarópolis

Juntamente com as barragens eclusadas do Anel de Dom Marco, no município


de Rio Pardo (RS), e Fandango, em Cachoeira do Sul (RS), propiciam um
estirão navegável de aproximadamente 300 km ao longo do rio Jacuí,
permitindo, em qualquer época do ano, a navegação até os portos de Estrela,
no rio Taquari, Rio Grande - porto marítimo na extremidade sul da Lagoa dos
Patos, e Santa Vitória do Palmar, no extremo sul do estado e do país,
proporcionando cerca de 880 km de vias navegáveis interiores no Rio Grande
do Sul.

Fonte: DNIT (2018)


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Eclusa de Amarópolis – Dados Gerais:

• Desnível máximo: 5,00 m


• Comprimento da câmara: 120,00 m
• Largura da câmara: 17,00 m
• Calado permissível da câmara: 2,5 m

Fonte: DNIT (2018)


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Eclusa de Amarópolis

Fonte: DNIT (2018)


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Eclusa de Bom Retiro do Sul

A barragem/eclusa de Bom Retiro do Sul - única existente no Rio Taquari - teve


sua construção iniciada em 1958 e após paralização das obras por diversos
anos, foi concluída e inaugurada em 1976.

Permite a ligação hidroviária desde o porto rodo-hidro-ferroviário de Estrela até


os portos de Porto Alegre e Rio Grande, entre outros.

Fonte: DNIT (2018)


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Eclusa de Bom Retiro do Sul – Dados Gerais:

• Desnível máximo: 11,80 m


• Comprimento da câmara: 120,00 m
• Largura da câmara: 17,00 m
• Calado permissível da câmara: 2,5 m

Fonte: DNIT (2018)


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Eclusa de Bom Retiro do Sul

Fonte: DNIT (2018)


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Eclusa do Anel de Dom Marco

A construção da barragem/Eclusa de Dom Marco teve início em 1966 e


conclusão em 1972. Se localiza na margem esquerda da Hidrovia do Jacuí, a
cerca de 25 km da cidade de Rio Pardo (RS). A barragem e a eclusa não são
integradas, distando 8 km uma da outra.

Pertencendo à Hidrovia do Mercosul, é de vital importância para o estado do Rio


Grande do Sul, destacando-se o intenso transporte de areia, por meio de balsas
autopropulsadas.

Juntamente com as barragens eclusadas de Amarópolis, no município de


General Câmara (RS), e Fandango, em Cachoeira do Sul (RS), propiciam um
estirão navegável de aproximadamente 300 km ao longo do rio Jacuí.
Fonte: DNIT (2018)
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Eclusa do Anel de Dom Marco – Dados Gerais:

• Desnível máximo: 7,10 m


• Comprimento da câmara: 120,00 m
• Largura da câmara: 17,00 m
• Calado permissível da câmara: 2,5 m

Fonte: DNIT (2018)


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Eclusa do Anel de Dom Marco

Fonte: DNIT (2018)


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Eclusa de Jupiá

Inaugurada em 15 de janeiro de 1998, a eclusa de Jupiá localiza-se no rio


Paraná, no município de Três Lagoas (MS), na divisa entre os estados de São
Paulo e Mato Grosso do Sul. Faz parte da hidrelétrica Engenheiro Souza Dias,
construída em 1974.

Dados Gerais:
• Desnível máximo: 26,00 m
• Comprimento da câmara: 210,00 m
• Largura da câmara: 17,00 m
• Calado permissível da câmara: 5 m (máximo)
• A eclusa está ligada à barragem da UHE.

Fonte: DNIT (2018)


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Eclusa de Jupiá

Fonte: DNIT (2018)


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Eclusa de Tucuruí

Com a construção da Hidrelétrica (UHE) de Tucuruí e de sua barragem, obras


realizadas entre 1974 e 1984, surgiu a necessidade de implantar um Sistema de
Transposição de Desnível (eclusas) no Rio Tocantins, com o objetivo de permitir
a navegação entre Belém e Marabá/PA.

Fonte: DNIT (2018)


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Eclusa de Tucuruí

As obras de construção do Sistema de Transposição de Desníveis tiveram início


em 1981 e, devido à sucessivas paralizações ao longo de três décadas, sua
inauguração se deu em 30 de novembro de 2010. O sistema vence um desnível
total de cerca de 72 m, sendo composto por duas eclusas e um canal
intermediário de 5.500 metros de extensão, o qual viabiliza a realização de
manobras e cruzamentos de comboios e embarcações. Cada eclusa possui
uma câmara de 210 metros de comprimento, 33 metros de largura e 5 metros
de calado, sendo que ambas as eclusas podem operar de forma totalmente
independente.

Fonte: DNIT (2018)


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Eclusa de Tucuruí

A Eclusa 1 ou Eclusa de Montante, que está ligada à barragem da UHE de


Tucuruí, permite a ligação entre o Canal Intermediário e o lago da barragem de
Tucuruí, vencendo um desnível de 36,5 metros. O Canal intermediário é
formado por diques de terra e tem largura mínima de 140m e 5.500m de
extensão. A Eclusa 2 ou Eclusa de Jusante permite a ligação entre o Canal
Intermediário e o leito do rio Tocantins, vencendo um desnível de 35 metros.

O sistema pode atender comboios de 200 metros de comprimento, 32 metros de


largura e 3 metros de calado, com capacidade para 19 mil toneladas de carga.
Sua construção visou o aproveitamento dos rios Tocantins e Araguaia, ligando o
porto de Belém (PA) à região do alto Araguaia numa extensão de mais de 2.000
km.
Fonte: DNIT (2018)
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Eclusa de Tucuruí – Dados Gerais:

• Desnível máximo: cerca de 72 m, sendo 36,50 m (Eclusa 1) e 35,00 m


(Eclusa 2).
• Comprimento da câmara de cada eclusa: 210,00 m
• Largura da câmara de cada eclusa: 33 m
• Calado permissível da câmara de cada eclusa: 5 m

Fonte: DNIT (2018)


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Eclusa de Tucuruí

Fonte: DNIT (2018)


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Eclusa de Tucuruí

Fonte: CASTRO (2012)


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Eclusa de Tucuruí

Fonte: CASTRO (2012)


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Eclusa de Tucuruí

Fonte: CASTRO (2012)


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Eclusa de Tucuruí

Fonte: CASTRO (2012)


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Eclusa de Tucuruí

Fonte: CASTRO (2012)


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Eclusa de Tucuruí

Fonte: CASTRO (2012)


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Eclusa de Tucuruí

Fonte: CASTRO (2012)


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Eclusa de Tucuruí

Fonte: CASTRO (2012)


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Mapa das Principais Barragens e Eclusas do Brasil – Ministério da Infraestrutura


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Mapa dos Principais Rios Navegáveis do Brasil – Ministério da Infraestrutura


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Sistemas hidráulicos

• Câmara única (eclusas simples);

Fonte: BATTISTON (2013)


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Sistemas hidráulicos

• Câmara única (eclusas simples);


• Câmaras múltiplas: em que a porta de jusante da câmara de montante
coincide com a porta de montante da câmara de jusante e o enchimento da
câmara inferior é feito com o esgotamento da câmara superior;
• Escadas de eclusas: formadas por uma série de câmaras simples ligadas por
canais de navegação intermediários;
• Eclusas germinadas: constituídas de duas câmaras em paralelo, ligadas por
um circuito hidráulico que permite o enchimento de uma a partir do
esvaziamento da outra.

Fonte: BATTISTON (2013)


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Sistemas mecânicos

• Elevadores verticais: embarcações vencem o desnível, normalmente,


flutuando dentro de câmaras, munidas de portas deslocadas verticalmente;

Eclusa de elevador – Bélgica (desnível de 73m)


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Sistemas mecânicos

• Elevadores verticais: embarcações vencem o desnível, normalmente,


flutuando dentro de câmaras, munidas de portas deslocadas verticalmente;
• Planos inclinados: o desnível é vencido pelas embarcações, normalmente,
flutuando dentro de câmaras, munidas de portas, que são deslocadas sobre
trilhos;
• Rampa hidráulica: as embarcações vencem o desnível flutuando em uma
cunha de água suportada por uma placa vertical, deslocada em uma rampa;

Fonte: BATTISTON (2013)


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Sistemas mecânicos

Elevador rotativo – Escócia (desnível de 35m)


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Principais componentes

Fonte: BATTISTON (2013)


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Principais componentes

• Acesso de montante: constituído de um canal de aproximação e muros guia


que auxiliam as embarcações no acesso à câmara. Como o fluxo de água
nas eclusas ocorre por gravidade, o termo montante é aplicado ao elemento
do extremo de nível de água mais elevado.

Fonte: BATTISTON (2013)


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Principais componentes

• Câmara: constituído de um reservatório onde ocorre a variação de nível.


Suas barreiras extremas são móveis, permitindo o acesso das embarcações
ao seu interior (comportas de montante e jusante).

Fonte: BATTISTON (2013)


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Principais componentes

• Sistema de distribuição: conjunto de elementos hidráulicos que permite o


fluxo d’água para enchimento e esvaziamento da câmara. Para se elevar o
nível d’água na câmara, abrem-se as comportas de enchimento mantendo as
de esvaziamento fechadas e vice-versa.

Fonte: BATTISTON (2013)


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Principais componentes

• Acesso de jusante: de forma similar ao acesso de montante, o acesso de


jusante se constitui de um canal de aproximação e de muros guia, porém o
acesso de jusante encontra-se situado no extremo com nível d’água mais
baixo.

Fonte: BATTISTON (2013)


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Classificação

A magnitude do desnível a ser transposto (queda) é dada pela diferença entre


os níveis de água a montante e jusante, permitindo a classificação das eclusas:

• Eclusas de baixa queda: desnível até 10m;


• Eclusas de média queda: desnível entre 10 e 15m;
• Eclusas de alta queda: desnível superior a 15m.

Fonte: BATTISTON (2013)


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ECLUSAS

Fonte: RATTON, et al (2015)


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Fonte: RATTON, et al (2015)


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Canal artificial de navios com 77 km.


20-30 horas.
Canal do Panamá.
Eclusa de Miraflores.
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VÍDEO – ECLUSA DE TUCURUÍ (BRASIL)


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VÍDEO – ECLUSA DE TRÊS GARGANTAS (CHINA)


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BIBLIOGRAFIA
BATTISTON, C. C. Análise de dinâmica do escoamento a jusante de comporta de controle de vazão em aqueduto de eclusa de
navegação. 226p. Tese (doutorado) – Instituto de Pesquisas Hidráulicas – Programa de Pós-Graduação em Recursos Hídricos e
Saneamento Ambiental, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2013.
BRASIL. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Diretoria-Geral. Diretoria de Infraestrutura Aquaviária
Glossário Hidroviário Ed 1 – Brasília: DAQ/DNIT, 2017. 152 p. I.
BRIDI, S. ZERO, P. A jornada da vida – Rio Yangtsé, 2018. Disponível em
<https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2018/08/12/a-jornada-da-vida-rio-yangtse-serie-visita-hidreletrica-que-tem-elevador-para-
navios.ghtml> Acesso em 18 de outubro de 2019.
CASTRO, A. A. Q. Eclusas – Normas de tráfego nas eclusas da hidrovia do Tocantins. Disponível em
<http://cidadedetucurui.com/inicio/ECLUSAS/eclusa.htm>. Disponibilizado em 30 de março de 2012. Acesso em 18 de Outubro
de 2019.
DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Ministério da Infraestrutura. Eclusas. 2018. Disponível em
<http://www.dnit.gov.br/modais-2/aquaviario/eclusas>. Acesso em 18 de Outubro de 2019.
EVIRTUAL. Sistema de transposição de embarcações – As eclusas de Tucuruí, 2014. Disponível em
<https://www.youtube.com/watch?v=LDSsZnHS-QU>. Disponibilizado em: 19 de agosto de 2014. Acesso em 18 de outubro de
2019.
RATTON, E.; RECK, G.; BLASI, G. F.; BASTOS, J. T.; PEREIRA, M. A.; KUSTER, W. Sistemas de Transportes. Universidade
Federal do Paraná – UFPR. Departamento de Transportes. Curitiba, 2015.

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