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Deslizamentos e Corrida de Lama no Km 52 da Rodovia dos

Imigrantes
Guillermo Altrichter
Ecorodovias Concessões e Serviços / Ecovias dos Imigrantes, São Paulo, Brasil,
guillermo.altrichter@ecorodovias.com.br

Marcelo Fischer Gramani


Instituto de Pesquisas Tecnológicas - IPT, São Paulo, Brasil,
mgramani@ipt.br

RESUMO: Deslizamentos em encostas naturais, associados a perdas de vidas humanas, são sempre
assunto que desperta interesse e merece estudo e compreensão de seu mecanismo. O presente artigo
apresenta a descrição de uma corrida de lama provocada por um evento chuvoso de elevada
intensidade, que acabou mobilizando muitos detritos ao longo de uma drenagem natural da Serra do
Mar, no município de São Bernardo-SP, provocando o fechamento da rodovia dos Imigrantes pela
1ª vez desde sua abertura em 1976. Em seguida, o artigo aborda a solução de proteção da rodovia e
o projeto de monitoramento pluviométrico instalado para auxiliar a concessionária Ecovias dos
Imigrantes a monitorar a precipitação ao longo das rodovias no trecho serra e permitir ações
preventivas de maior relevância.

PALAVRAS-CHAVE: deslizamento, corrida de lama, rodovia, Serra do Mar, Imigrantes.

1 INTRODUÇÃO atualmente suas características originais sendo


reconhecida como uma estrada segura e isenta
A rodovia dos Imigrantes, SP 160, foi de interferências com a encosta. Sendo assim, a
inaugurada em 1976 com uma extensão total de rodovia nunca passaria por interdição em
58,5 km dentre os quais 12 km estão inseridos função de qualquer tipo de escorregamento de
dentro do Parque Estadual da Serra do Mar. O terra. Em dezembro de 2002 a 2ª pista da
trecho serra da rodovia compreende rodovia dos Imigrantes foi inserida no sistema
basicamente viadutos e túneis (Fig. 1). funcionando como uma pista descendente para
veículos leves. Esta nova pista, seguiu e
aprofundou os conceitos da inicial, tendo seu
traçado no trecho serra dominado por túneis e
viadutos (Fig 2).

Figura 1. Aspecto da Rodovia dos Imigrantes em 1975.

Considerada um marco na engenharia, fruto


de um projeto revolucionário, a rodovia mantem Figura 2. Rodovia dos Imigrantes – 1999.
Uma vez mais, o objetivo era obter uma destacando o grande volume de água
rodovia que pouco afetasse a encosta e fosse precipitado em curto espaço de tempo.
totalmente segura em relação a deslizamentos
de terra ou corridas de lama geradas ao longo
dos talvegues.
Contudo, no dia 22 de fevereiro de 2013,
esta região da Serra do Mar foi atingida por um
evento chuvoso atípico, imprevisível e de
elevada intensidade, que causou transtornos e
prejuízos às pessoas que trafegavam pelas
rodovias do Sistema Anchieta-Imigrantes, assim
como aos moradores de bairros na Baixada
Santista, principalmente Água Fria e Pilões em Figura 3. Precipitação em Cubatão – 22/02/2013 (SAISP
Cubatão. Outros impactos e processos desse – Fundação CTH, 2013).
evento podem ser consultados no trabalho de
Gramani (2013).
3 LOCAL DA CORRIDA DE LAMA

2 DESCRIÇÃO DO EVENTO CHUVOSO O sistema rodoviário Anchieta-Imigrantes foi


atingido em mais de 70 locais com eventos de
Após uma semana seca, sem qualquer registro deslizamentos de terra e alagamentos de pistas.
de precipitação pluviométrica, surgiu um O mais grave refere-se a uma corrida de lama
cavado frontal que se deslocou pelo oceano registrada no km 52 da rodovia dos Imigrantes
Atlântico e contribuiu para a advecção de na pista ascendente (sentido Santos-São Paulo).
umidade e instabilidade na faixa litorânea do Neste local encontra-se o emboque do túnel
estado de São Paulo. Associado a estas TA 10/11 que possui, do lado direito, um
condições atmosféricas e termodinâmicas talvegue natural de pequeno porte no qual, em
(umidade presente na atmosfera e calor intenso) 1975, foi implantado um sistema de drenagem.
formaram-se vastas áreas de instabilidade, Este sistema era composto por uma escada
causando precipitação intensa. Este evento hidráulica de 11 degraus, com dimensões
atingiu não só a Baixada Santista, ou seja, métricas. A sua função era orientar o fluxo de
municípios de Santos, Cubatão, São Vicente, água pela lateral da estrutura do emboque até
como a região das encostas da Serra do Mar, no chegar a um shaft, onde o fluxo passava a ser
município de São Bernardo do Campo. vertical até atingir uma cota inferior à da
Na região da Serra do Mar, próximo à rodovia. Em seguida, o fluxo percorre um canal
rodovia (município de Cubatão) o de drenagem até o rio Marcolino, distante cerca
Departamento de Águas e Energia Elétrica de de 60 m do emboque do túnel.
São Paulo, por meio de sua rede telemétrica de
pluviômetros, obteve registros de chuva que
atingiram os 107 mm de chuva na 1 hora do
evento e 182.2 mm no acumulado de 2 horas,
tendo totalizado 272 mm num período de 24
horas, com taxas de 23 mm em 10 minutos.
Utilizando equações de chuva intensa x
períodos de retorno próprias da região, estimou-
se um período de retorno [T] de 282 anos para
este evento (SAISP – Fundação CTH, 2013).
A Figura 3 mostra o registro da precipitação Figura 4. Vista do emboque do túnel TA 10/11, em 2011.
acumulada no posto pluviométrico Cubatão,
4 DESCRIÇÃO DO EVENTO e a intensa deposição de material ao longo de
todo o viaduto e por todas as faixas de
O evento foi registrado pelos motoristas que rolamento da rodovia.
não puderam transpor o viaduto sobre o qual o
material ia sendo acumulado. Esses mesmos
motoristas foram testemunhas da ocorrência de
pulsos, de diferentes intensidades e composição,
cujos detritos eram transportados pela
enxurrada.
A Figura 5 mostra, por meio de imagem feita
por celular, um dos inúmeros registros feitos
pelos transeuntes. Na imagem é possível
observar o intenso acúmulo de material em
todas as faixas de rolamento e um automóvel
muito próximo da entrada do túnel TA 10/11.
As condições mostradas na imagem refletem o
volume de material transportado pela pequena
drenagem localizada na lateral do túnel.
Figura 6. Vista do Emboque às 17:30 do dia 22-02-2014,
com destaque para a grande quantidade de sedimentos
depositados ao longo do viaduto da rodovia dos
Imigrantes (Fonte: Imagem capturada de celular).

5 INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS

Com o objetivo de identificar o ocorrido e


conhecer sua origem, inicialmente foram feitos
voos de helicóptero para localizar a cicatriz do
deslizamento e verificar a possibilidade de
Figura 5. Vista do Emboque em 22/02/2013, com
ocorrência de novos eventos. Em seguida, com
destaque para a quantidade de material depositado nas
faixas de rolamento da rodovia dos Imigrantes, pista apoio de alpinistas, equipes de engenheiros e
ascendente (Fonte: Imagem capturada de celular). geólogos efetuaram várias campanhas de
vistoria, escalando a encosta com o objetivo de
diagnosticar o evento e definir tanto soluções
Os primeiros registros foram feitos por volta emergenciais para o caso de novas ocorrências
das 15:30 do dia 22/02/2013, com acúmulo imediatas como uma solução definitiva para
contínuo de material sobre a rodovia. No quaisquer outros eventos da mesma natureza
entanto, por volta das 16:40, ou seja, 70 nesse local.
minutos após o início da chuva, um novo pulso, O trabalho de investigação teve seu início
de grande intensidade, com comportamento de com a caracterização da bacia hidrográfica, que
onda (conforme informado pelos motoristas), se mostrou pequena, com 0.2 km2 porém muito
com imensa quantidade de detritos, entre solo, íngreme, com 300 m de altura e formada por
rochas e troncos de árvores desceu pelo uma série de degraus (cachoeiras da ordem de
talvegue, indo ao encontro dos veículos 15 m) e trechos menos íngremes, com
estacionados. Esse fluxo, apresentando grande declividade média de 12º.
energia, arrastou os veículos por metros de A Figura 7 mostra a localização da área de
distância com força suficiente para empilhá-los estudo, no contexto geológico-geomorfológico
uns sobre os outros. da Serra do Mar.
A Figura 6 mostra os veículos empilhados,
por volta das 17:30 horas do dia 22 de fevereiro,
Figura 9. Confluência das drenagens para o emboque do
Figura 7. Localização da área em estudo e caracterização túnel TA 10/11 da rodovia dos Imigrantes.
da bacia de contribuição.

A Figura 10 apresenta uma vista aérea do


As vistorias de campo indicaram que o emboque, em abril de 2013, com destaque para
material transportado não era proveniente de um as dimensões da escada hidráulica, local de
único deslizamento, mas tinha contribuição de concentração das águas provindas das
mais de 17 rupturas de diversos tamanhos (Fig. drenagens mostradas na Figura 9.
8 e Fig. 9). As vistorias concentraram-se nas 5
cicatrizes de maior dimensão, onde foi
caracterizado o tipo de material, as espessuras
de solo mobilizadas e estimar a vazão do fluxo
em função da seção hidráulica de controle e a
declividade do talvegue no local.

Figura 10. Vista aérea do emboque (março 2013)

No decorrer das vistorias foi notada a


existência de declividades acentuadas, formadas
Figura 8. Vista da crista da serra com as cicatrizes (abril por degraus naturais (cachoeiras) com
2013).
indicações da passagem do fluxo em seções
hidráulicas de grandes dimensões (Fig 11).
de diversas alternativas de mecanismos
prováveis de ruptura.
Dentre os vários mecanismos estudados o
mais provável é o que considera que no evento
do dia 22 de fevereiro, a pequena bacia de
contribuição acumulou, de forma rápida e
repentina, uma grande quantidade de água que
escoou para os talvegues.
Estes talvegues (drenagens naturais) foram
expostos a um nível de vazão acima da média,
com velocidades superiores às normalmente
registradas. Lembrando que a energia de um
fluxo é proporcional à massa e ao quadrado de
Figura 11. Aspecto geral de trecho no qual ocorreu erosão
sua velocidade, é de se supor que as ombreiras
dos taludes marginais e do leito. Notar dimensões do
canal. do talvegue foram sujeitas a uma massa de água
e detritos com um enorme poder erosivo.
Esta erosão contribuiu para aumentar a
O canal de drenagem principal apresentava, massa do fluxo e a continuidade da chuva
em inúmeros pontos, estrangulamentos aumentava a sua velocidade de escoamento.
provocados pela presença de blocos de rocha Os pulsos observados pelos motoristas sobre
(matacão) de ordem métrica sobre depósitos o viaduto sugerem a formação de barramentos
coluvionares na encosta (Fig. 12). naturais que iam se formando à medida que o
fluxo que escoava pelo talvegue erodia as
ombreiras e gerava deslizamentos localizados,
transversais ao fluxo. O rompimento desses
barramentos é o que pode ter caracterizado o
registro feito pelos motoristas.
Corrobora o fato de que este fluxo mobilizou
também o material que já estava depositado no
interior das drenagens gerando uma típica
corrida de lama (Fig. 13).

Figura 12. Aspecto geral de trecho do canal de drenagem


no qual verifica-se um depósito de solo coluvionar,
blocos métricos e maciço rochoso intensamente fraturado.
Notar linha de fluxo, provavelmente a altura máxima que
o fluxo de lama atingiu.

Figura 13. Mobilização de detritos nas drenagens.


6 PROVÁVEL MECANISMO DE
RUPTURA

Uma vez determinado o evento chuvoso,


caracterizada a bacia e a vazão fluida escoada
no momento do evento, partiu-se para a análise
7 SOLUÇÕES IMPLEMENTADAS Dentre as diversas soluções propostas e
estudadas, a que se apresentou como mais
7.1 Solução emergencial – Uso de Barreiras adequada, rápida e eficiente de ser implantada
Dinâmicas correspondeu a um alargamento do canal,
associado com a consequente melhoria das
Considerando que o evento ocorreu em condições hidráulicas e a construção de um
fevereiro, ou seja, ainda dentro do período muro próximo à rodovia.
chuvoso, a preocupação das equipes da Ecovias Desta forma, foi projetado e construído um
(concessionária do sistema rodoviário Anchieta- muro com 5,50 m de altura e 0,60 m de
Imigrantes) era da ocorrência de novos espessura, ao lado da rodovia (Fig. 15). O
deslizamentos com carreamentos de blocos e objetivo desta estrutura é melhorar as condições
detritos que tivessem sido descalçados com seu hidráulicas do fluxo proveniente do talvegue
equilíbrio fragilizado no evento do dia 22. através de um canal, garantindo total proteção
Dessa forma, a Ecovias optou pela instalação aos veículos que trafega mpela rodovia.
imediata de uma barreira dinâmica que,
funcionando como contenção drenante, evitaria
que blocos de rocha ou troncos de árvore de
grande dimensão que viessem a se deslocar,
pudessem atingir a rodovia (Fig. 14).
Concomitantemente, todo o sistema de
drenagem da escada hidráulica era reconstituído
para garantir as condições de drenagem para
fluxos de água normalmente esperados.

Figura 15. Vista do muro protetor em fase de


implantação. Notar escadaria e proteção de talude.

8 INCORPORAÇÃO DE NOVAS
TECNOLOGIAS

8.1 Instalação de Pluviômetros Eletrônicos

À luz do evento ocorrido e das perdas


Figura 14. Vista da barreira dinâmica instalada. computadas, a Concessionária Ecovias dos
Imigrantes criou um grupo de trabalho
específico com a missão de incorporar à
7.2 Solução definitiva – Execução de um Muro operação rodoviária metodologias de
Defletor monitoramento de eventos chuvosos com maior
precisão. Entendendo que fenômenos
À medida que a solução emergencial era meteorológicos de rápida formação e com
incorporada e, à medida que avançavam os precipitação intensa são de difícil previsão, o
estudos de caracterização do mecanismo de sistema de monitoramento deveria ser criado
ruptura, a equipe de engenharia da Ecovias e do para conseguir: a) medir a precipitação e
grupo Ecorodovias analisava as alternativas transmitir a informação em tempo real,
para definição de uma medida definitiva. eliminando a necessidade de se aguardar horas
para se obter o acumulado de chuva; b) medir (1989) que compara os valores acumulados nas
estes valores de precipitação em pontos de alta últimas 96 horas x valor da precipitação de uma
relevância ao sistema rodoviário, afim de se chuva deflagradora de escorregamento (chuva
obter informações nas bacias hidrográficas antes da última 1 hora) (Fig. 17).
de haver a concentração da água precipitada
para um sistema de drenagem próximo; c)
medir a precipitação em pontos distintos, mas
comparáveis em termos das distintas cotas na
encosta da serra do mar.
O estudo então apontou para a necessidade
de serem instalados 10 pluviômetros
eletrônicos, ligados através de fibra ótica. A
localização dos mesmos seguiu premissas
descritas anteriormente e visam analisar
distintos comportamentos da chuva na Serra do
Mar, seja para fenômenos de ocorrência na Figura 17. Definição de Níveis de Alerta para as
crista da serra, seja para fenômenos que atingem Rodovias.
a encosta em diferentes cotas.

As diversas combinações destas duas


8.2 Definição de critérios de Alerta e Planos
informações chuva 1h x chuva 96h coloca a
de Ação
rodovia num estado (observação, atenção,
crítico e emergência) que relaciona a região do
A rede de pluviômetros instalada informa, em
pluviômetro que ocasionou o alarme e a região
tempo real, o valor precipitado, gerando um
de abrangência. Desta forma, os trechos das
banco de dados que é transformado em tabela
rodovias situados no planalto, serra e baixada
de monitoramento e alarme.
apresentam distintos alertas em função dos
Nesta tabela foram inseridos os 10
níveis de precipitação ocorridos em cada região.
pluviômetros implantados e incorporadas
Com isto a Ecovias possui um sistema de
colunas de valores acumulados de precipitações
monitoramento meteorológico, baseado em
nos seguintes tempos: 1 min, 10 min, 1h, 2h,
instrumentos detectivos que, utilizando dados
4h, 24h, 48h, 72h e 96 h (Fig 16).
acumulados de chuva e comparativos com
eventos históricos, resulta em um mapa de
SIMA - Sistema Inteligente de Monitoramento e Alarme níveis de alerta para cada trecho das rodovias do
sistema Anchieta-Imigrantes.
valores em mm
Nome Local Data Verificação 1min 10min 1h 2hs 4hs 24hs 48hs 72hs 96hs Setor Setor 24h
média = 8
ECO 28 PLV-160 KM 028 N 31/03/16:30:00 0 2 6 8 8 14 14 24 30 Planalto
Máx. H = 6
ECO 40 SCA-160 KM 040 S 31/03/16:30:01 2 8 31 45 62 80 80 92 105
ECO 46 SCA-160 KM 046 S 31/03/16:30:02 1 5 25 38 55 71 71 82 93
ECO 01 SCA-040 KM 001 L 31/03/16:30:03 4 11 38 65 88 110 115 135 167 média = 92
Serra
ECO 03 SCA-040 KM 003 L 31/03/16:30:04
ECO 51 PLV-160 KM 051 S 31/03/16:30:05
6
4
14 48 68 86 112 114 142 175
10 32 51 76 98 98 103 143
Máx. H = 48
9 CONCLUSÕES
ECO 44 SCA-150 KM 044 S 31/03/16:30:06 2 4 28 54 68 82 82 95 125
ECO 57 SCA-150 KM 057 S 31/03/16:30:07 0 2 5 7 8 28 28 46 65
média = 23
4 6 8 25 25 52 62 Baixada
O evento chuvoso ocorrido na tarde do dia 22
ECO 254 SCA-055 KM 254 O 31/03/16:30:08 0 2
Máx. H =8
ECO 279 SCA-055 KM 279 O 31/03/16:30:09 0 0 2 4 5 17 17 49 73
média = corresponde à média dos acumulados das últimas 24h de todos os pluviômetros do setor
Máximo h = corresponde ao maior valor acumulado em 1 h no período de 24h para o setor de fevereiro de 2013 provocou chuvas intensas
OBSERVAÇÃO
ATENÇÃO
CRÍTICO
na região da serra do mar, principalmente nos
EMERGÊNCIA
municípios de São Bernardo do Campo e
Figura 16. Tabela de Alerta em função da Pluviometria.
Cubatão. As consequências foram sentidas por
todos os moradores da baixada santista assim
Desta forma, tem-se, a cada minuto, a
como para as empresas que trabalham na região.
situação dos valores acumulados dos períodos
Em particular, a concessionária Ecovias dos
acima descritos.
Imigrantes, responsável pela manutenção e
Nesta tabela foi incorporado um algoritmo
operação do sistema rodoviário Anchieta
baseado no trabalho de Ogura, Tatizana e Cerri
Imigrantes foi intensamente atingida uma vez Guillermo, Werner Bifinger e Lucio Barcelos
que possui vários quilômetros de suas vias em Rodrigues) pelo pronto atendimento no dia do
trechos de serra. evento; ao Prof. Cláudio Michael Wolle, que
Dentre as várias consequências observadas, sempre acompanha os eventos nas encostas da
entre alagamentos e escorregamentos serra do mar junto às rodovias Imigrantes e
destacamos uma grande corrida de lama Anchieta; à empresa ARS (geólogos Álvaro
ocorrida próxima ao emboque do túnel TA Rodrigues dos Santos, Fernando Machado
10/11 da rodovia. Alves, Guilherme Nunes Fernandes e Oswaldo
Esta corrida de lama trouxe inúmeros Yujiro Iwasa) pelo apoio na definição dos níveis
prejuízos materiais, assim como a perda de uma de alerta para as rodovias, ao engenheiro
vída humana. Ronaldo Bernardi Tanaka da ECORODOVIAS
O evento, após ser diagnosticado, exigiu CONCESSÕES E SERVIÇOS que participou
soluções de curto e longo prazo para garantir o desde o 1º dia do evento até a conclusão de
fluxo na rodovia com total segurança. Também todas as etapas e ao Diretor Superintendente da
serviu para montar um plano de monitoramento ECOVIAS na época do evento, engenheiro José
em tempo real da precipitação na serra do mar Carlos Cassaniga por ter liderado todas as
com sistemas detectivos (pluviômetros etapas dos trabalhos questionando e
eletrônicos) que permitem a definição de níveis incentivando sempre as equipes na busca da
de alerta nas rodovias em função da melhor solução para o problema.
precipitação pluviométrica acumulada num
período.
A Ecovias não mediu esforços para utilizar REFERÊNCIAS
as mais modernas tecnologias de forma a
garantir fluidez nas rodovias com total Gramani, M.F. (2013). A Corrida de Detritos (Debris
segurança. Flow) no Ribeirão Cágado, Serra do Mar, Município
de Cubatão, SP. In: Conf. Bras. Estabilidade Encosta.
VI COBRAE. Angra dos Reis/13, p.1265-1272.
Wolle, C.M. ; Guidicini, G.; Araujo, J.S. ; Pedrosa, J.A..
AGRADECIMENTOS Caracterização de um mecanismo de escorregamento
nas encostas da Serra do Mar. IPT Boletim, São
Os autores agradecem à equipe técnica da Paulo, n. 1079, 1976
Wolle, C. M. ; Mello, L. G. S. ; Altrichter, G. ; Mori, M. ;
CONCESSIONÁRIA ECOVIAS DOS Pinezi, L. C. ; Yassuda, A. J. . A Importância da
IMIGRANTES (Rui Klein, Fabio Stocco, Instrumentação Geotécnica na Definição das Obras
Danyel Nunes) pela cessão das fotos e de Estabilização do Escorregamento do Km42 da Via
informações; a todos os especialistas, demais Anchieta. In: XII Congresso Brasileiro de Mecânica
técnicos, engenheiros e profissionais que, de dos Solos e Engenharia Geotécnica, 2002, São Paulo.
XII COBRAMSEG. São Paulo : ABMS, 2002. v. 2. p.
alguma forma se envolveram no evento e 1149-1159.
colaboraram com a execução deste artigo; à Wolle, C. M. ; Mello, L. G. S. ; Altrichter, G. O
equipe do IPT (Claudio Ridente, Aline Heleno escorregamento do km 42 da Via Anchieta: Histórico
Fernandes e Agostinho Tadashi Ogura) pelo das ocorrências e provável mecanismo de
instabilização.. In: 3ª COBRAE - Conferência
grande empenho no diagnóstico do evento; aos
Brasileira de Encostas, 2001, Rio de Janeiro. 3ª
engenheiros da THEMAG (João Pimenta, COBRAE - Conferência Brasileira de Encostas, 2001.
Tarcísio Celestino e Francisco Paulo Avesani) p. 33-43.
pelo esforço no estudo e análise das alternativas
para as soluções definitivas; à Vecttor (Luiz

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