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Com total de 2,4 mil km navegáveis, a Hidrovia Tietê-Paraná que

atende, sobretudo, o transporte da produção agrícola até o Porto de


Santos, deve ter obras retomadas.

O Governo de São Paulo anunciou que vai retomar as obras para


ampliar a profundidade do canal de navegação de Nova Avanhandava,
no trecho da Hidrovia Tietê-Paraná em Buritama, na Região Noroeste
do estado.
Indicadores: Tonelada Útil - T e Tonelada Quilômetro Útil - TKU
RODOVIÁRIO

HIDROVIA

FERROVIA
Empresas que utilizam a
hidrovia esperam por uma
ação mais efetiva do poder
público para resolver o
problema.

A pior crise hídrica dos


últimos 91 anos interrompeu
um dos principais caminhos
para escoamento de
produtos agrícolas do Brasil,
a hidrovia Tietê-Paraná.

Com pouca chuva e o desvio


de água para as
hidrelétricas, os níveis dos
rios Tietê e Paraná ficaram
baixos demais para
navegação.
Após sete meses paralisada, a navegação da Hidrovia Tietê-Paraná será retomada a
partir do dia 15 de março/2022, informou o Departamento Hidroviário do Estado de São
Paulo.

A volta da operação será gradativa, com calado de 2,4 metros. O funcionamento pleno
deverá se dar até o fim de março/2022, com o calado normal de 2,7 metros.

O tráfego na hidrovia havia sido interrompido no ano passado/2021 devido à grave crise
hídrica que afetou a região. O trecho mais atingido foi o do pedral de Nova Avanhandava,
em Buritama, entre Pederneiras (SP) e São Simão (GO), e por onde normalmente são
escoadas as produções agrícolas para os reservatórios de Três Irmãos e Ilha Solteira.

Fonte: Valor
Trata-se de um corredor importante de escoamento.

Em 2020, a movimentação da hidrovia somou 2,1 milhões de toneladas de cargas


transportadas. No ano anterior, antes dos impactos negativos da pandemia, o volume foi
de 2,5 milhões de toneladas no trecho de São Paulo.

Fonte: Valor

Os dados são do Estatístico Aquaviário de 2022 da Agência Nacional de Transportes


Aquaviários (ANTAQ).

Os dados mostram que pelo modal foram transportadas 38.438.453 toneladas em 2022,
o que representa um aumento de 5,36% em comparação a 2021.
A expectativa é de avanço de políticas públicas de incentivo às hidrovias. É um modal de excelente
custo-benefício, capaz de oferecer ganhos do ponto de vista ambiental e assumir um papel ainda
mais estratégico na movimentação de grãos, fertilizantes, minérios, celulose e até contêineres para
portos menores.
RODOVIÁRIO

HIDROVIA

FERROVIA
Porto de Santos
Exportação
HIDROVIA ALL / RUMO
Transbordo
Ferrovia porto de Santos
CANAIS NAVEGÁVEIS
• Canais
Os canais podem ser definidos como vias navegáveis interiores
completamente artificiais (criados), em oposição às vias navegáveis
naturais (rios).

Há duas classes principais de canais:

• os canais laterais
• e os canais de partilha.

Os canais laterais são usados quando o melhoramento de um trecho do rio


é de tal modo difícil ou oneroso que se torna preferível construir
lateralmente um canal inteiramente artificial, que pode ser dividido em
vários planos d’água, ligados por eclusas ou elevadores.
CANAIS NAVEGÁVEIS

• Os canais de partilha (ou canais de ponto de partilha) são os de


interligação de hidrovias (ou de bacias hidrográficas).

• O canal Pereira Barreto, interligando o rio Tietê com o rio Paraná a


montante da barragem de Ilha Solteira, constitui um exemplo deste tipo
de canal.

• O Canal de Pereira Barreto, situado ao entorno da cidade de Pereira


Barreto, Estado de São Paulo, é considerado o maior canal artificial da
América do Sul.
UH Ilha Solteira

Possui 9.600 m de extensão

Interliga: lago da barragem da


Usina Hidrelétrica de Três Irmãos
(rio Tietê) ao rio São José dos
Dourados, afluente da margem
esquerda do rio Paraná e ao
reservatório da Usina de Ilha
Solteira.
UH Três Irmãos
PARÂMETROS E CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO DE CANAIS

• Objetivo
Desenvolver uma rotina de procedimentos que permita identificar, ainda, no
estudo preliminar (projeto conceitual) quais os parâmetros relevantes,
deverão ser considerados no dimensionamento de um canal navegável,
destinado a navegação de comboios de carga (Chatas/Empurradores).

• Parâmetros de dimensionamento: dimensões básicas da hidrovia


A determinação das dimensões básicas compreende:
 o dimensionamento,
 determinação da forma do canal de navegação ou da hidrovia.

A definição das dimensões da embarcação tipo, deve contemplar os


parâmetros dimensionais relacionadas a seguir, a saber:
Concepção do projeto

Embarcação tipo
(Boca/comprimento/calado)

Tipo de movimentação (carga)

Tipos de equipamentos
(carga/descarga)

Este é um terminal de contêineres


TECON
PARÂMETROS E CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO

a) Largura mínima do canal (b)


Recomenda-se que a largura mínima normal deverá ser igual a 2,2 vezes
a largura total do comboio (boca), se forem proibidos os cruzamentos e
as ultrapassagens (mão única).

Quando forem permitidos os cruzamentos e as ultrapassagens (mão


dupla), a largura mínima do canal deverá ser igual a 4,4 vezes a largura
total do comboio (boca).

EMBARCAÇÃO

BOCA

EMBARCAÇÃO
PARÂMETROS E CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO

91,4/32 = 2,9
56,4/32 = 1,8
Canal sem cruzamento

Boca 32 m

12,19 m 12,19 m

Canal com cruzamento

Boca 32 m Boca 32 m

15,24 m
6,10 m 6,10 m
PARÂMETROS E CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO

b) Vão livre
Vãos livres devem ser, sem cruzamento, 3 vezes a largura do comboio
tipo.
Largura dos vãos de pontes, em trecho retilíneo de canal as faces
internas dos pilares devem ter distância mínima correspondente à largura
mínima do canal mais uma folga de 5 m, enquanto que nas curvas cada
caso particular deve ser avaliado.
c) Altura livre sob pontes e sob interferências
A altura livre mínima de 7 m, adotada em alguns rios brasileiros, foi
insuficiente, sendo então recomendado adotar um valor em torno de 9 a 10
metros, se não for possível, adotar os 15 m, recomendado como
conveniente para a passagem de grandes comboios de empurra.
Altura livre: de 7 a 15 metros
NA

Embarcação

Boca da embarcação
Folga Folga

Vão Livre
PARÂMETROS E CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO

d) Profundidade mínima
Quando o curso de água apresentar o fundo em estado natural, com
irregularidades normais, a profundidade mínima da hidrovia deve
corresponder ao calado da embarcação–tipo acrescido de uma folga de
0,30 m.

Embarcação
Calado

0,30 m (canal natural)


0,50 m (canal artificial – rocha)
PARÂMETROS E CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO

e) Área mínima da seção transversal


Segundo experiência europeia, a área molhada da seção transversal da via
fluvial deve ultrapassar 6 vezes a área da seção mestra molhada da
embarcação – tipo ou do comboio em trânsito.

No caso de cruzamento ou ultrapassagens, muito frequentes, o ideal


seria que a área da seção mestra molhada fosse 10 vezes superior à área
da embarcação – tipo ou comboio.

Segundo o autor Alfredini: Ae = Ø. b. y, sendo Ø = 0,9


Critério Europeu: Ae = 1,5. b. 2
Coeficientes de Forma: expressam as razões entre área e volume entre a carena do navio

Quanto maior for o


coeficiente de bloco de
um navio, menor será a
sua velocidade e com
características próprias
de manobra.

Comprimento
Boca máxima
Calado

O casco do navio (com várias seções transversais) está inserido dentro de um bloco (tijolo).
Este modelo gera um coeficiente conhecido como coeficiente de bloco, ou seja, quanto que este casco preenche o
bloco.
Navios graneleiros e petroleiros (velocidades baixas), possuem coeficiente de bloco na casa de 0,8 (preenchem em
torno de 80% do paralelepípedo). Navios de cruzeiro e conteineiros, 0,7. Navios de guerra, 0,6.
PARÂMETROS E CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO

f) – Velocidade máxima das águas


Velocidade de cruzeiro da ordem de 12 a 14 km/h para as embarcações em
água parada.

Na subida (água em contracorrente ao rumo de navegação), em um trecho


restrito, com regime de potência máxima das máquinas, é da ordem de 4
ou 5 m/s.

Para a descida (a favor da corrente), 2 m/s.


PARÂMETROS E CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO

g) – Raios mínimos de curvatura e sobrelargura


Considerando-se comboios com sistemas normais de lemes e
possibilidades de manobras com auxílio de propulsores, os raios de
curvatura não deverão ser inferiores a 10 vezes o comprimento do
comboio (Lc).
No dimensionamento de um canal de navegação é boa
prática fazer um comparativo entre o critério Europeu e
o critério do US Army C.E, no que se refere às
verificações, de modo a não se atender somente a
viabilidade técnica, mas também ao maior número de
outras viabilidades.
EM REVISÃO
• Tráfego em uma faixa de navegação
• Tráfego em duas faixas de navegação
ATIVIDADE - DIMENSIONAMENTO DE UM CANAL HIDROVIÁRIO – ROTINA DE CÁLCULO
Referências Bibliográficas:
SILVA, Pedro José da, Canais navegáveis, parâmetros e critérios de dimensionamento,
9º Seminário de Transporte e Desenvolvimento Hidroviário Interior Manaus, 6 a 8 de
Outubro de 2015.
Referências Consultadas:
CANAIS NAVEGÁVEIS, PARÂMETROS E CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO

APLICAÇÃO
a) TIPO DE EMBARCAÇÃO – 1 Empurrador e 16 Chatas (R4x4x4x4)

64,0 m

10,8 m

Comboio
10,8 m Empurrador

28,0 m
b) TIPO DE EMBARCAÇÃO – Dimensões
Comprimento (L): 28,0 m

Empurrador: Boca (b): 10,8 m

Calado (c): 2,0 m

Comprimento (L): 64,0 m

Chatas: Boca (b): 10,8 m

Calado (c): 2,7 m


c) Comboios cruzam em qualquer ponto do canal
d) Fundo rochoso
e) Talude equilíbrio estável 3:2 (V:H)
f) Rugosidade do canal escavado (Manning: n = 0,035)
g) Embarcação subindo o canal de navegação
h) Utilizar equação de Manning
i) Declividade do canal: 2 ‰
DIMENSIONAMENTO DO CANAL HIDROVIÁRIO

a) Determinação da lâmina d’água (Y) ou tirante (T)

Y = calado + folga
Y = 2,70 + 0,50
Y = 3,20 metros

3,20 m
b) Largura do canal (Critério Europeu)

Mão única: 2,2 x boca


Mão dupla: 4,4 x boca
Nosso canal: Mão dupla

b = 4,4 x boca
Boca (10,8 x 4 = 43,20 m)
b = 4,4 x 43,20 = 190,08 m
b = 190,08 m BOCA DA EMBARCAÇÃO
B = 10,8 x 4 = 43,20 m
c) Área molhada da seção transversal do canal (Am) 3m  2 m
3,20  X
X = 2,13 m

b = 190,08
2,13 2,13

Base maior = (2 x 2,13) + 190,08 = 194,34 m


Y = 3,20 m Base menor: 190,08 m
Altura: 3,20 m

b = 190,08

3m2m 3
3,20  X
X = 2,13 m
2
c) Área molhada da seção transversal do canal (Am)
Cálculo da área molhada
b = 190,08
2,13 2,13 AT = [(B + b)/2] x h
AT = [(194,34 + 190,08)/2] x 3,20
AT = 615,07 m2
Verificação da área molhada (Am)
Y = 3,20 m
pelo critério Europeu

Área da embarcação
b = 190,08 Ae = 1,5 x boca x 2
Ae = 3,0 x boca
Ae = 3 x (4 x 10,80)
Ae = 129,60 m2
Não atende
Am/Ae ≥ 10 o critério
Europeu
Am ≥ 10 x Ae
Am ≥ 10 x 129,60
Am ≥ 1.296 m2
c) Área molhada da seção transversal do canal (Am)
b = 402,87 2,13
2,13 Cálculo da área molhada
AT = [(B + b)/2] x h
AT = [(2 x 2,13 + b + b)/2] x 3,20
Y = 3,20 m
Base maior Base menor
1.296 = [(2 x 2,13 + b + b)/2] x 3,20
b = 402,87 m
b = 402,87
Perímetro molhado (Pm)
1296 = [(2 x 2,13 + 2b)/2] x 3,20 2,13 Pm = 2 x 3,84 + 402,87
1296/3,20 = 4,26/2 + 2b/2 Pm = 410,55 m
405 = 2,13 + b
b = 405 – 2,13
b = 402,87 m 3,20
𝐿= 2,132 + 3,202 = 3,84 m
2,13 + b – 405 = 0
b – 402,87 = 0
b = 402,87 m
d) Determinar a vazão mínima de modo a permitir a navegação do comboio
Para calcular a vazão utilizaremos a equação de Manning

Q = 1/0,035 x 1296 x (1296/410,55)2/3 x (0,002)1/2


Q = 3.563,51 m3/s

e) Velocidade da água (Rio / Canal)


Utilizaremos a Equação da Continuidade
Q=AxV
VR = Q/A = 3.563,51/1.296 = 2,75 m/s
f) Velocidade da embarcação no contra fluxo (subindo)

Velocidade do rio / canal


V = 2,75 m/s

Comboio
V = 4,0 m/s
g) Raio mínimo da curva (Rc)

Rc = 10 x Lcomboio
Rc = 10 x (28 + (4 x 64))
Rc = 10 x (28 + 256) = 10 x 284 = 2.840 m
OBRIGADO

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