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SETEMBRO/2000 PROJETO 24:203.

002-004
Plano de Emergência Contra Incêndio
(texto-base atualizado até a 119ª reunião da CE em 13/09/2000)

ABNT - Associação
Brasileira de
Normas Técnicas

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NORMATÉCNICA

CB-24 - Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndio


CE 24:203:02 - Comissão de Estudo do Programa de Brigada de Incêndio
Printed in Brazil /
Impresso no Brasil 24:203:02-003 - Fire Emergency Plan
Todos os direitos reservados Descriptors: Emergency. Plan. Fire.
Palavras-Chave: Emergência. Plano. Incêndio. 04 páginas

Sumário

Prefácio
Introdução
1. Objetivo
2. Referências normativas
3. Definições
4. Condições gerais
5. Controle do plano de emergência contra incêndio

Anexos

A. Fluxograma de Procedimentos (normativo)


B. Modelo de plano de emergência contra incêndio (normativo)

Prefácio

A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - é o Fórum Nacional de Normalização. As Normas


Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (CB) e dos Organismos de
Normalização Setorial (ONS), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes
dos setores envolvidos, delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades,
laboratórios e outros).

Os projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito dos CB e ONS, circulam para Votação Nacional
entre os associados da ABNT e demais interessados.

Esta Norma inclui o anexo A de caráter normativo.

1 Objetivo

1.1 Esta Norma estabelece as condições mínimas para a elaboração de um Plano de Emergência Contra
Incêndio, visando proteger a vida e o patrimônio, bem como reduzir as conseqüências sociais do sinistro e
os danos ao meio ambiente.

1.2 Esta Norma é aplicável para toda e qualquer edificação.


2 Referências normativas

As normas relacionadas a seguir contêm disposições que, ao serem citadas neste texto, constituem
prescrições para esta Norma. As edições indicadas estavam em vigor no momento desta publicação. Como
toda norma está sujeita a revisão, recomenda-se aqueles que realizam acordos com base nesta que
verifiquem a conveniência de se usarem as edições mais recentes das normas citadas a seguir. A ABNT
possui a informação das normas em vigor em um dado momento.

 NBR 14.276/99 Programa de Brigada de Incêndio


 Portaria Ministerial (MTb) 3.214/78 - NR-23

3 Definições

Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definições:

3.1 emergência: Sinistro ou risco iminente que requeira ação imediata.

3.2 plano de emergência contra incêndio: Plano estabelecido em função dos riscos da empresa, para
definir a melhor utilização dos recursos materiais e humanos em situação de emergência.

3.3 risco: Possibilidade de perda material ou humana.

3.4 risco iminente: risco com ameaça de ocorrer brevemente e que requer ação imediata.

3.5 sinistro: Ocorrência de prejuízo ou dano, causado por incêndio ou acidente, em algum bem.

3.6 profissional habilitado: Profissional com formação em engenharia de segurança do Trabalho,


devidamente registrado no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CREA.

4 Condições Gerais

O plano de emergência contra incêndio somente poderá ser elaborado por profissional habilitado.

4.1 Recursos Materiais

A edificação deverá estar em acordo com as norma técnicas oficiais e a legislação vigente.

4.2 Recursos Humanos

Os procedimentos de emergência contra incêndio serão executados por profissional da área de segurança
do trabalho, por bombeiro profissional civil, por componente da brigada de incêndio, por pessoal da
segurança patrimonial e/ou por pessoal da área da manutenção, conforme definido no Plano de Emergência
Contra Incêndio da edificação.

4.3 Procedimentos

Os procedimentos de emergência contra incêndio descritos de 4.3.1 a 4.3.9, estão relacionados numa
seqüência lógica, de forma a serem executados por, no mínimo, uma pessoa.

4.3.1 Alerta

Identificada uma situação de emergência, qualquer pessoa pode alertar, através dos meios de comunicação
disponíveis, os ocupantes, os brigadistas, os bombeiros profissionais civis e apoio externo, inclusive o
Corpo de Bombeiros.

4.3.2 Análise da Situação

Após o alerta, deverá ser analisada a situação, desde o início até o final do sinistro, e desencadear os
procedimentos necessários, que podem ser priorizados ou realizados simultaneamente, de acordo com os
recursos materiais e humanos, disponíveis no local.
4.3.3 Primeiros Socorros

Prestar primeiros socorros às possíveis vítimas, mantendo ou restabelecendo suas funções vitais com SBV
(suporte básico da vida) e RCP (reanimação cardio-pulmonar), até que se obtenha o socorro especializado.

4.3.4 Corte de Energia

Cortar, quando possível ou necessário, a energia elétrica dos equipamentos, da área ou geral.

4.3.5 Abandono de Área:

Proceder ao abandono da área parcial ou total, quando necessário, conforme comunicação preestabelecida,
removendo para local seguro, permanecendo até a definição final.

4.3.6 Isolamento da Área

Isolar fisicamente a área sinistrada, de modo a garantir os trabalhos de emergência e evitar que pessoas
não autorizadas adentrem ao local.

4.3.7 Confinamento do Sinistro

Confinar o sinistro de modo a evitar a sua propagação e conseqüências.

4.3.8 Combate

Proceder o combate, quando possível, até a extinção do sinistro, restabelecendo a normalidade.

4.3.9 Investigação

Levantar as possíveis causas do sinistro e suas conseqüências e emitir relatório, com o objetivo de propor
medidas preventivas e corretivas para evitar a repetição da ocorrência.

Nota: Para melhor entendimento dos procedimentos de emergência contra incêndio, deve-se consultar o
fluxograma do anexo A.

5 Controle do plano de emergência contra incêndio

Devem ser realizadas reuniões com o coordenador geral da Brigada, o(s) chefes(s) da Brigada, o chefe
do(s) bombeiro(s) profissional(is) civil(is) e um representante do grupo de apoio, com registro em ata e envio
às áreas competentes para as providências pertinentes.

5.1 Reunião ordinária (mensal)

Na reunião ordinária devem ser discutidos os seguintes itens:

 funções de cada pessoa dentro do plano de emergência contra incêndio;


 condições de uso dos equipamentos de combate a incêndio;
 apresentação dos problemas relacionados à prevenção de incêndios, encontrados nas inspeções, para
que sejam feitas propostas corretivas;
 atualização de técnicas e táticas de combate a incêndios; e
 outros assuntos de interesse.

5.2 Reunião extraordinária

Devem ser realizadas reuniões extraordinárias sempre que:

 após um exercício simulado;


 ocorrer um sinistro;
 for identificada uma situação de risco iminente;
 ocorrer uma alteração significativa dos processos industriais ou de serviços; e
 houver a previsão de execução de serviços que possam gerar algum risco.
5.3 Exercícios simulados

Devem ser realizados exercícios simulados parciais e completos no estabelecimento ou local de trabalho
com a participação de toda a população, no período máximo de 03 (três) meses para simulados parciais e
06 (seis) meses para simulados completos. Imediatamente após o simulado, deve ser realizada uma
reunião extraordinária para avaliação e correção das falhas ocorridas. Deve ser elaborada ata na qual
conste:

 data e horário do evento;


 tempo gasto no abandono;
 tempo gasto no retorno;
 tempo gasto no atendimento de primeiros socorros;
 atuação dos profissionais envolvidos;
 comportamento da população;
 participação do Corpo de bombeiros e tempo gasto para sua chegada;
 ajuda externa (PAM - Plano de Auxílio Mútuo);
 falhas de equipamentos;
 falhas operacionais; e
 demais problemas levantados na reunião.

5.4 Revisão do plano

O plano de emergência contra incêndio deverá ser revisado por profissional habilitado sempre que:

 ocorrer uma alteração significativa nos processos industriais ou de serviços;


 quando for constatada a possibilidade de melhoria do plano; e
 completar 12 (doze) meses de sua última revisão.

Nota: nenhuma alteração significativa nos processos industriais ou de serviços poderá ser efetuada sem
que o profissional habilitado que elaborou o plano de emergência contra incêndio seja consultado
previamente e autorize a sua alteração por escrito.

5.5 Auditoria do plano

Deve ser realizada uma auditoria interna ou externa do plano a cada 12 (doze) meses, preferencialmente
antes da revisão do plano, de modo a avaliar e certificar que o plano está sendo cumprido em conformidade
com esta norma.

______________________________________________________________________________________
ANEXO A (normativo)
Fluxograma de procedimentos de emergência contra incêndio
Início

ALERTA

Análise da situação.

não

emergência?

sim

Procedimentos
necessários.

não não
Há vítimas? Há incêndio?

sim
sim

necessidade sim CORTE DE
Há de cortar a ENERGIA
não
necessidade energia
de socorro? elétrica?

não
sim


PRIMEIROS ABANDONO DE
necessidade sim
SOCORROS ÁREA
de abandono
de área?

não
Há não
necessidade Há
de remoção? ISOLAMENTO DE
necessidade sim
ÁREA
de isolamento
de área?

sim
não

Socorro especializado Há
necessidade CONFINAMENTO DA
sim
de ÁREA
confinamento
da área?

não

Há COMBATE AO
sim
necessidade INCÊNDIO
de combate?

não

O sinistro foi não


controlado?

sim

INVESTIGAÇÃO

Cópia para os setores


responsáveis
Elaboração de relatório

Cópia para arquivo Fim

Nota: Em qualquer situação de emergência, sempre priorizar o atendimento às vítimas.


ANEXO B (normativo)
Modelo de plano de emergência contra incêndio

DESCRIÇÃO DA EDIFICAÇÃO

 Nome: Condomínio Comercial São Paulo


 Endereço: Av. Paulista, 10.980 - Centro - São Paulo - SP
 Ocupação: escritórios e consultórios médicos
 População Fixa: 600 pessoas
 População Flutuante: 1.000 pessoas
 Dimensões: 2 subsolos (garagens), térreo, 15 andares e cobertura com heliponto, com altura total de
48 m (do piso de entrada até o piso do heliponto) e área construída de 9.500 m 2.
 Meios de Escape: escada interna a prova de fumaça (pressurizada), sinalizada e com acionamento
pelo alarme de incêndio e detectores automáticos nas portas corta-fogo das saídas de emergência dos
andares, com descarga no andar térreo.
 Equipamentos de Segurança: extintores de incêndio portáteis, sistema de hidrantes, iluminação de
emergência, alarme de incêndio manual (central na portaria) e detecção automática somente nos
saguões dos elevadores para proteção da escada.
 Brigada de Incêndio: 80 Brigadistas.
 Bombeiro Profissional Civil: 01 por turno
 Riscos em potencial: cabine primária e caldeira elétrica localizadas no 1º subsolo, heliponto na
cobertura e equipamentos de raio-x nos conjuntos 37, 73 e 103.
 Meios de ajuda externa: Posto de Bombeiros do Centro a 4 Km (fone 193) e Brigada de Incêndio do
Condomínio Carioca (fone 9999-9999).
 Moto-Gerador: Unidade existente no subsolo, em sala a prova de fogo, tipo automático-diesel e com
autonomia para 6 horas. Alimenta os seguintes sistemas em caso de falta de energia da concessionária:
iluminação de emergência, insufladores da escada, bombas de incêndio e recalque e portão de
veículos.

PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA

Os seguintes procedimentos estão relacionados numa ordem lógica, que deverão ser executados conforme
o pessoal disponível e com prioridade ao atendimento de vítimas.

1. ANÁLISE PRIMÁRIA: Sempre que houver uma suspeita de princípio de incêndio (por calor, cheiro,
fumaça ou outros meios), o mesmo deverá ser investigado. Nunca deverá ser subestimada uma
suspeita.

2. ALARME: Ao ser detectado um principio de incêndio real, deverá ser acionado o alarme de incêndio
manual que tem uma botoeira, tipo quebra-vidro, em cada andar ao lado da porta de saída de
emergência.

3. ANÁLISE SECUNDÁRIA: Após identificação do andar sinistrado (pelo painel da central), o alarme
deverá ser desligado e o Bombeiro Profissional Civil, de plantão ao Condomínio, deverá comparecer ao
local para análise final da emergência.

4. CORTE DA ENERGIA: Caso necessário, deverá ser providenciado o corte da energia elétrica (parcial
ou total). O corte geral deverá ser executado pelo pessoal da Manutenção, que deverá estar a
disposição do Chefe da Brigada.

5. CORPO DE BOMBEIROS: Um Brigadista deverá acionar o Corpo de Bombeiros dando as seguintes


informações:

 nome e número do telefone utilizado;


 endereço do Condomínio (completo);
 pontos de referência (esquina com Rua da Paz);
 características do incêndio;
 quantidade e estado das eventuais vítimas; e
 quando da existência de vítima grave e o incêndio estiver controlado, deverá ser informada a existência
do heliponto na cobertura para eventual resgate por helicóptero.
6. ABANDONO: Caso seja necessário abandonar a edificação, deverá ser acionado novamente o alarme
de incêndio para que se inicie o abandono geral. Os ocupantes do andar sinistrado, que já deverão
estar cientes da emergência, deverão ser os primeiros a descer, em fila e sem tumulto, após o primeiro
toque, com um Brigadista chefiando a fila e outro encerrando a mesma. Todos os demais ocupantes de
cada andar deverão, após soar o primeiro alarme, agruparem-se no saguão dos elevadores,
organizados em fila direcionada à porta de saída de emergência que deverá ser mantida já aberta. Após
o segundo toque do alarme, os andares iniciarão a descida, dando preferência as demais filas, quando
cruzarem com as mesmas (como numa rotatória de trânsito), até a descarga (andar térreo), onde se
deslocarão para a calçada e darão a volta ao quarteirão, posicionando-se conforme chegada. Neste
momento, um Brigadista fará a chamada para verificar eventuais ausências para posterior averiguação,
comunicando, de imediato, a posição do andar na calçada e as demais alterações ao Chefe da Brigada.

7. PRIMEIROS SOCORROS: Deverão ser prestados os primeiros socorros às eventuais vítimas, conforme
treinamento específico dado aos Brigadistas.

8. COMBATE: Os demais Brigadistas iniciarão, como necessário e/ou possível, o combate ao fogo sob
comando do Bombeiro Profissional Civil, podendo ser auxiliados por outros ocupantes do andar. O
combate ao incêndio deverá ser efetuado conforme treinamento específico dado aos Brigadistas.

9. ORIENTAÇÃO: O mesmo Brigadista que acionou o Corpo de Bombeiros, preferencialmente, deverá


orientá-los quando na sua chegada e apresentá-los ao Chefe da Brigada.

10. RELATÓRIO: Após o controle total da emergência e a volta a normalidade, incluindo a liberação do
Condomínio pelas autoridades, o Chefe da Brigada deverá elaborar um relatório, por escrito, sobre o
sinistro e as ações de contenção, para as devidas providências e/ou investigação, oficial ou não.

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