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Rodrigo Carlos Silva de Lima
rodrigo.uff.math@gmail.com
‡
1
Sumário
1 Grupos 3
1.1 Subgrupo normal e o grupo quociente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.1.1 Subgrupo gerado por um conjunto . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2 Um princı́pio de contagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.3 A equação de Classes e aplicações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.3.1 Normalizador de um elemento a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.3.2 Centro de um grupo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.4 Teorema de Sylow . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.4.1 |G| = 22 .7.13 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
1.4.2 Grupo de ordem pq. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
1.4.3 Grupo de ordem 2p. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
1.4.4 Grupo de ordem 5.2.3 = 30 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
1.5 Produto direto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
1.5.1 Estudo do grupo de ordem 72 .112 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
1.5.2 Recı́proca do teorema de Lagrange para Grupos abelianos . . . 47
1.6 Congruência mod(H, T ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
2
Capı́tulo 1
Grupos
[ X
G= Ha ⇒ |G| = |Ha| =
a∈B a∈B
como |Ha| = H não depende de a pois a classe lateral tem sempre a mesma
cardinalidade de H, segue
X X
= |H| = |H| 1 = |H|iG (H)
a∈B a∈B
3
CAPÍTULO 1. GRUPOS 4
yhy−1 ∈ N ; ∀ h ∈ N ∀ y ∈ G.
1. H é normal.
2. gHg−1 = H ∀ g ∈ G .
3. Hg = gH ∀ g ∈ G .
ê Demonstração.
• 2) ⇒ 3). Seja a ∈ Hg vamos mostrar que a ∈ gH. a = hg, como vale gHg−1 = H
então existe h1 ∈ H tal que gh1 g−1 = h portanto gh1 = hg = a logo a ∈ gH.
Da mesma forma dado b ∈ gH então b ∈ Hg, b = gh, de gHg−1 = H existe
CAPÍTULO 1. GRUPOS 5
• 3) ⇒ 1). Temos que mostrar que gHg−1 ⊂ H. Seja y ∈ H arbitrário então gyg−1
como Hg = gH existe h ∈ H tal que gy = hg, daı́ gyg−1 = hgg−1 = h portanto
gyg−1 de onde segue gHg−1 ⊂ H.
ê Demonstração. Vale que xH, Hx ⊂ H, falta mostrar que H ⊂ Hx, xH. Dado
y ∈ H, podemos escrever da forma y = (yx−1 )x = x(x−1 y), pois o inverso de x pertence
à H por ser subgrupo.
G = H ∪ gH
G = H ∪ Hg
Y
n Y
m
1
{ ak . k | n, m ∈ N, ak , bk ∈ S} :=< S >
b−
k=1 k=1
Y
n Y
m Y
t Y
l
1 1
ê Demonstração. Seja x, y ∈< S > então x = ak . k ,
b− y= ck . k .
d−
k=1 k=1 k=1 k=1
• O produto é fechado
Y
n Y
m Y
t Y
m Y
n+t Y
m+l
1 1 1
xy = ak . b−
k ck . d−
k = ak . b−
k ∈< S >
k=1 k=1 k=1 k=1 k=1 k=1
Y
m Y
n
−1 1
x = bm+1−k a−
m+1−k ∈ S.
k=1 k=1
contém S então
\
< S >= Ak .
k∈B
b Propriedade 7. G 0 C G.
ê Demonstração.
Escrevemos
g−1 (xyx−1 y−1 )g = g−1 (x)g g−1 (y)g g−1 (x−1 )g g−1 (y−1 )g = aba−1 b−1 ∈ G 0 .
| {z } | {z } | {z } | {z }
a b a−1 b−1
f(G10 ) ⊂ [f(G1 )] 0 .
ê Demonstração.
CAPÍTULO 1. GRUPOS 8
ê Demonstração.
= n3 ac−1 = n3 n1 ∈ N
Na.Na−1 = Naa−1 = Ne = N.
n(H ∩ N)n−1 ⊂ H ∩ N ∀n ∈ N.
E também sobrejetor pois dado Na ∈ G/N temos a ∈ G tal que π(a) = Na. (falta o
núcleo)
CAPÍTULO 1. GRUPOS 10
g1 g2 = g2 g1 ⇔ g1 g2 ∈ g2 g1 G 0
1 −1 −1 − 1 −1 −1
1 g2 g1 g2 ) , (g1 g2 g1 g2 ) é da forma (xyx y )
o que se verifica pois g1 g2 = g2 g1 (g−
1 −1
1 e y = g2 .
com x = g−
ê Demonstração.
g1 g2 = g2 g1 ⇔ g1 g2 ∈ g2 g1 H
1 −1 −1
g1 g2 = g2 g1 h ⇔ g−
2 g1 g2 = g1 h ⇔ g1 g2 g1 g2 = h
| {z }
∈G 0
(1, b) ∈ R seu inverso é (1, b)−1 = (1−1 , −b.1−1 ) = (1, −b) logo como (1, b)−1 é do tipo
(1, c) para c real, temos o inverso de cada elemento pertence ao conjunto.
Seja agora (1, b) ∈ H e (1, c) ∈ H temos que (1, b)(1, c) = (1, c + b) como c + b é real
temos que o produto é fechado no subgrupo. Assim são satisfeitas todas propriedades
de um subgrupo logo H é um subgrupo de G.
Vamos mostrar agora que o subgrupo é normal. Sejam (1, b) ∈ H e (a, c) ∈
G elementos arbitrários, vamos mostrar que (a, c).(1, b).(a, c)−1 ∈ H. Temos que
(a, c).(1, b) = (a, a.b + c) e (a, c)−1 = (a−1 , −c.a−1 ), aplicando a operação (a, a.b +
c)(a−1 , −c.a−1 ) = (1, −c + a.b + c) = (1, a.b) ∈ H logo o subgrupo é normal.
f(H(a, b)H(c, d)) = f(H(a, b)(c, d)) = f(H(ac, ad + b)) = ac = f(H(a, b))f(H(c, d)).
HK = {h.k|h ∈ H, k ∈ K}
• B ⊂ f−1 (hk) . Vale que f(ha−1 , ak) = ha−1 ak = hk portanto B ⊂ f−1 (hk).
1 −1
f(h1 , k1 ) = h1 k1 = hk ⇒ h−
1 h = k1 k
CAPÍTULO 1. GRUPOS 13
1
tomamos a = h−1 h = k k−1 ∈ H ∩ K. De h1 k1 = hk segue que
| {z } | 1{z }
∈H K
1 −1 −1
h1 = hkk−
1 = h(k1 k ) = ha−1
1
k1 = h −
1 hk = ak
• Por fim o conjunto {(ha−1 , ak), a ∈ H ∩ K} tem |H ∩ K| pois está em bijeção com
H ∩ K.
ê Demonstração. Da identidade
|H| |K|
|HK| =
|H ∩ K|
se fosse |H ∩ K| = 1 terı́amos
p √
|G| ≥ |HK| = |H||K| > |G| G = |G|
ê Demonstração.
⇒). Suponha HK subgrupo de G então x ∈ HK implica x−1 ∈ HK, x−1 = h.k e
x = (x−1 )−1 = k−1 .h−1 ∈ KH logo x ∈ HK ⇒ x ∈ KH e segue HK ⊂ KH. Agora vamos
mostrar que KH ⊂ HK, seja kh ∈ KH segue kh = (h−1 k−1 )−1 mas (h−1 k−1 )−1 ∈ HK pois
como HK é subgrupo há inverso de h−1 k−1 que é (h−1 k−1 )−1 .
⇐).
Supondo HK = KH vamos provar que HK é subgrupo de G.
CAPÍTULO 1. GRUPOS 14
ê Demonstração.
Vamos mostrar que HK = KH.
pois H, K C G.
$ Corolário 9. Em qualquer grupo (G, .) vale C(e) = {e} pois C(e) = {b = x−1 ex =
e.}
$ Corolário 10. Se (G, .) é abeliano então vale C(a) = {a} pois C(a) = {b =
x−1 ax = x−1 xa = a.}
que implica
X
n
|G| = |ck |
k=1
$ Corolário 12.
N(e) = G
pois
N(e) = {x ∈ G|ex = xe = x} = G.
$ Corolário 14. Seja G um grupo não abeliano, então existem a e b tais que
ab 6= ba logo b ∈
/ N(a) isso implica N(a) 6= G.
$ Corolário 15.
< a >⊂ N(a).
CAPÍTULO 1. GRUPOS 17
ê Demonstração.
onde multiplicamos primeiro por x−1 à direita, depois por x−1 à esquerda.
|G|
ca = .
|N(a)|
conjunto
Z(G) = {x ∈ G|xa = ax.∀a ∈ G.}
ê Demonstração.
$ Corolário 17. Vale que Z(G) C G, isto é Z(G) é subgrupo normal de G, pois
para todo x ∈ Z(G), g ∈ G vale xg = gx ⇒ gxg−1 = x ∈ Z(G) logo gZ(G)g ⊂ Z(G)
então Z(G) é normal. Qualquer subgrupo do centro também é normal.
1. fg : C → C seja bijeção.
ê Demonstração.
da mesma maneira
ê Demonstração.
ê Demonstração.
x ∼ y, ⇔ ∃ g ∈ G | fg (x) = y.
ê Demonstração.
ê Demonstração.
• E(x) não é vazio pois e ∈ E(x), fe (x) = x.
logo g1 g2 ∈ E(x).
• Seja g ∈ E(x) então g−1 ∈ E(x) pois fg = h com h(x) = x, fg−1 = h−1 e vale
h−1 (x) = x.
ê Demonstração.
• h é função, pois, sejam g1 , g2 ∈ G com fg1 (x) = fg2 (x) daı́ fg−1 g1 (x) = x portanto
2
1
2 g1 ∈ E(x) logo g1 ∈ g2 E(x) que implica g1 E(x) = g2 E(x).
g−
Z(x) = {g ∈ G | gxg−1 = x}
é o estabilizador da conjugação.
1
X X X z }| { X X X
|G| = |Cl(x)| = |Cl(x)|+ |Cl(x)| = |Cl(x)|+ 1 = Z(G)+ |Cl(x)|.
x∈B x∈Z(G)
/ x∈Z(G) x∈Z(G)
/ x∈Z(G) x∈Z(G)
/
CAPÍTULO 1. GRUPOS 25
$ Corolário 26.
ê Demonstração.
1 −1
• Se g1 , g2 ∈ N(H) então g1 g2 ∈ N(H) pois g1 Hg−
1 = H e g2 Hg2 = H, daı́
$ Corolário 29. Como O(x) = (G : E(x)) aplicado no caso que estamos conside-
rando implica
|{gHg−1 | g ∈ G}| = (G : N(H)).
para x ∈
/ Z(G), Z(x) ⊂ G propriamente, pois existe g ∈ G que não comuta com
x logo g ∈
/ Z(x), como Z(x) é subgrupo de G (por ser estabilizador) então pn
não divide |Z(x)| , de |G| = |Z(x)| (G : Z(x)) segue que p divide (G : Z(x)).
Como Z(G) é um grupo abeliano, pelo lema de Cauchy, existe y ∈ Z(G) de
ordem p e < y > CG, podemos considerar o grupo quociente G/ < y >, temos
|G/ < y > | < G e pn−1 divide |G/ < y > | logo por hipótese de indução
CAPÍTULO 1. GRUPOS 29
$ Corolário 31. Sejam G um grupo finito, p um natural primo tal que pm | |G| e
pm+1 não divide |G| então G tem um subgrupo de ordem pm , G tem um p-Sylow
subgrupo.
ê Demonstração.
⇒ .)
Se |G| = pn então a ordem de x ∈ G divide pn por teorema de Lagrange, logo sua
ordem é potência de p.
⇐).
Vamos provar a contrapositiva. Se G não é um p-grupo, existe um número q 6= p
primo tal que divide |G|, daı́ pelo teorema de Cauchy existe um elemento x ∈ G de
ordem q.
|H||K|
|HxK| = .
|H ∩ (xKx−1 )|
b Propriedade 40.
H ⊂ N(H) e H / N(H).
onde | S
|{z} |e|< x
|{z} > | são potências de p e |S∩ < x > | < | < x > |, pois
p−Sylow x∈p−grupo
/ S. < x > S é um P-subgrupo de G de ordem maior que |S|, o que é absurdo pois
x∈
S é um p-Sylow de G, então devemos ter P ∩ N(S) = P ∩ S.
F Teorema 5 (Teorema de Sylow, Parte 2). Seja (G, .) um grupo finito. Seja p
um natural primo tal que pm | |G| e pm+1 não divide |G|.
|G|
np = = (G : N(S))
|N(S)|
ê Demonstração.
b = (G : S) = (G : NG (S))(NG (S) : S)
|C| = pm .b, mdc(p, b) = 1.
e p 6 | |C| segue que existe k tal que (P : P∩Sk ) = 1, isso implica com a observação
anterior que |P| = |P ∩ Sk | que implica P = P ∩ Sk , P ⊂ Sk .
|C| = (G : NG (S)).
ê Demonstração.
Vale que
X
n
|C| = np = (S : S ∩ Sk ) =
k=1
suponha S = S1 então
X
n
=1+ (S : S ∩ Sk ) mod p = 1.
|k=1 {z }
potência de p
|H| |K|
|HK| = = 5.19
|H ∩ K} |
| {z
={e}
n5 = (G : N(H)) ≤ (G : HK) = 22
Z Exemplo 10. Seja (G, .) um grupo com 42 elementos. Mostre que G tem um
subgrupo com 6 elementos.
Primeiro fatoramos a ordem do grupo 42 = 2.3.7, por isso temos 2-Sylow,3-Sylow
e 7-Sylow subgrupos com n2 ∈ {1, 3, 7, 3.7} e n2 ≡ 1 mod 2, n3 ∈ {1, 2, 7, 2.7} e
n3 ≡ 1 mod 3 com isso descartamos as possibilidades de 2 e 2.7 ≡ 14 ≡ 2 mod 3
porém temos ainda n3 ∈ {1, 7} e finalmente analisando n7 , temos n7 ∈ {1, 2, 3, 2.3}
e n7 ≡ 1 mod 7 implica n7 = 1.
2.3.7
Se n3 = 7, seja P um dos 3−Sylow temos pelo teorema de Sylow que 7 = ,
|N(P)|
N(P) = 6 e N(P) é subgrupo de G, pois P é subgrupo de G, neste caso temos um
subgrupo com 6 elementos.
Se n3 = 1 temos |N(P) = 42|, o 3−Sylow é normal, tomamos um 2-Sylow H,
logo HP será subgrupo de G, como |H ∩ P| é subgrupo de H e de P temos ainda
|H ∩ P| | | |H| e |H ∩ P| | | |P| assim |H ∩ P| | mdc(3, 2) = 1, disto concluı́mos que
|H ∩ P| = 1 logo H ∩ P = {e} e pelo princı́pio de contagem
|H||P|
|HP| = = |H||P| = 2.3 = 6
|H ∩ P|
|H||K|
|HK| = = |H||K| = 132 .112 .
|H ∩ K|
(b.a−1 b−1 ) ∈H
a .
|{z} | {z }
∈H
∈H Pois é normal em
ab.a−1 b−1 =
G
−1 −1
(aba )
| {z }
b ∈K
. |{z}
∈K
∈K Pois é normal em G
Logo aba−1 b−1 ∈ H ∩ K = {e}, aba−1 b−1 = e, implica ab = ba. Sejam então y = ab
e x = a 0 .b 0 , y, x ∈ G, temos
onde de (0) para (1) e de (2) para (3) usamos comutatividade dos elementos de K
e H e de (1) para (2) usamos comutatividade em K e H, logo o grupo é abeliano.
Z Exemplo 13. Todo grupo abeliano de ordem 10 tem elemento de ordem 10.
Seja G um grupo abeliano de ordem 10, temos que ele possui S5 e S2 pois 2, 5|10
e 22 , 52 não dividem 10. Os S5 e S2 são grupos ciclı́cos com 4 e 1 gerador respecti-
vamente, então se intersectam apenas no elemento neutro e. Sejam então a ∈ S5
e b ∈ S2 temos por propriedade de grupos abelianos que (a.b)2.5 = (a5 )2 .(b2 )5 = e,
como o(a) = 5, o(b) = 2 e mdc(2, 5) = 1 segue o(a.b) = 2.5 = 10. Conseguimos
assim um elemento de ordem 10 em G.
2. (G : H) ≡ 1 mod p
ê Demonstração.
b Propriedade 44. Sejam p primo, G não abeliano com |G| = p3 então |Z(G)| =
pe
G/Z(G) w Zp × Zp .
daı́ n13 não pode ser 14, logo K é normal em G, possuindo 13 elementos.
ê Demonstração.
⇒).
Se G é abeliano então ele possui apenas um p-Sylow pois o conjugado de um
p-Sylow é ele mesmo.
⇐).
Suponha que G possua apenas um p-Sylow H, seja K um q-Sylow, nq ≡ 1 mod q
e nq ∈ {1, p}, não podemos ter nq = p pois p < q, daı́ p 6≡ 1 mod q, logo o q-Sylow
é único, sendo portanto normal.
CAPÍTULO 1. GRUPOS 39
Disso temos que ambos p-Sylow e q-Sylow são normais. Sejam então H o p-Sylow
e K o q-Sylow. H ∩ K é subgrupo de H e de K logo |H ∩ K| | | |H| e |H ∩ K| | | |K| assim
|H ∩ K| | mdc(p, q) = 1, disto concluı́mos que |H ∩ K| = 1 implicando H ∩ K = {e} e
pelo princı́pio de contagem
|H||K|
|HK| = = |H||K| = pq.
|H ∩ K|
Disto podemos concluir que HK = G.
Temos também que H e K são abelianos por terem ordem p . Seja y ∈ G então
y = ab com a ∈ H e b ∈ K. Considere
a .
|{z} (b.a−1 b−1 ) ∈H
| {z }
∈H
∈H Pois é normal em G
ab.a−1 b−1 =
(aba−1 ) b −1 ∈ K
. |{z}
| {z }
∈K
∈K Pois é normal em G
Logo aba−1 b−1 ∈ H ∩ K = {e}, aba−1 b−1 = e, implica ab = ba. Sejam então y = ab e
x = a 0 .b 0 , y, x ∈ G, temos
onde de (0) para (1) e de (2) para (3) usamos comutatividade dos elementos de K e
H e de (1) para (2) usamos comutatividade em K e H, logo o grupo é abeliano.
b Propriedade 49. Seja G um grupo de ordem pq, onde p, q são primos p < q
e p não divide q − 1 então G é cı́clico, G é isomorfo a Zpq .
Z Exemplo 16. Se |G| = 2.7.13 então G possui subgrupo normal de ordem 13.
n7 ∈ {1, 13, 2, 22 , 22 .13, 2.13} com n7 ≡ 1 mod 7 segue n7 = 1, de maneira similar
n13 ∈ {1, 7, 2, 22 , 2.7, 22 .7}, n13 ≡ 1 mod 13, implica n3 ∈ {1, 14}. Seja H um 13-Sylow
e K o 7-Sylow, vale que HK < G, pois K C G. Temos
|H||K|
|HK| = = 13.7
|H ∩ K|
22 .7.13
n13 = (G : N(H)) ≤ (G : HK) = =4
13.7
portanto n13 não pode ser 14, logo vale 1 e H C G. Temos um subgrupo de ordem
13.
n5 = (G : N(K)) ≤ (G : HK) = 2
n3 = (G : N(K)) ≤ (G : HK) = 2
Seja G um grupo com |G| = 72 .112 . Temos 7-Sylow e 11-Sylow. n11 ∈ {1, 7, 72 }
concluı́mos que n11 = 1 pois nenhum outro satisfaz n11 ≡ 1 mod 11, da mesma
maneira temos que n7 ∈ {1, 11, 112 } como 11 ≡ 4 mod 7 logo 112 ≡ 42 = 16 ≡ 2 mod
concluı́mos que n11 = 1 . Disso temos que ambos 7-Sylow e 11-Sylow são normais.
CAPÍTULO 1. GRUPOS 42
|H||K|
|HK| = = |H||K| = 72 .112 .
|H ∩ K|
(b.a−1 b−1 ) ∈H
a .
|{z} | {z }
∈H
∈H Pois é normal em
ab.a−1 b−1 =
G
(aba−1 ) b −1 ∈ K
| {z }
. |{z}
∈K
∈K Pois é normal em G
Logo aba−1 b−1 ∈ H ∩ K = {e}, aba−1 b−1 = e, implica ab = ba. Sejam então y = ab
e x = a 0 .b 0 , y, x ∈ G, temos
onde de (0) para (1) e de (2) para (3) usamos comutatividade dos elementos de K
e H e de (1) para (2) usamos comutatividade em K e H, logo o grupo é abeliano.
Como o grupo é abeliano, podemos usar o teorema dos grupos abelianos de ordem
pn . As partições de 2 são 1 + 1, 2 logo P(2) = 2. Os grupos abelianos não-
isomorfos com 72 elementos são Z7 × Z7 e Z72 e com 112 são Z11 × Z11 e z112 . Há
então P(2).P(2) = 4 grupos abelianos não-isomorfos com 72 .112 elementos, à saber
Z Exemplo 20. Sejam p e q primos ı́mpares, tais que p < q < 2p. G um grupo
CAPÍTULO 1. GRUPOS 43
Zp × Zp × Zq , Zp2 × Zq .
Z Exemplo 22. Sejam p e q primos ı́mpares, tais que p < q < 2p. G um grupo
de ordem pn q se (p, q) 6= (2, 3) então G possui um subgrupo H normal de ordem
CAPÍTULO 1. GRUPOS 44
pn .
Temos que np ∈ {1, q} e nq ∈ {1, p2 , p3 , · · · , pn }, não podemos ter nq = p pois
q > p e daı́ p 6≡ 1 mod q. Não podemos ter np = q pois terı́amos q ≡ 1 mod p
assim p|(q − 1) mas p não pode dividir q − 1, pois como q é ı́mpar q − 1 é par e o
primeiro par múltiplo de p é maior que q de 2p > q. Logo temos que np = 1 e o
p-Sylow é normal, possuindo pn elementos.
de ordem 2n ou 2n−1 .
Se n = 1 temos um subgrupo de ordem 21−1 = 1, que é o o grupo formado por
{e}, sendo normal em G. Suponha então n ≥ 2.
G possui um subgrupo de ordem 2n e tal subgrupo é grande, pois (G : H) = 3,
3! < 22 .3 = 12 ≤ 2n .3. O núcleo do homomorfismo
que tem ordem 6 , logo |G/ ker(T )| assume valor 1, 2, 3 ou 6 e portanto | ker(T )|
pode ser
{2n .3, 2n−1 .3, 2n , 2n−1 }
Z Exemplo 25. Mostre que existe um único grupo com 255 elementos.
Seja G um grupo tal que 255 = 5.17.3 = |G|, então existem 5, 3 e 17-Sylows
subgrupos , pois 5, 3, 17||G| e 52 , 32 , 172 não dividem a ordem de G. Sejam n3 , n5 , n17
a quantidade de 3, 5, 17 Sylows respectivamente, então n3 ∈ {1, 5, 17, 5.17} de onde
descartamos a possibilidade de ser n3 = 5 ou 17, pois são ambos congruentes
2 mod 3 e não podemos descartar ainda 5.17 pois é congruente 2.2 = 4 ≡ 1 mod 3.
Logo n3 ∈ {1, 5.17}.
n5 ∈ {1, 3, 17, 3.17}, temos que 17 ≡ 2 mod 5 logo descartamos a possibilidade
de ser n5 = 1 ou 17, não podemos ainda descartar a possibilidade de ser n5 = 3.17
CAPÍTULO 1. GRUPOS 46
desta última relação concluı́mos que n3 = 1, pois não pode ser 5.17. Logo o
3-Sylow é normal.
Tem-se então 3 subgrupos normais, S3 , S5 , S17 , ambos ciclı́cos, pois possuem
ordem prima e qualquer elemento dentro deles diferente do neutro gera os grupos,
assim a intersecção desses grupos se dá apenas no elemento neutro.
Pode-se mostrar ainda que
pois S17 , S3 , S5 são cı́clicos com 16, 2, 4 geradores, se houvesse em S3 S5 , S17 S5 , S3 S17
(sempre respectivamente) elemento a 6= e em comum poderı́amos tomar < a > que
teria ordem 17, 3, 5 e seria subgrupo de S3 S5 , S17 S5 , S3 S17 , o que seria absurdo pois
a ordem do subgrupo divide a ordem do grupo e 17, 3, 5 não divide 3.5, 17.5, 3.17.
Logo a interseção é sempre e.
Disto segue que
|S3 S5 S17 | = |S3 ||S5 ||S17 | = 3.5.17
∼ S3 × S5 × S17 =
G = S3 S5 S17 = ∼ Z3 × Z5 × Z7
ê Demonstração.
Y n
Seja G com |G| = pak k , produto de primos distintos e ak ∈ N. Seja Pk o pk -
k=1
Sylow, Pk é único pois o grupo é abeliano e daı́ o conjugado de Pk é ele mesmo,
sendo também normal.
Yn
Pk ⊂ Pk onde esse último é subgrupo pois cada Pk CG, além disso tais p-Sylows
k=1
CAPÍTULO 1. GRUPOS 48
tem e como único elemento em comum pois suas ordem tem valores primos entre si.
|H||K| Yn Yn
Por aplicação sucessiva da propriedade |HK| = tem-se | Pk | = pak k , logo
|H ∩ K| k=1 k=1
Yn
Pk = G.
k=1
Com isso temos um isomorfismo natural com o produto direto P1 × · · · × Pn dado
por
f : G = P1 P2 · · · Pn → P1 × · · · × Pn
Y
n
ê Demonstração. Seja G = P1 × Pn , vale |G| = pak k onde Pk é o pk -Sylow de
k=1
Y
n
G. Se d divide |G| então d = pbkk onde 0 ≤ bk ≤ ak . Como Pk é um Pk -grupo de
k=1
ordem pak k ele contém um subgrupo normal Nk de ordem pbkk por teorema de Cauchy
Yn
. Seja então N = Nk como Nk C G, N é subgrupo de G e os fatores não possuem
k=1
elemento em comum fora a identidade {e} pois estão contidos em p-Sylows disjuntos,
daı́
Y
n
pbkk = |N| = d
k=1