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AULA PRESENCIAL – ILE ORUNGÃ – OJUBONA – IFA LUIZINHO – 16/02/2018

DAFA – ODU
Para adequarmos nossa compreensão ao entendimento do DAFA, podemos resumir ODU naquilo que representa sua
característica mais primordial e a partir daí, fica mais fácil, dentro das combinações dos Omo ODU, estabelecermos
um caminho.
Por ex: OGBE – OYEKU: Luz e trevas dividindo o espaço. A pessoa está iniciando um caminho do nada. Pode estar ligado
às pessoas recém-nascidas ou prestes a morrer. Mas também pode estar evidenciando a simbolização do término de
um caminho e recomeço de uma nova posição. Para uma pessoa antes de dar obrigação, pode aparecer esse caminho.
Precisamos atentarmo-nos para sabermos conjugar esses caminhos de forma correta e acertada. Então, vamos lá:

EJIOBE – é a elisão de luz. É o início. O ciclo dos Odús se inicia em OGBE e termina em OFUN. Essa é a compreensão
entre nascer e morrer. Dentro deste signo é que vamos fazer a nossa jornada. EJIOBE significa sempre o início de uma
jornada, se estiver positivo/ire dentro de entendimento do estudo do DAFA, caracterizará “caminho aberto”, se estiver
negativo/ibi caracterizará caminho fechado.

OYEKU – é sempre o término de um ciclo. Pode indicar “a morte de forma prematura” estando ibi ou de forma natural
caso apresente-se em ire. Pois a morte vem como bênçãos de Olodumare. É o orixá mais fiel.

IWORI - é sempre uma transformação ligada à “cabeça”, mas só que qualquer processo de transformação ocorre na
natureza, através do elemento fogo. Então a cabeça precisa estar em um alinhamento - emoção, razão e espírito -
para conseguir lograr êxito nessa transformação. Pois neste processo os nervos ficam à flor da pele, a cabeça esquenta
tanto que parece que vai explodir. Então a gente entra num conflito, não nos permitindo o amadurecimento, fazendo
com que prolongue mais o fogo consumidor em nossas vidas, buscando um equilíbrio dentro da cabaça da paciência
de Orumila.

ODI – Sempre um renascimento, no sentido de que, a cada vez que expurgamos, ou seja, cortamos uma cabeça -
porque ODI é o grande guerreiro, o grande cortador de cabeça do Orun, já no entendimento do Merindilogun, ODI é
entendido como a bunda, aquilo que precisa ser expurgado. O ser humano é capaz de carregar muitas cabeças. Então
precisamos alinhar nosso ory, expurgar... nos abstermos de todos os nossos egos, todos os sentimentos ligados à
carne, porque ODI é recipiente, é tudo aquilo que está dentro de um corpo, e esses sentimentos nos anulam de forma
espiritual.
ODI em ire estamos conseguindo a cada dia transformar o nosso aprendizado, os nossos aprendizados em exemplos
e assim renascer, em nós mesmos. Ou em ODI estamos acumulando problemas e não estamos conseguindo
transformar esses problemas em aprendizado. É onde caímos numa resistência com problemas cíclicos, persistindo
nos erros e padecendo com as nossas atitudes, assumindo assim posicionamento como auto piedade, depressão e
todos esses sentimentos ligados à ODI.

IROSUN - O sinônimo de Irosun dentro do DAFA é a base de compreensão que nós buscamos em Ipori. Se estamos
alinhados ou em conflito com aqueles que guardam o nosso destino - a nossa ancestralidade maior. Então a partir daí
se Irosun está positivo, é que estamos conseguindo acatar os aconselhamentos do Orun. O nosso subconsciente não
está sacaneando o nosso consciente, há um equilíbrio ali das nossas ações. Se está em osobo/ibi, estamos
simplesmente vivendo as disfunções de nossos ancestrais e, talvez até produzindo mais.

OWORIN - é sempre o caos. Toda mudança que não parte de nós soa como caos. Porque o caos vem sempre nos
impondo um processo de mudança. De fora e do alto o caos é uma mudança organizada, mas para nós nos é uma
desordem em nossas vidas. Conforme nos posicionamos, aceitando ou rejeitando esse processo passa nos lapidando
ou nos dilacera. Então se Oworin se apresenta em ire, significa que estamos aceitando favorecidos a essa mudança ao
permanecermos quietos e, se apresenta em osobo significa que não estamos aceitando e terminando de nos afundar.

OBARA – está sempre ligado à cabeça, ao ego, ao determinismo, ou ao egoísmo mesmo. Quando estamos conseguindo
cuidar de nós mesmos, mas sem esquecer de nossas responsabilidades a nossa volta. Obara nos permite ver se
estamos estabelecendo perseguições ou não para as nossas vidas ou se simplesmente estamos nos posicionando como
centro do universo, se estamos somente olhando para o nosso umbigo.
OKARAN – É recomeço. Dentro de um processo de recomeço é preciso seguir regras, se não retornamos a EJIOBE.
Neste recomeçar significa que conseguimos vencer uma etapa. Para seguir adiante nessa nova etapa, nós precisamos
alinhar o coração, a mente e o espírito. Se estamos alinhados, conseguimos avançar em Okaran, senão, ficamos
devendo. O processo de Okaran é muito duro, porque significa o recomeço a partir do zero.

OGUNDA – É sempre a divisão. Nós estamos provocando um conflito, e nesse conflito não tem como sairmos
vitoriosos, porque não tem como brigar com o ferro. Permitimos a remoção de obstáculos a partir de estratégias
corretas, evitando conflitos, evitando guerras, evitando comportamentos que possam se tornar destrutivos na nossa
vida. Mesmo assim OGUNDA está ligado à natureza humana, não à natureza externa, o que nós conseguimos provocar
ou não.

OSA – o símbolo de OSA é uma lagoa com um bambu no meio e de um lado para o outro. É o caminho em que as mães
ancestrais/Ajés, surgem. Então OSA é o portal. Dentro de OSA precisamos olhar com mais carinho, porque dentro
desse caminho o DAFA vê como mudança, ou mudança inesperada ou mudança para trazer melhorias. O tempero
básico de OSA é a temporalidade. Se vamos ter um relacionamento este será temporário, se vai partir para alguma
labuta ou coisa do tipo, ele tem um traço que pode ser visto como períodos curtos. Só que precisa ser visto com muita
calma, porque OSA pode dizer muita coisa. Por exemplo, pode indicar através do DAFA que a grande oportunidade
que está aparecendo ali, por mais horrível que possa parecer, está justamente em uma via contrária, uma via não
convencional. OSA pode indicar também uma grande falácia, que a pessoa está no mundo da fantasia e não consegue
enxergar a realidade. Então precisamos ver com muito cuidado para ver em que conjugação vai estar como Omó odú.

IKA – Dentro dos materiais que eu estudei de DAFA ele é tido como perversidade. É uma leitura diferente. Porque IKA
é aquele caminho de mão dupla. Aquilo que desejamos e retorna. Se IKA está em ire, o nosso ofó (força na palavra)
está bacana, mas se está em ibi, esse mesmo ofó se transformou em uma perversidade. Pois representa aquilo que
nós estamos emanando de energia no espaço tempo, é algo que não está retornando para nós em forma de remédio.
IKA são as duas serpentes, então precisamos entender como estamos estabelecendo a nossa ligação com o astral e
como reverberamos as nossas energias em relação a isso.

OTURUPON – Está sempre ligado à doença e à cura. Só que tem a ver com a origem, ligado à palavra de Olodumare.
São processos lentos. No material de DAFA, OTURUPON é como uma bola de carne. Então aquela bola de carne que
nós podemos até comparar com o útero, nela está a criação, é a origem. Então nunca a entenderemos ao certo. Por
exemplo, OTURUPON OFUN, é algo que não sabemos para onde a ordem vai descambar, mas sabemos que é algo que
pertence à verdade de Olodunmare, ligado a Obatalá, à forças celestiais. São aquelas curas que ocorrem no mais
íntimo do nosso inconsciente e que vai nos moldando, mesmo que não percebamos. Vamos entender esse odu a partir
de alguns meses ou até mesmo após alguns anos, as transformações que ocorrem. Ou a doença que vamos
provocando, tipo um câncer, decorrentes de nossos atos, como o ódio, que demora de 10 a vinte anos e quando vem
sai devastando tudo.

OTURA – É sempre a conexão. A conexão à fonte, à fonte criadora. Então OTURA positivo, estamos conseguindo
expandir as nossas mentes dentro de um processo criativo amparado na verdade, no símbolo chamado verdade, que
é um dos símbolos de Ifá ou nós simplesmente estamos desenvolvendo as nossas psicopatias, simples assim.

IRETE – É sempre o determinismo, ou estamos em contradição ao nosso destino ou estamos conseguindo, com muita
fé, esforço, dedicação, trabalho, e vencendo a morte, e estamos conseguindo a cada dia dar um passinho no
cumprimento de nosso destino, simples assim.

OSE – No sistema DAFA, OSE está como bênçãos, abundância de bênçãos ou a falta de bênçãos. Mas o mais importante
em OSE é a comunicação que precisamos movimentar e saber que dessa comunicação, o milagre tido em OFUN
acontece. Uma construção gradual de nossas oferendas, se estamos conseguindo enxergar os propósitos que existem,
não seguindo o “ouro dos tolos”. Em OSE devemos conseguir discernir o que realmente vale a pena do que não vale a
pena, e a patir daí . OSE é aquilo que se divide, é aquilo que é criado para nos favorecer até chegar à OSETURA, onde
Osun cria uma chance de um equilíbrio para que os homens fossem novamente ouvidos pelo sagrado. Porque os
homens blasfemaram tanto contra o sagrado que ele se afastou e os homens perderam essa conexão, criando no AIYE
um algazarra total.
OFUN – É o milagre. Dentro do DAFA, ou aproveitamos e crê que algo está acontecendo e nos preparamos para isso
ou não. Porque OFUN é o mistério. Não sabemos como e quando vai acontecer as bênçãos de OFUN, mas elas são
geradas a partir de algum lugar e nos alcançam verdadeiramente.

Então quando temos uma base de entendimento, mesmo que essa base seja bem básica, fica muito mais fácil, mesmo
não tendo o domínio e o conhecimento de todos os itan, se entender o caminho que está sendo lançado. Porque o
Oráculo é íntimo. O Oráculo é a nossa compreensão mais íntima, então os textos de Orunmila, a partir dos itan, as
obras que variam de família para família, não é todo mundo que tem os mesmos tratados, os tratados que não se tem
notícias, tratatos só são encontrados em Cuba, e são guardados, não são divulgados facilmente para ninguém, então
essa base, a partir do momento em que vamos lendo, meditando e se aplicada no dia-a-dia, ficará mais fácil na
compreensão do Oráculo.
Por exemplo: OSA OTURA – sendo OSA algo instável, algo que é altamente mutável, que dá uma conexão que não
sabemos se é realmente uma ponte ou se é uma invenção de nossa mente é o mundo das falácias, mesmo se estiver
em ire, seria uma coisa sem muita consistência, com se fosse jogar conversa fora, ou então alguma coisa sem muita
importância, pois naquilo não existe muita verdade, e pode nos prevenir sobre não dar nenhuma importância no que
está sendo falado. Se for negativo, precisa por os pés na realidade, ou está vivendo uma mentira ou então está se
escondendo da realidade, porque Osá não quer ouvir, é preciso gritar. É quando as pessoas vão tendo uma
compreensão de Odu e no caso do opele, com uma única caída, conseguimos visualizar o caminho, enquanto nos
búzios é precisa uma infinidade de manobras até chegarmos ao caminho a ser verdadeiramente entendido.

SIGNIFICADO DAS PALAVRAS

DAFA – Palavra de IFA (Verbo Divino)


Odu – Signo
Olodumare – Deus
Omo – Filho
Orumila – Sabedoria do Universo

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