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Resumo
A pesquisa que embasa esse artigo foi construída por duas profissionais,
uma enfermeira residente da ênfase de Saúde da Família e Comunidade e uma
assistente social residente da ênfase de Saúde Mental, ambas da Residência
Integrada em Saúde do Grupo Hospitalar Conceição (GHC). Com a proposta
inicial de se aproximar e conhecer as práticas integrativas e complementares
que estavam sendo realizadas nos campos da atenção básica e da atenção
psicossocial, a coleta das informações e a construção do artigo se deu
separadamente, ou seja, esse artigo vai tratar especificamente das Práticas
Integrativas e Complementares (PICs) nos Centros de Atenção Psicossocial do
Grupo Hospitalar Conceição (GHC).
Introdução
1
Assistente Social Residente da ênfase de Saúde Mental da Residência Integrada em Saúde do Grupo
Hospitalar Conceição.
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Doutora em Educação, Enfermeira de Saúde da Família e Comunidade e Acupunturista.
1
Este artigo trata de um trabalho de conclusão de residência
desenvolvido a partir de dados coletados na pesquisa intitulada “Práticas
integrativas e complementares na atenção básica e centro de atenção
psicossocial como ampliação do cuidado em saúde”. Essa pesquisa foi
construída no primeiro ano da trajetória na residência integrada em saúde,
ênfase em saúde mental. Tal construção foi feita em parceria com uma
enfermeira residente da ênfase saúde da família e comunidade, por isso a
integração da atenção básica, com foco nas Unidades Básicas de Saúde
(UBS), com a atenção especializada referindo-se aos Centros de Atenção
Psicossocial (Caps). Embora tenhamos realizado em parceria a construção do
projeto de pesquisa, a coleta das informações e a construção do artigo se deu
separadamente, ou seja, esse artigo vai tratar especificamente das Práticas
Integrativas e Complementares (PICs) nos Centros de Atenção Psicossocial do
Grupo Hospitalar Conceição (GHC).
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entrega do questionário 1 solicitando informações sobre práticas realizadas nos
serviços e profissionais com formação para seleção dos profissionais que se
autodeclaravam com formação ou com experiência em práticas, com os quais
se aplicou o questionário 2. Este questionário continha perguntas como: nome,
sexo, idade, profissão, tempo de atuação na instituição, tempo de atuação no
serviço e questões para identificar o conhecimento dos profissionais sobre a
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), sua
visão sobre as PICs e o cuidado em saúde, incentivo da instituição,
conhecimento sobre PICs sendo realizadas no contexto institucional. 2) ficando
no campo - assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
pelos profissionais que participaram da pesquisa e aplicação do questionário 2.
3) saindo do campo – análise das informações coletadas; apresentação e
devolução do resultado da pesquisa com cópia do artigo para os participantes.
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investimentos (ainda por editais de financiamento, destinadas a projetos
datados e localizados. Não é, ainda, uma política de Estado).
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No Caps II, há uma equipe de 13 profissionais contratados e 1
profissional indicado como tendo experiência e/ou formação em uma PIC, foi
citada uma prática como sendo realizada no cuidado prestado por aquele
profissional, que foi a prática de exercícios de respiração.
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que faz, há quanto tempo? 10. A instituição oferece algum incentivo para a
realização dessas práticas? Qual?
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Contudo, entende-se que a reflexão que a profissional traz sobre a
PNPIC é que há uma série de práticas que se assemelham à lógica daquelas
consideradas pela portaria 971, mas que não são regulamentadas e que, se
fossem reconhecidas, possibilitariam que profissionais com formação
pudessem utilizar tais práticas no serviço em que atuam.
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(...) centramento nos sujeitos em seus contextos sociais/familiares;
abordagens ampliadas e holísticas; valorização de saberes/práticas
não biomédicos e de múltiplas formas, vivências e técnicas de
cuidado; estímulo à auto-cura, participação ativa e empoderamento
dos usuários; abordagem familiar e comunitária (Tesser e Sousa,
2012, p. 336).
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serviço de saúde. Quando fala sobre perceber suas emoções e limitações se
refere ao autoconhecimento e quando fala de “sentido da vida” podemos
entender como estar em condições de fazer escolhas, de elaborar projetos, de
ter perspectivas.
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Estas questões dialogam com o entendimento de que as práticas
integrativas consideram os corpos de outros modos, diferente das práticas
convencionais, as quais olham para o corpo a partir dos conceitos biomédicos,
enfatizando a fisiopatologia e os acometimentos físicos de maneira isolada.
Quando se fala em práticas integrativas, então, fala-se em outro corpo e é por
isso que não faz sentido pensar em práticas de um ou outro profissional, mas
sim de formações complementares (que não competem entre si) e práticas de
cuidado integral.
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sobre direitos sociais etc.. É necessário para que possamos nos vincular a um
usuário, que possamos conhecer um pouco de sua história, do que sente, de
como lida com suas emoções em suas relações. Todavia, há momentos ou
questões que são difíceis de serem ditas verbalmente, que levam tempos, que
extrapolam as regulações de prestação de serviços por metas e, por isso,
justificam a necessidade de se lançar mão de diferentes recursos terapêuticos
para oferecer.
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entrar em contato com seus sentimentos/emoções, socialização entre os
participantes da oficina, descontração e, dependendo da atividade (corporal),
desenvolvem a coordenação motora.
Considerações Finais
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Refletiu-se, também, sobre um outro entendimento de corpo, um
corpo não fragmentado, um corpo que não é separado da mente, um corpo que
é cuidado de forma integral com sua mente. Um cuidado além da medicação,
um cuidado que busca recurso no próprio corpo, como, por exemplo, a prática
de respiração.
Referências bibliográficas
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Documento apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde
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