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A primeira forma de pensar a realidade

No cotidiano temos uma compreensão imediata do que nos cerca e do que somos. O
cotidiano é a primeira realidade com a qual nos defrontamos. É a realidade imediata.
Então existiriam outras realidades? Realidades não imediatas? Talvez você concorde. E
assim, em nossa compreensão de pensamento temos pensamentos imediatos, aqueles
do cotidiano. Como temos também outra compreensão de pensamento, mais complexa.
Esta compreensão mais complexa pode partir do cotidiano, essa realidade na qual
obrigatoriamente vivemos de modo imediato.

O que é o cotidiano? Que pensamento ele possui?


É nosso mundo estável e ordenado. Nele nos movemos como peixes n’água. A vida
imediata é bastante previsível e pragmática: nossa interpretação da realidade é aquela
que nos ajuda em nossa sobrevivência. Assim, nosso cotidiano seria “não problemático”
e, assim, nossa forma de pensar seria mais ou menos “mecânica”, por não precisarmos
de muita reflexão para resolver pequenos problemas eventualmente surgidos.
Mas se algo nos acontecesse de tal modo a nos tirar desse “pensamento mecânico”?
Haveria uma tendência: resolver esse “algo” a partir de um conhecimento já cristalizado
no meu cotidiano, o chamado conhecimento do senso-comum, que “resolveria ou
dissolveria” esse “algo” problemático em uma “solução imediata, uma solução prática”.
Nosso pensar se atém ao que já sabemos, assim com em uma “receita”. O pensamento
cotidiano funciona então de modo prático, o como agir para alcançar um fim, e não o
porquê agir dessa forma e não de outra. E se não sei o porquê, me confino na realidade
transparente do cotidiano.

Sei como devo agir ou ser em relação à escola, mas não me é muito claro imediatamente o
sentido, a razão de ser (do ponto de vista social, político, econômico, subjetivo...) da
educação e, por conseguinte, da escola como instituição.

Recentemente, uma estudante de 13 anos foi vítima de bala perdida que a matou dentro
da escola pública, um estabelecimento de responsabilidade do município. A solução do
prefeito foi elaborar um projeto para blindar os muros da escola.
O pensamento vai sendo construído

(Mas cabe uma “perguntinha esperta”: O que é essa estabilidade e quem ordena?)

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