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MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÃO CIVIL


ÁREA: SUSTENTABILIDADE E GESTÃO DO AMBIENTE CONSTRUÍDO

Fevereiro 2016

Professor Adriano de Paula e Silva

Professora Cristiane Machado Parisi Jonov


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

1. PATOLOGIA NAS EDIFICAÇÕES – HISTÓRICO

− Tema recente – anos 60 e 70

− Pavilhão de Exposições da Gameleira / Belo Horizonte – 04/02/71

− Elevado Paulo de Frontin / Rio de Janeiro – 20/11/71

− Introdução nos currículos das Escolas de Engenharia

2. PATOLOGIA E TERAPIA

− Patologia das construções é o ramo da engenharia que estuda os sintomas, os


mecanismos, as causas, as origens e as conseqüências das deficiências das
construções

− Patologia significa não atendimento ao desempenho desejado

− Terapia das construções é o ramo da engenharia que trata da correção dos


problemas patológicos apresentados pelas construções
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
3. DIAGNÓSTICO DO PROBLEMA

Para que se tenha êxito nas medidas terapêuticas, é necessário que o estudo
precedente, o diagnóstico do problema tenha sido bem conduzido
O diagnóstico completo envolve vários aspectos:

− Sintomas: também chamados de lesões ou defeitos

− Mecanismo: os problemas patológicos são decorrentes dos chamados vícios


construtivos. O conhecimento do processo é fundamental para a definição da
terapia
exemplo: uma fissura em viga decorrente de flexão não pode ser
simplesmente obturada, sob o risco de que ela volte a se manifestar em outro
local

− Origem: definição da fase do processo construtivo em que teve origem o


fenômeno

− Causas: Deve ser identificado o agente causador do problema

− Consequências: O problema compromete a segurança da estrutura ou suas


condições de higiene e funcionamento?
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
4. SINTOMAS

Os problemas patológicos, salvo raras exceções , apresentam manifestações


externas características que permitem um início do estudo do problema. Os
sintomas mais comuns nas estruturas de concreto são:

− as fissuras;

− as eflorescências;

− as flechas excessivas;

− as manchas;

− corrosão das armaduras;

− ninhos de concretagem (segregação)


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
5. ORIGEM

− Definição da etapa do processo construtivo


exemplo: fissura de momento fletor em viga – projeto inadequado ou
qualidade inferior do aço?

− A identificação da origem do problema permite definir, para fins judiciais,


quem cometeu a falha
exemplo:
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Para o concreto armado, as origens das patologias podem ser classificadas
em:

− Deficiências de projeto;

− Deficiências de execução;

− Má qualidade dos materiais, ou emprego inadequado dos mesmos;

− Sinistros ou causas fortuitas (incêndios, inundações, acidentes, etc);

− Uso inadequado da estrutura;

− Manutenção imprópria
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
O nível de incidência de cada origem varia de país para país, conforme
mostrado à seguir:
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PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Através do estudo de HELENE & FIGUEIREDO (2003) tem-se que as
manifestações patológicas possuem origem na maior parte das vezes nas
fases de projeto e do planejamento, conforme apresentado na figura a seguir.

Figura – Origem dos problemas patológicos com relação às etapas de produção e uso das obras civis.
Fonte: Adaptado de HELENE & FIGUEIREDO, (2003).
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
A durabilidade das edificações está ligada à qualidade dos materiais e técnicas
construtivas utilizados nas mesmas, mas mesmo com todo avanço tecnológico
dos últimos anos não tem havido uma redução dos problemas patológicos.

FIGUEIREDO & O’REILLY (2003) citam que ”o ambiente hoje em dia é mais
agressivo que o de décadas atrás, além disso o aperfeiçoamento de técnicas
de dimensionamento mais avançadas e portanto mais econômicas, também
interferem negativamente na durabilidade das edificações”.

As estruturas de concreto armado contemporâneas estão mais vulneráveis ao


aparecimento precoce de manifestações patológicas e a consequente
necessidade de recuperação.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
− Erros de concepção da estrutura da edificação

• Má definição das cargas atuantes ou combinação delas;

• Deficiência no cálculo da estrutura;

• Detalhamento insuficiente ou errado;

• Erros de dimensionamento;

• Ausência de vergas e contra-vergas nas aberturas;

• Ausência de “sentimento estrutural”.


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− Erros na execução da estrutura

• Não capacitação profissional da mão de obra;

• Falta de prumo, esquadro e alinhamento de estruturas/alvenarias;

• Flechas excessivas em lajes (desforma precoce, por exemplo).

− Erros na utilização da estrutura

• Demolição e abertura de vãos em alvenarias estruturais;

• Ultrapassagem da carga em pontes;

• Mudanças de uso da estrutura.


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6. CAUSAS

Os agentes causadores dos problemas patológicos podem ser vários :

(a) Cargas;

(b) Variação de umidade;

(c) Variações térmicas intrínsecas e extrínsecas no concreto;

(d) Agentes biológicos, físicos e químicos;

(e) Incompatibilidade de materiais;

(f) Agentes atmosféricos;

A cada causa corresponderá uma terapia mais adequada e mais duradoura


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7. PATOLOGIAS COMUNS E SUAS CAUSAS

• Fissuras e trincas;

Por movimentações térmicas;

Por movimentações higroscópicas;

Por atuação de sobrecargas;

Deformações excessivas da estrutura;

Recalques de fundação;

Retração de produtos à base de cimento;

Alterações químicas dos materiais de construção;

Hidratação retardada de cales;


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− Ataque por sulfatos;

− Corrosão de armaduras;

− Patologias decorrentes da umidade

8. CONSEQUÊNCIAS

− Os problemas patológicos são evolutivos e tendem a se agravar com o passar


do tempo, além de acarretarem outros problemas associados ao inicial
exemplo: uma fissura de momento fletor pode dar origem à corrosão de
armadura

− Flechas excessivas em vigas e lajes podem ocasionar fissuras em paredes

− As correções serão mais duráveis, mais fáceis e muito mais baratas quanto
mais cedo forem executadas
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9. DIAGNÓSTICO E TERAPIA

Para dar início a uma terapia adequada, segundo CÁNOVAS (1988), é preciso
seguir os seguintes procedimentos:

Inspeção para mapeamento dos sintomas;

O procedimento começa com a inspeção, onde se busca identificar os


sintomas das patologias existentes na estrutura; através de um mapeamento
dos sintomas realizado por um exame visual da estrutura.

Recolhimento de dados e informações;

Este procedimento em geral vem complementar os dados obtidos na inspeção


e auxiliam na quantificação dos danos (medidas geométricas, evolução no
tempo, bem como no conhecimento das condições prévias aos danos da
edificação, avaliação da resistência do concreto).
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Conhecer o histórico da estrutura;

Este histórico é parte fundamental na escolha da terapia e sua análise deve


levar em consideração a data da construção, o responsável pela construção, o
projeto executivo para revisão e análise, o conhecimento dos materiais
utilizados (cimento, areia, aço, aditivo, relação água/cimento) e detalhes
sobre o uso da estrutura (sobrecargas, ações acidentais).

Realização de análises e ensaios;

Em muitos casos o levantamento histórico e a inspeção não são suficientes,


sendo necessário realizar análises e ensaios que permitam clarificar os
sintomas, mecanismos e causas das patologias da estrutura.

CÁNOVAS (1988) sugere ainda o organograma, mostrado na Figura 2.1, de


atividades a serem realizadas na solução de um processo patológico.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
10. MATERIAIS UTILIZADOS NA RECUPERAÇÃO
Exemplo:
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Portanto, relativamente às condições da construção, pode-se ter duas
situações distintas:

− A construção será reabilitada, recompondo-se as condições para as quais


tinha sido desenvolvida;

− A construção será reforçada, tendo sua condição de suporte aumentada em


relação à desenvolvida anteriormente

11. CUSTOS DE RECUPERAÇÃO

Os custos de recuperação variam em função do tempo de manifestação e


detecção da patologia:

− Ainda na fase de projeto


− Durante a execução da construção
− Fase de utilização da construção – se houver manutenção preventiva
− Fase de utilização da construção – se necessária manutenção corretiva
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

A relação dos altos custos associados às intervenções corretivas foi


apresentado por SITTER, na década de 80, através da figura a seguir relativa
a evolução de custos.

Figura – Lei da evolução de custos, lei de SITTER (SITTER, 1984 CEB-RILEM)


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Fazendo a análise da figura para as etapas de projeto, execução,
manutenção preventiva e manutenção corretiva tem-se que:

Projeto:

Toda medida tomada em nível de projeto com o objetivo de aumentar a


proteção e a durabilidade da estrutura, como por exemplo, aumentar o
cobrimento da armadura, reduzir a relação água/cimento, etc., corresponde
ao número 1 do eixo Custo Relativo da Figura;

Execução:

Toda medida extra projeto, tomada durante a execução da obra, implica num
custo cinco vezes maior ao custo que teria sido acarretado se esta medida
tivesse sido tomada em nível de projeto, para obter o mesmo grau de
proteção e durabilidade;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Manutenção preventiva:

Toda medida tomada com antecedência e previsão, durante o período de uso


e manutenção da estrutura, pode ser associado a um custo vinte e cinco
vezes maior que aquele necessário se a decisão de obter certo grau de
proteção e durabilidade tivesse sido tomada no projeto.

Manutenção corretiva:

Correspondem aos trabalhos de diagnóstico, prognóstico, reparo e proteção


das estruturas que já apresentam manifestações patológicas. A esta atividade
pode associar um custo de cento e vinte e cinco vezes superior ao custo das
medidas que poderiam ter sido tomadas em nível de projeto.
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TRINCAS EM EDIFÍCIOS

1. GENERALIDADES

Entre os problemas patológicos que afetam os edifícios, as trincas


são particularmente importantes porque:

− São o aviso de um eventual estado perigoso para a estrutura;

− Podem levar ao comprometimento do desempenho da obra em


serviço (estanqueidade à água , durabilidade, isolação acústica, etc.);

− Constrangimento psicológico que a fissuração dos edifício exerce


sobre seus usuários
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
2. SURGIMENTO PRECOCE

− As trincas podem começar a surgir, de forma congênita, logo no


projeto arquitetônico da construção;

− Isso muitas vezes está relacionado ao desconhecimento do projetista


sobre as propriedades tecnológicas dos materiais de construção
empregados;

− Incompatibilidade entre os projetos de arquitetura, estrutura e


fundações normalmente conduzem a tensões que excedem a
resistência dos materiais de construção, originando o problema das
fissuras.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
3. DURABILIDADE

− A presença de fissuras é prejudicial à durabilidade da estrutura;

− No caso das estruturas de concreto armado, a durabilidade fica


comprometida por facilitar a penetração de agentes agressivos às
armaduras e à própria massa de concreto;

− Deve-se analisar fissuras maiores que 0,3 mm, fissuras menores que
0,5 mm são consideradas microfissuras.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

DURABILIDADE
Capacidade de um produto manter seu
desempenho acima dos níveis aceitáveis pré-
estabelecidos, sob condições previstas de uso e
com manutenção, durante um período de tempo
que é a sua vida útil.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

DURABILIDADE
A durabilidade está associada:
−À durabilidade dos materiais e componentes;
−Ao uso;
−Ao entorno;
−Às ações de manutenção.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
“Manutenção: conjunto de atividades a serem
realizadas para conservar ou recuperar a
capacidade funcional da edificação e de suas partes
constituintes de atender as necessidades e
segurança dos seus usuários.”

ABNT – NBR 5674 – Manutenção de edifícios


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
Compreende todas as atividades que se realizam
nos componentes, elementos e equipamentos de
um edifício, com o objetivo de manter o seu
desempenho funcional ou suas partes, dentro de
níveis aceitáveis, a um custo compensador.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

ABERTURAS COMUNS EM PATOLOGIAS


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
4. PROPRIEDADES TÉRMICAS DOS
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

− Todos os materiais empregados nas


construções estão sujeitos à
dilatações com o aumento de tempera-
tura e à contrações com sua diminuição;

− Para uma dada variação de temperatura,


a intensidade da variação dimensional
é diferente para os diversos materiais
de construção;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
− Para se avaliar a movimentação térmica sofrida por um componente
deve-se conhecer o ciclo de temperaturas à que esteve sujeito;

Segundo o BUILDING RESEARCH ESTABLISHMENT, as amplitudes de


variação das temperaturas dos componentes das edificações podem
ser bastante acentuadas.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
No caso mais comum das edificações, a principal fonte de calor que
atua sobre seus componentes é o sol.

Segundo LATTA, a temperatura superficial da face externa de lajes e


paredes pode ser estimada em função da temperatura do ar (Ta) e
do coeficiente de absorção solar a.

Tabela – Estimativa da temperatura superficial de lajes e paredes.


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Valores sugeridos para o coeficiente de absorção solar a.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
EXEMPLO

EXERCÍCIO LAJE

DETERMINAR A TEMPERATURA SUPERFICIAL DE UMA LAJE DE


CONCRETO, SEM ISOLAÇÃO TÉRMICA, EXPOSTA AO SOL, EM UM
LOCAL ONDE TEMPERATURA AMBIENTE É 35ºC.

Tc = 5 (Tf – 32) / 9

Tf = 9 Tc / 5 + 32 = 9 x 35 / 5 + 32 = 95ºF

Tmax = 95 + 75 X 0,65 = 144ºF 62ºC

Tmin = 95 - 10 = 85ºF 30ºC


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
FISSURAS CAUSADAS POR
MOVIMENTAÇÕES TÉRMICAS

1. MECANISMOS DE FORMAÇÃO

Restrições

Os elementos e componentes de uma construção estão sujeitos à


variações de temperatura, que repercutem numa variação
dimensional dos materiais de construção (dilatação ou contração).

Os movimentos de dilatação e contração são restringidos pelos


diversos vínculos que envolvem os elementos e componentes,
desenvolvendo-se nos materiais tensões que poderão provocar o
aparecimento de fissuras.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
2. MOVIMENTAÇÕES DIFERENCIADAS

As principais movimentações diferenciadas ocorrem em função de:

Junção de materiais com diferentes coeficientes de dilatação térmica,


sujeitos à mesma variação de temperatura (por exemplo,
movimentações diferenciadas entre argamassa de assentamento e
componentes de alvenaria).

Exposição de elementos a diferentes solicitações térmicas naturais


(por exemplo, cobertura com relação às paredes de uma edificação).

Variação de temperatura ao longo de uma mesmo componente (por


exemplo entre a face exposta e a face protegida de uma laje de
cobertura).
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PROJETOS INADEQUADOS:

As observações feitas deveriam ser levadas em conta no projeto


da edificação.

Infelizmente, as movimentações diferenciadas entre


componentes, devidas à variações de temperatura não são
levadas em conta pelos projetistas, nem mesmo de forma
qualitativa.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
3. CONFIGURAÇÕES TÍPICAS

Em geral, as coberturas planas estão mais expostas às mudanças


térmicas naturais do que os paramentos verticais das edificações,
ocorrendo movimentos diferenciados entre os elementos horizontais
e verticais.

Mesmo as lajes sombreadas sofrem o efeito desses fenômenos, pois


parte da energia calorífica absorvida pelas telhas é irradiada para a
laje.

Nesse caso, as movimentações térmicas ocorrem em função de


vários fatores:
natureza do material das telhas;
altura do colchão de ar entre o telhado e a laje;
intensidade de ventilação no ático.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

FISSURAS CAUSADAS PELA


ATUAÇÃO DE SOBRECARGA

1. GENERALIDADES

A atuação de sobrecargas pode produzir a fissuração de componentes


estruturais, tais como pilares, vigas e paredes.

A sobrecarga pode se originar na má utilização do edifício, ou por


erros no cálculo estrutural ou execução da peça.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

2. VEDAÇÕES VERTICAIS

Sub-sistema do edifício formado por elementos que dividem os


ambientes internos, controlam a ação de agentes indesejáveis
(intrusos, ventos, chuvas, poeiras, ruídos, etc), constituindo ainda
suporte e proteção para as instalações do edifício.

São vedações verticais as alvenarias, esquadrias, vidros, painéis, etc.

As alvenarias são componentes construídos em obra pela união entre


componentes (blocos,tijolos) e elemento de ligação (argamassa,
constituindo um conjunto monolítico. Podem ser de vedação ou
estruturais.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

3. VANTAGENS DAS ALVENARIAS

Facilidade, baixo custo dos componentes e disponibilidade de


matérias primas.

Não são poluentes, sendo 100% recicláveis quando descartadas.

4. DESVANTAGENS DAS ALVENARIAS

Baixa produtividade.

Necessita de revestimentos para obtenção de textura lisa.


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

5. CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS E REQUISITOS DE


DESEMPENHO DAS ALVENARIAS

Característica Funcional Requisito de desempenho

Resistência mecânica Segurança estrutural

Deformabilidade Estética

Propriedades térmicas Isolação térmica

Resistência a agentes agressivos Durabilidade

Resistência a penetração de água Estanqueidade

Resistência a transmissão sonora Isolação acústica

Custo adequado de produção Economia


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
6. PAREDES DE ALVENARIA

Inúmeros fatores intervêm na resistência final de uma alvenaria à


esforços de compressão, tais como:

Resistência mecânica dos componentes de alvenaria e argamassa de


assentamento.

Módulos de deformação diferenciados dos componentes de alvenaria.

Poder de aderência da argamassa utilizada.

Componentes assentados com juntas de amarração produzem


alvenarias com resistências significativamente superiores àquelas
assentadas com juntas à prumo.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
A resistência da parede de alvenaria não varia linearmente com a
resistência do componente de alvenaria e nem com a resistência da
argamassa de assentamento.

De forma geral, as fissuras em alvenarias carregadas axialmente


começam à surgir muito antes de serem atingidas as cargas limites
de ruptura.

As fissuras que se manifestam nas alvenarias , decorrentes de


cargas, são geralmente verticais originadas na deformação
transversal da argamassa de assentamento e dos próprios
componentes.

Em casos específicos, podem aparecer fissuras horizontais em


decorrência do esmagamento da argamassa de assentamento ou da
ruptura de componentes de alvenaria de baixa resistência à
compressão.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

Um fato primordial na fissuração da alvenaria é a presença de


aberturas de portas e janelas, em cujos vértices ocorre acentuada
concentração de tensões.

Na prática as fissuras nas aberturas são combatidas pela construção


de vigas sobre as aberturas (vergas) ou sob as aberturas (contra-
vergas).

A aplicação de cargas concentradas nas alvenarias, sem o emprego


de dispositivos adequados para redistribuição de tensões, pode gerar
o aparecimento de trincas inclinadas à partir do ponto de aplicação
da carga (caso de tesouras ou vigas apoiadas diretamente sobre as
alvenarias).
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
7. COMPONENTES DO CONCRETO ARMADO

A atuação de carregamento, previsto ou não em projeto, pode


produzir a fissuração de componentes de concreto armado, sem que
isso signifique necessariamente ruptura ou instabilidade dos
componentes.

A ocorrência de fissuras num componente de concreto armado


provoca uma redistribuição de tensões ao longo do componente
fissurado e nos componentes vizinhos, de modo que a solicitação
acaba sendo absorvida de forma globalizada pela estrutura ou parte
dela.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

FISSURAS CAUSADAS POR


DEFORMAÇÃO EXCESSIVA DA ESTRUTURA
(DEFORMAÇÃO LENTA)

O desenvolvimento de métodos mais refinados de cálculo, fabricação


de aços e cimentos de melhor qualidade, tem tornado as estruturas
cada vez mais flexíveis.

Isso torna imprescindível a análise mais cuidados das deformações


das estruturas e suas conseqüências.

Vigas e lajes deformam-se naturalmente sob a ação do peso próprio,


das demais cargas permanentes e acidentais e mesmo sob o efeito
da retração e da deformação lenta do concreto.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
As flechas originadas podem ser incompatíveis com a capacidade de
deformação de paredes e outros componentes que integram os
edifícios.

NBR 6118:
As flechas medidas à partir do plano que contém os apoios, quando
atuarem todas as ações, não ultrapassarão 1/300 do vão teórico,
exceto para o caso de balanços, para os quais não ultrapassarão
1/250 do comprimento teórico dos balanços.

Na prática, essa recomendação não tem recebido a devida atenção


por parte dos calculistas brasileiros, presenciando-se,
frequentemente, casos de fissuras em alvenarias provocadas pelas
flechas dos componentes estruturais.

As deformações da estrutura tendem a introduzir nas alvenarias


esforços de tração e cisalhamento, provocando fissuras com
diferentes configurações.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIAS DEVIDAS A
PROBLEMAS DE SOLO E DE FUNDAÇÕES

1. PROJETO DE FUNDAÇÕES

A concepção de fundações é um misto de ciência e arte.

Para o desenvolvimento de um projeto de fundações devem ser


considerados diversos elementos.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

1-1. Topografia da área

Levantamento planialtimétrico;

Dados sobre taludes e encostas;

Dados sobre erosões.

1-2. Dados geológicos

Investigação do sub-solo;

Mapas, fotos aéreas;

Estudos sobre experiências anteriores na área.


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

1-3. Dados da estrutura a construir

Tipo e uso da nova obra;

Sistema estrutural;

Cargas (ações sobre as fundações).

1-4. Dados relativos às construções vizinhas

Tipo de estruturas e fundações;

Número de pavimentos e existência de sub-solos;

Possíveis conseqüências de escavações e vibrações provocadas

pela nova obra.


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

2. CUIDADOS NA EXECUÇÃO

Escavação da obra abaixo das fundações vizinhas.

Pode haver o desconfinamento das fundações e colapso parcial ou


total da estrutura ( bairro Prado, CARPER).

Ruptura de tubulações de drenagem e esgoto.

Envio de efluentes ao solo.

Faixas de erosão no terreno.

Recalques ou colapso da construção (COPASA, Quimberlita).


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

3. TIPOS DE FUNDAÇÕES

NBR 6122 – Projeto e execução de fundações.

Fundações superficiais e profundas.

Fundações profundas – a pelo menos 3,0 m de profundidade.

Fundações superficiais: blocos, sapatas, radiers.

Fundações profundas: estacas, tubulões.


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

4. TIPOS DE RECALQUES DIFERENCIAIS

4-1. Devido à erros de projeto

Erro na previsão de recalques;

Insuficiência nos levantamentos, sondagens e ensaios;

Não consideração da heterogeneidade do solo;

Não consideração da presença de aterro, entulhos ou fossas;

Ignorar variações no nível do lençol freático.


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

4-2. Devido à erros de execução


Fundações profundas com terra solta na base;
Desvio da ponta da estaca devido à presença de matacões;
Falta de alargamento na base de tubulões.

4-3. Devido à problemas no solo


Falta de homogeneidade do solo;
Consolidação distinta do aterro;
Fundação entre corte e aterro.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

Rebaixamento do lençol freático;

Adensamento de camadas profundas (solo mais mole);

Carregamento desbalanceado na estrutura;

Influência do bulbo de pressão da obra maior;

Construção de anexo em época diferente da construção do prédio


original.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
5. APARECIMENTO DE TRINCAS

Sob o efeito de cargas externas todos os solos, em maior ou menor


proporção de deformam.

Se estas deformações forem diferenciadas ao longo do plano das


fundações de uma obra, tensões de grande intensidade serão
introduzidas na estrutura da mesma, podendo gerar o aparecimento
de trincas.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
6. CONFIGURAÇÕES TÍPICAS

De uma maneira geral, as fissuras provocadas por recalques


diferenciados são inclinadas, confundindo-se às vezes com as fissuras
provocadas por deflexão de componentes estruturais.

Contudo, em relação às últimas, apresentam aberturas maiores,


“deitando-se em direção ao ponto de maior recalque”.

Outras características das trincas de recalque são esmagamentos


localizados em forma de escamas e variação nas aberturas das
fissuras.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

FISSURAS CAUSADAS PELA UMIDADE

1. GENERALIDADES

As mudanças higroscópicas provocam variações dimensionais nos


materiais de construção; o aumento de umidade provoca expansão
do material e a diminuição da umidade contração.

No caso da existência de vínculos, poderão ocorrer fissuras nos


elementos e componentes do sistema construtivo.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
2. UMIDADE NOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

A água se faz presente nos materiais de construção de diversas


formas:

Produção dos componentes


Para se produzir componentes construtivos à base de ligantes
hidráulicos emprega-se água em quantidade superior à necessária
para as reações químicas de hidratação.

A evaporação da água livre em excesso provoca a contração do


material

Execução da obra
É usual umidecerem-se os componentes ou painéis de alvenaria que
receberão argamassa de assentamento.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Umidade proveniente de fenômenos metereológicos e
do ar
O material poderá absorver água de chuva durante o transporte até a
obra ou por armazenagem desprotegida no canteiro.

Durante a vida da construção, as faces de seus componentes


voltadas para o exterior poderão absorver quantidades razoáveis de
água de chuva.

A umidade presente no ar pode ser absorvida pelos materiais de


construção.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Umidade do solo
A água presente no solo poderá ascender por capilaridade à base da
construção, dependendo dos diâmetros dos capilares e nível do lençol
de água.

Não havendo impermeabilização eficiente entre o solo e a base da


construção, a umidade terá acesso a seus componentes, trazendo
sérios inconvenientes à pisos e paredes do andar térreo.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
3. PROPRIEDADES HIGROSCÓPICAS

Os materiais de construção normalmente contêm poros de variadas


aberturas, sendo que o sentido de percolação da água através dos
mesmos é determinada pela diferença do teor de umidade dos
materiais em contato.

As variações no teor de umidade (%) provocam movimentações


reversíveis e irreversíveis. As últimas ocorrem logo após a fabricação
do material.

4. CONFIGURAÇÕES TÍPICAS

As trincas provocadas por variação de umidade dos materiais de


construção são semelhantes àquelas provocadas por variação de
temperatura.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

FISSURAS CAUSADAS POR


ALTERAÇÕES QUÍMICAS DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

1. GENERALIDADES

Os materiais de construção são susceptíveis de deterioração pela


ação de substâncias químicas, principalmente as soluções ácidas.

Edifícios que abrigam fábricas de laticínios, cervejas, álcool, açúcar,


sal, celulose e produtos químicos em geral podem ter seus materiais
e componentes seriamente avariados por essas substâncias.

Nesses casos, as patologias manifestam-se frequentemente na forma


de lixiviação.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
2. ALTERAÇÕES ENVOLVENDO A FORMAÇÃO DE PRODUTOS
EXPANSIVOS

Hidratação retardada das cales.

Ataque por sulfatos.

Reação álcali-agregado.

Corrosão das armaduras de concreto.


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
3. HIDRATAÇÃO RETARDADA DAS CALES

Uma cal bem hidratada não apresenta óxidos livres de cal e


magnésio, as cales mal hidratadas podem apresentar teores bastante
elevados desses óxidos, que são ávidos por água.

Se houver umidificação do componente ao longo de sua vida útil, os


óxidos livres tendem a hidratar-se, ocorrendo um aumento de
volume em torno de 100%.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

Em argamassas de assentamento a expansão pode provocar fissuras


horizontais no revestimento, acompanhando as juntas de
assentamento.

Entretanto, o efeito mais nocivo está nos revestimentos em


argamassa, cuja expansão tende a produzir danos generalizados no
revestimento (fissuras, descolamento, desagregações e
pulverulências).
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
4. ATAQUE POR SULFATOS

É o nome genérico de uma série de processos inter-relacionados e às


vezes seqüenciais que levam à decomposição da matriz cimentícia do
concreto, ocasionando queda em suas propriedades mecânica,
estabilidade dimensional e durabilidade.

O aluminato tricálcico, constituinte do cimento, pode reagir com


sulfatos em solução formando um composto denominado etringita.
Essa reação é acompanhada de grande expansão.

Para que a reação ocorra é necessária a presença de cimento, de


água e de sulfatos solúveis (por isso a utilização conjunta de cimento
e gesso é perigosa).
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

Os sulfatos podem provir do solo, águas contaminadas, cerâmicas


fabricadas com argilas com alto teor de sais solúveis, etc.

A água pode provir da chuva em superfícies mal impermeabilizadas,


umidade da edificação (lavagem de pisos, por exemplo), etc.

As patologias são em forma de trincas horizontais e verticais, quase


sempre em conjunto com eflorecências.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
5. FORMAS DE DEGRADAÇÃO DO CONCRETO DEVIDO AO ATAQUE
POR SULFATOS

Segundo METHA (2008), o ataque por sulfatos pode manifestar-se de


duas formas:

Expansão e fissuração do concreto;

Diminuição progressiva de resistência e perda de massa.


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
6. PREVENÇÃO CONTRA O ATAQUE POR SULFATOS

Minimizar o acesso da água contendo sulfatos à estrutura (projeto


estrutural, drenagem, barreiras, revestimentos).

Produzir concreto de baixa permeabilidade (dosagem).

Seleção de materiais cimentícios adequados.


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
7. REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO (RAA)

A RAA é proveniente de reações químicas envolvendo os álcalis do


cimento Portland (K2O e Na2O) e certos minerais silicosos reativos
presentes no agregado.

Provoca expansão e fissuração do concreto, levando à perda de


resistência e módulo de elasticidade.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
8. PREVENÇÃO CONTRA A REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO (RAA)

Uso de agregados não reativos.

Uso de materiais (cimentos, principalmente) com baixo teor de


álcalis.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
9. MECANISMOS TÍPICOS DE DETERIORAÇÃO DO CONCRETO

Deterioração da superfície •Abrasão: movimento de objetos ou materiais (equipamentos


pesados, grãos no silo)
•Erosão: contato com partículas sólidas em suspensão em líquidos
(linhas de esgoto)
•Cavitação: formação e colapso subseqüente de bolhas de vapor
(mudanças súbitas de direção do fluxo)
Deterioração das armaduras •Corrosão do aço

Deterioração dos agregados •Reação álcali-agregado

Deterioração da matriz •Ataque por sulfatos


cimentícia •Ataque pela água do mar
•Ataque por ácidos
•Carbonatação
•Cristalização de sais

SKALNY (2007)
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

FISSURAS CAUSADAS PELA


RETRAÇÃO DE PRODUTOS À BASE DE CIMENTO

1. FORMAS DE RETRAÇÃO

Três formas de retração são as mais importantes em produtos à base


de cimento:

Retração química: a reação química entre o cimento e a água se dá


com redução de volume (contração de cerca de 25% de seu volume
original).
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Retração de secagem: a quantidade excedente de água, empregada
no preparo do concreto ou argamassa para a obtenção da
trabalhabilidade necessária, permanece livre no interior da massa.
Em sua evaporação ocorre retração de volume.

Retração por carbonatação:

Ca (OH)2 + CO2 CaCO3 + H2O

A reação é acompanhada de redução de volume.


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
2. FATORES QUE INTERVÊM NA RETRAÇÃO

Composição química e finura do cimento:


a retração aumenta com a finura do cimento , seu teor de cloretos
(CaCl2 , normalmente empregado como aditivo acelerador de pega)
e alcalis (K2O e Na2O).

Quantidade de cimento adicionada à mistura:


quanto maior o consumo de cimento, maior é a retração.

Natureza dos agregados:


maior retração para os agregados com maior poder de absorção de
água (basalto e agregados leves, por exemplo).
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Granulometria dos agregados:
quanto maior a finura dos agregados, maior será a quantidade
necessária de pasta de cimento para recobri-los, e maior será ,
portanto, a retração.

Quantidade de água na mistura:


quanto maior for a relação água / cimento maior será a retração de
secagem.

Condições de cura:
Se a evaporação da água iniciar-se antes do término da pega do
aglomerante, a retração sofrerá grande aumento.

Umidade relativa do ar:


Nos ambientes mais úmidos a retração é menor.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
RECUPERAÇÃO E REFORÇO ESTRUTURAL

I- CONCEITOS FUNDAMENTAIS

A necessidade de reparar ou reforçar uma estrutura restaurando sua


segurança e aumentando sua durabilidade tem sido cada vez mais
comum porque:

Estruturas mais esbeltas;

Solicitações mais intensas;


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

Ambientes mais agressivos;

Consciência e maior conhecimento na manutenção;

Recuperação ou aumento do valor imóvel;

Inviabilidade de demolição e reconstrução;

Mudanças de uso da construção.


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

II- MATERIAIS

1. CONCRETO

Requer um traço que altere para melhor algumas de suas


características naturais.

Podem ser necessárias:

- altas resistências iniciais;

- ausência de retração de secagem;

- elevada aderência ao substrato;

- baixa permeabilidade.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

A obtenção destas características pode se dar através de:

- aditivos plastificantes, redutores de água, impermeabilizantes, etc;

- adições minerais como escória de alto forno, cinzas volantes,


microssílica,etc;

- via de regra, baixa relação água/cimento.

As exigências mencionadas reduzem a viabilidade de emprego de


concreto dosado em canteiro para uso em reparos e reforços.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

A seleção do material depende do problema patológico em questão,


características da região a ser reparada (horizontal, vertical, “sobre
cabeça”), agressividade do ambiente, etc.

2. GRAUTES BASE CIMENTO

Material fluido e auto adensável no estado recém misturado,

formulado para preencher cavidades e subsequentemente tornar-se

aderente, resistente e sem retração no estado endurecido.


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

Conveniente para reparo em locais de acesso difícil ou em casos de

seções densamente armadas.

3. ARGAMASSAS POLIMÉRICAS

Argamassas de cimento Portland modificadas com polímeros.

Podem ser formuladas com resinas acrílicas tipo metacrilato ou com

resinas à base de PVA.


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
4. ARGAMASSAS BASE EPOXI

Toleram pH na faixa de 2,0 a 10,0.

O epóxi tem boas propriedades físicas e mecânicas, além de ótima


aderência a vários tipos de superfícies.

III-PREPARO E LIMPEZA DO SUBSTRATO

1. PREPARO

São tratamentos prévios das superfícies dos componentes


estruturais.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Exemplos:

- Escarificação manual (talhadeira, marreta);

- Disco de desbaste (lixadeiras rotativas);

- Escarificação mecânica (martelete pneumático);

- Lixamento manual (lixas comuns);

- Lixamento elétrico (discos de lixa);

- Escovamento manual;

- Apicoamento com martelo.


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
2. LIMPEZA DAS SUPERFÍCIES

Conjunto de procedimentos aplicados sobre os elementos estruturais


antes da aplicação dos materiais de reparo.

Exemplos:

- Jato de água fria sob alta pressão;


- Jato de água quente sob alta pressão;
- Jato de água sob baixa pressão;
- Lavagem com soluções ácidas;
- Lavagem com soluções alcalinas;
- Remoção de óleos e graxas superficiais;
- Jato de ar comprimido sob pressão;
- Aspiração à vácuo.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
IV- TÉCNICAS DE APLICAÇÃO DO MATERIAL DE REPARO

- Montagem de forma e preenchimento convencional;

- Montagem de forma e bombeamento;

- Encunhamento de argamassa seca (DRY PACK);

- Agregado pré-colocado e grauteamento;

- Concreto projetado via seca;

- Concreto projetado via úmida;

- Injeção de fissuras e/ou trincas;

- Aplicação de sobrecapas (overlays).


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

V- TRATAMENTO DE FISSURAS

1. TÉCNICAS A ADOTAR

Tratamento depende da causa.

Fissuras ativas (variação de espessura).

Fissuras passivas.

Necessidade ou não de reforços estruturais.

Superficiais (tratamentos mais simples).

Nata de cimento com aditivo expansor.

Profundas (resinas epoxídicas).


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

2. OBJETIVO GERAL

Criação de barreira (fissuras ativas e passivas).

Impedir o transporte nocivo de líquidos e gases.

Evitar o ataque às armaduras.

3. FISSURAS ATIVAS

Eliminação da causa geradora (torná-la passiva)

Não restabelecer o monolitismo.

Fissuração em outro local.


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

Vedação / cobrimento dos bordos externos.

Preenchimento com material elástico e não resistente.

Convivência com a patologia instaurada.

Impedimento da degradação do concreto.

4. FISSURAS PASSIVAS

Fechamento da fissura com material resistente / aderente.

Injeção de resina epoxídica.

Peça volta a ser monolítica.


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

5. INJEÇÃO DE FISSURAS

Exígiveis para aberturas maiores que 0,1 mm.

Prenchimento do espaço formado entre as bordas da fenda.

Fissuras passivas – materiais rígidos (epóxi ou grautes).

Fissuras ativas – materiais elásticos (resinas acrílicas ou


poliuretânicas).
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

6. RESINAS EPOXÍDICAS

Fissuras inativas – Produtos não retráteis.

Alta capacidade resistente e aderente.

Bom comportamento frente aos agentes agressivos.

Endurecimento rápido.

Bicomponentes líquidos – melhor qualidade.


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

7. PROCEDIMENTO DE INJEÇÃO

Abertura de furos ao longo do desenvolvimento da fissura.

D = 10 mm e 50 mm ≤ l ≤ 300 mm.

Limpeza da fenda (ar comprimido).

Fixação de tubinhos plásticos nos furos.

Selagem com cola epoxídica (espátula).

Injeção tubo a tubo.


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

8. COSTURA DE FISSURAS (GRAMPEAMENTO)

Fissuras ativas (isoladas).

Disposição de armaduras adicionais (grampos).

Discutível (pode gerar fissuras em regiões adjacentes).

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