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PAVIMENTOS ALIGEIRADOS
VIGADOS
16.1 INTRODUÇÃO
Os pavimentos representam o elemento estrutural que suporta todos os esforços que são aplicados
num piso e constituem o elemento de separação horizontal entre dois andares.
Este elemento construtivo pode assumir duas funções distintas: para os locais que se encontram
por baixo, assume a função de tecto e para os locais que se encontram por cima servem de piso de
suporte.
Os pavimentos são construções horizontais destinadas a suportar cargas por flexão e que por
conseguinte, requerem elementos construtivos resistentes, dimensionados para cada classe de solicitações
e consideram-se económicos quando o seu peso próprio é reduzido.
Destes tipos de materiais só muito raramente se recorre ao uso de pavimentos mistos e metálicos.
O recurso aos pavimentos de madeira, entrou também, a partir do segunda metade do século XX em
declínio, empregando-se hoje somente em obras rurais ou de índole estética. O uso de pavimentos em
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betão pré-esforçado está circunscrito a obras onde necessitamos de vencer grandes vãos ou sobrecargas
muito elevadas.
Desta análise podemos concluir que, hoje em dia, recorre-se em grande parte ao uso de pavimentos
de betão armado e pavimentos aligeirados, assumido os últimos maior protagonismo.
A maioria dos imóveis que são construídos empregam pavimentos aligeirados.
Uma das grandes vantagens deste tipo de pavimentos é a sua leveza e o facto de grande parte deles
dispensar o uso dos moldes tradicionais, necessários à construção em betão armado.
Historicamente, o recurso aos pavimentos aligeirados deveu-se à falta de espaço existente para a
construção de novos imóveis, no interior das grandes cidades, dando origem à necessidade de se recorrer
à construção em altura.
Desta forma, o Homem teve que abolir os tradicionais métodos de construção de pavimentos e
estudar processos para o aligeiramento das lajes, para que as cargas permanentes descarregadas sobre os
elementos portantes (vigas e pilares) fossem menores, podendo-se desta forma, construir edifícios de
maior altura.
Os pavimentos aligeirados vigados são, como os restantes, constituídos por três partes estruturais:
uma zona de compressão, situada na parte superior do pavimento; uma zona de tracção, situada na sua
parte inferior e por uma zona intermédia “alma”, que tem como objectivo fornecer “altura útil” ao
pavimento.
A diferença existente entre estes pavimentos e os restantes reside praticamente no facto de grande
parte da sua “alma” ser oca ou empregar um conjunto de materiais extremamente leves.
A zona de compressão é geralmente preenchida por uma camada de betão e na zona de tracção
podem-se encontrar vigamentos de madeira (pouco utilizados), de perfis metálicos (geralmente utilizados
em obras de restauração e reforço de pavimentos) e de varões de aço, sendo os últimos os mais utilizados.
De seguida apresentamos os pavimentos aligeirados vigados, que assumem no mercado uma
posição mais relevante. Em Anexo fazemos uma pequena abordagem ao processo de fabrico das vigotas
pré-esforçadas de betão armado.
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16.2.1 Pavimentos constituidos por vigotas de betão pré-esforçado
Estes pavimentos são aqueles que assumem, devido à sua utilização maciça, uma relevância maior
no contexto da construção portuguesa e são essencialmente constituídos por vigotas de betão pré-
esforçado e blocos de cofragem apoiados lateralmente sobre estas, formando um conjunto que é
solidarizado por uma camada continua de betão complementar aplicado em obra e com função resistente.
Pela sua constituição e garantia de ligação eficiente das vigotas ao betão complementar, este tipo
de pavimentos pode considerar-se comparável, sob o ponto de vista de funcionamento estrutural, a uma
laje com armadura resistente disposta numa só direcção.
Nestas condições de semelhança e pela existência de blocos de cofragem entre vigotas de betão
pré-esforçado, definindo nervuras entre eles, em ligação com a camada de betão complementar sobre os
blocos de cofragem, os pavimentos podem ainda ser comparáveis, para efeito de dimensionamento, a uma
serie de vigas de secção em "T", dispostas paralelamente entre si e com os banzos solidários.
Porém, para que tais condições de semelhança possam ser consideradas, deverão estes pavimentos
satisfazer determinadas exigências, relativamente às quais se têm adoptado, por analogia, as aplicáveis da
regulamentação em vigor para as lajes nervuradas moldadas em obra e aligeiradas com a inclusão de
tijolos de cofragem perdida.
Tais exigências, que se encontram prescritas no Regulamento de Estruturas de Betão Armado e
Pré-esforçado (REBAP), referem-se em especial a características dimensionais e a disposições
construtivas.
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16.2.1.2 Metodologia utilizada para a sua aplicação em obra
Para o seu dimensionamento e aplicação em obra devem ser respeitadas, as disposições referidas
no REBAP, do Artigo 112º ao Artigo 117º.
Este tipo de pavimentos é somente utilizado, excepto em situações especiais, em zonas em que o
vão máximo não ultrapassa os 7,5m.
Depois de se betonarem os pilares que servirão de apoio ao pavimento é executada uma cofragem
que servirá de molde às vigas que suportarão o pavimento.
As vigotas pré-esforçadas, são apoiadas nas extremidades da cofragem das vigas.
O espaçamento a deixar entre elas deve ser igual à largura das abobadilhas escolhidas e como
refere o REBAP, o seu espaçamento nunca deverá ser superior a 80cm.
Por vezes, quando necessitamos de imprimir a um pavimento uma maior tensão resistente,
recorremos ao uso de duas ou três vigotas pré-esforçadas contíguas, como representa a figura seguinte.
Existe no mercado uma grande variedade de vigotas pré-esforçadas, assumindo cada uma delas
estados limites últimos e de utilização diferentes. Essa diferença está directamente relacionada com o pré-
esforço nelas aplicado, com as suas dimensões, com o número de varões e a sua disposição, com o tipo de
aço, com o tipo de betão e com a quantidade e qualidade dos inertes utilizados. Desta forma, é necessário
proceder à escolha criteriosa das vigotas pré-esforçadas, preferindo sempre aquelas que estão
homologadas pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil.
Este tipo de pavimentos deverá ter uma zona, de pelo menos 20cm, nas imediações das vigas de
suporte onde não serão aplicadas abobadilhas, para que o pavimento seja maciço nesta zona e assim
resistir aos eventuais momentos negativos que poderão surgir.
A altura a imprimir ao pavimento está directamente relacionada com as cargas que nele irão
actuar; quanto mais espessura tiver o pavimento mais resistente este será. A altura é fornecida ao
pavimento, através das abobadilhas de cofragem perdida neles empregues.
Existe no mercado uma variedade quase infinita de abobadilhas, cujas dimensões (largura e altura)
são bastante díspares.
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Figura XVI.3 – Secções das abobadilhas existentes
Estas abobadilhas podem ser produzidas a partir das mais variadas matérias-primas e apresentam-
se geralmente com a sua secção vazada.
No nosso mercado predominam as abobadilhas cerâmicas (executadas a partir do “barro” cozido),
mas existem abobadilhas de outros materiais: abobadilhas de betão, abobadilhas de betão que empregam
inertes de argila expandida, formando assim pavimentos ainda mais aligeirados e recentemente
apareceram no mercado as abobadilhas em EPS e cortiça, que apresentam como pontos fortes a sua leveza
e bom isolamento térmico e acústico.
Como este pavimento é constituído por vigotas armadas numa só direcção e para se proceder à
melhor distribuição das cargas no pavimento, recorre-se ao emprego de armaduras transversais de
solidarização “tarugos” que não deverão ter, segundo o REBAP, largura inferior a 5cm, altura inferior a
0,8 vezes a espessura da laje e a distância entre os seus eixos não deverá ser superior a 10 vezes a
espessura da laje.
Por fim, são betonadas primeiramente as vigas periféricas ao pavimento e na parte de cima do
conjunto (abobadilhas + vigotas), emprega-se uma camada de betão “lajeta”, armado com malha
electrosoldada e cuja espessura deverá ser de 4cm a 3cm, consoante a distância entre faces das nervuras
consecutivas exceder ou não 50cm.
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• Por integrarem na sua constituição elementos vazados, conferem melhor isolamento térmico
entre andares.
Quanto às reservas na aplicação destes pavimentos, comparados com lajes maciças de betão
armado, elas são relativas ao contraventamento horizontal, constituição heterogénea, descontinuidade do
seu paramento inferior, características inadequadas à resistência a momentos negativos, fraca resistência
dos blocos de cofragem ao suporte de eventuais cargas, reduzida capacidade de isolamento relativamente
a ruídos aéreos e menor resistência ao fogo.
1 – Abobadilhas em EPS;
2 – Taco em EPS para as armadura;
3 – Placa em EPS para zonas maciças.
Figura XVI.5 – Abobadilhas, placas e tacos em EPS.
O primeiro passo para a sua execução em obra, consiste na criação de uma cofragem, onde serão
assentes as abobadilhas. Este tipo de processo tem que ser cuidado e é bastante moroso pelo facto deste
tipo de pavimento não englobar qualquer elemento prefabricado portante, como acontece nos pavimentos
que empregam vigotas.
De seguida, num intervalo existente entre duas abobadilhas contíguas é colocada a armadura
longitudinal.
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1 – Lajeta de betão armado com malha electrosoldada;
2 – Armadura longitudinal;
3 – Taco elevador em EPS;
4 – Abobadilha em EPS;
5 – Acabamento do tecto.
Figura XVI.6 – Corte tipo de pavimento com abobadilhas em EPS
Sobre as abobadihas, é colocada uma malha de varões de aço electrosoldados e sobre o conjunto é
vertido betão, de forma a que se estabeleça uma lajeta de compressão mínima, cuja espessura varia de 3 a
4cm.
Tal como os pavimentos que recorrem ao uso de vigotas, este tipo de pavimento também tem que
cumprir as disposições do R.E.B.A.P., acerca da armadura de distribuição transversal a implementar.
Como desvantagens:
• É um pavimento bastante recente, do qual não se conhece o comportamento a longo prazo;
• Há falta de mão-de-obra especializada, quer para o seu dimensionamento como para a sua
execução;
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• Acarreta elevados custos ao nível da cofragem a implementar.
Apesar de se poderem aplicar sem capa de compressão, pois as suas juntas laterais são capazes de
resistir aos efeitos de corte, é aconselhável a aplicação de uma capa de compressão de 5cm que melhora a
sua resistência.
As peças são autoportantes, não necessitando de cofragem e funcionam como elementos
isostáticos. Geralmente não apresentam problemas de flecha, pois beneficiam do pré-esforço fornecido ao
aço nelas integrado.
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Figura XVI.9 – Colocação em obra de laje alveolar
- XVI.9 -
Figura XVI.10 – Aspectos de vigas TT.
Desvantagens:
• Só resistem praticamente a momentos positivos;
• É difícil conduzirem-se instalações eléctricas e tubagens nos sentidos que afectam os nervos.
Conjugados com os
varões de base ou as
sinusóides dos núcleos,
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poderão ser utilizados sempre que o dimensionamento o exija com varões ou sinusóides de reforço com
aço da mesma classe.
O funcionamento estrutural dos pavimentos com vigas de betão armado é comparável ao de uma
laje com armadura resistente unidireccional, dado que se assegura e mantém a aderência necessária entre
o betão de enchimento resistente e as vigotas pré-fabricadas, através da armadura emergente dos núcleos.
• Betão: B 25
• Armaduras:
- Núcleos (A 400)
- Varões de reforço (A 400)
• Dimensões:
- Comprimento: variável
- Largura: 12 cm
- Espessura: 4 cm
- Altura: variável
• Peso médio: 12 kg/ml.
núcleo
Variável
Varão complementar
0,04
0.12
Blocos de cofragem
Os blocos de cofragem poderão ser de betão ou cerâmicos, furados, tendo formas de extradorso,
curvas ou poligonais e ressaltos laterais para apoio na base de betão das vigotas. As suas dimensões
nominais são as do mercado corrente.
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Figura XVI.13 - Pavimento aligeirado com vigotas de betão armado.
Betão complementar
O betão complementar é de cimento Portland normal, com a dosagem usual de 300 Kg por metro
cúbico e com as características da classe B 25.
Aplica-se em camada contínua de espessura variável nunca inferior a 3 cm, e é composto com
agregados cuja dimensão máxima deve ser menor do que a espessura mínima da camada.
Figura XVI.14 - Colocação em obra de um pavimento aligeirado com vigotas de betão armado
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16.2.5.3
Vantagens na aplicação deste tipo de pavimento
Núcleos metálicos
• Asseguram e mantêm uma perfeita ligação entre o betão de enchimento e as vigotas
prefabricadas;
• Servem de suspensão durante o transporte e colocação, garantindo uma maior segurança
destas operações;
• Asseguram a planímetria da face inferior dos tectos, permitindo uma maior economia de
reboco;
• Dispõem de armaduras (sinusóides) estudadas para a absorção dos esforços transversos, sem
necessidade de aumentar a espessura do pavimento, recurso que se utiliza habitualmente noutros
tipos de pavimentos aligeirados.
Leveza
• Facilidade de manuseamento, sem recurso a qualquer equipamento em especial devido ao seu
reduzido peso.
Versatilidade
• Quando conjugadas com as vigas em T, as vigotas permitem a execução de tectos sem vigas
aparentes;
• As vigotas são facilmente associáveis com qualquer tipo de abobadilha existente no mercado;
• Permitem a execução de consolas, bem como de pavimentos com vigotas duplas.
Homogeneidade
• Garantida pela semelhança entre as características mecânicas das vigotas e a das estruturas
resistentes tradicionais.
Economia
• Conjunto de todas as vantagens enunciadas, aliado ao sensível aumento de rentabilidade e
redução de transportes, consequência do reduzido peso médio, garantem uma significativa
economia, com reflexo no preço global das obras.
Resistência ao fogo
• Este tipo de pavimentos garante uma excelente resistência à acção do fogo.
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Conjugação do pavimento com viga
em T
Pavimento aligeirado
Figura XVI.15 – Soluções construtivas dos pavimentos com vigotas de betão armado.
2) Condições de Apoio
Os valores das condições de apoio são obtidos tendo em consideração a hipótese de apoio simples
M=PL2/8
16.4 PRÉ-LAJE
Estamos perante um tipo de lajes nervuradas que não é do tipo de laje aligeirada. No entanto, e só
a titulo de curiosidade fazemos aqui uma breve referência às suas principais características.
Estas lajes pré fabricadas são basicamente constituídas por grandes placas de betão armado que
assentam directamente sobre as vigas.
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Figura XVI.16 - Pré-laje de pavimento.
Estas placas, depois de colocadas sobre as vigas são betonadas. É aqui que reside a grande
vantagem deste tipo de pavimentos, pois para realizar a betonagem não é necessário qualquer tipo de
cofragem, não esquecendo também que pelo facto de algumas lajes deste tipo serem pré-esforçadas, é
possível contruirem-se pavimentos de pouca espessura. A aderência entre o betão aplicado e as placas, é
garantida por uma armadura emergente das placas.
A grande finalidade destas lajes prefabricadas é a de reduzir as operações de construção
necessárias, pois chegam à obra prontas a serem montadas.
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Figura XVI.18 – Aspecto de um pavimento com chapas “Nervo-Metal”.
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16.5.2 Pavimento sobre estrutura metálica
O Nervo-Metal em lajes sobre estrutura metálica é utilizado quando se pretende vencer grandes
vãos, como por exemplo: hospitais, pavilhões industriais, quartéis, etc...
Camada de compressão
Grampo
Nervo-Metal
Aplica-se colocando as pranchas de Nervo-Metal sobre as vigas de metal cuja junção se realiza por
intermédio de uma chapa e por meio de grampos de arame galvanizado. De seguida é aplicada uma capa
de compressão de 4 a 5cm, dependendo se a distância entre as vigas metálicas for de 65cm ou 80cm,
respectivamente.
Quando realizamos obras de reconstrução em edifícios cujos pisos são de madeira podemos
recorrer a esta solução, aproveitando o vigamento de madeira existente.
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Figura XVI.22 – Aspecto construtivo de pavimento autoportante sobre estrutura metálica.
Por fim, é aplicada a capa de compressão e quando esta adquirir presa são-lhes retirados os apoios
intermédios.
A colocação do “Nervo-Metal” realiza-se de acordo com as normas gerais, respeitando o sentido
do nervurado das chapas metálicas.
Camada de compressão
Apoio Nervo-Metal
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Figura XVI.24 – Pavimento em abóbada
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Figura XVI.25 – Armaduras de capitéis.
Assim, dentro das lajes fungiformes aligeiradas temos dois tipos distintos:
Lajes de molde perdido, que são constituídas pelos chamados fungiblocos ou blocões que têm
entre 20 a 35cm estando espaçados entre 10 a 15cm. No seu espaçamento possuem uma nervura que
garante uma melhor aderência do betão de enchimento e acima dos blocos, este betão, possui uma
espessura que varia entre 5 a 7cm.
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Figura XVI.26 – Laje fungiforme de molde perdido.
Lajes de molde recuperado, mais vulgarmente conhecidas pelas lajes de “penicos”, seguem
exactamente o mesmo esquema estrutural das lajes de molde perdido só que neste caso, como o próprio
nome indica, o molde é recuperado, ficando o tecto com as aberturas visíveis, o que produz um certo
efeito anti-estético. No entanto, a maior vantagem deste tipo de laje reside no facto de podermos retirar os
moldes antes de ser retirado o escoramento, possibilitando a utilização de um menor número de moldes.
- XVI.21 -
Figura XVI.28 – Aspecto de uma laje fungiforme de moldes recuperados
16.7 PISO COM VIGAMENTO METÁLICO
O emprego do ferro como material para estruturas de edificação não tem limites devido às suas
boas qualidades técnicas, e cremos que em geral, é um material favorito da construção.
Os pisos metálicos são em geral os mais adequados para as construções metálicas.
Estes são apropriados para grandes vãos e fortes cargas e possuindo um reduzido volume.
Apresenta uma excelente solução para construções industriais e para os edifícios destinados a oficinas, o
que já não acontece nas casas residenciais, pois é uma solução pouco comum.
Este tipo de construção oferece assim, a vantagem de execução rápida pelo uso de laminados de
ferro standardizados, que se encontram no mercado e permitem venceremse grandes vãos sem que a
espessura do pavimento seja exagerada, aligeirando, por conseguinte, as lajes.
O inconveniente deste tipo de pisos, é ser necessário proceder a uma protecção eficaz dos ferros
contra a oxidação:
• Pintura adequada;
• Encravamento na própria laje de betão.
Os pisos metálicos são constituídos por vigas laminadas do tipo IPN, IPE, UPN, etc. Os perfis
altos e leves são os preferíveis. A separação das vigas depende (como no caso da madeira) do material de
vigamento utilizado como portante, entre as mesmas.
Os elementos portantes podem ser elementos cerâmicos, de betão prefabricado ou feito no local.
Figura XVI.30 – Pavimento com vigas metálicas e enchimento em placas armadas de betão poroso
(comprimento 90-130 cm, largura 35 cm, esp. 8,5 cm) e lâmina de compressão em betão leve.
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Figura XVI.31 – Pormenor de pavimento com perfis laminados e elementos cerâmicos.
As características das vigotas a adoptar depende da carga a que está sujeita. Esta carga provoca
uma descida produzida num ponto de uma viga, a que se chama flecha.
O peso próprio, admitido nos cálculos, deve ser determinado para cada caso particular.
Quando a disposição da carga é simétrica e os apoios das vigas são da mesma espécie (embebidas,
articuladas, etc.), a flecha máxima da viga estará no seu ponto médio.
Devido à elasticidade do ferro, e mesmo que o material esteja a trabalhar em boas condições, as
flechas das vigas não devem exceder uma certa fracção do seu comprimento, pois, por vezes, vêem-se
construções em que as vigas têm flecha, o que produz um efeito desagradável.
Para vigas de piso, em que o vão exceda 5 m, deve ser ƒ=1/400 × L; quando passem de 7 m tomar-
se-á ƒ=1/500 × L.
Quando os extremos destas vigas se puderem considerar embebidos nas paredes, quer por estarem
enterrados em betão, quer por estarem convenientemente abraçados, as flechas anteriores serão tomadas
como 1/200×L e 1/300×L, respectivamente os valores anteriores.
Frequentemente, exigências particulares obrigam a adoptar valores mais reduzidos.
Contudo, quando é conhecida a solicitação de utilização do aço e foi escolhida a altura do
laminado, é fácil determinar a flecha máxima que para um módulo de elasticidade de 2,1E6 Kg/cm ²,
expressa-se pelas seguintes fórmulas:
Os pisos leves, com vigamento de aço ondulado, oferecem interessantes possibilidades. Este tipo
de piso usa-se mais nos EUA, não chegando assim a estenderse a todo o mundo.
Os perfis assim usados levam aos tipos de piso que se mostra a seguir:
- XVI.23 -
Figura XVI.32 - Laje mista com vigamento metálico e chapa ondulada de aço.
A realização de sustentação por traves implica com frequência, nas uniões que exigem, a
intervenção de especialistas (rebites, uso de pernos, soldaduras, etc.).
4. Uma vez assentes as vigas nos locais pretendidos, proceder-se-á ao seu contraventamento,
continuando-se a construção das paredes até uma altura correspondente aos banzos superiores das
vigas. Empregar-se-á argamassa de cimento, procurando-se encher bem os espaços entre as
extremidades das vigas.
Para evitar a oxidação dessas extremidades, aplica-se-lhes uma argamassa de cimento antes de
proceder ao contraventamento das vigas.
Quando as vigas metálicas se aplicam sobre vigas mestras, unem-se aos seus banzos inferiores
com os banzos superiores das vigas mestras. Se as duas extremidades se apoiam em vigas mestras, uma
delas será fixada mediante um parafuso de rosca, permitindo a dilatação do perfil.
- XVI.24 -
16.7.2 Vantagens e reservas na aplicação deste tipo de pavimento
Vantagens:
• Rapidez na Execução da Obra;
• Possibilidade de se ultrapassarem grandes vãos;
• Maior resistência;
• Permite a montagem fácil de edifícios por módulos.
Desvantagens:
• Estão sujeitos à acção da oxidação;
• Requerem mão de obra especializada;
• Necessitam de manutenção a longo prazo;
ANEXO:
Seguidamente, os fios são estendidos ao longo das mesas de fabrico por processo manual ou
mecânico e fixados em dispositivos de apoio instalados no topo das mesas de moldagem oposto ao
dispositivo onde são aplicadas as forças de pré-esforço.
A colocação dos fios de armadura de pré-esforço pelo processo manual, raramente se utiliza.
A colocação dos fios da armadura de pré-esforço pelo processo mecânico é feita com o auxilio de
um motor elétrico instalado numa das extremidades das mesas de moldagem, o qual acciona um cabo que
transporta individualmente os fios de armadura de pré-esforço a ele ligados e que se movimenta passando
na gola da roda do motor e de outra colocada na extremidade oposta das mesas de moldagem.
- XVI.25 -
Sistema de fixação dos fios da armadura de pré-esforço
Após a colocação dos fios da armadura de pré-esforço segue-se a sua fixação definitiva no topo
das mesas de moldagem contrário ao da aplicação do pré-esforço na origem, ficando na extremidade
oposta provisoriamente introduzidos em tensão, nos furos dos dispositivos de apoio dos sistemas de
fixação e com pontas salientes.
Nesta extremidade, a fixação definitiva é efectuada após a aplicação do préesforço na origem.
No geral, a fixação é feita individualmente em cada fio da armadura de préesforço por cunhas
cónicas de aço de elevada resistência, com superficie interior estriada, as quais actuam dentro de um
pequeno cilindro da aço(barril), formando conjunto previamente enfiado nos fios da armadura de pré-
esforço e que encostam aos dispositivos de apoio, ligados à plataforma das mesas de moldagem.
Aplicação do pré-esforço aos fios que constituem a armadura das vigotas de betão pré-
esforçado
O sistema mais corrente para aplicação do pré-esforço na origem nos fios da armadura de pré-
esforço é o da utilização de macacos hidráulicos accionados electricamente e equipados com um ou dois
manómetros, os quais podem actuar individualmente em dois fios simétricos de uma mesma vigota de
betão pré-esforçado ou fios correspondentes de duas vigotas de betão pré-esforçado contíguas ou ainda
conjuntamente em todos os fios da cada vigota de betão pré-esforçado ou de todas as vigotas de betão
pré-esforçado de uma mesa de moldagem.
- XVI.26 -
Figura XVI.37 – Máquina de moldagem.
- XVI.27 -
Figura XVI.38 – Mesas de moldagem - Empresa Pavinorte.
Após o levantamento, as vigotas são assentes em camadas sobrepostas num carro de transporte
que, deslocando-se nos carris das máquinas de moldagem, as transporta para a saída da fabrica, de onde
são retiradas por meio de empilhadores para o local de depósito.
- XVI.28 -
Figura XVI.40 – Carregamento das vigas para transporte
- XVI.29 -