Conversor Boost e Buck-Boost

André Abreu de Melo Lima

Departamento de Engenharia Elétrica (DEE)
Universidade Federal do Ceará (UFC)
Fortaleza, Brasil
andre.eng.ufc@gmail.com

Abstract—Neste artigo é implementado um conversor CC-CC A seguir é mostrado nas Tabelas I e II as especificações dos
elevador de tensão do tipo Boost, operando com tensão de entrada conversores para o desenvolvimento dos projetos.
de 5V, tensão de saı́da de 12V, potência de saı́da de 500W e um
conversor abaixador e elevador de tensão do tipo Buck-Boost com
tensão de entrada de 12V e saı́das de 24V e 6V, potência de saı́da TABLE I
E SPECIFICAÇ ÕES DO C ONVERSOR B OOST
de 100W. Os componentes do circuito são dimensionados e os
conversores validados através de simulação utilizando o software
Parâmetros Unidades
Psim. Tensão de entrada (Vin ) 5V
Index Terms—Buck-Boost. Boost. Diodo. Capacitor. Indutor. Tensão de saı́da (V0 ) 12V
Fonte Chaveada. Potência de saı́da (P0 ) 500W
Frequência de chaveamento (fs ) 10000Hz
Ondulação de corrente (∆IL ) 0,1
I. I NTRODUÇ ÃO Ondulação de tensão (∆Vc ) 0,01

Em certas aplicações de eletrônica de potência torna-se

necessária a obtenção de nı́veis de tensão e corrente CC con-
trolados a partir de um determinado nı́vel de tensão também TABLE II
de entrada, neste caso são utilizados os conversores CC-CC. E SPECIFICAÇ ÕES DO C ONVERSOR B UCK -B OOST
Quando o nı́vel de tensão desejado na saı́da é maior do que o Parâmetros Unidades
da entrada são utilizados os conversores elevadores de tensão Tensão de entrada (Vin ) 12V
Boost ou Buck-boost, onde o último pode ser utilizado como Tensão de saı́da (V0 ) 24V e 6V
abaixador da tensão de entrada. Potência de saı́da (P0 ) 100W
Frequência de chaveamento (fs ) 20000Hz
Nas Figuras 1 e 2 são mostradas as topologias dos conver- Ondulação de corrente (∆IL ) 0,1
sores boost e buck-boost. Ondulação de tensão (∆Vc ) 0,01

II. P ROJETO DO C ONVERSOR B OOST

A. Equações Básicas
Primeiramente, é necessário calcular a razão cı́clica do
conversor.
Vin
Fig. 1. Conversor Boost. D =1− = 0, 583 (1)
V0
Também calcula-se a corrente de saı́da.
P0
I0 = = 41, 67A (2)
V0
A resistência da carga.
V0 2
R0 = = 0, 288Ω (3)
P0
E por último a corrente média no indutor.
Vin
Fig. 2. Conversor Buck-Boost. IL = 2 = 100A (4)
R0 · (1 − D)
B. Cálculo do indutor E. Esforços e perdas no diodo
A partir das equações básicas calcula-se o valor da in- Calcula-se o valor médio de corrente no diodo.
dutância do conversor.
IDmed = (1 − D) · I0 = 41, 67A (16)
Vin · D
L0 = = 2, 917 · 10−5 H (5)
fs · ∆IL · IL O valor eficaz de corrente no diodo.
r
C. Cálculo da capacitância e esforços e perdas no capacitor 1 1−D  2

IDef = · · 12 · IL 2 + (∆IL · IL ) = 64, 58A
A partir das equações básicas calcula-se o valor do capacitor 2 3
(17)
de saı́da.
I0 · D O valor máximo de corrente no diodo.
C0 = = 0, 02F (6)
fs · ∆Vc · V0 ∆IL · IL
IDmax = IL + = 105A (18)
A corrente eficaz no capacitor. 2
∆IL · I0 O valor máximo de tensão no diodo.
ICef = √ = 1, 2A (7)
2· 3 VDmax = −V0 = −12V (19)
De acordo com o valor da capacitância calculada foi ado- A partir do cálculo dos esforços de tensão e corrente no
tado um capacitor de valor comercial de 22000µF , modelo diodo é possı́vel determinar o componente e calcular as perdas
B41231, do fabricante EPCOS, cujo o valor da resistência é de da mesma. Foi adotado o diodo do modelo RURG80100-F085,
RCt = 0, 118Ω. A partir desses dados retirados do datasheet do fabricante On Semicondutor.
do fabricante é possı́vel calcular as perdas no capacitor. Para calcular as perdas por condução é adotado os valores
ICef 2 de RDt = 7, 8mΩ para a resistência do diodo e VD = 1, 56V
 
PC = RCt · = 0, 0011W (8) para a queda de tensão, portanto:
4
D. Esforços e perdas na chave PDcond = VD · IDmed + RDt · IDef 2 = 97, 58W (20)
Calcula-se o valor médio de corrente na chave. F. Cálculo térmico e escolha dos dissipadores
ISmed = D · I0 = 58, 33A (9) Para verificar a necessidade da utilização de dissipadores
nos semicondutores, é necessário, primeiramente, calcular a
O valor eficaz de corrente na chave. temperatura da junção de acordo com os itens anteriormente
r
1 D  2
 calculados. Para o diodo, é o utilizado a potência dissipada
ISef = · · 12 · IL 2 + (∆IL · IL ) = 76, 41A (10)
2 3 (PDcond ), resistência entre junção e ambiente (RDja = 45◦ C)
O valor máximo de corrente na chave. informado no DataSheet do fabricante e a temperatura ambi-
ente (Ta = 50◦ C).
∆IL · IL
ISmax = IL + = 105A (11)
2 TDj = PDcond · RDja + Ta = 4441◦ C (21)
O valor máximo de tensão na chave. Como o valor calculado é superior ao informado no
VSmax = V0 = 12V (12) DataSheet do componente (TDj = 175◦ C) é necessário
dimensionar um dissipador de calor para esse componente. Por
A partir do cálculo dos esforços de tensão e corrente na segurança é utilizado um valor de 80% de (TDj ). Calcula-se
chave é possı́vel determinar o componente e calcular as perdas o valor da resistência térmica entre junção e ambiente.
da mesma. Foi adotado o transistor MOSFET do modelo
0, 8 · TDj − Ta
IPB083N15N5LF, do fabricante Infineon / IR. RDja = = 0, 922◦ C/W (22)
Para calcular as perdas por condução é adotado os valores PDcond
de RSt = 0, 0083Ω para a resistência da chave e VS = 1, 2V Também são coletados os valores da resistência térmica
para a queda de tensão, portanto: entre junção e a cápsula (RDjc = 0, 3◦ C) e a resistência
PScond = VS · ISmed + RSt · ISef 2 = 118, 46W (13) térmica entre cápsula e dissipador (RDcd = 0, 1◦ C). Portanto
é possı́vel calcular a resistência térmica entre dissipador e
Já para calcular as perdas por comutação é adotado tr = ambiente.
46 · 10−9 s para o tempo de subida, tf = 6 · 10−9 s para o
tempo de descida, ID = 105A para a corrente no dreno e RDda = RDja − RDjc − RDcd = 0, 522◦ C/W (23)
VGS = 20V para a tensão Gate-Source, logo: A partir desse valor calculado é possı́vel especificar o
VGS · ID · (tr + tf ) · fs dissipador. Para o diodo foi adotado o dissipador do tipo
PScom = = 0, 546W (14) P1/200 - M24x1,5 do fabricante SEMIKRON que possui uma
2
resistência térmica de 0, 4◦ C/W .
Portanto, as perdas totais na chave são:
Da mesma forma para verificar a necessidade da utilização
PSt = PScond + PScom = 119W (15) de dissipador na chave, é necessário, primeiramente, calcular
a temperatura da junção de acordo com os itens anteriormente maior valor medido é o de 12,07V, bem próximo ao valor da
calculados. Para o MOSFET, é o utilizado a potência dissipada tensão de saı́da, a chave não sofrerá danos pois o componente
(PSt ), resistência entre junção e ambiente (RDja = 40◦ C) in- escolhido suporta até 16V.
formado no DataSheet do fabricante e a temperatura ambiente
(Ta = 50◦ C).
TSj = PSt · RSja + Ta = 4810◦ C (24)
Como o valor calculado é superior ao informado no
DataSheet do componente (TSj = 150◦ C) é necessário
dimensionar um dissipador de calor para esse componente. Por
segurança é utilizado um valor de 80% de (TSj ). Calcula-se o
valor da resistência térmica entre junção e ambiente.
0, 8 · TSj − Ta
RSja = = 0, 588◦ C/W (25)
PS t
Fig. 4. Tensão e corrente na chave do conversor boost.
Também são coletados os valores da resistência térmica
entre junção e a cápsula (RDjc = 0, 22◦ C) e a resistência A Figura 5 mostra a corrente no indutor. A forma de onda
térmica entre cápsula e dissipador (RDcd = 0, 05◦ C). Portanto apresenta um formato já esperado, assumindo um valor médio
é possı́vel calcular a resistência térmica entre dissipador e de 100A e um valor máximo de 104,88, percebe-se que o valor
ambiente. de variação de corrente foi atendido.
RSda = RSja − RSjc − RScd = 0, 318◦ C/W (26)
A partir desse valor calculado é possı́vel especificar o
dissipador. Para o chave foi adotado o dissipador do tipo
P4/200 - M24x1,5 do fabricante SEMIKRON que possui uma
resistência térmica de 0, 29◦ C/W .
G. Resultados de Simulação
A seguir são apresentado os resultados de simulação das
principais formas de onda para o conversor Boost.
A Figura 3 mostra a tensão de entrada e a tensão de saı́da do
conversor Boost. Em vermelho é apresentado a tensão de saı́da Fig. 5. Corrente no indutor do conversor boost.
onde na simulação houve uma variação de 0,7% da tensão de
saı́da, havia sido estipulado um ripple de tensão de 1%, mas
como foi adotado um capacitor comercial de valor maior a III. P ROJETO DO C ONVERSOR B UCK -B OOST
ondulação na tensão de saı́da foi menor. Em azul é mostrado A. Operando como elevador de tensão
a tensão de entrada com o valor já esperado constante de 5V.
1) Equações básicas:
Cálculo da razão cı́clica do conversor.
V0
D= = 0, 667 (27)
Vin + V0
Também calcula-se a corrente de saı́da.
P0
I0 = = 4, 17A (28)
V0
A resistência da carga.
V0 2
R0 = = 5, 76Ω (29)
Fig. 3. Tensão de entrada e tensão de saı́da do conversor Boost. P0
A corrente de entrada.
A Figura 4 mostra a tensão e a corrente na chave. Em
vermelho é apresentado a corrente, onde foi constatado valores D · I0
Iin = = 8, 33A (30)
de pico de 105A, médio de 58,14A e eficaz de 76,21A, ou (1 − D)
seja, os valores obtidos em simulação foram bem próximos E por último a corrente média no indutor.
dos valores calculados no projeto, comprovando a metodologia
de cálculo. Em azul é mostrada a tensão na chave, onde o IL = I0 + Iin = 12, 5A (31)
 2) Cálculo do indutor: A corrente de entrada.
A partir das equações básicas calcula-se o valor da in- D · I0
dutância do conversor. Iin = = 8, 33A (46)
(1 − D)
Vin · D
L0 = = 3, 2 · 10−4 H (32) E por último a corrente média no indutor.
fs · ∆IL · IL
3) Cálculo da capacitância: IL = I0 + Iin = 25A (47)
A partir das equações básicas calcula-se o valor do capacitor
de saı́da. 2) Cálculo do indutor:
I0 · D A partir das equações básicas calcula-se o valor da in-
C0 = = 5, 79 · 10−4 F (33)
fs · ∆Vc · V0 dutância do conversor.
A corrente eficaz no capacitor. Vin · D
L0 = = 8 · 10−5 H (48)
∆IL · I0 fs · ∆IL · IL
ICef = √ = 0, 12A (34)
2· 3 3) Cálculo da capacitância:
4) Esforços na chave: A partir das equações básicas calcula-se o valor do capacitor
Calcula-se o valor médio de corrente na chave. de saı́da.
ISmed = D · IL = 8, 33A (35) I0 · D
C0 = = 4, 63 · 10−3 F (49)
fs · ∆Vc · V0
O valor eficaz de corrente na chave.
1
r
D   A corrente eficaz no capacitor.
2
ISef = · · 12 · IL 2 + (∆IL · IL ) = 10, 21A (36)
2 3 ∆IL · I0
ICef = √ = 0, 481A (50)
O valor máximo de corrente na chave. 2· 3
∆IL · IL
ISmax = IL + = 13, 13A (37) 4) Esforços na chave:
2 Calcula-se o valor médio de corrente na chave.
O valor máximo de tensão na chave.
ISmed = D · IL = 8, 33A (51)
VSmax = −Vin − V0 = −36V (38)
5) Esforços no diodo: O valor eficaz de corrente na chave.
Calcula-se o valor médio de corrente no diodo. 1
r
D  
2
ISef = · · 12 · IL 2 + (∆IL · IL ) = 14, 44A (52)
IDmed = (1 − D) · IL = 4, 17A (39) 2 3
O valor eficaz de corrente no diodo. O valor máximo de corrente na chave.
r
1 1−D  2
 ∆IL · IL
IDef = · · 12 · IL 2 + (∆IL · IL ) = 7, 22A ISmax = IL +
2
= 26, 25A (53)
2 3
(40)
O valor máximo de corrente no diodo. O valor máximo de tensão na chave.
∆IL · IL VSmax = −Vin − V0 = −18V (54)
IDmax = IL + = 13, 13A (41)
2
O valor máximo de tensão no diodo. 5) Esforços no diodo:
Calcula-se o valor médio de corrente no diodo.
VDmax = −Vin − V0 = −36V (42)
IDmed = (1 − D) · IL = 16, 67A (55)
B. Operando como abaixador de tensão
1) Equações básicas: O valor eficaz de corrente no diodo.
Cálculo da razão cı́clica do conversor. r
1 1−D  2

D=
V0
= 0, 333 (43) IDef = · · 12 · IL 2 + (∆IL · IL ) = 20, 42A
Vin + V0 2 3
(56)
Também calcula-se a corrente de saı́da. O valor máximo de corrente no diodo.
P0 ∆IL · IL
I0 = = 16, 67A (44) IDmax = IL + = 26, 25A (57)
V0 2
A resistência da carga.
O valor máximo de tensão no diodo.
V0 2
R0 = = 0, 36Ω (45) VDmax = −Vin − V0 = −18V (58)
P0
C. Especificação dos componentes e cálculo das perdas
A partir dos resultados calculados, para simulação e es-
colha dos componentes, são admitidos a maior indutância
e capacitância calculados para o conversor operando como
elevador e abaixador de tensão e a maior tensão de saı́da para
a determinação do capacitor de filtro, como forma de garantir
os requisitos de funcionamento do conversor atuando tanto
como abaixador quanto como elevador de tensão, como ripple
máximo de tensão no capacitor e corrente no indutor.
De acordo com o valor da capacitância calculada foi ado-
tado um capacitor de valor comercial de 4700µF , modelo
B41858, do fabricante EPCOS, cujo o valor da resistência é de
RCt = 0, 146Ω. A partir desses dados retirados do datasheet
do fabricante é possı́vel calcular as perdas no capacitor.
ICef 2
 
PC = RCt · = 0, 00013W (59)
4 dissipador. Para o diodo foi adotado o dissipador do tipo K9
A partir do cálculo dos esforços de tensão e corrente na
chave é possı́vel determinar o componente e calcular as perdas
da mesma. Foi adotado o transistor MOSFET do modelo
IRFH504PbF, do fabricante Infineon / IR.
Para calcular as perdas por condução é adotado os valores
de RSt = 0, 0026Ω para a resistência da chave e VS = 1V
para a queda de tensão, portanto:
PScond = VS · ISmed + RSt · ISef 2 = 8, 6W (60)
Já para calcular as perdas por comutação é adotado tr =
39 · 10−9 s para o tempo de subida, tf = 16 · 10−9 s para o
tempo de descida, ID = 100A para a corrente no dreno e
VGS = 20V para a tensão Gate-Source, logo:
VGS · ID · (tr + tf ) · fs
PScom = = 1, 1W (61)
2
Portanto, as perdas totais na chave são:
PSt = PScond + PScom = 9, 7W (62)
A partir do cálculo dos esforços de tensão e corrente no
diodo é possı́vel determinar o componente e calcular as perdas
da mesma. Foi adotado o diodo do modelo MBR40L45CTG,
do fabricante On Semicondutor.
Para calcular as perdas por condução é adotado os valores
de RDt = 5, 7mΩ para a resistência do diodo e VD = 1, 12V
para a queda de tensão, portanto:
2
PDcond = VD · IDmed + RDt · IDef = 4, 97W (63)
D. Cálculo térmico e escolha dos dissipadores
Para verificar a necessidade da utilização de dissipadores
nos semicondutores, é necessário, primeiramente, calcular a
temperatura da junção de acordo com os itens anteriormente
calculados. Para o diodo, é o utilizado a potência dissi-
pada (PDcond ), resistência entre junção e ambiente (RDja =
72, 9◦ C) informado no DataSheet do fabricante e a temper-
atura ambiente (Ta = 50◦ C).
TDj = PDcond · RDja + Ta = 411, 86◦ C (64)
Como o valor calculado é superior ao informado no
DataSheet do componente (TDj = 175◦ C) é necessário
dimensionar um dissipador de calor para esse componente. Por
segurança é utilizado um valor de 80% de (TDj ). Calcula-se
o valor da resistência térmica entre junção e ambiente.
0, 8 · TDj − Ta
RDja = = 18, 13◦ C/W (65)
PDcond
Também são coletados os valores da resistência térmica
entre junção e a cápsula (RDjc = 1, 9◦ C) e a resistência
térmica entre cápsula e dissipador (RDcd = 1, 15◦ C). Portanto
é possı́vel calcular a resistência térmica entre dissipador e
ambiente.
RDda = RDja − RDjc − RDcd = 15, 08◦ C/W (66)
A partir desse valor calculado é possı́vel especificar o
- M4 do fabricante SEMIKRON que possui uma resistência
térmica de 10, 5◦ C/W .
Da mesma forma para verificar a necessidade da utilização
de dissipador na chave, é necessário, primeiramente, calcular
a temperatura da junção de acordo com os itens anteriormente
calculados. Para o MOSFET, é o utilizado a potência dissipada
(PSt ), resistência entre junção e ambiente (RDja = 35◦ C) in-
formado no DataSheet do fabricante e a temperatura ambiente
(Ta = 50◦ C).
TSj = PSt · RSja + Ta = 389, 65◦ C (67)
Como o valor calculado é superior ao informado no
DataSheet do componente (TSj = 150◦ C) é necessário
dimensionar um dissipador de calor para esse componente. Por
segurança é utilizado um valor de 80% de (TSj ). Calcula-se o
valor da resistência térmica entre junção e ambiente.
0, 8 · TSj − Ta
RSja = = 7, 21◦ C/W (68)
PSt
Também são coletados os valores da resistência térmica
entre junção e a cápsula (RDjc = 0, 8◦ C) e a resistência
térmica entre cápsula e dissipador (RDcd = 0, 05◦ C). Portanto
é possı́vel calcular a resistência térmica entre dissipador e
ambiente.
RSda = RSja − RSjc − RScd = 6, 36◦ C/W (69)
A partir desse valor calculado é possı́vel especificar o
dissipador. Para o chave foi adotado o dissipador do tipo K5
- M6 do fabricante SEMIKRON que possui uma resistência
térmica de 5, 7◦ C/W .
E. Resultados de Simulação
A seguir são apresentado os resultados de simulação das
principais formas de onda para o conversor Buck-Boost ele-
vador e abaixador.
A Figura 6 mostra a tensão de entrada e a tensão de saı́da
do conversor Buck-Boost elevador. Em vermelho é apresentado
a tensão de saı́da onde na simulação houve uma variação de
0,66% da tensão de saı́da, havia sido estipulado um ripple de
tensão de 1%, mas como foi adotado um capacitor comercial
de valor maior a ondulação na tensão de saı́da foi menor. Em
azul é mostrado a tensão de entrada com o valor já esperado
constante de 12V.
Fig. 6. Tensão de entrada e tensão de saı́da do conversor Buck-Boost elevador.
A Figura 7 mostra a tensão e a corrente na chave. Em
vermelho é apresentado a corrente, onde foi constatado valores
de pico de 13A, médio de 8,14A e eficaz de 10,35A, ou seja, os
valores obtidos em simulação foram bem próximos dos valores
calculados no projeto, comprovando a metodologia de cálculo.
Em azul é mostrada a tensão na chave, onde o maior valor
medido é o de -36.02V, bem próximo ao valor da tensão de
saı́da, a chave não sofrerá danos pois o componente escolhido
suporta até 40V.
Fig. 7. Tensão e corrente na chave do conversor Buck-Boost elevador.
A Figura 8 mostra a corrente no indutor. A forma de onda
apresenta um formato já esperado, assumindo um valor médio
de 12,5A e um valor máximo de 13A, percebe-se que o valor
de variação de corrente foi atendido.
Fig. 8. Corrente no indutor do conversor Buck-Boost elevador.
A Figura 9 mostra a tensão de entrada e a tensão de saı́da do
conversor Buck-Boost abaixador. Em vermelho é apresentado
a tensão de saı́da onde na simulação houve uma variação de
0,58% da tensão de saı́da, havia sido estipulado um ripple de
tensão de 1%, mas como foi adotado um capacitor comercial
de valor maior a ondulação na tensão de saı́da foi menor. Em
azul é mostrado a tensão de entrada com o valor já esperado
constante de 12V.
Fig. 9. Tensão de entrada e tensão de saı́da do conversor Buck-Boost
abaixador.
A Figura 10 mostra a tensão e a corrente na chave. Em
vermelho é apresentado a corrente, onde foi constatado valores
de pico de 26,22A, médio de 8,14A e eficaz de 14,4A, ou
seja, os valores obtidos em simulação foram bem próximos
dos valores calculados no projeto, comprovando a metodologia
de cálculo. Em azul é mostrada a tensão na chave, onde o
maior valor medido é o de -17,89V, bem próximo ao valor da
tensão de saı́da, a chave não sofrerá danos pois o componente
escolhido suporta até 40V.
Fig. 10. Tensão e corrente na chave do conversor Buck-Boost abaixador.
A Figura 11 mostra a corrente no indutor. A forma de onda
apresenta um formato já esperado, assumindo um valor médio
de 25A e um valor máximo de 26,12A, percebe-se que o valor
de variação de corrente foi atendido.
IV. C ONCLUS ÃO
Portanto, é possı́vel concluir que mediante as especificações
de projeto fornecidas foi possı́vel desenvolver a análise quanti-
tativa do conversor do conversor Boost e Buck-Boost, calcular
todos os esforços e perdas nos componentes, especificar os
componente necessários para o funcionamento fiel ao projeto,
simular o conversor e obter as curvas mais importantes do
 Fig. 11. Corrente no indutor do conversor Buck-Boost abaixador.

projeto. De acordo com os resultados de simulação apresen-

tados é possı́vel constatar que os valores calculados foram
atingidos e as especificações atendidas. Obteve-se a tensão de
saı́da deseja (V0 = 12V ) para o conversor Boost e (V0 = 24V ),
(V0 = 6V ) para o conversor Buck-Boost com os respectivos
valores de ondulação na saı́da. Notou-se a dificuldade no
dimensionamento dos dissipadores para o conversor Boost,
pois o mesmo está operando com uma alta potência para
baixa tensão ocasionando uma elevada corrente de saı́da e
consequentemente perdas de potência mais elevadas.
R EFERENCES
[1] Barbi. Ivo, “Eletrônica de Potência,”. UFSC - Florianópolis, Ed. do
Autor, 2006.
[2] Barbi. Ivo, “Projetos de Fontes Chaveadas,”. Florianópolis, Ed. do Autor,
2014.
[3] Hart. Daniel W., “Eletrônica de Potência: Análise e projetos de cir-
cuitos,”. Porto Alegre, AMGH, 2012.