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1 DESCRIÇÃO GERAL DO EMPREENDIMENTO

1.1 INFORMAÇÕES GERAIS

1.1.1 Identificação da Empresa

PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPO MOURÃO


ENDEREÇO: Rua Brasil, nº 1487
CEP – 87.301-140
TELEFONE: (44) 3518-1144
BAIRRO: Centro
MUNICÍPIO: Campo Mourão
ESTADO: Paraná
CNPJ MF nº 75.904.524/0001-06

1.1.2 Identificação da Equipe Executora

Responsável Técnico:
Thalita Pereira Delduque – Engenheira Ambiental
thalitadelduque7@hotmail.com
Equipe Técnica de Execução do PRAD:
Ana Paula Barroco Geraldini – Engenheira Ambiental
anapaulabarroco1@gmail.com
Hemily Maioli Leal Ramos – Engenheira Ambiental
hemily_ramos@hotmail.com
Mariana de Sarges Machado – Engenharia Ambiental
mari_msm@hotmail.com
Raíssa Martins Amadeo
ra_amadeo@hotmail.com
1.1.3 Dados do Local

A área do projeto se refere a uma voçoroca localizada em um afluente do


Rio Km 119, no limite periurbano da cidade de Campo Mourão – PR, entre as
coordenadas 24o02’09.42”S e 52o23’09.18”O (Figura 1). De acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2014), o município possui área total de
757,845 km2 e estimativa de 92.300 habitantes.
A área de voçoroca está localizada na zona noroeste da malha urbana do
município, entre a Avenida Perimetral Tancredo Neves e o Rio Km 119, nas
proximidades da Rua Araruna. No seu entorno encontram-se cerca de 30
residências, alguns estabelecimentos comerciais (oficinas, bares, retificadoras) e
área de pasto. O córrego afluente do Rio Km 119 onde se localiza a erosão,
encontra-se canalizado desde a sua nascente na alta média vertente, por cerca de
400 metros, sendo que quando deságua a céu aberto seu leito percorre dentro da
voçoroca.

Figura 1 - Localização da área de execução do PRAD, no município de Campo Mourão – PR.


Fonte: Adaptado de Google® (2014).
1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA

A área a ser trabalhada provém de uma erosão hídrica e alguns dos


principais fatores que levaram à formação da voçoroca foi a sua localização, aliada à
drenagem urbana ineficiente do município.
Campo Mourão possui a avenida central da cidade, Av. Capitão Índio
Bandeira, como divisor de águas. Assim, a água pluvial da porção Norte da cidade
escoa em direção à voçoroca. Essa água escoada chega em grande volume e em
alta velocidade, o que proporciona danos à infraestrutura da galeria pluvial, que está
parcialmente destruída.
Ao longo de décadas essa situação vem ocorrendo na área, promovendo o
arraste de solo e vegetação da região. O que começou como pequenos sulcos
escavados pela força cinética da água, culminou em uma voçoroca de
aproximadamente 800m de extensão, apresentando trechos de até 15 metros de
profundidade e 30 metros de largura (Figura 2 e 3).
Figura x – Parte do comprimento da voçoroca.
Fonte: Autor, 2014.

Figura x – Vista interna da Voçoroca.


Fonte: Autor, 2014.

1.3 REQUISITOS LEGAIS

1.3.1 Legislação Federal

Constituição Federal de 1988, Art. 225 – Todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Lei Federal nº 6.938/1981 – Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente,
seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
Lei Federal nº 5.197/1997 – Dispõe sobre a proteção da fauna e dá outras
providências.
Lei Federal nº 9.433/1997 – Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso
XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de
março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989.
Lei Federal nº 9.605/1998 – Dispõe sobre as sanções penais e administrativas
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras
providências.
Lei Federal nº 9.984/2000 – Dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas
– ANA, entidade federal de implementação da Política Nacional de Recursos
Hídricos e da coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos, e dá outras providências.
Lei Federal nº 12.651/2012 – Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa, altera
as leis nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e
11.428, de 22 de dezembro de 2006, revoga as Leis nº 4.771, de 15 de setembro de
1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de
agosto de 2001, e dá outras providências.
Decreto Federal nº 24.643/1934 – Decreta o código das águas.
Decreto Federal nº 97.632/1989 – Dispõe sobre a regulamentação do Artigo 2º,
inciso VIII, da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, e dá outras providências.
Decreto Federal nº 2.612/1998 – Regulamenta o Conselho Nacional de Recursos e
dá outras providências.
Decreto Federal nº 6.686/2008 – Altera e acrescem dispositivos ao Decreto nº
6.514, de 22 de julho de 2008, que dispõe sobre as infrações ao meio ambiente e
estabelece o processo administrativo federal para apuração destas infrações.
Resolução CONAMA nº 001/1986 – Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes
gerais para a avaliação de impacto ambiental.
Resolução CONAMA nº 357/2005 – Dispõe sobre a classificação dos corpos de
água e diretrizes ambientais para seu enquadramento, bem como estabelece as
condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.
Resolução CONAMA nº 369/2006 – Dispõe sobre os casos excepcionais de
utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a
intervenção ou suspenção de vegetação em Área de Preservação Permanente.
Resolução CONAMA nº 447/2012 – Aprova a lista de espécies indicadoras
sucessionais de vegetação de restinga para o Estado do Paraná, de acordo com a
Resolução nº 417, de 23 de novembro de 2009.
Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde – Estabelece os procedimentos e
responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para
consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências.
Instrução Normativa IBAMA nº 152/2007 – Estabelece procedimentos para
obtenção de Autorização de Supressão de Vegetação para fins de pesquisa e lavra
mineral nas Florestas Nacionais que especifica e em suas respectivas zonas de
entorno e de amortecimento

1.3.2 Legislação Estadual

Lei Estadual nº 10.247/1993 – Dispõe que é de competência do IAP a fiscalização


pelo cumprimento de normas de proteção da flora e da fauna do Estado do Paraná.
Lei Estadual nº 16.242/2009 – Cria o Instituto das Águas do Paraná, conforme
especifica e adota outras providências.
Decreto Estadual nº 2.315/2000 – Regulamenta o processo de instituição de
Comitês de Bacias Hidrográficas.
Resolução CEMA nº 065/2008 – Dispõe sobre o licenciamento ambiental,
estabelece critérios e procedimentos a serem adotados para as atividades
poluidoras, degradadoras e/ou modificadoras do meio ambiente e adota outras
providências.
Resolução Conjunta IBAMA/SEMA/IAP nº 005/2008 – Define critérios para
avaliação das áreas úmidas e seus entornos protetivos, normatiza sua conservação
e estabelece condicionais para o licenciamento das atividades nelas permissíveis no
Estado do Paraná.
Resolução SEMA nº 031/1998 – Dispõe sobre o licenciamento ambiental,
autorização ambiental, autorização florestal e anuência prévia para
desmembramento e parcelamento de gleba rural, e dá outras providências.
Resolução SEMA nº 052/2009 – Estabelece parâmetros quantitativos para
qualificação como insignificantes os usos de recursos hídricos referentes ao
lançamento concentrado de águas pluviais em cursos de água.
Resolução SEMA nº 021/2009 – Dispõe sobre o licenciamento ambiental,
estabelece condições e padrões ambientais e dá outras providências, para
empreendimentos de saneamento.

1.3.3 Legislação Municipal

Lei Municipal nº 1.077/1997 – Dispõe sobre a Política de Proteção, Controle,


Conservação e Recuperação do Meio Ambiente no Município de Campo Mourão.

2 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

O diagnóstico ambiental da região de abrangência da voçoroca tem como


objetivo compreender os efeitos das dinâmicas dos ecossistemas envolvidos, dos
componentes do meio físico, biótico e antrópico, principalmente relacionado ao
volume de água que é escoado até o local de estudo provocando erosão
desenfreada, além de suas inter-relações e processos de transformação que pode
ocorrer na implantação do projeto.
Com essa diretriz, a elaboração desse diagnóstico procura realizar uma
avaliação das partes interessadas, irá contemplar as regiões afetadas, separando-as
em Área Diretamente Afetada, Área de Influência Direta e Área de Influência Indireta
(Figura 2).
Figura 2 - Polígono em destaque vermelho: área diretamente afetada (ADA); Polígono em
destaque amarelo: área de influência direta; Polígo em destaque verde: área de influência
indireta (AII). Localizada na área do projeto, no Município de Campo Mourão - PR.
Fonte: Adaptado de Google® (2014).

Desta forma, a equipe técnica definiu como área diretamente afetada (ADA)
aquela onde se encontra a voçoroca e os maiores processos de escavações pela
água pluvial.
A área de influência direta (AID) compreende a área ao entorno da voçoroca,
ou seja, a faixa de vegetação presente em suas margens, bem como o terreno
anexado a ela e que será loteado e comercializado para fins de construções civis
(Figura 4 e 5). Construções essas que futuramente necessitarão de movimentação
de maquinários, por exemplo, fragilizando o solo e desencadeando num aumento de
erosão, bem como na contaminação do corpo hídrico.
Figura x – Àrea de Influência Direta, no entorno da erosão.
Fonte: Autor, 2014.

Figura x – Àrea de Influência Direta, no entorno da erosão.


Fonte: Autor, 2014.

Para a área de influência indireta (AII) estão as demais áreas que


contribuem para o escoamento de água até a área de estudo, dessa forma fica
compreendida a área Norte do município de Campo Mourão – PR.
2.1 MEIO FÍSICO

2.1.1 Clima

Segundo a classificação de Köppen, a região do município de Campo


Mourão apresenta clima subtropical úmido mesotérmico Cfa e situa-se na
mesorregião centro ocidental do Paraná. Apresenta temperatura média inferiores a
18 ºC nos períodos mais frios, geadas pouco frequentes e médias acima de 22 ºC
nos meses mais quentes, sem estação seca definida. Com a tendência de
concentração de chuvas nos meses de verão (dezembro, janeiro e fevereiro),
obtendo no trimestre mais chuvoso a segunda maior faixa pluviométrica do estado
do Paraná em um valor de 500 a 600 mm (CAVIGLIONE et al., 2000). Ao passo que
o trimestre mais seco do ano envolve os meses de junho e agosto, quando as
precipitações variam de 250 a 350 mm (ITCG, 2010).

2.1.2 Geologia e Pedologia

O município de Campo Mourão pertence ao terceiro planalto paranaense,


portanto está inserido na bacia sedimentar do Paraná. Por apresentar topos
aplainados, vertentes retilíneas e côncavas na base com altitudes variando entre
220 e 840 metros acima do nível do mar, recebe a denominação de planalto de
Campo Mourão (SANTOS et al., 2006). Além de estar inserido em uma área de
transição geológica entre o Grupo Bauru/Formação Caiuá e Grupo São
Bento/Formação Serra Geral.
O Arenito Caiuá é caracterizado por rochas de ambiente fluvial e desértico,
sendo as rochas predominantes os arenitos, siltitos e argilitos. O solo dessa região
apresenta textura arenosa média, com grande susceptibilidade a processos
erosivos. Nessa formação geológica, pode ocorrer erosão laminar, formação de
ravinas e voçorocas, que causam profunda degradação ambiental (MINEROPAR,
2005).
Os solos do município são originados a partir de dois tipos de rochas,
basáltica na porção mais leste da cidade e rocha arenítica na parte mais oeste-
noroeste, apresentando-se em menor proporção. Com base no Mapa de Solos do
Paraná da Embrapa (2007), na escala de 1:25.000, com divisões municipais do
ITCG (2011), numa classificação geral, Campo Mourão está situado em uma área
que contém quatro tipos de solo: Neossolo, Nitossolo, Latossolo (maior parte) e
Argissolo.
Os Argissolos apresentam profundidade variável com cores
predominantemente avermelhadas ou amareladas, sua textura pode variar de
arenosa ou argilosa nos horizontes superficiais e de média a muita argilosa nos
horizontes subsuperficiais. Os Neossolos são solos constituídos de material mineral
ou orgânico pouco profundo e que apresentam poucas alterações em relação ao
material original, devido à baixa ação dos processos pedogênicos (EMBRAPA,
2006).
Os Nitossolos são solos de textura argilosa que apresentam pouco
incremento de argila em profundidade. São solos profundos e bem drenados de
coloração variando de vermelho a brunada. Já os Latossolos compreendem solos
constituídos por materiais minerais e em avançado processo de intemperização. São
normalmente muito profundos, com cores variando desde amarelas ou mesmo
bruno-acinzentadas até vermelho-escuro-acinzentadas, devido aos altos teores de
óxido de ferro presentes no material originário (EMBRAPA, 2006). Os Latossolos
Vermelhos também são muito utilizados para produção de grãos, pois são
encontrados predominantemente em relevos planos e suave ondulados, ao passo
que os Argissolos e Nitossolos estão nas áreas próximas aos cursos d’água
(PONTILI et al., 2011).
Figura 3 - Característica dos solos do município de Campo Mourão – PR
Fonte: Classificação dos solos. EMBRAPA/EMATER (1999).

2.1.3 Hidrologia

A área de voçoroca em estudo situa-se em um afluente do Rio km 119,


pertencente ao município de Campo Mourão – PR, pertencente à bacia hidrográfica
do Rio Ivaí. Neste córrego onde se localiza a erosão, encontra-se canalizado desde
a sua nascente na alta média vertente, por cerca de 400 metros, sendo que quando
deságua a céu aberto, seu leito percorre dentro da voçoroca.
2.2 MEIO BIÓTICO

2.2.1 Caracterização Quantitativa e Qualitativa da Fauna e Flora

De acordo com a metodologia da tipologia vegetal proposta por Roderjan et


al. (2002), a área de estudo está inserida nas formações de Floresta Estacional
Semidecidual Montana e Floresta Ombrófila Mista Montana. A referida área de
estudo apresenta grande predominância de vegetação secundária de grande porte
com domínio de espécies exóticas invasoras como a Leucaena leucocephala (Lam.)
de Wilt (Leucena).
A área não está totalmente degradada, pois na região da voçoroca encontra-
se uma Floresta Ciliar, caracterizada por uma Área de Preservação Permanente
(APP), circundada por áreas de pastagem e loteamentos. Sendo assim, foi realizado
um breve levantamento da flora (Tabela 1) e fauna (Tabela 2).

Tabela 1 - Espécies da flora encontradas na área a ser recuperada no Município de Campo


Mourão - PR.
Família Espécie Origem Pioneira/Secundária
Schinus terebinthifolius Raddi Nativa Pioneira
Anacardiaceae
Mangifera indica L. Exótica Pioneira
Annona emarginata Schtdl. H.
Annonaceae Nativa Secundária
Rainer
Colocasia esculenta (L.) Schott Exótica Pioneira
Dieffenbachia sp. Nativa Secundária
Araceae
Monstera deliciosa Liebm. Exótica Secundária
Syngonium podophyllum Schott Exótica Secundária
Peltastes peltatus Vell. Woodson Nativa Pioneira – Secundária
Apocynaceae Tabernaemontana catharinensis
Nativa Pioneira
A.DC.
Ilex theezans Mart. ex Reissek Nativa Secundária
Aquifoliaceae
Ilex paraguariensis A.St.-Hil. Nativa Secundária
Balsaminaceae Impatiens walleriana Hook. f. Exótica Pioneira
Amphilophium crucigerum (L.)
Nativa Pioneira
L.G. Lohmann
Bignoniaceae Jacaranda sp. Nativa Pioneira
Tecoma stans (L). Juss. ex Kunth Exótica
Pioneira
Invasora
Boraginaceae Heliotropium transalpium Vell. Nativa Pioneira
Cactaceae Pereskia grandifolia Haw. Exótica Pioneira
Commelinaceae Tradescantia sp. Exótica Secundária
Cucurbitaceae Momordica charantia (L.) Nativa Pioneira
Alchornea triplinervia (Spreng)
Nativa Pioneira
Euphorbiaceae Mull. Arg.
Bia alienata Didr. Nativa Secundária
Fabaceae – Parapiptadenia rígida Benth.
Nativa Pioneira
Mimosoideae Brenan
Leucaena leucocephala (Lam.) Exótica
Pioneira
Fabaceae de Wilt Invasora
Holocalyx balansae Micheli Nativa Secundária
Endlicheria paniculata (Spreng.)
Lauraceae Nativa Secundária
J.F. Macbr
Loganiaceae Strychnos brasiliensis Mart. Nativa Secundária
Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis (L.) Exótica Pioneira
Marantaceae Ctenanthe setosa Roscoe Eichler Nativa Pioneira
Menispermaceae Cissampelos L. Nativa Pioneira
Sorocea bonplandi (Baill.) W.C.
Nativa Secundária
Moraceae Burger et. al.
Ficus sp. Nativa Pioneira
Eugenia sp. Nativa Secundária
Myrtaceae Campomanesia xanthocarpa
Nativa Pioneira - Secundária
(Mart.) O.Berg
Ligustrum lucidum W.T. Ainton Exótica
Oleaceae Pioneira
Invasora
Passifloraceae Passiflora sp. L. Nativa Pioneira
Piperaceae Piper sp. Nativa Secundária
Primulaceae Myrsene sp. Nativa Pioneira
Eriobotrya japonica (Thunb.) Exótica
Rosaceae Pioneira
Lindl Invasora
Zanthoxylum riedelianum Engl. Nativa Pioneira
Rutaceae Zanthoxylum rhoifolium Lam. Nativa Pioneira
Helietta apiculata Benth. Nativa Pioneira
Cupania vernalis Cambess Nativa Secundária
Sapindaceae
Matayba elaeagnoides Radk. Nativa Pioneira
Chrysophyllum marginatum
Sapotaceae Nativa Pioneira
Hook. & Arn. Radlk
Acnistus arborescens (L.) Schtdl. Nativa Pioneira
Brugmansia suaveolens (Wild.)
Solanaceae Exótica Pioneira
Bercht & J. Presl
Solanum pseudoquina A. St-Hil. Nativa Pioneira
Silicaceae Casearia sylvestris Sw. Nativa Pioneira
Thelypteris dentata (Forssk). E.P.
Thelypeteridaceae Nativa Secundária
St. John
Fonte: Herbário HCF, (2014); Flora do Brasil, (2014); Lorenzi, (2008); Lorenzi et al. (2003);
Trópicos, (2014).

Com base em caminhadas aleatórias (Figura 4) realizada na área da


voçoroca, foram encontradas 49 espécies arbustivas e arbóreas, sendo 36 nativas, 9
exóticas e 4 exóticas invasoras. Dentre as nativas encontrou-se a Campomanesia
xanthocarpa (Mart.) O. Berg que pode ser considerada como uma espécie chave na
região.
Figura 4 - Equipe técnica coletando espécies de plantas arbustivas e arbóreas na área de
estudo, localizada no Município de Campo Mourão - PR.
Fonte: Herbário HCF (2014).

Entre as espécies exóticas, foram encontradas 4 espécies exóticas


invasoras de acordo com a Lista Oficial de Espécies Exóticas Invasoras para o
Estado do Paraná, estabelecida pela portaria do IAP 125/2009, que são Tecoma
stans (L.) Juss. ex Kunth, Leucaena leucocephala (Lam.) de Wilt, Ligustrum lucidum
W.T. Ainton, Eriobotrya japonica (Thunb.) Lindl que devem ser retiradas totalmente
da área por causarem uma alteração que pode ser eventualmente permanente no
ecossistema.
Segundo Blum et al. (2008), as espécies exóticas invasoras podem afetar
diretamente a biodiversidade, a economia e a saúde humana, ocupando o segundo
lugar na causa de extinções das espécies no mundo.
O grupo escolhido para ser monitorado na parte de fauna foram as aves, por
serem mais fáceis de observar e por apresentarem papel principal como agentes
dispersores no processo de reestruturação do ambiente.

Tabela 2 - Espécies de aves encontradas na área a ser recuperada, no Município de Campo


Mourão - PR.
Família Nome Cientifico Nome Popular Alimentação
Columbidae Leach, Zenaida auriculata (Des Grãos silvestres e brotos
Pomba-de-bando
1820 Murs, 1847) de plantações.
Hábitos alimentares mais
Alcedinidae Chloroceryle americana Martim-pescador-
generalista, pousa na
Rafinesque, 1815 (Gmelin, 1788) pequeno
vegetação à beira d’água
para observar suas
presas (peixes,
crustáceos).
Charadriidae Vanellus chilensis Invertebrados aquáticos e
Quero-quero
Leach,1820 (Molina, 1782) peixes de pequeno porte.
Cuculidae Leach, Crotophaga ani Linnaeus. Essencialmente carnívoro
Anu-preto
1820 1758 e comem insetos.
Insetos, sementes e se
Icteridae Vigors, Molothrus bonariensis Vira-bosta ou alimenta de vermes
1825 (Gmelin,1789) Chopim presente nas fezes dos
bovinos) e quirela.
Frutívoro, sementes
Euphonia chlorotica
Fim-fim ingeridas passam intactas
(Linnaeus, 1766)
pelo tubo digestivo.
Fringillidae Leach,
Pequenas frutas
1820
Euphonia cyanocephala silvestres variadas, entre
Gaturamo-rei
(Viellot, 1818) elas, espécies de ervas
de passarinho.
Passerellidae
Zonotrichia capensis Sementes, brotos, frutas
Cabanis & Heine Tico-tico
(Statius Muller, 1776) e insetos.
1850
Thraupidae Cabanis, Tersina viridis (Illiger,
Saí-andorinha Frutos e insetos.
1847 1811)
Thraupidae Sporophila caerulescens Coleirinho ou Aprecia os frutos do Tapiá
Cabanis,1847 (Vieillot,1823) Papa-capim ou Tanheiro.
Turdidae Rafinesque, Turdus rufiventris Vieilot, Insetos, larvas, minhocas
Sabiá-laranjeira
1815 1818 e frutas maduras.
Insetívoro, frutívoro,
Pitangus sulphuratus
Bem-te-vi regime alimentar
(Linnaeus, 1766)
generalista.
Tyranninae Vigors, Insetos e pequenos frutos
1825 como o da canela-
Myiodynastes maculatus
Bem-te-vi-rajado amarela, sendo um
(Statius Muller, 1776)
provável dispersor de
sementes.
Ardeidae Leach, Syrugma sibilatrix
Maria-faceira Insetívoro.
1820 (Temminck, 1824)
Colaptes campestris Pica-pau-do-
Picidae Leach, 1820 Come formigas e cupins.
(Vieillot, 1818) campo
Carnívoro-insetívoro
Strigidae Leach, Athene cunicularia
Coruja-buraqueira sendo considerada
1820 (Molina, 1782)
generalista.
Fonte: Sick (1997); Wikiaves (2014).

No monitoramento foram observados 16 espécies de pássaros, com


predominância de espécies generalistas (Figura 5), como Zenaida auriculata (Des
Murs, 1847), Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766), Crotophaga ani Linnaeus. 1758
e Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776). Espécies mais exigentes são
difíceis de se encontrar no local, pois apesar de ser uma área de cobertura vegetal
densa a mesma está situada em uma região urbanizada.
Figura 5 - Aves encontradas na área de estudo, localizada no Município de Campo Mourão -
PR. 5a: Zenaida auriculata; 5b: Pitangus sulphuratus; 5c: Crotophaga ani; 5d: Myiodynastes
maculatus.
Fonte: Herbário HCF (2014); Wikiaves (2014).

É provável que outros tipos de animais andem pelo entorno e dependendo


do porte até mesmo no local onde a vegetação é densa. Foi observado a presença
de um jumento na área de pastagem, e por existir cerca apenas em um pedaço da
APP, é provável que cachorros também passem pelo local eventualmente.

2.2.2 Inter-relações Fauna/Flora

A área a ser recuperada já possui certo grau de interação entre planta, ave e
inseto, mas é necessário que se intensifique essa relação aumentando o número de
indivíduos arbóreos, para que se tenha uma maior disposição de alimento e que se
introduza também novas espécies arbóreas para que seja possível aumentar a
diversidade da fauna local.
Plantas denominadas bagueiras (espécies-chave) são importantes para a
recuperação do ambiente, pois desenvolvem frutos e atraem boa parte da fauna.
Deve-se dar atenção também para as espécies consideradas raras ou ameaçadas
de extinção e que tenham épocas de floração e frutificação diferentes ao longo do
ano.
Sendo assim realizou-se um levantamento das espécies arbóreas que
devem ser implantadas no local, visando atrair espécies de avifauna já comuns no
local e também de novas espécies, importantes na recuperação do ambiente. O
levantamento contou com o auxílio do professor Dr. Marcelo Galeazzi Caxambu e
consultas bibliográficas (Tabela 3).

Tabela 3 - Espécies que serão introduzidas visando a atração de espécies da avifauna na área
de estudo, localizada no Município de Campo Mourão - PR.
Família Espécie Avifauna Atraída
Tangara sayaca, Saltator
Anacardiaceae Schinus terebinthifolius Raddi.
similis,
Annonaceae Annona cacans Warm -
Tangara sayaca, Turdus
ruffiventris, Turdus
Aquifoliaceae Ilex paraguariensis A.St.-Hil.
amaurochalinos, Turdus
flavipes, Penelope obscura
Amazona vinacea,
Araucaria angustifolia (Bertol.) Cyanocorax caeruleos,
Araucariaceae
Kuntze Cyanocorax chrysops, Pionus
maximilianii
Penelope obscura, Procnias
nudicullis, Phybalura
flavirostres, Ramphastos
dicolorus, Pteroglossos
aracari, Pteroglossus
castanotis, Pteroglossus
Euterpe edulis Mart.
bailloni, Turdus flavipes,
Turdus rufiventris, Turdus
Arecaceae
amaurochalinos, Turdus
leucomelas, Piroderos
scutatos, Aburria jacutinga,
Selenideira maculirostres
Amazona vinacea, Psitacara
Syagrus romanzoffiana (Cham.)
leucophtalma, Penelope
Glassman
obscura
Trithrinax brasiliensis Mart. -
Tangara sayaca, Pipraeida
melanonota, Tangara
palmarum, Elaenia spp,
Pitangus sulphurathus, Turdus
flavipis, Turdus rufiventris,
Cannabaceae Trema micranta (L.) Blume
Turdus amaurochalinos,
Turdus leucomelas, Pirrocoma
ruficeps, Hemithralpes guira,
Cissops leveriana, Dacnis
cayana
Sebastiania commersoniana
Euphorbiaceae -
(Baill) L.B.Sm. & Downs
Holocalyx balansae Micheli -
Fabaceae Inga marginata Willd. -
Mimosa scabrella Benth. -
Lauraceae Nectandra lanceolata Ness
Moraceae Ficus guaranitica Chodat
Penelope obscura, Turdus
Acnistus arborescens (L.) rufiventris, Turdus flavipes,
Solanaceae
Schltdl. Turdus amaurochalinos,
Turdus leucomelas
Penelope obscura, Procnias
nudicullis, Phybalura
flavirostres, Ramphastos
dicolorus, Pteroglossos
aracari, Pteroglossus
castanotis, Pteroglossus
Urticaceae Cecropia pachystachya Trécul
bailloni, Turdus flavipes,
Turdus rufiventris, Turdus
amaurochalinos, Turdus
leucomelas, Piroderos
scutatos, Aburria jacutinga,
Selenideira maculirostres
Fonte: Frisch; Frisch (2005), Sick (1997), Herbário HCF (2014).

As espécies foram escolhidas visando sua interação com as aves já


existentes, juntamente como um método atrativo para espécies de avifauna que
ainda não foram vistos no local. Deve-se destacar também que foi observado as
épocas de floração e frutificação de cada espécie arbórea, para que tivesse alimento
disponível no local o ano todo (Quadro 1).

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
AnacardiaceaeSchinus terebinthifolia Raddi.
Annonaceae Annona cacans Warm
Aquifoliaceae Ilex paraguariensis A.St.-Hil.
Araucariaceae Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze
Euterpe edulis Mart.
Arecaceae Syagrus romanzoffiana (Cham.)
Trithrinax brasiliensis Mart.
Cannabaceae Trema micranta (L.) Blume
Holocalyx balansae Micheli
Fabaceae Inga marginata Willd.
Mimosa scabrella Benth.
Lauraceae Nectandra lanceolata Ness
Moraceae Ficus guaranitica Chodat
Quillajaceae Quillaja brasiliensis (A.St.-Hil & Tul.) Mart.
Urticaceae Cecropia pachystachya Trécul
Quadro 1 - Espécies que serão adotadas no PRAD distribuídas de acordo com sua época de
frutificação, localizado no Município de Campo Mourão – PR.
Fonte: Frisch; Frisch (2005), Sick (1997), Herbário HCF (2014).

2.3 MEIO ANTRÓPICO

O município de Campo Mourão – PR, possui uma população estimada de


92.300 habitantes e área territorial de 757,875 km² (IBGE, 2010). Constitui-se em um
importante pólo agroindustrial, onde está localizada a sede de uma das principais
cooperativas agrícolas da América do Sul, a COAMO – Cooperativa Agropecuária
Mourãoense, e a presença da empresa multinacional Tyson, ambas pertencentes ao
ramo alimentício, importantes fatores geradores de emprego e renda.
De acordo com Ipardes (2013), do total de 30.806 domicílios, 1.850
localizam-se na área rural, sendo a agricultura a principal atividade econômica do
município, destacando-se o plantio de soja, milho, cana-de-açúcar e algodão, além
da produção de bovinos que constitui a segunda maior atividade econômica do
município.

2.4 FISIONOMIA ECOLÓGICA DA REGIÃO

Segundo Roderjan et al. (2002), Campo Mourão situa-se em uma zona de


transição entre a Floresta Ombrófila Mista e Floresta Estacional Semidecidual com
encraves de cerrado e formações pioneiras de influência fluviolacustre, considerada
uma unidade fitogeográfica com grande variedade de espécies.
A Floresta Ombrófila Mista é uma unidade fitoecológica na qual contempla
representantes da flora tropical e temperada, com predominância de Araucaria
angustifolia (Bertol.) Kuntze, reduzida a pequenos fragmentos florestais, devido a
exploração de sua madeira e desmatamentos para a expansão da agricultura
(RODERJAN et al., 2002).
De acordo com Roderjan et al. (2002), o grupo Floresta Estacional
Semidecidual, possui como característica formações florestais entre 800 m e 200 m
de altitude, com florística diferenciada e mais empobrecida em relação às formações
ombrófilas.
Ressalta-se que o conhecimento dos grupos florísticos e uso de espécies
chaves da região, torna-se essencial para determinar o plano de recuperação da
área degradada, pois as espécies nativas da flora possuem interações fundamentais
com a fauna silvestre, auxiliando o processo de recuperação.

3 IMPACTOS AMBIENTAIS

De acordo com a Resolução CONAMA 001/1986, é considerado impacto


ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas no
meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o
bem estar da população, às atividades sociais e econômicas, a biota, as condições
estéticas e sanitárias do meio ambiente, e a qualidade dos recursos ambientais.
A erosão estudada apresenta impactos mais significativos no que se refere à
biota e ao solo, visto que o processo erosivo tem como característica principal o
carregamento das camadas superficiais do solo, interferindo consequentemente em
toda a biota do meio. Entre os principais impactos ambientais, destacam-se:
 Meio biótico: alteração da fauna e flora, desequilíbrio ecológico, destruição de
hábitats, dispersão de espécies, alteração da composição paisagística, perda de
cobertura vegetal nativa, diminuição da abundância de espécies, aparecimento de
espécies exóticas;
 Meio físico: aumento dos índices de odores, alteração da qualidade da água,
alteração da dinâmica hidrológica natural, alteração do uso do solo, aumento de
sedimento no curso hídrico, alteração da fertilidade do solo, alteração das
características dinâmicas do relevo;
 Meio sócio-econômico: alteração da qualidade de vida da população, e
alteração das condições habitacionais do bairro.

4 APTIDÃO E INTENÇÃO DE USO FUTURO


A LEI Nº 12.651/2012 dispõe sobre a proteção da vegetação nativa, em seu
Art. 4º diz respeito sobre área de preservação permanente, determinando que para
corpos hídricos com dez metros de largura, a vegetação de margem seja de trinta
metros.
Tendo em vista que a área da voçoroca abrange uma nascente, e possui
largura de aproximadamente dez metros, esta se enquadra nesta Lei, sendo
considerada uma APP (área de proteção permanente). Neste aspecto, a mata ciliar
da voçoroca não será alterada, salvo pelo controle das exóticas invasoras, e terá
sua área aumentada em vinte metros abrangendo o espaço que atualmente
encontra-se destinado a pastagem. Foi observado que as áreas remanescentes da
pastagem serão loteadas por uma construtora futuramente.

5 CONFORMAÇÃO TOPOGRÁFICA E PAISAGÍSTICA

5.1 ESTABILIDADE E CONTROLE DA EROSÃO

A erosão é o processo natural de desgaste do solo. Esse processo pode ser


agravado por fatores antrópicos, que quando aliados ao clima, vegetação, tipo de
solo e relevo, se tornam determinantes para o desenvolvimento do fenômeno
erosivo.
Segundo Guerra, Silva e Botelho (1999, p. 257), dentre as principais causas
do desencadeamento e evolução da erosão nas cidades, destacam-se:
 Plano de obra inadequado do sistema viário, muitas vezes agravado
pela falta de pavimentação, guias e sarjetas;
 Deficiência do sistema de drenagem de águas pluviais e servidas;
 Expansão urbana descontrolada;
Para Calijuri e Cunha (2013), um conjunto de ações é necessário para a
retomada de um determinado equilíbrio ambiental na área degradada, onde a
estabilidade física é obtida tanto por técnicas de revegetação, como por obras
geotécnicas (terraplanagem, sistemas de drenagem e de retenção de sedimentos,
contenção de taludes, entre outros).
O uso de Gabiões nessa voçoroca é o mais indicado para conter o volume
de água escoado, visto que não há como conter esse volume a montante. Os
Gabiões impedirão que a erosão se expanda e permitirá que a vegetação do local
regenere, sendo um importante passo para a recuperação da área.
Assim, foram escolhidos gabiões do tipo Terramesh System®, da empresa
Maccaferri.
Os elementos Terramesh® System são formados pela associação de um
reforço metálico em malha hexagonal de dupla torção, associado a um paramento
frontal em gabiões caixa, ambos formados por um único pano, que forma o reforço,
a base, a face e a tampa do gabião, fabricados com arames em aço de baixo teor de
carbono revestidos com a liga Galfan®, de elevada resistência à tração e baixos
níveis de alongamento (MACCAFERRI, 2014).
O Terramesh® System permite a construção de parâmetros externos
escalonados (levemente inclinados em 6°) ou totalmente verticais.
A aparência final da estrutura é a de um muro de gabiões e, como este, pode
permitir o desenvolvimento de vegetação na face externa, além de ser drenante em
todo paramento frontal (MACCAFERRI, 2014).

5.2 ATIVIDADES A SEREM REALIZADAS NA ÁREA

5.2.1 Controle de Espécies Exóticas

De acordo com Ziller (2001) o processo de invasão por plantas exóticas,


também conhecido como contaminação biológica, ocorre quando uma planta vinda
de outra localidade se estabelece e passa a se dispersar no ecossistema natural
alterando as suas características e prejudicando o desenvolvimento das plantas
nativas.
As plantas exóticas tem grande facilidade em se introduzir em ambientes por
sua alta capacidade de adaptação, estabilização e dispersão. Devido a isso, quando
o ambiente apresenta fragilidade ou degradação, maior é o grau de invasão, o que
diminui a biodiversidade, altera ciclos e a paisagem podendo causar prejuízos
econômicos.
Ainda de acordo com Ziller (2001) o potencial de degradação do ambiente
por plantas invasoras é tão alto que estas são consideradas a segunda maior
ameaça mundial a biodiversidade, ficando atrás somente da degradação da ação
antrópica.
Nesse aspecto, quando se quer promover a recuperação uma área
degradada torna-se necessária a retirada de espécies exóticas invasoras antes de
iniciar o plantio de mudas nativas, a fim de evitar que as exóticas invasoras se
sobressaiam sob as mudas plantadas. Na área da voçoroca, foram encontradas
cinquenta espécies de plantas, sendo treze espécies exóticas, e destas, duas
exóticas invasoras principais, que são a Leucena e o Amarelinho.
A retirada das plantas exóticas invasoras (Leucena e Amarelinho) se dará
por meio da ação manual. Deverá ser realizado o corte do tronco e então aplicação
do herbicida Roundap através de bico baixo. Algumas mudas deverão ser plantadas
ao redor do tronco podado para promover a competição e evitar o rebrotamento da
exótica invasora. Os restos da planta cortada deverão ser levados para outro local
onde possam ser incinerados.

5.2.2 Técnicas Nucleadoras

Para o florestamento da área de influência direta, será realizado o plantio de


mudas de espécies arbóreas em grupos de Anderson. A área contém 14.600m 2 e o
plantio será realizado em 10% da área, totalizando 1.460m 2. O plantio será feito na
forma de 292 grupos espalhados pela área. Em cada grupo as mudas estarão
dispostas na forma de quincôncio, o que compreende 4 espécies pioneiras distando
1m entre si e uma secundária tardia ao centro. Para o plantio dos 292 grupos com 5
espécies cada, serão necessárias 1.760 mudas de plantas pioneiras e 355 mudas
de secundárias tardias.
5.2.3 Atividades de Preparo da Área para o Plantio de Mudas

5.2.3.1 Limpeza da área e correção do solo

Para a execução das técnicas de recuperação, será fundamental a limpeza


do local, retirando-se primeiramente os resíduos sólidos (Figura X) e posteriormente
a capina seletiva com aplicação de herbicidas e queima de partes da planta,
eliminando-se espécies exóticas invasoras, como a Leucaena leucocephala.

Figura x – Resíduo sólido que deverá ser retirado da área de estudo, localizada no Município
de Campo Mourão – PR.
Figura x – Presença de reíduos no talude da erosão.
Fonte: Autor, 2014.

Figura x – Presença de resíduos na margem do córrego.


Fonte: Autor, 2014.
A destinação dos resíduos sólidos deverá ser condizente com seu material
de fabricação. De acordo com o secretário de Obras e Meio Ambiente, José Marin,
os pneus de borracha por exemplo, deverão ser encaminhados à uma fábrica de
cimento do município de Campo Largo, juntamente com outros pneus que são
recolhidos em Campo Mourão.
A capina deverá ser manual com uso de enxadas e foices, pois se apresenta
eficiente para a área, que é relativamente pequena e declivosa, porém seu
rendimento é baixo, tornando-se onerosa por necessitar de considerável mão-de-
obra (EMBRAPA, 2004).
Após os citados procedimentos, bem como o tratamento físico e químico das
espécies exóticas, o terreno estará apto para o coveamento e plantio de mudas.

5.2.3.2 Controle de formigas

De acordo com ZANETTI et al., 2002, as formigas cortadeiras são


consideradas as principais pragas dos reflorestamentos brasileiros, pois atacam de
maneira intensa as plantas em qualquer fase de desenvolvimento, cortando desde
brotos até folhas, sendo carregados para o interior de seu ninho, dificultando assim o
seu controle. Ressalta ainda que representam mais de 75% dos custos e do tempo
gasto no controle de pragas florestais.
Na área de estudo foram localizados murundus com espécies de formigas
cortadeiras, sendo essencial um planejamento para o controle das mesmas, uma
vez que podem causar perdas diretas, como a morte de mudas e a redução do
crescimento de árvores e indiretas como a diminuição de resistência das mesmas.
Para o controle de formigas cortadeiras será utilizada a aplicação de isca
granulada da marca Mirex-S Max – MIPIS Evolution, pois são as mais eficientes e
menos onerosas, sendo composta por uma mistura de um substrato atrativo de
princípio ativo tóxico, geralmente com forma de pellets.
As iscas serão distribuídas ao entardecer, período em que o formigueiro
encontra-se mais ativo, ao lado dos carreiros ativos das formigas, próximas a
colônia, as quais serão carregadas para o interior do ninho pelas mesmas. A
aplicação das iscas não deve ser realizada em dias chuvosos, nem aplicada sobre o
solo molhado, pois se desagregam e as formigas não conseguem carregá-las.
A quantidade de isca formicida a ser aplicada, depende da área ocupada
pelo formigueiro. Para todas as espécies de saúva, com exceção da Atta capiguara,
a área é obtida pela multiplicação da maior largura pelo maior comprimento. No caso
da formiga Atta capiguara, que possui a sede real maior que a sede aparente, o
cálculo da área deve incluir o monte de terra solta, as rosetas e os discos existentes
ao seu redor.
Como o número de formigueiros presentes na área não é conhecido, utiliza-
se a média nacional, sendo esta referente a 1,7 m 2 de formigueiros por hectare.
Dessa forma, somando-se 1,84 m2 referentes à área de preservação com 1,46m 2,
que serão plantados novas espécies, tem-se uma área total de 3,30m2, remetendo-
se a uma estimativa de 5,61m2 de formigueiros por hectare.
Multiplica-se o valor da dosagem recomendada pelo fabricante (entre 6g e
10g) pela área ocupada pelo formigueiro (em m 2), obtendo-se então a quantidade
necessária de isca formicida. Caso haja necessidade de repasse, este será
realizado após 60 a 90 dias da primeira aplicação, caso contrário, poderá ocorrer
uma não aceitação das iscas.
Deve-se levar em consideração que esta atividade será realizada 30 dias
antes do plantio das mudas e serve para matar os formigueiros grandes e pequenos
e reduzir ao máximo a sua densidade. Durante o plantio das mudas, caso não tenha
chovido, faz-se o repasse da isca, o qual consiste na revisão do controle inicial e
serve para matar os formigueiros que sobreviveram ao primeiro tratamento.

5.2.3.3 Coveamento

Para a abertura das covas serão utilizadas enxadas ou cavadeiras e o


tamanho da cova deverá condizer com as dimensões dos torrões. A muda deverá
nivelar-se com o solo, de modo que não ocorra afogamento em caso de covas muito
profundas e nem exposição das raízes aos raios ultravioletas, ocasionado pela cova
muito rasa.
Dessa forma, as dimensões mínimas são 30X30X30 cm e a abertura das
covas deverão respeitar o espaçamento de 1x1 metro para o plantio em
quinquôncio.

5.2.3.4 Qualidade das mudas

Para a obtenção das mudas com qualidade, serão consideradas algumas


características: oriundas de viveiros registrados, altura, qualidade na folhagem e
retidão do caule. Mudas com procedência conhecida poderão ter um
desenvolvimento mais ágil para a recuperação da área, bem como mudas que
passaram por um processo de rustificação.
Para a aquisição de mudas, adiciona-se 20% ao número total calculado, que
servirá posteriormente para ocuparem o lugar das plantas que morrerem. Assim,
necessita-se de 1460 mudas pioneiras, com adicional da porcentagem citada e
arredondamentos necessários, esse número cresce para 1.760. Em relação às
secundárias tardias, tem-se a necessidade de 292 mudas que somando-se a
referida porcentagem e ajustando-se para o plantio correto, torna-se necessário a
aquisição de 355. Totalizando-se então 2.115 mudas.

5.2.3.5 Execução do plantio

Após o preparo da área, deve-se dar um intervalo de 30 a 40 dias para dar


início ao plantio, que deverá coincidir com o início da estação chuvosa, visto que as
mudas em sua fase inicial necessitam de boa umidade para que o sistema radicular
atinja camadas mais profundas e estabeleçam-se antes que inicie a estação seca.
Antes do plantio, verifica-se o adequado tamanho da cova, colocando-se
terra e/ou adubo (NPK 10.10.10 de 1kg) ou retirando-os, de acordo com a
necessidade. O procedimento segue-se com a retirada da embalagem envolvente da
muda, para plantá-la logo em seguida, não sendo indicado essa retirada muito
tempo antes. O manuseio das mudas devem ser feitas sempre pela embalagem e
nunca pelos ramos superiores.
A terra deve ser acomodada ao entorno da muda de modo que não haja
afogamento e nem morte da mesma pelo excesso de raios ultravioletas, ou por
grande acúmulo em seu caule, formando um “vulcão”.

5.2.3.6 Manutenção do plantio

A manutenção será feita por meio de tratos culturais, como repasse,


coroamento e roçada.
O repasse será executado 30 dias após o plantio, verificando-se as mudas
que obtiveram pegamento e substituindo as de insucesso nesse quesito. Deve-se
percorrer todas as covas plantadas e identificar as mudas comprometidas,
realizando a reabertura das mesmas e replantando mudas. A previsão da perda de
plantas é de 20%, justificando então a necessidade da compra total de 1.760 mudas
pioneiras e 355 secundárias tardias. É importante também que nesse estágio faça-
se um estudo das prováveis causas da morte das plantas, bem como o
aparecimento ou proliferação de formigas cortadeiras.
Segue-se com a utilização da técnica de coroamento, que tem como objetivo
a limpeza da área próxima ao caule da planta, para assim evitar a matocompetição
com as erva daninhas que podem por ventura surgir. É feito roçada manual ao redor
das mudas eliminando qualquer tipo de vegetação em um raio de 40 cm do caule da
muda. Esta capina manual será realizada após 40 dias do plantio das mudas nos
grupos de Anderson, e será realizado por um período de cinco anos, realizando-se
uma média de quatro coroamentos no primeiro ano. Nos próximos anos, diminui-se
a frequência em um coroamento ao ano, até o fim do quinto ano.

6 AÇÕES EMERGENCIAIS PARA RISCOS DE ACIDENTES AMBIENTAIS

6.1 INCÊNDIOS
Os danos causados por incêndios ao meio ambiente trazem consequências
para o desenvolvimento do ecossistema, provocando a perda de espécies da fauna
e da flora assim como a emissão de gases de efeito estufa, responsáveis por uma
série de fatores que agem simultaneamente.
Segundo IBAMA (2003), os efeitos nocivos do fogo sob o ecossistema são
diversos, entre eles pode-se citar a aceleração dos processos erosivos, morte de
microorganismos benéficos no solo, desnutrição da matéria orgânica presente na
serapilheira do banco de sementes, destruição da cobertura vegetal e destruição da
fauna silvestre, provocando assim extinção ou migrações de espécies, concomitante
com o aumento de pragas no ambiente.
As principais características do local tornam-se essenciais para o plano de
queima controlada e deve contemplar a descrição e localização da área, tipo de
vegetação, topografia, e mapeamento detalhado da área mostrando seus limites,
possíveis aceiros e estradas (SOARES e BATISTA, 1998).
A formação de uma brigada de incêndio é fundamental na região e deve ser
estruturada por alguém que conheça a área, e também os métodos de combate,
assumindo a responsabilidade pelas decisões em caso de incêndio (UOV, 2014).
A brigada deve ser aliada a prevenção de incêndios, fazer uso de
informações previamente levantadas sobre a ocorrência anterior de fogo, e
características gerais da área com o objetivo de estabelecer os possíveis riscos e
métodos a ser utilizados na emergência (SOARES e BATISTA, 1998).
Além de estratégias para a prevenção de incêndios aplicados a brigadas,
pode-se indicar palestras sobre a conscientização ambiental voltada para moradores
das áreas de entorno, visando as práticas para prevenção e as principais atividades
possíveis de incêndios.

7 PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO

O programa visará observar e controlar os aspectos físicos da área após a


implementação das técnicas de recuperação, a fim de avaliar o progresso das
mesmas. O controle será realizado com uma frequência determinada para cada
aspecto: água, flora, fauna e obras de engenharia.

7.1 MONITORAMENTO DA ÁGUA

Segundo o Instituto ambiental do Paraná- IAP (2012) a finalidade do


Monitoramento da qualidade da água é divulgar a condição dos corpos hídricos a
população e obter recursos para gerencia-los além de avaliar programas de
saneamento e recuperação ambiental.
Ainda de acordo com o Instituto ambiental do Paraná- IAP (2012) O
monitoramento age como vigilante, alertando para problemas ambientais auxiliando
no processo do licenciamento e da fiscalização, evidenciando o cumprimento ou não
da legislação em vigor.
Para o monitoramento do índice da qualidade do corpo hídrico da área de
estudo será utilizado o método AIQA – Avaliação Integrada da Qualidade da Água
que é um cálculo baseado no método de Programação por Compromissos – MPC
(UNESCO, 1987 descrito em IAP, 2005; IAP, 2009). As classes de qualidade são
estabelecidas por critério presentes na Resolução CONAMA 357/05.
As coletas acontecerão trimestralmente até a estabilização da voçoroca e
anualmente após esse período, sendo coletadas duas amostras em cada ponto,
estes deverão ser um a montante e o outro a jusante. As amostras devem então ser
levadas para laboratório a fim de se realizar análises de DBO e IQA bem como a
presença de poluentes, agrotóxicos, esgotos domésticos e outros vetores na água,
como sedimentos e sementes de espécies exóticas invasoras.
A importância desse programa se mostra diante da observação do estado do
corpo hídrico após a implementação das técnicas de recuperação na área,
evidenciando se estas estão realmente funcionando.

7.2 MONITORAMENTO DA FAUNA


Considerando a avifauna importante bioindicadora de qualidade ambiental,
seu monitoramento é importante para que se possa identificar a ocorrência de
interações fauna-flora, fundamentais para a recuperação da área degradada.
A grande maioria das espécies da avifauna tem hábitos diurnos, apresentam
plumagem colorida, tamanhos e formas variadas, podendo ser facilmente
observadas com binóculo, além de suas vocalizações específicas que auxiliam muito
nas identificações (ALMEIDA, 1998).
Para o monitoramento das espécies, o tempo aconselhável é de 120 horas
por ano, que podem ser divididas em 10 horas por mês. As observações devem ser
feitas de manhã (até as 10:00h), e ao final da tarde (depois das 16:00h) e devem ser
realizadas com o auxílio de binóculos e máquinas fotográficas.
A área deve ser monitorada por quatro anos e durante esse tempo espera-
se que as espécies generalistas diminuam, enquanto as específicas aumentem,
indicando a sucessão ecológica e diversidade ambiental.
O monitoramento de formigas se dará pela observação de formigueiros na
área. Caso a problemática ocorra novamente, será feito o controle dos mesmos
através dos métodos descritos na seção 5.2.3.2.

7.3 MONITORAMENTO DA FLORA

Para o monitoramento da flora, o ambiente receberá visitas mensais durante


os dois primeiro anos da implantação do PRAD, a fim de observar o andamento do
plantio. Serão avaliados o número de mortandade e a necessidade do plantio de
novas mudas, o crescimento de novas espécies e mudas provindas da dispersão
natural, produção de biomassa e o crescimento de espécies exóticas.
Nos seis primeiros meses, a equipe técnica realizará a manutenção do
plantio, realizando atividades como coroamento, capinação, substituição de mudas
mortas e retirada das espécies exóticas invasoras de acordo com a necessidade. Ao
final de cada visita deverá ser realizado um relatório técnico para uma melhor
avaliação que possibilite corrigir erros e acelerar a recuperação da área.
Quando os dados dos relatórios de visitas técnicas começarem a se
estabilizar, a área poderá ser monitorada a cada quatro meses durante o período
restante do PRAD, porém sempre realizando manutenções e monitoramentos até
que á área tenha capacidade de se estabilizar naturalmente por si só.
7.4 MONITORAMENTO DE OBRAS DE ENGENHARIA

A cada três mês deverá ser feito o monitoramento dos gabiões, a fim de se
verificar alguma irregularidade estrutural. O monitoramento deve ser intensificado
nos meses de chuvas mais frequentes (dezembro a fevereiro), passando a uma vez
por mês. No caso de chuvas torrenciais, a observação deverá ser feita
imediatamente após a precipitação. Se houver irregularidades na estrutura, deverá
ser feito um parecer técnico relatando o que foi observado.

8 CRONOGRAMA EXECUTIVO

2014 2015
Atividade
O N D J F M A M J J A S O N D
Elaboração do PRAD
Levantamento de dados do empreendimento
Levantamento de dados do meio físico
Levantamento de fauna e flora
Estudo da legislação aplicável na área
Identificação dos impactos ambientais
Escolha das espécies para as inter-relações fana/flora
Definição das técnicas de recuperação
Definição de atividades para à aplicação das técnicas de
PRAD
Elaboração dos programas de controle e monitoramento
Elaboração do orçamento
Revisão do PRAD
Execução do PRAD
Limpeza da área
Controle de espécies exóticas invasoras
Aplicação Terramesh system®
Controle de formigas cortadeiras
Correção do solo
Coveamento
Plantio das mudas nos grupos de Anderson
2015 2016
Atividade
A M J J A S ON DJ F MA MJ
Repasse de mudas do grupo de Anderson
Controle de formigas cortadeiras
Coroamento, roçada e quantificação de biomassa
Monitoramento da água
Monitoramento da flora
Monitoramento da avifauna
Monitoramento das obras de engenharia
Palestra de conscientização da população contra incêndios
2016 2017
Atividade
J A S O N D J F MA MJ J A S
Coroamento e roçada
Controle de formigas cortadeiras
Monitoramento da água
Monitoramento da flora
Monitoramento da avifauna
Monitoramento das obras de engenharia
Palestra de conscientização da população contra incêndios
2017 2018
Atividade
O N D J F M A M J J A S O N D
Coroamento e roçada
Controle de formigas cortadeiras
Monitoramento da água
Monitoramento da flora
Monitoramento da avifauna
Monitoramento das obras de engenharia
Palestra de conscientização da população contra incêndios

2019
Atividade
J F M A MJ J A S O N D
Coroamento e roçada
Monitoramento da água
Monitoramento da flora
Monitoramento da avifauna
Monitoramento das obras de engenharia
Palestra de conscientização da população contra incêndios
9 ORÇAMENTO

9.1 MEMORIAL DE CÁLCULO

Para o cálculo da depreciação do veículo utilizamos os seguintes dados:

 Valor do veículo: R$ 40.000,00


 Rodagem média anual do veículo: 20.000 Km/ano
 Combustível: R$ 2,95 Litro
 Depreciação anual média: 10% do valor do veículo
 Despesas com IPVA e DPVAT: 3% do valor do veículo
 Despesas com seguro: 5% do valor do veículo
 Troca dos pneus: feita a cada 40.000 Km
 Rendimento do veículo: 12 Km/L
 Manutenção geral: R$ 1000,00
As despesas com manutenção incluem gastos com: filtros de óleo e ar,
pastilhas de freio, troca de óleo, limpadores de parabrisa, alinhamento,
balanceamento e custos com relacionados a limpeza do veículo.
Deve-se dividir o valor do litro do combustível pelo rendimento do veículo
para obter-se o valor de cada quilometro rodado
2,95 ÷ 15 = 0,245 centavos do real, gastos com combustível, por
quilometro rodado
Com os dados dos gastos anuais do veículos e a quilometragem anual
média temos o custo de cada quilometro rodado sem incluir o valor do combustível.
 Depreciação do veículo (10%): 40.000 x 0,10 = R$ 4000
 Despesas com seguro: 40.000 x 0,05 = R$ 2000
 IPVA e DPVAT: 40.000 x 0,03 = R$ 1200
 Troca de pneus: 200 x 4 = R$ 1.000
 Manutenção geral: R$ 1.000,00
4000+2000+1200+1000+1000 = 9.200 ÷ 20.000 = 0,46 centavos do real por
quilometro rodado.
Somados os dois valores, temos o valor real de cada quilometro:
0,245 + 0,46 = 0,70 centavos do real por quilometro rodado.
Para a realização dos levantamentos florístico, da avifauna e das
características da área foram feitas 2 viagens ao local de estudo, que se encontra a
1 Km de distância do centro de Campo Mourão, resultando em um gasto de
aproximadamente R$ 2,80 com transporte no orçamento.

9.2 PRIMEIRO ANO (2014)

Valor Unitário . Valor Total


Elaboração do PRAD Unidade Quant.
(R$) (R$)

Eng. Responsável Hora 200,00 264 52.800,00


Analista do Meio Ambiente Hora 150,00 264 39.600,00

Levantamento Florístico Viagens 10,00 2 20,00

Identificação de Flora Unidade 20,00 49 980,00


Levantamento Fauna e
Viagens 10,00 2 20,00
Avifauna
Identificação de Avifauna Unidade 20,00 16 320,00

Revisor do PRAD Pessoa 3.500,00 1 3.500,00

Transporte: 2,80

TOTAL (R$) 97.242,80

Valor Unitário Valor Total


Preparo da Área Unidade Quant.
(R$) (R$)
Controle de Espécies
Homem/dia 70,00 4 280,00
exóticas
Caçamba Unidade 110,00 2 220,00
Coveamento Homem/dia 70,00 4 280,00
Plantio Homem/dia 50,00 4 200,00
Coroamento Homem/dia 50,00 4 200,00
Aplicação Veneno Homem/dia 70,00 2 140,00
Motosserra Husqvarna
Unidade 1.133,83 1 1.133,83
45,7 CC
Capina manual Homem/dia 50,00 2 100,00
RondUp® Litro 60,00 2 120,00
Pulverizador Magnojet
Unidade 167,86 2 335,72
PMJ 20 Litros (M800)
Equipamento de proteção
Kit 59,90 6 359,40
individual
Enxada Unidade 25,52 2 51,04
MIPI’s Caixa 6,50 1
TOTAL (R$) 3.419,00

Valor Unitário Valor Total


Técnicas Nucleadoras Unid. Quant.
(R$) (R$)
Caixas-ninho Unidade 10,00 8 80,00

Mão-de-obra Homem/dia 4 70,00 280,00

Transporte de mudas Litro 2,95 100 295,00


Schinus terebinthifolia
muda 6,00 160 960,00
Raddi.
Annona cacans Warm muda 15,00 71 1.065,00
Ilex paraguariensis A.St.-
muda 8,00 71 568,00
Hil.
Araucaria angustifolia
muda 8,00 160 1.280,00
(Bertol.) Kuntze
Euterpe edulis Mart. muda 10,00 71 710,00
Syagrus romanzoffiana
muda 10,00 160 1.600,00
(Cham.) Glassman
Trithrinax brasiliensis Mart. muda 8,00 160 1280,00
Trema micranta (L.) Blume muda 3,50 160 560,00
Holocalyx balansae Micheli muda 8,00 71 568,00
Inga marginata Willd. muda 3,50 160 560,00
Mimosa scabrella Benth. muda 5,00 160 800,00
Nectandra lanceolata Ness muda 4,00 71 284,00
Ficus guaranitica Chodat muda 10,00 160 1.600,00
Sebastiania
commersoniana (Baill.) muda 5,00 160 800,00
L.B.Sm. & Downs
Cecropia pachystachya
muda 4,00 160 640,00
Trécul
Acnistus arborescens (L.)
muda 3,00 160 480,00
Schltdl.
TOTAL (R$) 14.410,00

TOTAL PRIMEIRO ANO (2014)

9.3 SEGUNDO ANO (2015)

Controle de Valor Unitário


Unidade Quantidade Valor Total R$
Formigas R$
Aplicação 0
TOTAL (R$)
Valor Unitário
Tratos Culturais Unidade Quantidade Valor Total R$
R$
Coroamento e Roçada Homem/dia 4 70,00 280,00
TOTAL (R$)
Valor Unitário
Monitoramento Unidade Quantidade Valor Total R$
R$
Técnico de
Pessoa 2 24.000,00 48.000,00
Monitoramento
Análise da Água Amostras 8 50,00 400,00
Binóculo 2168,00
Bushnell 8x42 Elite Unidade 2 4336,00
ED Rainguard
Gravador Novo
Unidade 2 1999,00 3998,00
Marantz
Câmera Digital Sony
DSC HX 200V 18.2 Unidade 1 1.499,00 1.499,00
Megapixels
TOTAL (R$) 56.883,00
Medidas de Valor Unitário
Unidade Quantidade Valor Total R$
Prevenção de Riscos R$
Palestras Unidade 1 350,00 350,00
TOTAL (R$) 350,00

TOTAL SEGUNDO ANO (2015)

9.4 TERCEIRO ANO (2016)

Valor Unitário
Monitoramento Unidade Quantidade Valor Total R$
R$
Técnico de
Pessoa 2 24.000,00 48.000,00
Monitoramento
Análise da Água Amostras 8 50,00 400,00
TOTAL (R$)
Valor Unitário
Tratos Culturais Unidade Quantidade Valor Total R$
R$
Coroamento e Roçada Homem/dia 4 70,00 280,00
TOTAL (R$)
Medidas de
Valor Unitário
Prevenção de Unidade Quantidade Valor Total R$
R$
Incêndios
Palestras Unidade 1 350,00 350,00
TOTAL (R$)
Controle de Valor Unitário
Unidade Quantidade Valor Total R$
Formigas R$
Aplicação caixa 1 6,50 6,50
TOTAL (R$)

TOTAL TERCEIRO ANO (2016)

9.5 QUARTO ANO (2017)

Valor Unitário
Monitoramento Unidade Quantidade Valor Total R$
R$
Técnico de
Pessoa 2 8.000,00 16.000,00
Monitoramento
Análise da Água Amostras 8 50,00 400,00
TOTAL (R$)
Valor Unitário
Tratos Culturais Unidade Quantidade Valor Total R$
R$
Coroamento e Roçada Homem/dia 4 70,00 280,00
TOTAL (R$)
Medidas de
Valor Unitário
Prevenção de Unidade Quantidade Valor Total R$
R$
Incêndios
Palestras Unidade 1 350,00 350,00
TOTAL (R$)
Controle de Valor Unitário
Unidade Quantidade Valor Total R$
Formigas R$
Aplicação
TOTAL (R$)

TOTAL QUARTO ANO (2017)

9.6 QUINTO ANO (2018)

Valor Unitário
Monitoramento Unidade Quantidade Valor Total R$
R$
Técnico de
Pessoa 2 8.000,00 16.000,00
Monitoramento
Análise da Água Amostras 8 50,00 400,00
TOTAL (R$)
Valor Unitário
Tratos Culturais Unidade Quantidade Valor Total R$
R$
Coroamento e Roçada Homem/dia 2 70,00 140,00
TOTAL (R$)
Medidas de
Valor Unitário
Prevenção de Unidade Quantidade Valor Total R$
R$
Incêndios
Palestras Unidade 1 350,00 350,00
TOTAL (R$)
Controle de Valor Unitário
Unidade Quantidade Valor Total R$
Formigas R$
Aplicação Caixa 1 6,50 6,50
TOTAL (R$)

TOTAL QUINTO ANO (2018)

TOTAL ATÉ O QUINTO ANO

9.7 A PARTIR DO SEXTO ANO (2019)


Valor Unitário
Monitoramento Unidade Quantidade Valor Total R$
R$
Técnico de
Pessoa 2 8.000,00 16.000,00
Monitoramento
Análise da Água Amostras 8 50,00 400,00
TOTAL (R$)
Medidas de
Valor Unitário
Prevenção de Unidade Quantidade Valor Total R$
R$
Incêndios
Palestras Unidade 1 350,00 350,00
TOTAL (R$)

TOTAL A PARTIR DO SEXTO ANO

9.8 FONTES DO ORÇAMENTO

[1] http://www.ibama.gov.br/phocadownload/supes_go/planilha_de_custo_prad.pdf

Motosserra:
http://www.lojadomecanico.com.br/produto/86517/33/738/motosserra-a-
gasolina-triobrake-457cc-21kw-husqvarna-445e-triobrake

RoundUp: http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-613110086-roundup-1-litro-
glifosato-herbicida-_JM

Pulverizador: https://www.canalagricola.com.br/pulverizador-costal-magnojet-
m800?gclid=CI6Vrq_BysICFVIV7AodSA8Abw

Enxada:
http://www.walmart.com.br/google?refsmkt=37406&fq=C:889/903/908&PS=20&
O=OrderByTopSaleDESC&utm_source=google-
pla&adtype=pla&utm_medium=ppc&utm_term=37406&utm_campaign=ferrame
ntas+37406&ci_src=313317407&ci_sku=37406

Isca Formicida: http://mercado.ruralcentro.com.br/oferta/51087/mirex-s-


formicida (10 sachês de 50g, R$ 5,32)
KIT EPI: http://www.precoideal.com.br/conjunto-para-aplicac-o-de-
agrotoxicos.html

Camera Digital Sony DSC HX 200V 18.2 Megapixels:


http://www.precoideal.com.br/conjunto-para-aplicac-o-de-agrotoxicos.html

Binóculo Bushnell 8x42 Elite ED Rainguard:


http://www.trekkinn.com/montanha/bushnell-8x42-elite-ed-rainguard/18630/p

Gravador Novo Marantz: http://brasilia.olx.com.br/gravador-de-audio-


profissional-novo-marantz-pmd661-iid-689858515

Análise de Água: Laboratório UEM - Maringá

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DE ALMEIDA, A. F. & DE ALMEIDA, A. (1998). Monitoramento de fauna e de seus


habitats em áreas florestadas. SÉRIE TÉCNICA IPEF. v. 12, n. 31, p. 85-92.
Disponível em <http://www.ipef.br/publicacoes/stecnica/nr31/cap8.pdf>. Acesso em:
12 Dez. 2014.

CONAMA- ConselhoNacionaldoMeio Ambiente.Resolução n. 357 de 17 de marco


de 2005. Classificação de corpos d’água e diretrizes ambientais.Ministério do
Meio Ambiente.Disponível em:
<Http://http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf> Acesso em
12/12/2014.

IAP–InstitutoAmbiental do Paraná. Monitoramento da qualidade da água do rio


Tibagi e Barra Grande, na área de influência do futuro reservatório de Mauá e
município de Londrina-PR no período de abril de 2010 a dezembro de 2011.
IAP,2012. Disponível em
<http://www.iap.pr.gov.br/arquivos/File/Monitoramento/relatorio_2011_maua.pdf>
Acesso em: 12/12/2014.
EQUIPE TÉCNICA

http://www.institutohorus.org.br/download/artigos/cienhojedez2001.pdf

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