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Fundamentos Do Comercio Exterior PDF
Fundamentos Do Comercio Exterior PDF
2014
Editorial
Comitê Editorial
Durval Corrêa Meirelles
Ronald Castro Paschoal
Otávia Travençolo Muniz Sala
Durval Corrêa Meirelles
Luiz Alberto Gravina Belmiro
Ornella Pacífico
Autor do Original
Everton José Buzzo
ri o Comércio Internacional........................................... 7
Objetivos da sua aprendizagem......................................... 7
má
Você se lembra?....................................................................... 7
1.1 Ambiente internacional do comércio e globalização............. 8
Atividades........................................................................................ 21
Su
Reflexão............................................................................................... 22
Leitura recomendada................................................................................ 22
Referências................................................................................................... 22
No próximo capítulo....................................................................................... 24
Capítulo 2: O Sistema Internacional de Comércio........................................ 25
Objetivos da sua aprendizagem............................................................................. 25
Você se lembra?....................................................................................................... 25
2.1 Formação do sistema internacional de comércio................................................ 26
2.2 Incentivos e barreiras ao comércio internacional................................................. 29
Atividades..................................................................................................................... 32
Reflexão......................................................................................................................... 32
Leitura recomendada...................................................................................................... 32
Referências...................................................................................................................... 33
No próximo capítulo ...................................................................................................... 34
Capítulo 3: O Brasil no Cenário Internacional do Comércio................................... 35
Objetivos da sua aprendizagem..................................................................................... 35
Você se lembra?............................................................................................................ 35
3.1 Histórico do comércio exterior brasileiro .......................................................... 36
3.2 Os tratados e acordos comerciais do Brasil ..................................................... 48
3.3 Políticas de exportação brasileira e sua perspectiva ..................................... 51
3.4 As características do comércio internacional da China e
sua comparação com o Brasil....................................................................... 56
Atividades................................................................................................. 58
Reflexão................................................................................................. 58
Leitura recomendada......................................................................... 58
Referências.................................................................................... 59
No próximo capítulo . .............................................................. 60
Capítulo 4: Estratégias de Internacionalização da Empresa e o Marketing
Internacional.................................................................................................................. 61
Objetivos da sua aprendizagem....................................................................................... 61
Você se lembra?............................................................................................................... 61
4.1 A internacionalização da empresa . .......................................................................... 62
4.2 Escolha do mercado alvo.......................................................................................... 63
4.3 Definição dos objetivos do mercado alvo................................................................. 66
4.4 Escolha do modo/estratégia de entrada..................................................................... 67
4.5 Escolha do momento de entrada............................................................................... 72
4.6 Definição do plano de mix de marketing.................................................................. 72
4.7 Monitoramento e controle......................................................................................... 82
Atividades........................................................................................................................ 83
Reflexão........................................................................................................................... 83
Leitura recomendada........................................................................................................ 84
Referências....................................................................................................................... 84
No próximo capítulo........................................................................................................ 84
Capítulo 4: Fundamentos do Comércio Exterior e Mecanismos de
Exportação e Importação.............................................................................................. 85
Objetivos da sua aprendizagem....................................................................................... 85
Você se lembra?............................................................................................................... 85
5.1 Lex mercatoria – normas do comércio internacional................................................ 86
5.2 Os contratos internacionais de comércio.................................................................. 89
5.3 Tipos de pagamentos internacionais......................................................................... 92
5.4 Incoterms – modalidades de comércio exterior........................................................ 95
5.5 Classificação fiscal de mercadorias e sistema harmonizado ................................. 101
5.6 Práticas e roteiro de exportação e importação no Brasil......................................... 103
Atividades...................................................................................................................... 114
Reflexão......................................................................................................................... 114
Leitura recomendada...................................................................................................... 115
Referências..................................................................................................................... 115
o
Prezados(as) alunos(as)
Você se lembra?
Você se lembra que não muito tempo atrás, um produto que era lan-
çado nos EUA demorava anos para chegar no Brasil? Que há pouco
tempo a internet era uma grande novidade, um privilégio de pou-
cos, e ainda era discada? Ou melhor, que há pouco tempo não
havia nem internet e, obviamente, nem os sites de busca para
fazermos nossas pesquisas? Que falar com alguém no exte-
rior era uma grande dificuldade e que para viajar para o
exterior era muito mais caro e a burocracia para con-
seguir os documentos necessários era muito maior?
Agora pense, o mundo está ou não bem “menor”?
Fundamentos do Comércio Exterior
Esta fase teve inicio no século XX, tendo no sistema bancário, nas
grandes corporações financeiras e no mundo globalizado seus pilares de
desenvolvimento. Pode-se dizer que atualmente este período está em ple-
no funcionamento.
A globalização possibilitou que as grandes corporações produzis-
sem em diversas partes do mundo, visando reduzir seus custos. Após a
produção, tais corporações vendem seus produtos para vários países, man-
tendo um comércio ativo de enorme proporção.
A expressão comércio internacional se traduz nos dias de hoje pelas
grandes mudanças estruturais da economia mundial no decorrer do século
XX. A interdependência econômica gerada pelo avanço da tecnologia e das
práticas comerciais do capitalismo, juntamente com os acordos regionais,
alterou a realização dos negócios, que passaram a ter caráter mundial.
tros países.
Se você é empresário, esteja certo que a globalização exerce influên-
cia em seus negócios, por menor que sua empresa possa ser e por mais que
suas operações ocorram totalmente em sua localidade. A figura a seguir ilus-
12
A Globalização e o Comércio Internacional– Capítulo 1
tra uma típica rede de empresa, com a empresa foco ao centro, sua cadeia
de suprimentos à esquerda, seus canais de distribuição à direita e, por fim,
os consumidores finais. Em algum momento de sua rede, qualquer empresa
estará sujeita às forças da globalização – muito provavelmente em vários.
Concorrentes
Varejo
14
A Globalização e o Comércio Internacional– Capítulo 1
15
Fundamentos do Comércio Exterior
Brasil Mundo
Ano
Export. Import. Export. Import.
1950 1.359 1.090 62.000 64.000
1960 1.268 1.462 130.000 137.000
1970 2.739 2.849 317.000 329.000
1980 20.132 24.961 2.034.000 2.075.000
1990 31.414 22.524 3.449.000 3.550.000
2000 55.086 59.053 6.456.000 6.724.000
2006 137.808 95.838 12.120.000 12.444.000
2007 160.649 126.645 14.012.000 14.311.000
2008 197.943 182.377 16.140.000 16.541.000
2009 152.995 133.678 12.542.000 12.736.000
2010 201.915 191.537 15.274.000 15.464.000
2011 256.040 236.870 18.255.000 18.438.000
16
A Globalização e o Comércio Internacional– Capítulo 1
menores custos.
A produção é consequência de três fatores: (a) natureza (solo, maté-
rias primas e condições climáticas); (b) trabalho (mão de obra qualificada
e não qualificada) e (c) capital (máquinas e equipamentos, instalações e
conhecimento).
Os recursos naturais formam a base da economia mundial, forne-
cendo as matérias primas agrícolas e minerais, utilizadas na alimentação
da população, no fornecimento de energia e nas mais diversas aplicações
industriais. Embora não seja possível transportar os solos férteis e as jazi-
17
Fundamentos do Comércio Exterior
18
A Globalização e o Comércio Internacional– Capítulo 1
Por outro lado, não se pode negar que a globalização traz também
potenciais ameaças para os países. A mobilidade dos fatores de produção
(recursos naturais, humanos e financeiros) através das fronteiras nacionais
tende a levar a uma distribuição desigual destes fatores e, consequen-
temente, do desenvolvimento entre os países. Isto porque as empresas
buscarão alocar seus recursos nas localidades onde estes fatores são mais
produtivos e lucrativos, podendo ignorar os potenciais impactos sociais,
ambientais e econômicos negativos para os países que perdem estes recur-
sos e também para os países onde estes recursos são aplicados de maneira
19
Fundamentos do Comércio Exterior
Atividades
01. Diversas empresas brasileiras, principalmente as maiores do país, têm
operações, ativos e empregados no exterior. Em sua opinião, o que pode
justificar este nível de internacionalização.
21
Fundamentos do Comércio Exterior
Reflexão
Em sua obra “O Fim do Estado Nação” (1996), Kenichi Ohmae
argumenta que as fronteiras dos países não passam de “ilusões cartográfi-
cas”. Para o autor, a fluidez (mobilidade) da indústria, dos investimentos,
das pessoas e da informação não pode ser detida pelos países, indepen-
dente das tentativas de regulamentação dos países. Além disso, ele argu-
menta que existe em curso uma homogeneização cultural e mesmo étnica,
causadas pela ocidentalização e pelo crescente fluxo de pessoas entre os
países. Assim, os Estados Nacionais perdem a força política, a autonomia
e o caráter étnico-cultural que um dia marcaram seu território.
Esta visão é fortemente rebatida por diversos outros pensadores
das Relações Internacionais e das Ciências Econômicas e Políticas, que
argumentam que os Estados e os governos exercem um papel fundamen-
tal no comportamento dos indivíduos e das empresas. O que você pensa
sobre isto?
Leitura recomendada
FRIEDMAN, T.L. O mundo é plano: uma breve história do século
XXI. São Paulo: Objetiva, 2005.
Referências
BOULNOIS, L. Silk Road: Monks, Warriers & Merchants on the Silk
Road. Trad. Por Helen Loveday com material adicional de Bradley
Proibida a reprodução – © UniSEB
22
A Globalização e o Comércio Internacional– Capítulo 1
23
Fundamentos do Comércio Exterior
No próximo capítulo
No próximo capítulo, serão apresentados o sistema internacional de
comércio, as diversas entidades do comércio internacional e, as funções
de cada uma e as barreiras ao comércio internacional.
Proibida a reprodução – © UniSEB
24
O Sistema Internacional
de Comércio
Conforme apontado no capítulo 1, a
Você se lembra?
Você se lembra do que foi ensinado sobre o fenômeno da globalização e
os seus principais efeitos no comércio internacional? Para organizar este
comércio, os líderes mundiais constituíram ao longo dos anos mecanis-
mos para regular este comércio em nível mundial.
Fundamentos do Comércio Exterior
26
O Sistema Internacional de Comércio – Capítulo 2
28
O Sistema Internacional de Comércio – Capítulo 2
31
Fundamentos do Comércio Exterior
Nos últimos tempos, têm observado uma retração das barreiras tari-
fárias em quase todo o mundo, em função do trabalho da OMC e de outros
organismos internacionais. Contudo, para proteger suas empresas locais,
os países têm aplicado mais barreiras técnicas. Por exemplo, as exporta-
ções brasileiras de carne sofrem restrições em alguns mercados devido à
existência de casos recentes de febre aftosa no país.
Atividades
01. Quais as principais entidades do comércio internacional, qual a fun-
ção de cada uma delas?
Reflexão
A economia globalizada faz com que os países troquem bens e servi-
ços com maior velocidade, num fluxo que tende a ser cada vez mais rápido
e interativo. Formam-se os grupos regionais e alianças, para que os países,
unidos nos mesmos objetivos, possam disputar com maiores possibilidades
de sucesso. Formam-se mecanismos de organização e auxílio ao comércio
internacional e os países atuam individualmente promovendo incentivos e
barreiras ao comércio internacional conforme sua conveniência.
Leitura recomendada
Proibida a reprodução – © UniSEB
Referências
______. Acordos dos quais o Brasil é parte. Disponível em:
<http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.
php?area=5&menu=405>. Acesso em: 15 jul. 2012
33
Fundamentos do Comércio Exterior
No próximo capítulo
Após compreender globalização e o sistema internacional de comér-
cio, no próximo capítulo serão apresentados o histórico de participação do
Brasil no comércio internacional e as suas características nos dias atuais.
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34
O Brasil no Cenário
Internacional do Comércio
Este capítulo apresenta uma sín-
Você se lembra?
Você se lembra do que foi ensinado sobre taxa de câmbio, regimes cam-
biais, balança comercial e balanço de pagamentos? É preciso compreen-
der como estes elementos da macroeconomia funcionam para entender
os efeitos das exportações e das importações na economia do país e nas
decisões de política comercial.
Fundamentos do Comércio Exterior
37
Fundamentos do Comércio Exterior
2
US$ bilhões FOB
–1
1950
1955
1960
1965
1970
38
O Brasil no Cenário Internacional do Comércio – Capítulo 3
40
35
30
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US$ bilhões FOB
20
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10
–5
–10
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Fundamentos do Comércio Exterior
41
Fundamentos do Comércio Exterior
50
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US$ bilhões FOB
30
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–10
–20
1990
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1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
Saldo Comercial Exportação Importação
O G-20 (Grupo dos 20) é formado por líderes das 19 maiores economias do
mundo mais a União Europeia. Não se trata de um trato ou acordo de coope-
ração, e sim de um foro onde são discutidos assuntos relacionados à economia
global, incluindo assuntos como o comércio e o sistema financeiro internacional.
O G-20 pode ser considerada uma extensão do G-8 que inclui economias em de-
senvolvimento. Com a crescente importância dos países periféricos na economia
global, o G-8 perdeu muito de sua legitimidade e eficácia para liderar o desen-
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O Brasil no Cenário Internacional do Comércio – Capítulo 3
300
250
200
US$ bilhões FOB
150
100
50
–50
2000
2001
2002
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2007
2008
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2011
EAD-14 – Fundamentos do Comércio Exterior – Proibida a reprodução – © UniSEB
45
Fundamentos do Comércio Exterior
90,0
80,0
Participação nas exportações (%)
70,0
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
1964
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2002
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2010
2012 Jan-Abr
BÁSICOS SEMIMANUFATURADOS MANUFATURADOS
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O Brasil no Cenário Internacional do Comércio – Capítulo 3
47
Fundamentos do Comércio Exterior
menor número, além de ser mais fácil realizar acordos bem específicos.
48
O Brasil no Cenário Internacional do Comércio – Capítulo 3
Mercosul – Índia
Mercosul – Israel
Mercosul – SACU (ainda sem vigência)
Mercosul – Egito (ainda sem vigência)
Mercosul – Palestina (ainda sem vigência)
49
Fundamentos do Comércio Exterior
50
O Brasil no Cenário Internacional do Comércio – Capítulo 3
entrepostos no exterior.
52
O Brasil no Cenário Internacional do Comércio – Capítulo 3
crédito à exportação.
53
Fundamentos do Comércio Exterior
O SEC, que foi criado em 1965, chegou a ser desativado no final da dé-
cada de 1980, quando o orçamento do governo entrou em colapso. Contudo, o
SEC ressurgiu em 1997, quando foi criada a Seguradora Brasileira de Crédito
às Exportações (SBCE), que tem como acionistas o Banco do Brasil, o BN-
DES e a Coface (Companhia Francesa de Seguro para o Comércio Exterior).
to. Essa concentração setorial pode ser explicada pela demanda futura de
recursos minerais e pela grande capacidade produtiva e de know-how de
suas indústrias nacionais, especialmente em relação a investimentos em
infraestrutura.
Com efeito, devido à escassez da diversidade e do volume de recur-
sos naturais necessário para manter suas taxas de crescimento, a China
buscou consolidar uma rede internacional de fornecimento de matérias--
primas, contando com importações da Austrália, da Indonésia e dos países
da África. Exemplo deste processo é que, atualmente, um terço do abaste-
cimento de energia da China vem da África.
Nesse sentido, a política de expansão de IDE da China deve ser
compreendida como parte de sua política global, incluindo objetivos de
cunho geopolítico, concebida para fornecer respostas à pressão gerada
pelos desafios enfrentados por sua economi,a como pressão do aumento
das reservas cambiais, inflação, aumento do custo de sua mão de obra, es-
cassez de recursos naturais, matriz energética dependente do carvão, etc.
O Brasil, por sua vez, manteve uma política de fortalecimento do
seu mercado interno nos últimos anos. Mesmo assim, as exportações bra-
sileiras tiveram expressivo crescimento na última década, acompanhando
a tendência mundial. Tal resultado foi impulsionado principalmente pela
expansão da demanda e dos preços de commodities agrícolas e minerais.
A distribuição regional das exportações brasileiras indica uma con-
centração na região Sudeste, que é responsável por quase 60% do total
exportado, em seguida destaca-se a região Sul, com quase 20%, com os
outros 20% distribuídos entre as outras regiões.
O estado de São Paulo apresenta a pauta de exportação mais diversi-
ficada do Brasil, pelo fato de concentrar a maior parte do parque industrial
do país. Adicionalmente, São Paulo é o único, entre os maiores estados
EAD-14 – Fundamentos do Comércio Exterior – Proibida a reprodução – © UniSEB
57
Fundamentos do Comércio Exterior
Atividades
01. Ao longo da história recente da política econômica brasileira é possí-
vel verificar que os governos adotaram diferentes medidas para estimular
tanto as importações quanto as exportações. Explique como as importa-
ções e as importações podem ser importantes para a macroeconomia de
um país.
02. Em sua opinião, quais são os principais desafios que o Brasil enfrenta
para expandir sua participação no comércio internacional?
Reflexão
Neste capítulo, você conheceu o histórico do desenvolvimento co-
mercial brasileiro e os resultados da abertura econômica ocorrida após os
anos 1990.
Durante um grande período, o Brasil optou por manter-se fechado
ao mercado internacional, o que trouxe benefícios para as empresas lo-
cais (devido à baixa concorrência), e ao mesmo tempo, perda de compe-
titividade das mesmas. Diante de seus novos conhecimentos sobre esse
assunto, reflita: neste mundo globalizado, o que é melhor para um país,
manter-se fechado ao cenário internacional ou permitir a entrada de pro-
dutos estrangeiros garantindo a contrapartida de poder exportar produtos
e serviços?
Leitura recomendada
PEREIRA, L.C.B. (Org.) Economia Brasileira na Encruzilhada. São
Paulo: FGV, 2006.
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58
O Brasil no Cenário Internacional do Comércio – Capítulo 3
Referências
______. Acordos dos quais o Brasil é parte. Disponível em:
<http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.
php?area=5&menu=405>. Acesso em: 15 jul. 2012
59
Fundamentos do Comércio Exterior
No próximo capítulo
O próximo capítulo apresentará as principais decisões estratégicas
referentes à internacionalização das empresas e quais decisões devem ser
tomadas com relação ao marketing internacional.
Proibida a reprodução – © UniSEB
60
Estratégias de Interna-
cionalização da Empresa e
o Marketing Internacional
Você se lembra?
Há pouco atrás, praticamente apenas as médias e grandes empresas ex-
portavam. Atualmente é possível exportar pequenas quantidades utili-
zando-se da internet para contatar e negociar com o cliente e os Correios
ou empresas de Courier para enviar pequenas quantidades ao exterior.
Embora respondam por apenas 1% do faturamento FOB das exporta-
ções, as micro e pequenas empresas respondem por 46% do número
total de empresas exportadoras no Brasil.
A internacionalização apresenta enormes oportunidades de cres-
cimento para as empresas. Estas oportunidades vão além da
simples expansão das vendas. Elas também fazem com que
as empresas se tornem mais preparadas para competir no
mundo atual, pois levam a um processo de ganhos de
qualidade, produtividade, profissionalismo na gestão e
uma série de outros benefícios.
Fundamentos do Comércio Exterior
Monitoramento e controle da
performance nos novos mercados
66
Estratégias de Internacionalização da Empresa e o Marketing Internacional – Capítulo 4
72
Estratégias de Internacionalização da Empresa e o Marketing Internacional – Capítulo 4
4.6.1 Produto
A empresa que se lança a novos mercados deve tomar várias deci-
sões em relação ao produto. Afinal, quais produtos de seu portfólio devem
ingressar no mercado externo? Quais modificações no produto serão ne-
cessárias? Quais modificações na embalagem serão necessárias? Quais es-
tratégias de marca a empresa deve utilizar? Quais serviços deverão fazer
parte da oferta, como, por exemplo, os serviços de pós-vendas?
As respostas a estas perguntas dependerão de uma pesquisa de mar-
����
keting bem realizada, buscando sempre identificar os aspectos que geram
valor para os consumidores, para que estes sejam incorporados à oferta, mas
também as características que geram custos desnecessários, para que sejam
retiradas da oferta. Desta forma, a empresa conseguirá entregar maior valor
aos clientes no mercado externo. Trata-se de encontrar a melhor relação
custo/benefício, primeiro para o consumidor e, depois, para a empresa.
Por exemplo, sabe-se que em alguns países desenvolvidos da Amé-
rica do Norte e da Europa, em especial, os consumidores são, de maneira
geral, mais atentos a questões de qualidade e design do que a maioria dos
consumidores em países em desenvolvimento. Portanto, é comum que
empresas brasileiras realizem investimentos para melhorar a qualidade de
seus produtos quando passam a exportar para EUA e Europa.
Estas adaptações de produto que visão aumentar o valor entregue ao
consumidor são opcionais (no sentido de que não são impostas por lei) e
devem ser resultado de uma profunda análise sociocultural dos consumi-
dores do novo mercado. Contudo, é comum os diferentes países terem nor-
mas específicas para produção e comercialização de bens e serviços, como
os tipos de informação que as embalagens devem conter, requisitos de qua-
lidade mínima de produtos e serviços, normas de segurança, entre outros.
EAD-14 – Fundamentos do Comércio Exterior – Proibida a reprodução – © UniSEB
4.6.2 Preço
Coordenar a política de preços de diferentes países é uma tarefa com-
plexa. Entre os fatores que influenciam as decisões de preço em mercados
estrangeiros estão os chamados 4 C’s: Companhia (seus custos e metas),
Consumidores (seus diferentes segmentos e sensibilidade a preço), Compe-
tição (sua intensidade e natureza) e Canais (suas margens e perdas).
Todos os custos que incorrem na fabricação e comercialização do
produto devem, necessariamente, ser incorporados ao preço do produto. Os
custos representam o piso, ou seja, o preço mínimo de venda, no qual a mar-
gem da empresa é igual a zero. Nas exportações, os custos incluem gastos
com frete e seguro das mercadorias, conforme se explica na unidade 4.
Todo preço que é acrescido ao custo de entregar o produto ao cliente
faz parte da margem. Uma das alternativas
da empresa é acrescentar ao custo to-
tal uma margem que satisfaça suas
EAD-14 – Fundamentos do Comércio Exterior – Proibida a reprodução – © UniSEB
76
Estratégias de Internacionalização da Empresa e o Marketing Internacional – Capítulo 4
4.6.3 Praça
O quarto “P” do marketing refere-se às estratégias de distribuição
dos produtos. A distribuição determina, em grande parte, a competitivi-
dade do produto, pois dela depende a disponibilidade e apresentação do
produto ao consumidor. Quatro fatores determinam uma boa distribuição:
local; tempo; forma e informação.
É preciso que o produto seja oferecido: (a) nos locais adequados,
garantindo ao consumidor um fácil acesso ao produto; (b) nos momentos
em que o consumidor precisar do produto; (c) na forma que garanta ao
consumidor uma experiência de compra agradável; e (d) de um modo que
permita uma boa troca de informações entre consumidor e fornecer, para
que um tenha as informações necessárias sobre o produto e o outro possa
conhecer as reações dos consumidores ao produto.
As estratégias de distribuição estão relacionadas ao modo de entra-
da, visto há pouco. Por exemplo, a entrada via exportações indiretas se
utiliza de distribuidores (empresas comerciais exportadoras) que, por um
lado, conhecem o mercado importador, mas, por outro, tiram a autonomia
do exportador para a escolha do local, tempo e forma como o produto será
disponibilizado e dificulta o acesso às informações sobre os consumidores
e os concorrentes.
Contudo, “modo de entrada” não é sinônimo de “estratégia de dis-
tribuição”. O modo de entrada envolve outras decisões, como produzir
ou não no exterior. Já a estratégia de distribuição está restrita às decisões
relativas à disponibilização dos produtos no mercado, para a qual existem
EAD-14 – Fundamentos do Comércio Exterior – Proibida a reprodução – © UniSEB
77
Fundamentos do Comércio Exterior
sas que vendem pela internet, este tipo de exportação serve, so-
bretudo, para a remessa de pequenas quantidades para o exterior.
• Agente ou representante de vendas no exterior: uma pessoa fí-
sica ou jurídica contratada para representar o exportador e que
recebe uma comissão sobre as vendas. Logo, não se trata de um
colaborador (empregado) da empresa exportadora.
• Gerente de vendas no exterior: é um funcionário da empresa
exportadora que vive ou visita frequentemente um determinado
mercado externo. Para fornecer o suporte necessário ao gerente, a
empresa geralmente estabelece um escritório de apoio no exterior.
79
Fundamentos do Comércio Exterior
4.6.4 Promoção
Um plano de comunicação/promoção de marketing internacional
deve ser elaborado de maneira bastante similar a um plano de comuni-
cação de marketing voltado ao mercado interno. As etapas básicas para
formatar tal plano são:
1. Seleção do público-alvo: para quem devo direcionar a comuni-
cação? Qual será o receptor da minha mensagem?
2. Definição dos objetivos de comunicação: o que eu quero al-
cançar com a comunicação? Melhora na imagem? Aumento
das vendas? Promoção de um novo serviço?
3. Definição e elaboração da mensagem: qual será o conteúdo da
minha comunicação?
4. Seleção da estratégia de mídia: quais canais devo utilizar? TV?
Rádio? Internet?
5. Definição do orçamento: qual deve ser meu investimento neste
plano?
6. Visão do composto de comunicação: quais elementos de pro-
moção devo utilizar? Publicidade? Relações públicas? Venda
pessoal? Propaganda? Promoção de vendas?
Proibida a reprodução – © UniSEB
80
Estratégias de Internacionalização da Empresa e o Marketing Internacional – Capítulo 4
81
Fundamentos do Comércio Exterior
82
Estratégias de Internacionalização da Empresa e o Marketing Internacional – Capítulo 4
Atividades
01. Entre as decisões que uma empresa que planeja sua entrada em novos
mercados deve tomar está a escolha da estratégia ou do modo de entrada.
Para tomar esta decisão, geralmente a empresa analisa o trade-off entre o
nível de risco dos investimentos e o nível de controle das operações. Expli-
que a causa deste trade-off e apresente exemplos de decisões que podem
reduzir os riscos ligados ao desconhecimento dos mercados internacionais.
Reflexão
Nesta unidade você viu que para uma empresa expandir para novos
EAD-14 – Fundamentos do Comércio Exterior – Proibida a reprodução – © UniSEB
83
Fundamentos do Comércio Exterior
Leitura recomendada
Administração de Marketing Global. KOTABE, M. HELSEN, K.
Editora Atlas, 2000.
Uma obra completa sobre marketing global que traz um amplo con-
junto de ferramentas aplicáveis na realidade das empresas para a tomada
de diversas decisões inerentes ao processo de internacionalização.
Referências
JOHANSON, J.; VAHLNE, J. E. The mechanism of internationali-
zation. International marketing review, v.7, n.4, 1990, pp. 11-24.
No próximo capítulo
O próximo capítulo fornecerá um conjunto de conhecimentos con-
ceituais e práticos que são fundamentais para os profissionais de empresas
que exerçam atividades de importação ou exportação. Serão abordados
os principais assuntos referentes às normas que regem o comércio in-
ternacional, a elaboração de contratos internacionais de comércio, a do-
cumentação necessária e os principais procedimentos para importação e
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exportação.
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Fundamentos do
Comércio Exterior e Meca-
nismos de Exportação e
Importação
C O comércio exterior não trata simplesmente da
CCC
compra e venda de mercadorias, mas também de
toda estrutura regulatória que estabelece as normas
CC C
Você se lembra?
Se você trabalha com o comércio doméstico, ou por algum outro
motivo está familiarizado com contratos de compra e venda
dentro do Brasil e suas complexidades, a esta altura já deve
ter imaginado alguns problemas que a relação comercial
entre indivíduos de países diferentes pode apresentar.
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Talvez você já tenha se deparado com este tipo de contrato, mas não
tenha se dado conta de que estava perante um contrato de comércio inter-
nacional, já que entre as empresas de exportação e importação ele é mais
comumente conhecido como fatura pro forma, ou proforma invoice, em
inglês. A fatura proforma serve para fins de cotação e dá condições para
que seja gerada a fatura comercial.
Uma fatura pro forma contém as seguintes informações:
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Legendas
Exportador Importador Risco do
Origem Destino exportação
Risco do
Terminal de Importador
Terminal de Embarque Desembarque carga
carga Alfândega Custo do
Alfândega Exportador
Custo do
ALF ALF Importador
EXW
FCA
FAS
FOB
CFR
CIF
CPT
CIP
DAT
DAP
DDP
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00 00 . 00 . 0 0
Subitem (8° dígito do NCM)
Item (7° dígito do NCM)
Subposição (6 primeiros dígitos do NESH)
Posição (4 primeiros dígitos do NESH)
Capítulo (2 primeimeiro dígitos do NESH)
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seus produtos.
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LOCAL DE EMBARQUE:
LOCAL DE DESTINO:
PAÍS DE ORIGEM: DATA PROVÁVEL DO EMBARQUE:
OBSERVAÇÕES:
TOTAL GERAL
INCOTERMS: DE ACORDO COM OS INCOTERMS - 2000 (IOC)
FORMA DE PAGAMENTO:
MEIO DE TRANSPORTE:
PESO BRUTO: PESO LÍQUIDO: VOLUME:
OBSERVAÇÕES:
COMISSÃO DO AGENTE:
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6 7 8 9 10
Providenciar o Solicitar o
Elaborar o Emitir nota Pagar o frete e
transporte até o despacho
romaneio fiscal o seguro
porto aduaneiro
11 12 Acompanhar o 13 14 15
Retirar o B/L Emitir o Contratar o Entregar
desembaraço e
na comprovante fechamento de documentação
averbação na
transportadora de exportação câmbio ao banco
SRF
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5.6.2 Importações
5.6.2.1 O passo a passo das importações no Brasil
Deve ser feita uma consulta na tabela aduaneira “TEC - Tarifa Ex-
terna Comum”, disponível nas Delegacias da Receita Federal, para obter
o código NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) da mercadoria e as
alíquotas dos impostos incidentes na sua importação, bem como as possí-
veis exigências administrativas.
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Atividades
01. Explique, com suas próprias palavras, o que você compreende por
função da Lex mercatoria no comércio internacional.
02. Se a Lex mercatoria não possui poder de sanção, quais são as vanta-
gens que os tribunais arbitrais oferecem para as partes que se engajam em
um conflito comercial?
Reflexão
Neste capítulo você conheceu as principais fontes das normas que
regem o comércio internacional, aprendeu quais tipos de informações um
contrato internacional deve conter, conheceu as modalidades de comércio
internacional utilizadas no mundo (Incoterms), e os documentos necessá-
rios para exportar e importar, além de ver os procedimentos administrati-
vos envolvidos nestes processos. Portanto, você já tem os conhecimentos
necessários para auxiliar sua empresa a exportar.
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Leitura recomendada
VAZQUEZ, J. L. Comércio exterior brasileiro. 8ª. ed. São Paulo: Ed.
Atlas, 2007.
Referências
DIAS, R.; RODRIGUES, W. Comércio Exterior: teoria e gestão. São
Paulo: Atlas, 2008.
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