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Junquilho
Junquilho
ORGANIZAÇÕES CONTEMPORÂNEAS:
PARA ALÉM DO “FOLCLORE”
E O “FATO”
Resumo
Este artigo introduz o conceito de gestão como uma prática social (REED, 1989). O objetivo
principal é demonstrar que essa é uma abordagem muito importante para a compreensão da gestão e
da ação gerencial. Também apresenta uma reflexão crítica a respeito das proposições da Gestão da
Excelência nas organizações contemporâneas, um modelo de gestão que tem sido implementado no
mundo ocidental a partir das idéias de PETERS & WATERMAN (1982). A idéia da prática social cria
uma oportunidade para se pensar algumas questões não tratadas pelo modelo da Excelência tais
como a indissolubilidade entre a ação de atores organizacionais e elementos da estrutura social. Por
essa via é possível incrementar outros aspectos significantes no domínio dos estudos organizacionais
como gestão e comportamento gerencial e que se colocam além do “folclore” e o “fato”
(MINTZBERG, 1990).
organizar. Em um artigo mais recente o mesmo a) A técnica − a gestão é vista como instrumen-
MINTZBERG (1990), reafirma que aquelas to tecnológico neutro e racional que objetiva o
funções devem, na verdade, ser caracterizadas alcance de resultados coletivos, preestabelecidos
como o “folclore” da gestão, pois, de “fato”, os e não atingíveis sem sua aplicação. Pressupõe-se
gerentes não só têm dificuldades para o exercício a gestão a partir de estruturas racionais formali-
de atividades sistematizadas por intermédio do zadas de sistemas de controle, capazes de
planejamento, bem como tomam decisões nem garantir eficiência sobre a coordenação das ações
sempre baseadas em sistemas formalizados de humanas. As estruturas organizacionais são
informações, estando envolvidos em ambientes conceitualmente concebidas como organizações
dinâmicos em que são imperiosos os contatos formais, tomadas essas como determinantes de
informais. comportamentos dos atores organizacionais.
Entretanto, ainda que trazendo uma marcante
e reconhecida contribuição ao campo dos estudos b) A política − em resposta ao determinismo da
sobre gestão e ação gerencial, MINTZBERG perspectiva técnica, a política concebe a gestão
(1973, 1990) não discute questões que possam como um processo social. Daí a ênfase na
explicar o vínculo daquelas duas temáticas a questão do conflito de interesse entre grupos nas
possíveis condicionamentos de estruturas sociais organizações, caracterizando-se o ambiente como
mais amplas de uma sociedade, deixando vago a de grandes incertezas no qual os resultados orga-
compreensão de significados mais profundos nizacionais são buscados. Os pressupostos de
daquilo que ele descreve como “fato”, ou seja, o base são construídos a partir da noção de que as
vínculo do dia-a-dia gerencial a aspectos organizações são palcos de conflitos entre grupos
histórico-sociais de uma dada realidade. ou coalizões (CHILD, 1972; MINTZBERG,
Assim, o primeiro objetivo deste artigo é 1983) que disputam, entre si, processos de
apresentar e problematizar as abordagens sobre escolha decisória, apoiando-se, para a resolução
gestão e ação gerencial, de uso mais corrente na desses conflitos, no exercício de relações de poder.
literatura organizacional, enfocando-se suas A organização é tomada como uma “arena” de
limitações ao não abranger contextos macros- disputas de grupos dotados de interesses
sociais e suas articulações com os cenários divergentes em busca do controle das decisões.
microssociais das organizações. Como alternati- A contribuição dessa perspectiva é que ela
va é proposto o conceito apresentado por REED rejeita a concepção mecanicista e determinista da
(1984, 1985, 1989, 1995) da gestão como gestão, em troca de uma visão desta última como
“prática social”. Por fim, discute-se, criticamen- resultante de uma dinâmica advinda da ação
te, a proposta da chamada Gestão da Excelência, humana, à medida que considera os indivíduos,
preconizada por PETERS & WATERMAN em particular os gerentes, como dotados de
(1982), naquilo que se refere, principalmente, à cognoscitividade suficiente para influenciar
sua idealização do gerente “super herói”, meios e resultados organizacionais. Percebe-se
apostando-se naquilo que MINTZBERG (1990) aqui a ênfase na ação do ator organizacional.
chamou de “folclore” da gestão. Assim, uma noção central é de que a gestão
constitui-se como um sistema político em que
2. Gestão, Ação Gerencial e suas Abordagens: imperam transações negociadas, pela constitui-
a Alternativa da “Prática Social” ção de coalizões que representam diferentes
interesses do conjunto dos membros de uma
técnica, em troca de uma concepção que as toma estruturas econômicas pode ser tomada de
como resultante de processos dinâmicos e formas variadas e complexas nas organizações.
contínuos de negociações entre interesses,
advindos de interpretações distintas dos seus Essas três abordagens, segundo REED (1989)
atores, no que tange às regras e objetivos configuram problemas que, no seu entender, não
organizacionais. Logo, por meio de processos de se encontram resolvidos, dentre eles: a) a não-
negociação entre interesses políticos divergentes, contemplação, nos modelos de análise, de uma
as estruturas organizacionais são modeladas e proposta que integre, numa mesma perspectiva,
até mesmo transformadas. as idéias de contexto institucional, estrutura
organizacional e comportamento gerencial;
c) A crítica − segundo REED (1989), essa b) a ênfase ora no determinismo das estruturas,
perspectiva é, de certa forma, uma alternativa à ora na ação humana estratégica, ambas posições
perspectiva política no sentido de que essa mutuamente excludentes.
última, ao enfatizar a ação humana, promove A proposta, segundo REED (1989), passa por
uma espécie de negligência dos chamados pensar uma abordagem que possa incorporar, ao
aspectos institucionais inerentes às estruturas de mesmo tempo, à análise da gestão os níveis
poder e de controle da economia política de uma institucional, organizacional e comportamental,
dada sociedade. Assim, na perspectiva crítica, a permitindo as interseções entre a ação gerencial,
gestão, influenciada pela abordagem organiza- a dinâmica da organização e o contexto
cional marxista, é vista como mecanismo de macroestrutural. Entende-se daí a intenção de
controle social, atrelada a imperativos de ordem vincular ação e estrutura, concebendo-se esta
econômica, impostos por uma ordem capitalista última como inerente ao que GIDDENS (1984)
de produção. denominou de dualidade estrutural. Essa
Nessa perspectiva, a questão dos conflitos alternativa é, então, a perspectiva da gestão
políticos entre grupos organizacionais não é como “prática social” capaz de integrar, em seu
negada, mas o que se acentua é que esses bojo, questões inerentes aos dilemas éticos e
processos têm que ser entendidos como estando políticos aos quais as organizações e os seus
vinculados a determinadas estruturas capitalistas gestores são submetidos no dia-a-dia.
de produção, das quais a organização é parte, e Dessa forma, aqueles atores passam a ser
que definem imperativos para a própria vistos não só como agentes responsáveis pelo
sobrevivência do sistema econômico como tal. exercício da disciplina e dos interesses organiza-
Os gestores são concebidos como representantes cionais, mas também como vivenciadores de
da ordem capitalista a qual reproduzem por meio conflitos e contradições, muitos deles inerentes
das estruturas organizacionais. Os estudos, sob às formas de atingimento daqueles mesmos
essa perspectiva, enfatizam as contradições da objetivos, dado que as organizações são, por
gestão organizacional, ressaltando-se, entre elas, outro lado, tomadas como “locus” de contradi-
a questão da necessidade do exercício do controle ções estruturais e processuais que se refletem na
e cooperação no trabalho; o papel da gestão na prática gerencial. O conceito de prática social
regulação de conflitos entre capital e trabalho; utilizado por REED (1989), é tomado empresta-
bem como os conflitos de papel dos gerentes, do de HARRIS (1980, p. 29) como sendo o
enquanto responsáveis pela manutenção da ordem engajamento num conjunto de
capitalista, mas também subordinados a ela. A ...ações inteligíveis através de conceitos que
perspectiva crítica também permite o estudo de as informam, as quais devem ser entendidas
questões inerentes às resistências dos trabalhado- como dirigidas a fins específicos comparti-
res aos processos de controle capitalista, a partir lhados por todos os membros de uma
da percepção de que a determinação das comunidade, conjunto de ações este que é
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definido através dos meios adotados para o omite as relações sociais a partir das quais ela
alcance daqueles fins, entendidos estes emerge e é dependente.
como determinados pelas condições sob as A gestão como prática social pode ser identi-
quais a prática é empreendida. ficada a partir de cinco fatores distintos, porém
Em GIDDENS (1979, 1984), o conceito de inter-relacionados (REED, 1989, p. 22):
prática social ganha ainda mais relevo no sentido 1. a classe de ações nas quais os pratican-
de que ele reafirma a sua preocupação em tes estão engajados como membros de
destacar que a vida social, diferentemente das uma comunidade ou prática;
coisas da natureza, ocorre a partir de “skilled 2. os conceitos através dos quais certos
performances” dos agentes humanos. Daí a objetivos ou problemas compartilhados
prática social tem a ver com procedimentos, são identificados de um modo significa-
métodos e técnicas, executados e manejados de tivo pelos praticantes como base para o
forma apropriada por esses mesmos agentes engajamento em interações recíprocas;
sociais, tomando como base a consciência que 3. os objetivos ou problemas através dos
eles detêm sobre os procedimentos de uma ação, quais a prática é tomada e como é co-
isto é, aquilo que o autor chama de conhecimen- municada através do vocabulário con-
to mútuo (“mutual knowledge”), ou seja, um tipo ceitual dos seus praticantes;
de conhecimento que é compartilhado por todos 4. os meios ou recursos (material ou
aqueles atores sociais cognoscitivos que, em simbólicos) através dos quais o alcance
outras palavras, sabem como se comportar ou de projetos importantes é buscado;
prosseguir em determinadas situações cotidianas. 5. as condições situacionais ou limitadoras
A prática social concilia condutas e atos de sob as quais atividades recíprocas, os
agentes humanos cognoscitivos sem, por outro recursos que elas requerem e as relações
lado, desconsiderar as estruturas sociais que são que elas engendram entre os seus prati-
referências para aqueles mesmos agentes em cantes são configurados e conduzidos.
processo de interação social (GOFFMAN, Da noção de prática social, REED (1995,
1983), tornando possível a dualidade macro e p. 79) define o conceito de gestão “como uma
microssocial, sem privilégio de um nível sobre o configuração frouxamente integrada de práticas
outro ou até de sua independência mútua, mas sociais dirigidas à junção de e controle sobre
sim como pólos complementares. diversos recursos e atividades requeridos à
ALVESSON & WILLMOTT (1996), anali- produção”. As organizações são pensadas então
sando criticamente os conceitos sobre gestão, como conjunto de práticas nas quais seus
também a classificam como uma prática social indivíduos estão rotineiramente engajados na
no sentido de que seu conteúdo deve ser tomado manutenção ou reestruturação dos sistemas de
como inerente a relações histórico-culturais de relações sociais nas quais eles estão coletiva-
poder que, ao mesmo tempo, facilitam e mente envolvidos (REED, 1985).
restringem tanto sua existência como sua Assim, pode-se inferir que os gerentes não
evolução numa dada sociedade. Nesse sentido, devem ser tomados exclusivamente como
os autores afirmam que não se deve tomar a agentes imparciais e defensores dos interesses
gestão como simples instrumento para a busca organizacionais. O trabalho gerencial deve ser
de compromissos comuns e de alcance de percebido como dotado de tensões que são
produtividade organizacional. Ou seja, sua inerentes às relações de produção que pressu-
redução a uma técnica neutra, imparcial, dotada põem conflitos de interesses quanto à distribui-
de habilidades profissionais, pela qual se atinge ção de recursos e gestão do trabalho, conflitos
a eficiência. Negligencia-se aí o seu aspecto esses que perpassam todo o universo organiza-
político, isto é, a gestão como atividade técnica cional, incluídos aí também os gerentes.
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entender, aquelas visões clássicas não respon- 1. os gerentes têm no planejamento sistematiza-
dem à pergunta fundamental sobre o conteúdo do uma ferramenta indispensável e freqüente
desse trabalho. A partir dessa constatação, em seu trabalho. Suas pesquisas mostraram
desenvolve uma proposta distinta, chegando à que a realidade é bem distinta e que, na maior
conclusão de que o trabalho gerencial, no plano parte do tempo, eles são submetidos a uma
empírico, apresenta as seguintes características sobrecarga de atividades inerentes a visitas
(MINTZBERG, 1973): externas, atendimento a telefonemas, conver-
1. grande parte do trabalho gerencial, apesar de sas e reuniões informais, continuamente
desafiador e não programado, proporciona ao pressionados por demandas de última hora,
seu praticante compartilhar de uma certa configurando um indivíduo que está mais
porção de obrigações mais constantes e inclinado à ação de cunho imediato e pontual
regularizadas, tal como, o manejo de infor- do que àquela planificada e relacionada com
mações; médio e longo prazo;
2. o gerente é, ao mesmo tempo, um generalista 2. o gerente é aquele que não se envolve com
e especialista, no sentido de que tem que lidar atividades repetitivas. Essa afirmação não é
com fluxos de informações diversas e incer- sustentável na prática, tendo em vista que o
tezas generalizadas, mas, por outro lado, é trabalho do gerente, via de regra, comporta
forçado a dominar determinados papéis e atividades rotineiras, envolvendo reuniões
habilidades específicos; constantes, negociações, obtenção e proces-
3. grande parte do poder que o gerente detém é samento de informações do ambiente onde a
originado na sua capacidade de acesso e organização atua.
domínio de informações que nem sempre 3. o gerente tem como fonte para a tomada de
estão disponíveis às demais categorias de decisão um sistema formalizado de informa-
uma dada organização; ções estratégicas. Contrastando essa afirma-
4. o trabalho gerencial é caracterizado por uma ção folclórica, MINTZBERG (1990) escreve
grande diversidade e complexidade, tendo em que os gerentes preferem buscar informações
vista que, devido à sua natureza ilimitada, por: contatos verbais, reuniões formais ou
bem como pela necessidade de o gerente não, telefonemas, boatos, especulações;
processar uma quantidade grande de informa- relatórios rotineiros; correspondências e
ção para a tomada de decisão, torna-se neces- inspeções “in loco”.
sário o desenvolvimento de atividades nem Vários outros autores realizaram estudos,
sempre planejadas, bastante fragmentadas e procurando demonstrar a fragilidade dos
variadas, aliadas às demandas de contextos preceitos clássicos sobre o trabalho gerencial,
que exigem respostas imediatas a problemas; reafirmando, em linhas gerais, que as definições
5. muito freqüentemente, o trabalho gerencial é de FAYOL (1970) e seus seguidores, apesar de
mais baseado na intuição do gerente, bem contribuírem para o reconhecimento de aspectos
como ancorado em informações verbais do distintos do trabalho gerencial, são imprecisas e
que em processos formalizados de gestão. demasiadamente generalizantes, ao mesmo tempo
Em outro trabalho, MINTZBERG (1990), em que não permitem a percepção da relatividade
dando prosseguimento à identificação da das cinco funções administrativas em diferentes
natureza do trabalho gerencial em contraposi- funções gerenciais. A partir dessas considera-
ção aos preceitos clássicos, aponta que há ções, são inauguradas várias linhas de pesquisa
algumas pressuposições folclóricas sobre esse que passaram a tratar a natureza do trabalho
trabalho que, dificilmente, podem resistir a uma gerencial, levantando-se em conta aspectos que
observação de cunho empírico-científica, a não deixam dúvidas a respeito da diversidade e
saber: complexidade das funções gerenciais:
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estudos organizacionais, integrando os dois Segundo CARVALHO NETO (1996, p. 93) essa
pólos, dado que o engajamento “numa prática conjuntura marcou
social envolve engajamento em ações que são “uma acirrada competição internacional
inteligíveis através dos conceitos que a infor- que levou à reestruturação produtiva da
mam e que têm que ser entendidos como economia, com a tendência à redução dos
dirigidos a fins que indivíduos estratégicos da tempos de projeto e fabricação de produtos,
organização especificam como estruturas à substituição da mão-de-obra pela crescen-
objetivas” (CLEGG, 1994, p. 34). Dentro dessa te automação e à racionalização organiza-
lógica, as organizações são concebidas como cional que traz o enxugamento das estrutu-
pontos de interseção de um conjunto de práticas ras empresariais, trazendo ainda políticas
sociais compartilhadas por atores sociais e de abertura e de privatização”.
passíveis a arranjos e rearranjos, dentre uma Surgem daí, as iniciativas inerentes às cha-
gama de estratégias de cunho institucional, isto madas novas tecnologias de gestão organizacio-
é, que dizem respeito ao campo das propriedades nais que passam a pregar a flexibilização dos
estruturais de uma dada sociedade. processos de produção, constituindo-se como
A partir dessas considerações é possível palavras de ordem a busca da qualidade total,
problematizar-se a aplicação das chamadas gestão democrática, terceirização, redução de
novas tecnologias de gestão nas organizações estoques, defeito zero, polivalência do trabalho,
contemporâneas, como a denominada Gestão da multiqualificação do trabalhador etc. (MELO,
Excelência (PETERS & WATERMAN, 1982), 1996; ANTUNES, 1995). Essas idéias foram
em que se preconiza um tipo ideal de gerente, reforçadas com o lançamento da “onda” da
generalizando-se suas potencialidades, em detri- Gestão da Excelência, preconizada por PETERS
mento de contextos institucionais mais amplos & WATERMAN (1982), como um modelo
das sociedades, bem como das organizações em capaz de conter, em seu bojo, um cabedal de
que estão inseridos. preceitos necessários ao alcance do sucesso
competitivo das organizações produtivas ociden-
4. A Gestão da Excelência e o seu Tipo Ideal tais nos mercados mundiais. Esses autores, a
de Gerente: o “Super Gerente” Versus a partir de uma pesquisa em sessenta e duas
Prática Social organizações nos Estados Unidos, definiram oito
atributos caracterizadores de empresas inovado-
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This paper introduces the concept of management as a social practice (REED, 1989). The main
objective is to demonstrate that its a very important approach for the comprehension of management
and managerial action. It also presents a critical reflection in respect of the propositions of the
Management of Excellence in contemporary organizations, a model of management that has been
improved in the occidental world since the ideas of PETERS & WATERMAN (1982). The idea of
social practice creates an opportunity to think some questions uncovered by the Excellence Model
such as the indissolubility between the action of organizational subjects and elements of the social
structure. This way it is possible to increase other significant aspects in the domain of organizational
studies such as management and managerial behavior that stand beyond “folklore” and “fact”.