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FAMÍLIA E SEXUALIDADE

Prof. Robson Stingar

A Sexualidade na Sagrada Escritura e no Magistério da Igreja


- aprender como foi realizada a construção teológica do conceito de sexualidade, das formas de
vivência
- compreender como feita a apropriação pelo Magistério da Igreja
a) homossexualidade no AT
b) sexualidade no NT
- evangelhos sinópticos
- cartas paulinas

Plano de Ensino

 Compreender a abordagem que a Sagrada Escritura faz do tema da sexualidade, tendo como
pressuposto o contexto e as abordagens do Antigo Testamento, dos Evangelhos e dos Escritos
Paulinos;

 Entender a forma como o Magistério da Igreja desenvolve sua doutrina acerca da sexualidade,
tendo como principais referenciais os documentos: Persona Humana, Orientações educativas
sobre o amor humano e Sexualidade humana: verdade e significado.

Tema 01: A sexualidade no Antigo Testamento


No Antigo Testamento, principalmente a partir dos dois relatos da criação, a sexualidade era
compreendida a partir de uma compreensão integradora do ser humano. A relação homem e
mulher era entendida a partir do aspecto da imagem e semelhança com Deus, da qual emanam
a igualdade, a unidade e a fecundidade como mandamento do amor conjugal.

Com o pecado, contudo, a dimensão sexual trará em si o drama do afastamento de Deus. Nos
livros proféticos ela será utilizada como figura para explicar o rompimento da Aliança entre
Israel e o seu Senhor.

Na literatura sapiencial, por sua vez, vamos encontrar uma insistência no princípio moralizador
da sexualidade, como também a evocação da necessidade da vivência sexual ser fundamentada
na fecundidade, na igualdade e no clima religioso.

Há duas questões fundamentais (Zuccaro, 2004):


- Não há um conceito de sexualidade, mas uma valorização desta em relação a determinados
valores: a questão específica da sexualidade não é vista de forma unilateral na forma de narração
nos livros do AT. A sexualidade não tem um conceito único, permeando todos os livros, mas a
partir dos valores do AT.
- A sexualidade deve ser entendida a partir do contexto cultural, cultual e religioso do povo de
Israel: em Israel tem-se diferentes aspectos cultuais, conforme a época.

O povo de Israel era um povo em relação. Era um povo relacionado a outros povos citados no
AT, os quais tinham diferentes compreensões culturais.
A principal diferença entre nós e eles é a matriz politeísta. A sexualidade é entendida como
base disso.
- Os povos que circundavam Israel sacralizavam a sexualidade por meio de duas vias: ritos e
mitos: Rito são as diferenças formas, ritos religiosos tinham como cunho a questão religiosa.
Mitos: explicações da realidade. Os ritos desses povos que estavam em torno de Israel estavam
permeados pela prostituição sagrada. Havia diferentes formas de relacionamentos das pessoas
com seus deuses. Fruição religiosa. Os mitos desses povos tinham a narrativa sexual de deuses
x deusas. E a partir era explicado o mundo.
Israel tem outra perspectiva: esses povos tinham a dissociação de 4 elementos: do amor da
fecundidade do matrimônio e da paixão. A partir dessa ruptura da sexualidade, cabe entender a
resposta de Israel sobre uma nova proposta:
- Para Israel, a união destes quatro princípios é fundamental: “Os diversos aspectos da
sexualidade não são dissociados, mas integrados para constituir a perfeição de um amor
interpessoal, construído sobre a base da igualdade e com a dinâmica da fecundidade” (VIDAL,
1978).

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