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Consultoria Técnica de Economia e Orçamento (CTEO)

Assunto: subsídios para análise do Projeto de Lei nº


621/2016, que “dispõe sobre a reorganização e
capitalização do Regime Próprio de Previdência Social –
RPPS e a instituição de medidas voltadas ao equilíbrio
financeiro e atuarial do regime e a definição de formas
do respectivo financiamento; a criação do Regime de
Previdência Complementar – RPC, fixando o limite
máximo para a concessão de aposentadoria e pensões
pelo RPPS, autoriza a criação de Entidade Fechada de
Previdência Complementar, a reestruturação do Instituto
de Previdência Municipal de São Paulo – IPREM, a
criação do Quadro dos Profissionais de Gestão
Previdenciária – QPGP, a extinção de cargos e dá outras
providências”.

Interessado: Vereadores Cláudio Fonseca e Caio


Miranda, assim como os demais vereadores desta
Edilidade.

Trata-se de resposta ao Memorando 010/2018 – 11º GV, de autoria do Ver. Caio


Miranda, o qual solicita à Consultoria Técnica de Economia e Orçamento (CTEO)
subsídios para análise econômica do aditivo ao Projeto de Lei nº 621/2016, de autoria
do Executivo. Em particular, o referido memorando solicita a esta consultoria que:
elabore “(1) uma análise técnico-analítica dos pressupostos metodológicos sobre os
números apresentados pelo Executivo a respeito do cálculo do passivo atuarial; (2) a
evolução do déficit da Previdência Municipal (seja pelo déficit acumulado entre os
anos de 2008 a 2017 ou seja pelas projeções até o ano de 2025); (3) a evolução do
Custo Total do Município com a somatória da cota patronal com o déficit; (4) os
pressupostos para a equalização do sistema previdenciário; (5) a proposta de aumento
de alíquota regular e a criação de alíquota suplementar com progressividade; e (6) a
garantia de pagamento no longo prazo.” Ressalte-se que o Ver. Cláudio Fonseca
também solicitou para o CTEO análise econômica a respeito da propositura em tela,
visando subsidiar o debate que ocorrerá durante a tramitação do referido projeto,
incluindo na análise a evolução temporal da relação despesa de pessoal e encargos
versus receita corrente líquida desde 2003 até o momento atual. O objetivo desta nota
técnica é justamente oferecer tais subsídios, no que diz respeito ao impacto
orçamentário e financeiro da supracitada propositura.
Nota Técnica nº 1/2018 Consultoria Técnica de Economia e Orçamento

1. Introdução

Previdência social é um seguro constituído por meio de contribuições financeiras dos


empregados e empregadores com o objetivo de proteger o segurado em caso de
doença, desemprego, acidente e gravidez; prover subsistência em caso de
aposentadoria; e garantir auxílio-reclusão e pensão por morte aos dependentes. A fim
de que estes objetivos sejam satisfeitos, é importante desenvolver um sistema de
contribuições que tenha proporcionalidade com o valor esperado dos benefícios
pagos. Necessariamente, isto implica em levar em consideração o equilíbrio
econômico-financeiro e as condições atuariais do sistema. O sistema previdenciário
brasileiro é composto atualmente de duas importantes partes: a previdência social e a
previdência complementar. A previdência social, administrada pelos diversos Regimes
Próprios de Previdência Social – RPPS e pelo Regime Geral de Previdência Social –
RGPS, cuja política, atualmente, é elaborada pela Secretaria do Ministério da Fazenda
e executada pelo INSS1, tem como objetivo fundamental “repor renda até
determinados limites e impedir que seus segurados se tornem pobres em função da
perda de capacidade laborativa do grupo familiar”2. De outro lado, a previdência
complementar oferece benefícios semelhantes, mas com caráter complementar à
social. Neste caso, trata-se de um regime previdenciário tradicionalmente voltado aos
estratos sociais de maior renda, que normalmente demandam remunerações de
aposentadoria e pensão superiores às vigentes na previdência social. O RPPS, objeto
de análise desta nota técnica, é um sistema de previdência, estabelecido no âmbito de
cada ente federativo, que assegura, por lei, a todos os titulares de cargo efetivo, pelo
menos os benefícios de aposentadoria e pensão por morte estabelecidos no art. 40 da
Constituição Federal3. No caso dos servidores públicos municipais, os direitos
previdenciários podem ser garantidos mediante filiação ao RGPS, administrado pelo
INSS, nos termos das Leis nº 8.212/91 e nº 8.213/91, ou mediante a constituição de
um RPPS, com fundamento na Lei nº 9.717/98, conhecida como “Lei Geral da
Previdência do Setor Público”. Outro ponto importante a ser ressaltado é que o RPPS
é um modelo previdenciário do tipo benefício definido, cujo valor é definido a priori,
com proventos de aposentadoria assegurados na Constituição Federal (§ 3º, art. 40) e
disciplinado pela Lei Federal nº 10.887/2004, correspondendo a 80% de todo o

1
Instituto Nacional de Seguro Social, autarquia federal, atualmente vinculada ao Ministério do
Desenvolvimento Social e Agrário.
2
Ver Caetano (2011).
3
As normas básicas dos regimes próprios estão previstas no art. 40 da Constituição Federal, na Lei
Federal nº 9.717/98 e nas Portarias do Ministério da Previdência Social de números 402/2008 (diretrizes
gerais) e 403/2008 (normas de atuária).

2
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período contributivo. Além disso, como determina o art. 1-A, § 1º da Lei nº 9.717/98, o
ente público instituidor do RPPS será o responsável pela cobertura de eventuais
insuficiências financeiras decorrentes do pagamento de benefícios previdenciários.

Em linha gerais, o RPPS, do ponto de vista financeiro, é um sistema de receitas e


despesas. As receitas são provenientes das contribuições do ente público, dos
servidores ativos e inativos e dos pensionistas. Já as despesas são compostas pelos
gastos com aposentadorias e pensões para os segurados do sistema. A característica
fundamental do ponto de vista do financiamento desse sistema, bem como do RGPS,
é o princípio da solidariedade geracional, o que, do ponto de vista financeiro, acaba
manifestando-se em um sistema de repartição simples4. Ou seja, os servidores
ativos (geração atual) financiam os benefícios dos servidores inativos (geração
passada) na expectativa de que a próxima geração (novos servidores ativos) pague os
benefícios dos atuais ativos quando estes se aposentarem. Rosen e Gayer (2015)
relatam que a previdência social nos EUA começou em 1935, utilizando-se
predominantemente do método de capitalização, entretanto, já em 1939 o sistema foi
alterado para um sistema de repartição simples. Segundo esses economistas, a
motivação para a implementação desse método de financiamento nos EUA em 1939
foi:

a percepção de que as economias de muitos dos idosos haviam sido


dizimadas pela Grande Depressão, e que eles mereciam ser
sustentados em um nível mais elevado do que é possível com apenas
alguns anos de contribuições recolhidas no sistema totalmente
financiado. Outra razão para a mudança para o pay-as-you-go foi o
medo de alguns políticos no momento em que os fundos cobrados no
sistema totalmente financiado fossem geridos de forma ineficiente
(ROSEN & GAYER, 2015, p. 221).

A título de ilustração e sem perda de generalidade, o regime de repartição funciona,


basicamente, da seguinte maneira: as receitas de contribuições dos servidores ativos
financiam os benefícios pagos aos servidores inativos. Para esclarecer o conceito de
sistema de repartição simples, seja: 𝑁𝐼 o número de servidores inativos; 𝑁𝐴 o número
de servidores ativos; 𝑊 o salário de contribuição de cada servidor ativo, constante por
hipótese; 𝐵 o benefício pago aos servidores inativos, também constante por hipótese;
4
Também chamado de pay as you go financing. Para um tratamento mais aprofundado sobre reformas de
sistemas previdenciários, ver Modigliani & Muralidhar (2004).

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𝑡 a alíquota sobre o salário de contribuição dos servidores ativos, somadas as


alíquotas do ente e do servidor. A receita do sistema em determinado instante do
tempo é dada por 𝑅𝑡 = 𝑡 ∗ 𝑊 ∗ 𝑁𝐴 , enquanto que a despesa é dada pela seguinte
expressão: 𝐷𝑡 = 𝐵 ∗ 𝑁𝐼 . O sistema encontra-se em equilíbrio financeiro se a receita
for igual à despesa, ou seja, se 𝑅𝑡 = 𝐷𝑡 , o que implica em 𝑡 ∗ 𝑊 ∗ 𝑁𝐴 = 𝐵 ∗ 𝑁𝐼 .
Resolvendo esta expressão para 𝐵, temos:

𝑁
𝐵 = 𝑡 ∗ 𝑊 ∗ ( 𝐴) (1)
𝑁𝐼

Pela expressão (1), fica claro que o benefício previdenciário que equilibra o sistema do
ponto de vista financeiro depende do salário de contribuição, da alíquota incidente
sobre esse salário e do inverso da taxa de dependência, que é a razão entre o número
de servidores inativos e ativos (𝑁𝐼 ⁄𝑁𝐴 ). Se o número de servidores inativos aumenta
em razão de aposentadorias e o número de ativos diminui, então o valor de B deveria
cair para equilibrar o sistema do ponto de vista financeiro, a menos que haja superávit
financeiro acumulado em períodos anteriores. Isto nos leva a outro importante conceito
a respeito da sustentabilidade de um sistema previdenciário ao longo do tempo, que é
o de equilíbrio atuarial. Seja 𝑉𝑃𝑅𝑇 o valor presente da receita do sistema, e 𝑉𝑃𝐷𝑇 o
valor presente do pagamento de benefícios aos segurados do sistema. Se o sistema
está em equilíbrio atuarial, então o valor presente das contribuições é igual ao valor
presente do pagamento de benefícios, ou seja, 𝑉𝑃𝑅𝑇 = 𝑉𝑃𝐷𝑇 , o que implica em:

𝑅𝑇𝑡+𝑖 𝐷𝑇𝑡+𝑖
∑𝑇𝑖=0 = ∑𝑇𝑖=0 (2)
(1+𝑟)𝑖 (1+𝑟)𝑖

onde 𝑟 é a taxa de desconto utilizada para o cálculo do valor presente, e 𝑇 é o período


de tempo para o qual o sistema é avaliado5. Se 𝑉𝑃𝐷𝑇 > 𝑉𝑃𝑅𝑇 , o valor presente do
pagamento de benefícios é maior que o valor presente das contribuições, dizemos que
há déficit atuarial no sistema. Do ponto de vista da sustentabilidade de um sistema

5
Ver Portaria do Ministério da Previdência Social n°403, que “dispõe sobre as normas aplicáveis às
avaliações e reavaliações atuariais dos Regimes Próprios de Previdência Social – RPPS da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, define parâmetros para a segregação da massa e dá
outras providências”.

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previdenciário, o conceito mais abrangente de equilíbrio é o que está expresso em (2),


ou seja, o equilíbrio atuarial. Ainda que existam déficits financeiros em determinados
períodos, se a referida condição (2) é satisfeita, então não há problema em relação à
viabilidade fiscal do sistema previdenciário a longo prazo. Por exemplo, é
perfeitamente plausível um sistema acumular déficits financeiros que serão cobertos
posteriormente por meio de recursos acumulados no início do sistema, quando a
maioria dos servidores estão na ativa. O problema surge quando se observam déficits
sistemáticos e há déficit atuarial. Neste caso, de acordo com a legislação federal
vigente, art. 1-A, § 1º da Lei nº 9.717/98, recursos do tesouro, que poderiam ser
utilizados para a provisão de bens públicos essenciais à população, acabam tendo de
ser utilizados para “fechar a conta”, o que poderia comprometer as finanças públicas
de um determinado ente. Quando os entes apresentam esses sintomas, normalmente
surgem propostas de reforma dos seus sistemas previdenciários, visando substituir a
repartição simples por um sistema de financiamento baseado principalmente na
capitalização, onde a aposentadoria de uma pessoa é proporcional ao tamanho de
sua contribuição. Giambiagi e Além (2011) relatam que os primeiros sistemas de
aposentadoria no Brasil, as famosas “caixas de aposentadorias e pensões” (CAPs),
eram compostas por sistemas de capitalização, que foram, ao longo do tempo,
tornando-se sistemas de repartição devido a “regras generosas de aposentadoria, não
acompanhadas de uma reavaliação atuarial do plano”, além do que

Sendo muitas das caixas de aposentadoria controladas pelo Estado,


a tentação, para os administradores de recursos, de usar estes para
cobrir deficiências de caixa do Tesouro era grande. Com isso, o
capital acumulado no início simplesmente se perdeu na vala comum
dos déficits públicos acumulados ao longo de décadas (GIAMBIAGI &
ALÉM, 2011, p.303).

Cabe ressaltar que nos últimos três anos os estados de Minas Gerais, Rio Grande do
Norte, Paraná e o Distrito Federal que haviam adotado o modelo de segregação da
massa para equacionamento do déficit atuarial de seus RPPS aprovaram leis
autorizando a utilização dos recursos que vinham sendo capitalizados, conforme pode
ser observado no gráfico abaixo:

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Nota Técnica nº 1/2018 Consultoria Técnica de Economia e Orçamento

Gráfico 1 – Trajetória de Descapitalização dos Fundos Previdenciários


2013 - 2015

Fonte: Gutierre (2016) - http://epge.fgv.br/conferencias/seminario-reforma-da-previdencia-


2016/files/6-apresentacao-narlon-gutierre-panorama-dos-rpps.pdf

RPPS do Município de São Paulo

O Instituto de Previdência Municipal de São Paulo – IPREM é o órgão responsável


pela gestão do RPPS da Cidade de São Paulo e sua atividade principal consiste na
análise e concessão de pensões por morte dos servidores, além do pagamento das
aposentadorias dos órgãos da administração pública. Para uma visão geral a respeito
do aspecto financeiro do RPPS municipal, considere-se a Tabela 1 a seguir, que
apresenta as receitas e despesas previdenciárias do IPREM, assim como o seu
resultado financeiro desde 2006:

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Nota Técnica nº 1/2018 Consultoria Técnica de Economia e Orçamento

Tabela 1 – Resultado do IPREM - em R$

Receitas Despesas
Ano Resultado
Previdenciárias Previdencias
2006 1.177.441.334 1.921.834.676 -744.393.342
2007 1.264.801.996 2.101.006.878 -836.204.881
2008 1.465.776.204 2.388.997.500 -923.221.296
2009 1.628.039.695 2.711.076.606 -1.083.036.912
2010 1.746.732.913 2.956.088.791 -1.209.355.878
2011 2.019.870.839 3.310.507.812 -1.290.636.973
2012 2.293.288.325 3.833.042.369 -1.539.754.044
2013 2.424.477.466 4.762.794.231 -2.338.316.765
2014 2.612.579.138 5.325.071.331 -2.712.492.193
2015 3.018.816.915 6.224.870.488 -3.206.053.573
2016 3.332.353.202 7.059.439.002 -3.727.085.800
2017 3.362.601.343 8.031.264.873 -4.668.663.530
2018 3.576.274.000 8.569.729.846 -4.993.455.846

Observa-se que o déficit do IPREM tem aumentado substancialmente em anos


recentes em virtude do aumento das despesas associadas com aposentadorias e
pensões, sem o mesmo aumento proporcional da receita de contribuições (patronal e
do servidor). Como ilustração deste fato, houve déficit de R$ 744,39 milhões em 2006,
ao passo que o referido déficit chegou a R$ 4,66 bilhões em 2017. Além do déficit ser
6,27 vezes maior em relação ao exercício de 2006, nota-se uma tendência crescente
desses desequilíbrios financeiros, o que nos leva a questionar o impacto do atual
sistema de previdência municipal na sustentabilidade fiscal do Município, uma vez que
o déficit do IPREM está totalmente relacionado ao déficit do RPPS6. Como
consequência desses déficits, à medida que mais recursos do tesouro municipal são
alocados para pagamentos de aposentadorias e pensões, menos recursos poderão
ser direcionados para a provisão de bens e serviços públicos essenciais à população,
tais como investimentos em educação, saúde, segurança pública, infraestrutura
urbana, entre outros. Como foi ressaltado antes, considerando o art. 1-A, § 1º da Lei

6
Devido à magnitude dos valores envolvidos, considerando que o IPREM administra o RPPS, e o seu
custeio é uma parcela ínfima do gasto total do IPREM, pode-se inferir que o déficit do IPREM está
totalmente relacionado ao déficit do RPPS.

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Federal nº 9.717/98, a Prefeitura de São Paulo é a responsável pela cobertura de


eventuais insuficiências financeiras decorrentes do pagamento de benefícios
previdenciários.

Outra estatística importante a respeito da sustentabilidade desses déficits está


relacionada com o total da despesa de pessoal do Município de São Paulo. Como
pode ser observado na Tabela 2, o total da despesa com pessoal foi de R$ 5,9 bilhões
em 2006. Já em 2017, o valor passa para R$ 17,46 bilhões, valor 2,95 vezes maior.
Ressalta-se que a despesa com pessoal para fins de apuração dos limites
estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, inciso VI do § 1º do art. 19,
não inclui o pessoal inativo. Outra estatística fiscal muito importante que está
relacionada com a sustentabilidade do Tesouro Municipal em suportar os déficits
financeiros do RPPS ao longo do tempo é a receita corrente líquida – RCL7.

Tabela 2 – Evolução da Despesa de Pessoal e Receita Corrente Líquida


(RCL) do Município de São Paulo
Var (%) - Desp. Pessoal Var (%) - RCL
Desp. Pessoal
Ano RCL - (B) % (A/B) Ano a Acumulada Acumulado Ano a Acumulada Acumulada
(para fins LRF) (A)
Ano desde 2003 desde 2008 Ano desde 2003 desde 2008

2003* 4.774.062.630 10.650.637.000 44,82%


2004** 5.453.094.446 13.334.654.671 40,89% 14,2% 14,2% 25,2% 25,2%
2005 5.647.099.117 14.180.428.637 39,82% 3,6% 18,3% 6,3% 33,1%
2006 5.906.062.069 16.756.495.018 35,25% 4,6% 23,7% 18,2% 57,3%
2007 6.541.672.692 18.582.357.325 35,20% 10,8% 37,0% 10,9% 74,5%
2008 7.444.117.306 20.815.916.789 35,76% 13,8% 55,9% 12,0% 95,4%
2009 7.989.685.099 21.902.413.349 36,48% 7,3% 67,4% 7,3% 5,2% 105,6% 5,2%
2010 8.665.184.205 25.504.557.374 33,98% 8,5% 81,5% 16,4% 16,4% 139,5% 22,5%
2011 9.701.098.108 29.145.784.577 33,28% 12,0% 103,2% 30,3% 14,3% 173,7% 40,0%
2012 10.817.621.405 32.163.698.853 33,63% 11,5% 126,6% 45,3% 10,4% 202,0% 54,5%
2013 12.154.852.150 34.716.829.359 35,01% 12,4% 154,6% 63,3% 7,9% 226,0% 66,8%
2014 13.437.167.338 37.608.441.649 35,73% 10,5% 181,5% 80,5% 8,3% 253,1% 80,7%
2015 15.082.492.576 43.668.188.528 34,54% 12,2% 215,9% 102,6% 16,1% 310,0% 109,8%
2016 16.562.486.994 42.815.646.594 38,68% 9,8% 246,9% 122,5% -2,0% 302,0% 105,7%
2017*** 17.465.589.060 47.299.768.961 36,93% 5,5% 265,8% 134,6% 10,5% 344,1% 127,2%

* - Fonte: Diário Oficial - pgs 49/50 - 30/01/2004


** - Dados de Maio/2004 a Abril/2005 - Fonte: Secretaria Municipal da Fazenda – PMSP
*** Fonte: Diário Oficial 30/01/2018

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A definição de RCL é dada pelo Inciso IV do art. 2º da Lei Complementar 101 de 2000, Lei de
Responsabilidade Fiscal.

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Nota Técnica nº 1/2018 Consultoria Técnica de Economia e Orçamento

A Tabela 2 também mostra o peso da despesa com pessoal em relação à RCL. Por
exemplo, o percentual dessa despesa foi de 35,25% em 2006 a 36,93% em 2017.
Comparando esses percentuais com o limite de 60% estabelecido pela LRF para os
municípios, fica a impressão de que não há estrangulamento das contas públicas do
Município de São Paulo em virtude da política de pessoal em período recente8.
Ressalte-se que o valor do déficit financeiro do RPPS faz parte do computo das
despesas com pessoal.

2. Síntese da propositura e aspectos relevantes

Em função dos déficits financeiros do RPPS municipal apresentados anteriormente,


como também da crise fiscal pela qual passam, atualmente, a União e vários entes da
federação, o Executivo Municipal encaminhou o aditivo ao PL 621/2016 no final do
ano passado. A mensagem aditiva ao PL 621/2016 refere-se a:

I -) reorganização e capitalização do Regime Próprio de Previdência Social – RPPS


com a instituição de medidas voltadas ao equilíbrio financeiro e atuarial do regime e a
definição de formas do respectivo financiamento;

II-) criação do Regime de Previdência Complementar – RPC, fixando o limite máximo


para a concessão de aposentadorias e pensões pelo Regime Próprio de Previdência
Social;

III-) autorização para a criação de entidade Fechada de Previdência Complementar no


Município de São Paulo;

IV-) reestruturação do Instituto de Previdência Municipal de São Paulo – IPREM;

V-) criação do Quadro de Profissionais de Gestão Previdenciária – QPGP;

VI-) extinção de cargo.

De uma maneira geral, a propositura em tela visa tornar o sistema previdenciário


solvente a longo prazo, como também menos dependente do orçamento corrente de
cada ano. Para isto, o Executivo propõe duas grandes reformas na folha de
8
Ver inciso III do art. 19 da LRF.

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Nota Técnica nº 1/2018 Consultoria Técnica de Economia e Orçamento

pagamentos de inativos e pensionistas: uma reforma que podemos nomear de


estrutural, que visa alterar o modo de financiamento do RPPS e uma reforma
administrativa do IPREM. A reforma estrutural do RPPS municipal visa alterar o regime
financeiro de repartição para um regime de capitalização. Neste sistema, a folha de
inativos e pensionistas passa a ser financiada predominantemente mediante poupança
previamente acumulada pelos servidores em conjunto com as contribuições patronais.
A fim de que isto seja possível, sem desencadear um custo de transição elevado, a
propositura estabelece a segregação de massas e a instituição do Regime de
Previdência Complementar - RPC.

Segregação de massas

A segregação de massas consiste na divisão dos segurados em dois grupos: O


primeiro composto pelos servidores aposentados e pensionistas, bem como o pessoal
ativo com maior tempo de contribuição. Já o segundo, formado pelos servidores ativos
com menor tempo de contribuição, bem como dos aposentados e pensionistas
decorrentes desses servidores com menor tempo de contribuição. Esta geração de
servidores, em tese, contaria com tempo suficiente para acumular poupança a fim de
financiar suas pensões. Consoante os termos da propositura, o grupo com maior
tempo de contribuição será alocado no “Plano Financeiro”, e o segundo, no “Plano
Previdenciário”. Os segurados do Plano Financeiro estarão associados ao Fundo
Financeiro – FINAN. Já os segurados do Plano Previdenciário estarão vinculados ao
Fundo Previdenciário – FUNPREV. O que diferencia um fundo do outro é que o FINAN
continua sendo financiado pelo sistema de repartição simples, ao passo que o
FUNPREV será financiado por sistema de capitalização, mediante acumulação de
ativos acumulados dos segurados, como também de aporte de “bens, direitos, e ativos
de que sejam titulares os Órgãos e Entidades vinculados ao RPPS nos termos do
artigo 249 da Constituição Federal, observados os critérios e preceitos constantes no
artigo 6º da Lei Federal nº 9.9717/1998”.

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Nota Técnica nº 1/2018 Consultoria Técnica de Economia e Orçamento

Na terminologia da propositura, o regime financeiro do FUNPREV será o “Regime


Financeiro de Acumulação de Reservas, admitindo Regime de Capitais de
Cobertura”9. Uma vez aprovada a segregação de massas, ceteris paribus, a tendência
é que haja um desequilíbrio financeiro maior no curto prazo, mas com benefícios
expressivos a longo prazo. A fonte do aumento do déficit financeiro no curto prazo é a
seguinte: a receita de contribuição dos segurados vinculados ao FUNPREV deixa de
financiar os atuais aposentados e pensionistas do RPPS, uma vez que esses recursos
deverão ajudar a financiar os segurados do FUNPREV, que é baseado em um modelo
de capitalização. A consequência imediata, tudo o mais constante, é o aumento do
déficit do FINAN. Como salienta Caetano (2010), a segregação de massas é
importante porque:

Essa estratégia reduz o custo de transição, pois ainda se utiliza a


contribuição das gerações mais antigas para o financiamento dos
benefícios do primeiro grupo. Não ocorre a perda total de
arrecadação por parte do ente público tal como se daria em uma
transição imediata e integral para a capitalização. O ente deixa de
arrecadar somente as contribuições do segundo grupo, as quais se
converterão em ativos financeiros que serão utilizados no futuro para
o pagamento dos benefícios previdenciários deste segundo grupo.
Embora se reconheça a relevância do custo de transição, recomenda-
se a adoção desta política por esta ser um modo de tornar o sistema
previdenciário independente do orçamento do governo no longo prazo
(CAETANO, 2010, p. 14).

É importante ressaltar que tanto o FINAN como o FUNPREV são fundos com a
finalidade de administrar e prover recursos para o pagamento dos benefícios
previdenciários na modalidade de benefício definido. Como ressaltado antes nesta
nota técnica, o valor do benefício previdenciário em um modelo do tipo benefício
definido é definido a priori, com proventos de aposentadoria assegurados na
Constituição Federal (§ 3º, art. 40) e disciplinado pela Lei Federal nº 10.887/2004,
correspondendo a 80% de todo o período contributivo.

9
Consoante a Portaria MPS nº 403/2008, o Regime Financeiro de Repartição de Capitais de Cobertura é
um regime “em que as contribuições estabelecidas no plano de custeio, a serem pagas pelo ente
federativo, pelos servidores ativos e inativos e pelos pensionistas, em um determinado exercício, sejam
suficientes para a constituição das reservas matemáticas dos benefícios iniciados por eventos que
ocorram nesse mesmo exercício, admitindo-se a constituição de fundo previdencial para oscilação de
risco”.

11
Nota Técnica nº 1/2018 Consultoria Técnica de Economia e Orçamento

Regime de Previdência Complementar (RPC)

Outra importante inovação trazida à baila pela propositura em tela é a instituição do


Regime de Previdência Complementar - RPC, de caráter facultativo, visando a
complementação da parcela do benefício previdenciário que exceder o valor do teto do
RGPS, cujo valor atual é de R$ 5.645,8010. Com a previdência complementar para os
servidores, haverá uma partilha de risco entre o ente e o segurado. A Prefeitura
assumirá os riscos previdenciários até o limite do teto do RGPS. Entretanto, para a
parcela que superar o referido teto, serão os próprios servidores que assumirão os
riscos. Trata-se, portanto de uma proposta que introduz novo compartilhamento de
risco entre servidores e contribuintes. Importante ressaltar que o plano de benefícios
do RPC será o resultado de um sistema de capitalização em que a alíquota de
contribuição do patrocinador ao RPC não poderá exceder à do participante ativo, e
não poderá ultrapassar o percentual de 7,5%. Para viabilizar o RPC do ponto de vista
institucional, a propositura autoriza a criação da Fundação de Previdência
Complementar dos Servidores Públicos do Município de São Paulo – SAMPAPREV,
entidade fechada de previdência complementar – EFPC, com a finalidade de gerir e
executar o plano de benefícios. Este plano de benefícios será estruturado na
modalidade de contribuição definida, ou seja, o valor do benefício previdenciário será
determinado em função das contribuições realizadas pelo participante, do tempo de
contribuição e da rentabilidade obtida. Portanto, neste caso, o participante assume
todos os riscos atuariais, e não o ente público. Não obstante os maiores riscos
atuariais assumidos pelo participante, Caetano (2010) ressalta que:

Esta é uma boa política, visto que cria uma transição para um sistema
de capitalização e também estabelece tratamento diferenciado para
distintos níveis de renda. Aqueles que ganham além do teto do RGPS
terão suas aposentadorias e pensões calculadas por contribuição
definida para o montante do benefício que exceda aquele teto
(CAETANO, 2010, p. 14).

10
http://www.previdencia.gov.br/2018/01/beneficios-indice-de-reajuste-para-segurados-que-recebem-
acima-do-minimo-e-de-207-em-2018/

12
Nota Técnica nº 1/2018 Consultoria Técnica de Economia e Orçamento

Ponto importante a ser lembrado é que os servidores que ingressarem após a


instituição do RPC terão necessariamente seus benefícios limitados ao teto do RGPS.
Como destacado por Caetano (2008):

Trata-se de uma importante iniciativa em direção à harmonização das


regras previdenciárias dos trabalhadores do setor privado e do
serviço público, em especial ao se considerar que os planos de
benefícios devem se restringir à modalidade de contribuição definida.
Essa característica fará com que o risco do regime previdenciário do
serviço público se compartilhe do seguinte modo: até o teto do RGPS
caberá ao ente da federação assumir os riscos atuariais. Para os
valores que excederem o teto do RGPS, caberá a assunção dos
riscos (CAETANO,2008, p.123).

Ampliação da alíquota de contribuição

Ponto polêmico da propositura e que tem provocado grande repercussão após a


divulgação do referido aditivo ao PL é o aumento da alíquota básica de contribuição,
de 11% para 14%. Além disso, o projeto estabelece alíquota suplementar de acordo
com a seguinte tabela:

Alíquota Base 14%


Alíquota Suplementar Máxima 5%

Tabela 3 – Faixas de Remuneração para as Alíquotas Suplementares


Percentuais da
Alíquota Parcela
Alíquota Faixas de Vencimentos
Suplementar Adicional
Suplementar
0 0 1.132,50 0,00% R$ -
20% 1.132,50 2.265,00 1,00% R$ 11,33
40% 2.265,00 3.397,50 2,00% R$ 22,65
60% 3.397,50 4.530,00 3,00% R$ 33,98
80% 4.530,00 5.662,50 4,00% R$ 45,30
100% 5.662,50 5,00%

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Nota Técnica nº 1/2018 Consultoria Técnica de Economia e Orçamento

A tabela acima reflete as disposições normativas propostas elencadas a seguir. A


base de contribuição dessa alíquota suplementar será, para os servidores ativos
vinculados ao Plano Financeiro, a mesma definida no art. 5º da propositura (de 14%)
e, para os aposentados e pensionistas, a alíquota incidirá sobre a totalidade dos
proventos de aposentadorias e pensões. A alíquota suplementar será progressiva,
com aplicação de percentual da alíquota total, de acordo com as seguintes faixas de
vencimentos e proventos:

i) Isento até o valor da menor remuneração bruta mensal dos servidores


públicos municipais, estabelecido no inciso I do art. 5º, da Lei nº 15.774 de
29 de maio de 2013 e suas alterações posteriores;
ii) 20% da alíquota total sobre a parcela que exceder ao valor da menor
remuneração bruta mensal dos servidores públicos municipais até duas
vezes o teto no inciso I;
iii) 40% da alíquota total sobre a parcela que exceder duas vezes o valor da
menor remuneração bruta mensal dos servidores públicos municipais até
três vezes o valor indicado no inciso I;
iv) 60% da alíquota total sobre a parcela que exceder três vezes o valor da
menor remuneração bruta mensal dos servidores públicos até quatro vezes
o teto do inciso I;
v) 80% da alíquota total sobre a parcela que exceder quatro vezes o valor da
menor remuneração bruta mensal dos servidores públicos até cinco vezes o
teto do inciso I;
vi) 100% da alíquota total sobre a parcela que exceder cinco vezes o valor da
menor remuneração bruta mensal dos servidores públicos municipais.

Outro elemento importante a ser ressaltado é que o Poder Executivo terá poder
discricionário de alterar a alíquota de contribuição, dentro de certos limites, sem
necessidade de lei específica, mediante justificativa técnica. A tabela apresentada
anteriormente pode ser sintetizada da maneira abaixo:

14
Nota Técnica nº 1/2018 Consultoria Técnica de Economia e Orçamento

Tabela 4 – Alíquotas de Contribuição


Faixa de Renda (salário de contribuição) Alíquota
Previdenciária
Total
0 ---------------------| R$ 1.132,50 14%
R$ 1.132,50 -------| R$ 2.265,50 15%
R$ 2.265,50 -------| R$ 3.397,50 16%
R$ 3.397,50 -------| R$ 4.530,00 17%
R$ 4.530,00 -------| R$ 5.662,50 18%
Valor maior que R$ 5.662,50 19%

Aporte de recursos para o RPPS

De acordo com o art. 23 da propositura, o Poder Executivo destinará patrimônio


imobiliário e demais bens e direitos ao FUNPREV, até o montante total que
corresponda ao passivo atuarial do Plano Financeiro. Após a efetiva transferência e
contabilização dos bens e direitos do patrimônio do FUNPREV, o IPREM poderá
transpor Segurados do Plano Financeiro para o Plano Previdenciário até o valor
correspondente às respectivas reservas matemáticas necessárias à cobertura dos
benefícios associados a estes Segurados, garantindo-se Índice de Cobertura11 no
mínimo de 1,02. Outras importantes medidas propostas relacionadas à capitalização
do RPPS são as elencadas a seguir. Segundo o art. 27, fica o Poder Executivo
autorizado a ceder ao FUNPREV 50% do Fluxo Livre da Dívida Ativa do Município de
São Paulo que vier a ser recebido até 31 de dezembro de 2092. Essa cessão não
compreende os valores referentes aos honorários advocatícios. Finalmente, o artigo
28 autoriza o Município a ceder, de forma onerosa e para fins de securitização, os
fluxos financeiros livres decorrentes de créditos inadimplidos inscritos ou não em
dívida ativa, de natureza tributária ou não, que estejam com parcelamento em vigor ou
não, e que não estejam com exigibilidade suspensa, bem como as demais receitas
decorrentes de sua atuação.

11
Indicador de cobertura do passivo atuarial: esse indicador indica a capacidade do RPPS em cumprir
com os benefícios prometidos, comparando-se os recursos garantidores com as obrigações de longo
prazo. Portanto, o cálculo do indicador é obtido por meio da divisão entre os ativos garantidores e o
passivo atuarial.

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Nota Técnica nº 1/2018 Consultoria Técnica de Economia e Orçamento

Nova estrutura organizacional para o IPREM

Há um conjunto de ações administrativas que um ente pode fazer sem a necessidade


de aprovação de leis federais, com vista à melhor gestão do seu RPPS. Entre as
principais ações administrativas nesta categoria, destacam-se: auditoria da folha de
pagamentos; correção das inconsistências de dados (que pode, por exemplo,
transformar uma pensão temporária em vitalícia); melhor gestão da compensação
previdenciária entre o RGPS e o RPPS municipal; cruzamento da base de dados do
ente contra as do governo federal; entidade gestora única para o RPPS; certificado
de regularidade previdenciária (CRP), entre outras. A propositura em tela visa
justamente aprimorar a gestão do RPPS municipal. Nesta nota técnica não entraremos
em detalhes sobre a proposta de reorganização do IPREM, uma vez que foge do
escopo de competência desta consultoria. Entretanto, como ressaltou Marcelo
Caetano, a proposta de uma nova organização do IPREM obedece à seguinte
rationale:

Atualmente, muitos estados e municípios administram seus RPPS de


forma fragmentada. É usual a organização do trabalho de tal forma
que cada poder – Executivo, Legislativo e Judiciário – apresenta
processo independente de concessão e manutenção de benefícios de
aposentadoria e pensões. Mesmo dentro do Poder Executivo, há
vários casos em que as aposentadorias são concedidas e mantidas
por órgãos distintos dos que concedem a mantêm a pensão por
morte. A criação de uma entidade gestora única para o RPPS amplia
os ganhos obtidos por meio das economias de escala e sinergias em
decorrência do fim da execução das mesmas tarefas por diferentes
equipes. Ademais, a fragmentação torna o RPPS mais suscetível a
fraudes (CAETANO, 2010, p. 11).

3. Análise CTEO sobre estudos previdenciários – FIPE, Vesting


e Sec. Mun. de Gestão

3. 1 Considerações sobre os Estudos Previdenciários – FIPE e Vesting

A consultoria Vesting, no “Estudo atuarial de cenários para equacionamento do déficit


financeiro e atuarial” (2017) estimou o passivo atuarial do regime de previdência

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Nota Técnica nº 1/2018 Consultoria Técnica de Economia e Orçamento

municipal em R$ 151,5 bilhões no cenário base (sem a adoção de qualquer medida).


O déficit atuarial indica, em valores presentes, a insuficiência de cobertura do
patrimônio do plano frente ao valor das obrigações futuras do plano. A avaliação
realizada pela Vesting é referente à posição 31/12/2016.

Com os dados elaborados pela Vesting, a FIPE (“Estudo sobre o Regime Próprio de
Previdência Social (RPPS) dos Servidores Públicos da Prefeitura do Município de São
Paulo, 2017) recalculou o déficit atuarial a partir da exclusão do ano de 2017 e
inclusão de 2092. Como resultado o déficit atuarial estimado pela FIPE foi de
R$ 155,7 bilhões.

O estudo da FIPE, também, mensura o impacto atuarial de cada uma das medidas
propostas no PL621/2016 para solucionar o déficit atuarial. A Tabela 1 apresenta os
ganhos com cada medida, bem como uma estimativa dos resultados que poderão ser
obtidos com a reforma previdenciária federal e a adoção de medidas de gestão:

Tabela 1 - Passivo Atuarial e Impacto das Medidas

Impacto em % do
Medidas Atuarial Passivo
Passivo Estimado - Cenário Base 155.692,88 100%

Reforma Previdenciária do Governo Federal -46.707,87 30,0%


Dívida Ativa (aporte de 50% do Fluxo) -46.828,46 30,1%
Elevação das Alíquotas para 14% + 28% -21.056,27 13,5%
- Elevação da Alíquota para 14% -8.976,25 5,8%
Previdência Complementar (com adesão de
antigos) -18.015,37 11,6%
- Previdência Complementar -16.404,13 10,5%
- Adesão dos antigos à prev. Complementar -1.611,24 1,0%
Criação da Alíquota Suplementar de até 5% -7.197,03 4,6%
Venda de Imóveis -20.834,58 13,4%
Ações de Melhoria de Gestão -4.895,53 3,1%
Fonte: FIPE, Estudo sobre o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) dos Servidores Públicos da
Prefeitura do Município de São Paulo, páginas 57 a 59.

Conforme os dados da tabela, as medidas que recaem sobre os servidores


ativos e inativos (alíquota de 14% e alíquota suplementar de até 5%) tem pouco
impacto sobre o déficit atuarial. Apesar da maior resistência que poderão sofrer
entre os servidores atuais, as duas medidas somadas reduziriam o déficit em
apenas 10,4%. Além disso, a medida onera todos os atuais servidores, sendo que

17
Nota Técnica nº 1/2018 Consultoria Técnica de Economia e Orçamento

grande parte do déficit atuarial projetado deve-se a um passivo acumulado no


passado, no qual ainda havia alguns benefícios, como integralidade e paridade, aos
quais os novos servidores não tem mais direto desde 2003. O estudo atuarial da
Vesting revela que, no cenário base, o déficit atuarial da geração futura (em 75 anos) é
de apenas R$ 6,0 bilhões (página 60). A alíquota de contribuição previdenciária de
12,5% para o servidor (e 25,0% patronal) seria suficiente para zerar o déficit sem
qualquer outra medida adicional (e sem reforma da previdência federal).

Das medidas sugeridas, duas respondem por mais de 60,0% da redução do


déficit atuarial e nenhuma delas refere-se, propriamente, à alteração da
legislação previdenciária municipal. Trata-se da PEC 287/2016 e da utilização de
recursos da dívida ativa. A FIPE estima que a reforma previdenciária federal
(PEC 287/2016) reduzirá o déficit atuarial em 30,0%, e que o aporte de 50% do
fluxo futuro da dívida ativa nos próximos 75 anos o reduza em 30,1%.
As principais mudanças propostas na PEC são: a elevação da idade mínima para
obtenção de aposentadoria; mudança na regra de cálculo do benefício, que será
integral apenas com 40 anos de contribuição; estabelecimento de regras mais rígidas
para aposentadorias especiais; redução da diferença de idade de aposentadoria entre
homens e mulheres; igualdade de critérios para professores, independente do gênero;
e mudança na regra de cálculo e limitação à acumulação de pensão com
aposentadoria.
A grande parte dos servidores do município de São Paulo tem acesso a regras de
aposentadoria antecipadas, tendo em vista o contingente de professores, profissionais
de saúde e guardas municipais. Além disso, mais de 70% dos servidores são
mulheres que se aposentam com 5 anos a menos de idade e de tempo de contribuição
que os homens. Com a reforma previdenciária, FIPE acredita que uma parcela
considerável do déficit será reduzida.
O estudo avalia que “essas mudanças devem causar uma redução substancial do
déficit atuarial dos RPPS de todos os entes, mas especialmente em Municípios, tendo
em vista que a grande maioria tem critério diferenciado de aposentadoria e esses são
os benefícios mais afetados pela PEC”.

A instituição do regime de previdência complementar diminuiria o passivo


atuarial em 11,6%. O regime limitaria o benefício dos novos servidores ao teto do
Regime Geral de Previdência Social (RGPS) equivalente a R$ 5,6 mil e desestimularia
aposentadorias precoces, por ser um modelo de contribuição definida e não de
benefício definido. Esse percentual de impacto atuarial compreende a possiblidade de

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Nota Técnica nº 1/2018 Consultoria Técnica de Economia e Orçamento

adesão dos antigos servidores à previdência complementar. O impacto atuarial sem a


adesão de antigos servidores seria de 10,5%.

As medidas que elevam a contribuição dos servidores atuais apresentam pouco


impacto atuarial. O aumento da alíquota de contribuição previdenciária dos
servidores de 11% para 14% reduziria o déficit atuarial em apenas 5,8%. A
ampliação da contribuição patronal da prefeitura de 22% para 28% concomitante à
ampliação da alíquota dos servidores reduz o déficit em 13,5%. No entanto, vale
ressaltar que a maior parte (7,8%) desse percentual trata-se de contribuição patronal,
ou seja, recursos da própria prefeitura.

A implementação de alíquotas suplementares de até 5% do salário de


contribuição do servidor poderia diminuir o passivo atuarial em 4,6%, percentual
próximo ao que poderia ser obtido a partir de ações de melhoria de gestão.
Segundo a FIPE, melhoria na gestão poderia ter impacto na redução de
despesas e/ou aumento de receitas em 3,1% do passivo atuarial. O estudo
destaca três pontos mais relevantes: compensação previdenciária com o RGPS;
conformidade da folha de pagamentos de ativos, aposentados e pensionistas; e
pagamentos do PASEP.

3.2 Considerações sobre a apresentação “Aposentadoria Garantida –


Alternativas Sustentáveis” – Sec. Mun. de Gestão

Entre os principais pontos apresentados pela Secretaria Municipal de Gestão, o mais


alarmante é a previsão de que o déficit previdenciário atinja o valor de
R$ 20,8 bilhões no ano de 2025. Abaixo, reproduz-se o gráfico da apresentação:

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Nota Técnica nº 1/2018 Consultoria Técnica de Economia e Orçamento

O gráfico exibe a evolução do déficit previdenciário conjuntamente com as receitas de


contribuições (patronais e dos servidores) de 2008 a 2017 e suas projeções até 2025.
Conforme se pode depreender da dinâmica de 2008 a 2017, os valores exibidos são
nominais (valores correntes de cada ano). Segundo a projeção, o déficit cresceria
de R$ 5,8 bilhões, em 2018, para R$ 20,8 bilhões, em 2025. No entanto, esses
valores projetados não encontram qualquer correspondência com os obtidos em
outros estudos para o mesmo período.
O estudo da FIPE (“Estudo sobre o Regime Próprio de Previdência Social - RPPS dos
Servidores Públicos da Prefeitura do Município de São Paulo”, 2017) estima, para
2025, um déficit de R$ 10,5 bilhões, quase metade do montante apresentado pela
Sec. Municipal de Gestão. O Demonstrativo de Resultados da Avaliação Atuarial –
DRAA (base dezembro/2016) elaborado pela Consultoria Vesting projeta também um
déficit previdenciário para 2025, significativamente, inferior: R$ 7,1 bilhões.

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Nota Técnica nº 1/2018 Consultoria Técnica de Economia e Orçamento

Projeções – Déficit Previdenciário – 2018 a 2025


em R$ bilhões
Sec. Gestão FIPE Vesting
ano (DRAA2016)
2018 5,8 4,7 4,2
2019 7,0 4,8 4,1
2020 8,4 6,6 5,4
2021 10,0 7,6 6,0
2022 12,0 8,4 6,3
2023 14,5 9,0 6,6
2024 17,4 9,8 6,8
2025 20,8 10,5 7,1
Fonte: Vesting – Demonstrativo de Resultados da Avaliação Atuarial - DRAA2016.
FIPE, Estudo sobre o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) dos Servidores Públicos da
Prefeitura do Município de São Paulo, página 60.

O déficit estimado pela FIPE embute hipótese de inflação de 4% ao ano. O déficit


projeto pela Vesting inclui hipótese de crescimento salarial. Se, adicionalmente,
incluirmos a hipótese de inflação anual de 4%, o déficit corrigido seria de
R$ 9,7 bilhões, ainda muito distante do valor estimado pela Sec. de Gestão.
Além da diferença entre o valor do déficit previdenciário projetado, a apresentação da
Sec. Mun. de Gestão destaca também o crescimento do déficit em porcentagem da
Receita Corrente Líquida - RCL. Conforme o gráfico já apresentado, em 2017, o
valor do déficit previdenciário correspondeu a 11% da RCL do ano. Para 2025, a
Sec. Mun. de Gestão projeta que o déficit venha a representar 32% da RCL.
Novamente, esse percentual não encontra paralelo nos estudos da FIPE e da
Vesting.

Projeções – Déf. Previdenciário em % da RCL – 2018 a 2025


em R$ bilhões
Vesting Sec.
FIPE
ano (DRAA2016) Gestão
2018 9,3% 8,3% 13%
2019 8,9% 7,6% 14%
2020 11,4% 9,4% 17%
2021 12,4% 9,8% 19%
2022 12,8% 9,6% 21%
2023 12,9% 9,4% 25%
2024 13,1% 9,1% 28%
2025 13,2% 8,9% 32%
Fonte: Vesting – Demonstrativo de Resultados da Avaliação Atuarial - DRAA2016.
FIPE, Estudo sobre o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) dos Servidores Públicos da
Prefeitura do Município de São Paulo, página 60.
Nota: As RCLs foram projetadas aplicando a taxa de crescimento do PIB e a taxa de crescimento do
IPCA esperadas para cada ano, de acordo com Focus Series do Banco Central do Brasil do dia
16/02/2018.

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Nota Técnica nº 1/2018 Consultoria Técnica de Economia e Orçamento

Os déficits projetados pela FIPE e Vesting atingem, respectivamente, 13,2% e 8,9% da


RCL em 2025. Apesar dos estudos da FIPE e Vesting não fazerem projeções para a
RCL, podemos estimá-la, conservadoramente, com a hipótese que venha a crescer
nominalmente a mesma taxa de crescimento do Produto Interno Bruto – PIB
atualizado pela taxa de inflação - IPCA (fonte: Focus Series/BCB 16/02/2018).

Outro ponto destacado pela Secretaria Municipal de Gestão é a expressiva redução do


déficit previdenciário que o aumento das alíquotas de contribuição dos servidores
geraria. O PL 621/2016 propõe aumentar a alíquota de 11% para 14% e cria uma
alíquota suplementar que varia de acordo com remuneração do servidor. Conforme
tabela da apresentação (abaixo), em 8 anos haveria redução do déficit em mais de
R$ 21 bilhões.

22
Nota Técnica nº 1/2018 Consultoria Técnica de Economia e Orçamento

No entanto, para chegar no valor de R$ 21,421 bilhões de redução, a Sec. Mun. de


Gestão, equivocadamente, somou R$ 13,9 bilhões de receita gerada pela alíquota de
11%, que não representa uma receita adicional. Assim, a redução real do déficit
gerada pelo o aumento de alíquota seria, em 8 anos, significativamente menor, de
R$ 7,496 bilhões.

Por fim, em suas estimativas quanto à evolução da receita e despesa do município, a


Secretaria Municipal de Gestão projeta um crescimento da Receita Corrente
Líquida de 5% ao ano e um crescimento da Despesa Total com Pessoal de 10% ao
ano, de acordo, segundo ela, com a média do período (2009 a 2017).
Entretanto, no período 2009 a 2017 o crescimento da Receita Corrente Líquida foi
de 100,9%, portanto de 9,1% ao ano em média. Enquanto que o crescimento da
Despesa Total com Pessoal foi de 116,5%, ou 10,1% ao ano em média.
Assim, é necessário refazer a projeção de crescimento da receita considerando a
média efetivamente calculada do período de 9,1%.
Neste caso, o valor percentual da Despesa Total com Pessoal sobre a Receita
Corrente Líquida cresceria a uma taxa bem menor, atingindo 43% em 2025 – um
aumento de apenas quatro pontos percentuais acima do ano passado.

Gastos com folha de pagamento (ativos e inativos)

23
Nota Técnica nº 1/2018 Consultoria Técnica de Economia e Orçamento

3.3 Alíquota de contribuição previdenciária que iguala os valores presentes


esperados das contribuições e aposentadorias

Em termos analíticos, há equilíbrio atuarial para os servidores, tomados


individualmente, se o valor presente esperado do fluxo das contribuições feitas por
cada servidor ao longo da sua vida ativa, devidamente descontado a uma taxa de
juros real, é estritamente igual ao valor presente esperado do fluxo das aposentadorias
a serem recebidas após a passagem para a inatividade.

Conforme modelagem de Giambiagi e Afonso (2009), a alíquota de equilíbrio atuarial


pode, de forma simplificada, ser calculada pela equação:

Equação 1:

(1 + 𝑤)0,2𝑇 1 (1 + 𝑖)𝑁 − 1 (𝑖 − 𝑤)
𝑐= ((1 + 𝑤)0,8𝑇 − 1) ( 𝑁 )
0,8𝑤𝑇 𝑖 (1 + 𝑖) (1 + 𝑖)𝑇 − (1 + 𝑤)𝑇

na qual: c = alíquota previdenciária que iguala os valores presentes das contribuições


e aposentadorias (representa a soma da alíquota de contribuição patronal e dos
servidores);
w = taxa anual real de crescimento médio dos salários sobre os quais incide
a alíquota;
i = taxa anual de juros (%)
T = nº de anos de contribuição (em média);
N = nº de anos de recebimento de aposentadoria (em média)

A fórmula expressa na Equação (1) refere-se à alíquota total, ou seja, soma das
alíquotas de contribuição patronal e de contribuição do servidor. A variável (c)
representa a alíquota que iguala o valor das contribuições ao longo da vida ativa do
servidor (período de T anos) ao valor dos benefícios recebidos pelo servidor (período
de N anos), ambos trazidos a valor presente a um taxa de juros de i% ao ano.
Importante destacar que a modelagem descreve um sistema previdenciário, em que as
aposentadorias correspondem a um valor igual à média dos 80% maiores salários de
contribuição, regra na qual se encontram os servidores ingressantes do sistema desde
2003.

A partir dos dados apresentados no estudo da consultoria Vesting “Estudo atuarial de


cenários para equacionamento do déficit financeiro e atuarial” (2017) é possível extrair

24
Nota Técnica nº 1/2018 Consultoria Técnica de Economia e Orçamento

valores para as variáveis que compõem a Equação (1). Na medida em que o estudo
da Vesting separa os servidores, conforme as regras de aposentadoria diferenciada,
por sexo e grupo de carreira, (professor, profissional da saúde, guarda civil e demais),
apresentamos os resultados também divididos por sexo e grupo de carreira, bem
como pela média global dos servidores.

Alíquotas de Contribuição Previdenciária de Equilíbrio – por Sexo / Grupos de Carreira


Taxa de Taxa de Tempo de Tempo de Alíquota de Contribuição
Sexo / Grupos juros %a.a Crescimento contribuição - recebimento - Equilíbrio Servidor
(i) Salarial (w) em anos (T) em anos (N) (c) (c/3)
Média Global 5,0% 3,2% 25,7 31,2 36,6% 12,2%
Professor - Homem 5,0% 4,0% 26,1 27,2 34,7% 11,6%
Professora - Mulher 5,0% 4,0% 23,2 34,6 45,7% 15,2%
Saúde - Homem 5,0% 2,0% 28,5 26,3 26,9% 9,0%
Saúde - Mulher 5,0% 2,3% 24,2 32,8 39,2% 13,1%
Guarda Municipal - Homem 5,0% 3,4% 29,0 28,9 29,4% 9,8%
Guarda Municipal - Mulher 5,0% 3,3% 24,5 36,5 41,8% 13,9%
Demais Grupos - Homem 5,0% 2,5% 31,5 23,8 22,3% 7,4%
Demais Grupos - Mulher 5,0% 2,5% 26,2 30,9 34,1% 11,4%
Fonte dos Dados: Vesting “Estudo atuarial de cenários para equacionamento do déficit financeiro e atuarial” (2017). Quadro 1 - Ativos –
Estatísticas Básicas, por Sexo – Posição: 31/12/2016 – pág. 6 e Quadro 35 - Perfis dos novos servidores (geração futura) – pág. 57.

Os resultados exibidos na tabela foram obtidos utilizando as mesmas hipóteses de


taxas de juros, taxa de crescimento salarial, tempo de contribuição, bem como a
mesma tábua biométrica adotada (BR-EMSsb-v.2010) para a projeção do tempo
médio de recebimentos dos benefícios das gerações futuras utilizadas no estudo da
Vesting. De acordo com essas hipóteses, a alíquota que equilibraria as contas
individuais de cada servidor seria de 36,6%. Na proporção atual, significaria uma
contribuição patronal de 24,4% e uma contribuição do servidor de 12,2%.

4. Referências

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

_____. Ministério da Previdência Social. Portaria MPS nº 402, de 10 de dezembro de


2008. Disciplina os parâmetros e as diretrizes gerais para organização e
funcionamento dos regimes próprios de previdência social dos servidores públicos
ocupantes de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, em cumprimento das Leis nº 9.717/1998 e nº 10.887/2004.

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Nota Técnica nº 1/2018 Consultoria Técnica de Economia e Orçamento

_____. Ministério da Previdência Social. Portaria MPS nº 403, de 10 de dezembro de


2008. Dispõe sobre as normas aplicáveis às avaliações e reavaliações atuariais dos
Regimes Próprios de Previdência Social – RPPS da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, define parâmetros para a segregação de massa e dá outras
providências.

_____. Lei nº 9.717/1998. Dispõe sobre regras gerais para a organização e o


funcionamento dos regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e
do Distrito Federal e dá outras providências.

_____. Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de


finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras
providências.

_____. Lei nº 10.887, de 18 de junho de 2004. Dispõe sobre a aplicação de


disposições da Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003, altera
dispositivos das Leis nº 9.717, de 27 de novembro de 1998, nº 8.213, de 24 de julho
de 1991, nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997, e dá outras providências.

CAETANO, M. A. Instrumento de Controle da Despesa de Pessoal Inativo e


Pensionistas de Estados e Municípios. Ipea, 2010 (Texto para discussão nº 1502).

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Possibilidades e Limites. In: Bacha, E.; Schwartzman, S. (Ed) Brasil: A Nova Agenda
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do Déficit Financeiro e Atuarial, 2017.

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