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Aulas - Direito Financeiro E Tributario
Aulas - Direito Financeiro E Tributario
1. Crédito Tributário
Uma vez constituído o crédito, a autoridade não pode dispensá-lo sem expressa
autorização legal, sob pena de responsabilidade – Art. 141 do CTN.
2. Lançamento
A lei aplicável é aquela da data da ocorrência do fato gerador – Art. 143 –, mas
em relação à aplicação de penalidades impera o princípio da retroatividade da lei mais benéfica ao
contribuinte – Art. 106.
c) A pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos exigidos, deixe
de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado
pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo
daquela autoridade;
d) Se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação
tributária como sendo de declaração obrigatória;
e) Se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício
da atividade a que se refere o artigo seguinte;
f) Se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê
lugar à aplicação de penalidade pecuniária;
g) Se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude
ou simulação;
h) Deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior;
i) Se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que
o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial.
3. Medidas judiciais
OBRIGAÇÃO
Esta ação poderá ser proposta, com pedido de antecipação de tutela, diante de
diversos casos, como por exemplo: anular lançamento tributário ou auto de infração, por
irregularidade formal, anular débito fiscal indevido em razão de não incidência do tributo ou não
ocorrência de fato gerador da respectiva obrigação etc.
Sujeitos ativos são também pessoas públicas que, embora não possam legislar
sobre tributos, têm, contudo, capacidade tributária, que lhes permite fiscalizar e arrecadar tributos,
por delegação, como, por exemplo: O INSS e outras autarquias e órgãos paraestatais.
4.3. Contribuinte
É o devedor direto, que tem relação pessoa e direta com o fato gerador – Art.
121, I, do CTN.
4.4. Responsável
É o devedor indireto que, embora não sendo contribuinte, deve responder pela
obrigação tributária, por força de lei – Art. 121, II, do CTN.
Considera-se:
a) Ao adquirente ou remitente pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos
(retomados);
b) Ao sucessor a qualquer título pelos tributos devidos pelo autor da herança até a data da
partilha, limitada ao montante do quinhão;
c) Ao espólio pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão – Art. 132
do CTN. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou
incorporação de outra, é responsável pelos tributos devidos pelas mesmas.
Fusão: É a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para forma uma nova;
Transformação: É a mudança da forma societária. Ex.: de Ltda para S/A;
Incorporação: É a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra;
Cisão: A sociedade transfere parcelas de seu patrimônio para uma ou mais sociedades.
O artigo 133 do CTN, prescreve que a pessoa natural ou jurídica que adquirir de
outra, por qualquer título, fundo de comércio, estabelecimento comercial, industrial ou profissional
e continuar a respectiva exploração, sob a mesma outra razão social, ou sob firma ou nome
individual, responde pelos tributos relativos pelo fundo ou estabelecimento adquirido, devido até a
data do ato.
Considera-se:
a) Os pais pelos tributos devidos por seus filhos menores;
b) Tutores ou curadores pelos tributos devidos por seus tutelados e curatelados;
c) O inventariante pelos tributos devidos pelo espólio;
d) Administrador de bens de terceiros pelos tributos devidos por estes;
e) O síndico e o comissário pelos tributos devidos pela falida e a concordatária;
f) Os tabeliães e escrivães e demais serventuários de ofício pelos tributos devidos sobre os atos
praticados por eles ou perante eles, em razão do seu ofício;
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A lei deverá indicar as pessoas que serão responsáveis pelo cumprimento dos
deveres instrumentais, conforme os interesses da arrecadação ou da fiscalização dos tributos –
Art. 122, do CTN.
Não podem ser opostas a Fazenda Pública para modificar a definição legal do
sujeito passivo da relação jurídica tributária – Art. 123, do CTN.
5. Domicílio
Considera-se:
É o lugar onde a pessoa reside com o ânimo definitivo ou o lugar onde mantenha
o centro de suas ocupações.
Quem não tem residência fixa ou centro de ocupações habituais terá como
domicílio o lugar onde for encontrado – Art. 73, do CC.
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É a sede da empresa ou das filiais, para atos ali praticados. Conforme o tributo,
cada estabelecimento poderá ser o domicílio. No ISS, por exemplo, o domicílio é o
estabelecimento prestador do serviço e na construção civil, o local da execução da obra.
6. Capacidade tributária
Características do imposto:
a) Fato gerador: Entrada no país de mercadoria a ele destinada (e não apenas de passagem). A
formalização dá-se no desembaraço;
b) Função extrafiscal: Como instrumento regulador do comércio exterior;
c) Não-anterioridade: Não se sujeita ao princípio da anterioridade – Art. 150, § 1º da CF,
podendo ser alterado por decreto;
d) Alíquota: Pode ser específica, tendo em vista o modo de medir o produto e podem ser
alteradas pelo Executivo – Art. 21 do CTN;
e) Território aduaneiro: Local onde é exigido o tributo, ou seja, todo o território nacional;
f) Cumulação de impostos: Na importação incidem três impostos, o II, o IPI e o ICMS.
Características do imposto:
a) Fato gerador: Saída de produtos nacionais ou nacionalizados para o exterior. Nacionalizados
são os importados que aqui foram beneficiados ou transformados;
b) Função extrafiscal: Como instrumento regulador do comércio exterior;
c) Não-anterioridade: Não se sujeita ao princípio da anterioridade – Art. 150, § 1º da CF;
d) Alíquota: 10%, podendo ser reduzida a zero, ou aumentada até quatro vezes;
e) Não-incidência: Não incide ICMS nas operações e prestações que destinem ao exterior
mercadorias, inclusive produtos primários.
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Características do imposto:
a) Fato gerador: Aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou proventos de
qualquer natureza. Isto é, tem que haver acréscimo patrimonial para que a haja a incidência;
b) Renda: É produto do capital ou trabalho, ou da combinação de ambos;
c) Proventos: São todos os demais acréscimos patrimoniais, como aposentarias, pensões,
doações etc;
d) Sujeito passivo: É a pessoa física ou jurídica que registra acréscimos em seu patrimônio
(contribuinte). Pode ser também que tem a obrigação de reter o imposto na fonte
(responsável);
a) Fato gerador: É a propriedade de imóvel urbano e também a posse ou domínio útil de imóvel
urbano, que são aspectos equiparados da propriedade;
O artigo 32 do CTN estabelece que o IPTU tem como fato gerador a
propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza ou por acessão física, como
definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município.
Bens móveis por natureza: São o solo com a sua superfície, os seus acessórios e
adjacências naturais, compreendendo as árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e o
subsolo – Art. 79 do CC.;
Bens imóveis por acessão física: São os acréscimos acontecidos em relação ao um imóvel
pela mão do homem ou por causas naturais, como a construção de uma casa num terreno, ou
a formação de uma nova ilha num rio;
b) Imposto predial: É o que incide sobre imóvel urbano;
c) Imposto territorial: É o que incide sobre imóvel sem construção
d) Zona urbana: A definição de zona urbana, na lei municipal, depende da existência de pelo
menos dois dos melhoramentos arrolados no art. 32, § 1º do CTN, que são:
Meio fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
Abastecimento de água;
Sistema de esgotos sanitários;
Rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
Escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3km do imóvel considerado;
Pode ainda a lei municipal considerar urbanas áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana,
constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes – Art. 32, § 2º do CTN.
e) Base de cálculo: É o valor venal do imóvel a cada ano;
f) Progressividade: Pode ser progressivo em razão da função social da propriedade, mas o
critério da progressividade tem que ser objetivo, vinculado aos terrenos e edificações e não às
pessoas dos proprietários. No caso de solo urbano não edificado, sub-utilizado ou não
utilizado, em área incluída no plano diretor, pode a lei determinar o seu adequado
aproveitamento, sob pena, entre outras, de aumento progressivo de imposto – Art. 182, § 4º da
CF.
9.2. ITBI-Imposto sobre a transmissão de bens imóveis por ato oneroso – Inc. II
10.1. Lançamento
a) Moratória: É a dilação do prazo para o vencimento do tributo por lei autorizadora. Pode ser
concedida de forma geral ou individual, e sempre dependerá de lei que a autorize. Salvo
disposição legal em contrário, a moratória somente poderá beneficiar os créditos já
definitivamente constituídos ou aqueles cujo lançamento já tenha sido iniciado por ato
preparatório notificado ao sujeito passivo – Art. 154 do CTN;
b) Depósito integral do valor do tributo: O sujeito passivo, para discutir administrativamente ou
judicialmente o crédito, deposita o seu valor integral. Na esfera administrativa, o depósito
somente terá o poder de afastar a correção monetária, pois a simples reclamação ou recurso
já suspendem a exigibilidade do crédito. O depósito não é obrigatório;
c) Reclamações e recursos: As impugnações ou recursos interpostos na esfera administrativa
suspendem a exigibilidade do crédito tributário, até o trânsito em julgado da decisão. O
recurso deverá ser interposto antes do vencimento da obrigação;
d) Concessão de liminar em mandado de segurança: Em ação própria, o juiz concede de
imediato à medida liminar, suspendendo a exigibilidade do crédito até discussão final. A
posição dominante é que a liminar deve ser cassada na sentença, caso a decisão for omissa
quanto à liminar, mesmo denegado o mandado de segurança, os efeitos da medida urgente
continuam até o julgamento final pelo tribunal.
A Lei 2770/56 proíbe a concessão de liminares que visem à liberação de coisas, bens e
mercadorias de procedência estrangeira. Também a Lei 4384/64 proíbe a liminar nos casos de
reclassificação ou equiparação de servidores públicos, ou a concessão de aumento ou
extensão de vantagens, contudo, tais dispositivos são tidos como de inconstitucionalidade
duvidosa;
e) Outras modalidades de suspensão: A LC 104/2001, acrescentou, como causas de
suspensão, a concessão de medida liminar, a tutela antecipada e o parcelamento do débito.
Na área penal, nos crimes contra a ordem tributária (Lei 8137/90, arts 1º e 2º), bem como nos
crimes dos arts. 168-A e 337-A, do CP, o parcelamento do débito suspende a pretensão
punitiva e o pagamento extingue a punibilidade, conforme dispõe o art. 9º, da Lei 10684/03.
Trata-se de matéria inserida dentro da reserva legal, já que somente a lei pode
prever hipótese de extinção do crédito tributário.
Durante este prazo de 30 dias, o crédito, embora constituído, não pode ser
executado judicialmente, já que o sujeito passivo tem o direito de pagá-lo neste lapso. No primeiro
dia após o 30º dia da notificação, a Fazenda passa a dispor de ação para a cobrança.
São requisitos:
a) Interrupção: O prazo prescricional será interrompido na data da citação pessoal do devedor
– Art. 174, § único, I do CTN;
b) Suspensão: O prazo retorna a contagem no momento em que se suspendeu;
c) Prescrição intercorrente: O prazo prescricional será suspenso por 180 dias, no momento da
inscrição do crédito tributário na dívida ativa – Art. 2º, § 3º, da Lei 6830/80, e enquanto não for
localizado o devedor ou encontrado bens sobre os quais possa recair a penhora – Art. 40.
Decorrido o prazo de um ano, recomeçará a contagem do prazo de prescrição qüinqüenal e os
autos serão encaminhados ao arquivo provisório – Art. 40, § 2º;
d) Conversão de depósito em renda: Ocorre no fim do processo, quando o devedor que
efetuou o depósito judicial perde definitivamente a demanda e o sujeito ativo faz o
levantamento do valor depositado;
e) Pagamento antecipado homologado: Se o fisco concordar com o pagamento antecipado
deverá homologar de forma expressa, extinguindo o crédito tributário – Art. 150, § 4º do CTN;
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Nos termos do art. 197, devem prestar informações com relação aos bens e
negócios de terceiros os tabeliães, os inventariantes, os bancos e demais pessoas arroladas no
dispositivo citado.
São as condutas que não respeitam o comando normativo (dever ser). O não
cumprimento da obrigação tributária principal ou deveres instrumentais provocará o nascimento de
uma infração tributária.
a) Meras infrações ou ilícitos tributários, contidos em leis tributárias (não criminal) que se
sujeitam aos princípios gerais do Direito Administrativo;
b) Crimes fiscais subordinados aos princípios, institutos e formas do Direito Penal.
Todos os deveres não cumpridos atraem sanções, uma vez que toda a ação e
tendente a reprimir os ilícitos.
22.1. Cabimento
A teoria dos 10 anos decorre da conjugação do art. 150, § 4º, com o art. 168, I,
do CTN, tratando-se de tese exclusiva para os tributos sujeitos ao lançamento por homologação.
Dispõe o art. 5º, da CF/88, bem como o art. 1º da Lei 1533/51, que será
concedido o Mandado de Segurança para proteger direito líquido e certo, lesado ou ameaçado de
lesão por ato ilegal ou abusivo.
Afinal, não seria razoável presumir que a autoridade tributária, por exercer
atividade administrativa vinculada à lei, vai negar conseqüência ao comando normativo.
Requisitos do Mandado de Segurança
a) O Mandado Segurança deverá ser impetrado com pedido de Liminar, do início da obrigação
até antes do lançamento da obrigação tributária;
b) O Mandado de Segurança, para estes casos, não tem vínculo com o art. 282 do CPC, e sim
com o dispositivo constitucional acima;
c) Deve ser impetrado contra a autoridade administrativa coatora;
d) A ação, de rito especial, onde não se admite a produção de provas;
e) Não existência de verbas de sucumbência;
f) Não se pede a citação da autoridade, mas que a administração preste informações;
g) Não existe produção de provas, mas se deve anexar a prova pré-constituída.
Ensejam a consignação:
a) A recusa de recebimento (hipótese extremamente rara ante a forma atual de recolhimento dos
tributos mediante guia preenchida pelo contribuinte e apresentada perante a rede bancária);
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