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Nosso senso comum falha para descrever

fenômenos:
 que envolvem dimensões reduzidas
(átomos, moléculas, partículas...)
=>> MECÂNICA QUÂNTICA
 que envolvem altas velocidades
(comparadas com a da luz)
=>> RELATIVIDADE ESPECIAL
Annus Mirabilis: 1905
Albert Einstein publica
“Zur Elektrodynamik bewegter Körper”
(“Sobre a eletrodinâmica de corpos em
movimento”)
Annalen der Physik, 17 (1905) 891
Ainda em 1905, Einstein publicou :

 Um trabalho sobre a teoria quântica da


luz, com a explicação do efeito
fotoelétrico (Prêmio Nobel 1921);

 Um trabalho sobre aspectos estatísticos


da teoria molecular, com uma análise
do movimento browniano.
A Mecânica Relativística
é uma extensão da Mecânica Newtoniana:

Mecânica Relativística
(quaisquer velocidades)

Mecânica Newtoniana
(velocidades c)
Nesta palestra:

Trataremos apenas de

CINEMÁTICA RELATIVÍSTICA
O que queremos estudar?

 Queremos estudar como dois observadores, em


movimento uniforme um em relação ao outro,
descrevem os fenômenos físicos....
Os postulados da Relatividade Especial
Postura:

1. Aceitamos os postulados provisoriamente;


2. Examinamos as conseqüências que
decorrem dos postulados;
3. Examinamos a concordância dessas
conseqüências com os experimentos;
4. Decidimos, à luz de 3., se queremos ou
não continuar aceitando os postulados e a
teoria.
O que são referenciais inerciais??

 Definimos um referencial inercial como sendo


um sistema de referência em que vale a Lei
da Inércia (1a. Lei de Newton): um corpo
sobre o qual atua uma força externa total
nula move-se com velocidade constante;
 Um referencial acelerado em relação a um
referencial inercial não é inercial;
 Todos os referenciais em movimento relativo
uniforme são equivalentes para a formulação
de todas as leis físicas (1º. Postulado)
Nesta palestra
(e na Relatividade Especial):
Na Relatividade Especial usamos um
sistema de referência, ou referencial, com:

 Um sistema de coordenadas
para medir distâncias entre
pontos no espaço;
 Um sistema de relógios para
medir os instantes de tempo;
Evento
 É um acontecimento ao qual um
observador em um referencial
inercial possa atribuir
coordenadas espaciais (x,y,z) e
uma coordenada temporal t.
 Exemplos de evento:
 Passagem de um pulso de luz por
um ponto no espaço;
 O acender de uma lâmpada;
 Uma colisão de duas partículas;
 Um átomo decaindo;
 Uma explosão.
Registro de um evento
 Um passarinho está
voando no céu e um
observador diz em que
posição ele está em
determinado instante:

 xA = 1,4 m
 yA = 3,3 m
 zA = 0m
 tA = 27 s
 O mesmo evento pode
E para outro observador? ser registrado com
diferentes coordenadas
por um outro observador
em um outro referencial!

 O evento não faz parte


de nenhum referencial
em particular. É apenas
um acontecimento e
qualquer um pode
observá-lo e atribuir
coordenadas x,y,z e t
para ele.
Do que se ocupa a Relatividade Especial?

Ela nos responde como dois observadores,


em movimento relativo uniforme entre si,
vão descrever o mesmo evento....
Precisamos entender como um
observador fixo em um referencial
inercial atribui coordenadas espaciais
e tempo a um evento em particular....

(trata-se do princípio... Não precisamos fazê-lo


concretamente, mas apenas na nossa imaginação...)
Imaginamos um sistema de coordenadas em que o
observador está em repouso como tendo uma
grade densa tridimensional de réguas cobrindo
todo o espaço:

Se alguém acender uma lâmpada em um dado


ponto do espaço, o observador precisa apenas ler
nas réguas as três coordenadas da localização da
lâmpada!

Ele terá as coordenadas x,y,z da lâmpada.


E para a coordenada temporal?

 Imaginemos que cada ponto de


interseção da grade de réguas tenha
um minúsculo relógio e o observador
pode ler a coordenada temporal no
relógio que está no local em que o
evento acontece!
Mas esses relógios têm que
estar sincronizados!

Como fazer isso??


Sincronizando...
Este procedimento pode ser
seguido para qualquer relógio em
qualquer ponto, e em qualquer
referencial inercial!
Queremos comparar:

(x,y,z,t) conforme visto por S


com
(x’,y’,z’,t’) conforme visto por S’
Antes de Einstein...

As coordenadas para dois observadores em movimento relativo, de


acordo com Galileu, seguem as relações:
Mas e com a relatividade?
A velocidade da luz

A velocidade da luz foi definida como sendo exatamente...


Uma brincadeira...

 E se estivéssemos em um mundo em que

c = 5 m/s, v = 3 m/s ?
Queremos:

Que ambos os observadores enxerguem


a frente de luz esférica abrindo
com velocidade c !!!

Mas como???
Se ambos vêem uma frente de onda esférica:
Mas como pode??

Parece evidente que precisamos de uma


lei de transformação que misture as
coordenadas espaciais e o tempo.
Transformações de Lorentz
Transformações inversas
As Transformações de Lorentz
mantêm a expressão

invariante!
O Fator de Lorentz
Nossa brincadeira.....
Se considerarmos o instante t=0
em S (simultaneidade em S) ,
como estarão os relógios nas
posições correspondentes em
S’??
Nossa brincadeira, do outro lado.....
 Na Relatividade Especial, espaço e tempo não
são mais conceitos separados, mas estão
interligados (entrelaçados) de tal maneira que
a introdução de um espaço-tempo
quadridimensional se torna bastante útil.
Conseqüências :

 Contração dos comprimentos

 Dilatação dos tempos

 Relatividade da simultaneidade
Contração dos comprimentos

•Régua parada em S’
•Comprimento da régua em
repouso (em S’) = L0 = x’b-x’a
•Comprimento da régua segundo
S: L = xb-xa
•Mas x’b = (xb - v tb)
x’a = ( xa - v ta)
_______________________
L0 = x’b-x’a= (xb-xa)
L0 = L

POSIÇÕES xa e xb
SIMULTÂNEAS em S!!!!!!
Portanto,

L0 = L
e
L0 > L
Dilatação dos intervalos de tempo
Importante:

 Para um observador os eventos A e


B ocorrem na mesma posição, e,
portanto, os seus tempos são lidos
em um único relógio. O intervalo de
tempo segundo este observador é o
tempo t0 .

 Para o outro observador os eventos


A e B ocorrem em posições
diferentes, e ,portanto, os seus
tempos são lidos em dois relógios
diferentes. O intervalo segundo este
observador é t > t0 .
Um exemplo real...

Decaimento do múon

•Múon em repouso em S´
•Vida média do múon
t0=2,2 s (em S´)
•Vida média do múon
segundo S: t = t0
•Se v=0,9999c, então
• 70,7
•e t = 155,5 s
Relatividade da simultaneidade

 Portanto, se dois eventos que ocorrem em


lugares diferentes em S ( x ≠ 0) forem
simultâneos para um observador (por exemplo, se
t =0 no referencial S), então no referencial S’
eles não serão simultâneos pois:
Transformação de velocidades:
E, analogamente,
Evidentemente, vale a
transformação inversa:
Suponhamos ...

 Que estamos nos movendo dentro de uma nave


espacial com velocidade 0,5c no referencial da
nave e que a própria nave espacial também
está se movendo com velocidade 0,5c visto por
um observador na Terra.
 Então, u’x= 0,5c e v=0,5c .
 Com relação ao referencial na Terra, a
velocidade com que estamos nos movendo será
apenas 0,8c!!
Conseqüência da regra da adição:

 ½ c + ½ c ≠ 1c !
Repetindo a brincadeira ...

 Supondo que estamos nos movendo dentro de


uma nave espacial com velocidade 0,9c no
referencial da nave e que a própria nave
espacial também está se movendo com
velocidade 0,9c visto por um observador na
Terra.
 Então, u’x= 0,9c e v=0,9c .
 Com relação ao referencial na Terra, a
velocidade com que estamos nos movendo será
apenas 0,9945c!!
H. Minkowski
(em palestra na 80ª Assembléia de Cientistas Naturais
e Médicos da Alemanha, em Colônia, 21.09.1908)

 “As visões de espaço e tempo que eu


desejo colocar perante vocês nasceram
do solo da física experimental, e aí reside
sua força. Elas são radicais. Daqui para
frente, espaço em si e tempo em si estão
destinados a submergirem em meras
sombras, e somente uma espécie de união
dos dois preservará uma realidade
independente.”
Cone de luz

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