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O processo de aquisição, como já diz o nome, é a entrada de um dado por meio dos sensores
externos, que é encaminhado aos sistemas neurais relativos à memória onde será armazenado
por algum tempo que pode ser de segundos ou mesmo de anos pelo processo de retenção.
Entre esses dois processos, acontece uma seleção de exatamente quanto desse evento ou
mesmo se esse evento vai ser retido, e essa seleção é determinada pela importância desse
evento (por exemplo, situações com grande carga emocional, como o nascimento de um filho)
ou pela freqüência com que ele acontece (o armazenamento do nosso próprio nome), quando
esse dado é retido por um grande tempo ou de forma definitiva dizemos que aconteceu a
consolidação. A evocação é o ultimo processo da memória, seria o que rotineiramente é
chamado de lembrança, é através dele que temos acesso aos dados que nos serão úteis no
futuro.
A memória ontogenética, por sua vez, possui diversas subdivisões. Uma interessante maneira
de classificar estas subdivisões envolve dois critérios. Um critério é o tempo de duração da
memória e o outro a sua natureza. Quanto ao tempo as memórias podem ser classificadas em
ultra-rápida, de curta duração e de longa duração. A memória ultra rápida dura apenas alguns
segundos. A de curta duração tem duração um pouco maior, podendo se estender por alguns
minutos. A de longa duração, como é sabido, pode durar até mesmo uma vida inteira.
Quanto a natureza a memória pode ser subdividida em três subtipos. A explícita, aquela que
podemos expressar com palavras (pode ser chamada de declarativa), a implícita que não faz
sentido evocá-la por meio de palavras. Ao s e reconhecer rostos familiares sem que saiba
explicar o porquê, fez-se uso da memória implícita. Um terceiro subtipo é a memória
operacional. A memória operacional é armazenada momentaneamente para a realização de
uma atividade. As informações de uma linha de raciocínio são um bom exemplo de memória
operacional.
Pode-se dividir a memória explícita em outros dois subtipos: A epsódica, que é a memória de
fatos seqüenciados, com referencia temporal (os acontecimentos de uma partida de futebol
por exemplo), e a semântica que envolve informações atemporais (time que o indivíduo torce,
nome de seus conhecidos e etc.).
A memória implícita também pode ser subdividida em quatro subtipos: memória implícita de
representação perceptual, de procedimentos, associativa, não-associativa. A primeira se refere
a informações sensoriais que são gravadas e que não é associado significado, é uma memória
pré-consciente. A memória de procedimentos envolve hábitos e habilidades. A associativa é o
que permite o armazenamentos de informações que ligam estímulos e respostas mutuamente.
Quando pela repetição do estimulo se atenua ou hipersensibiliza uma resposta a memória em
questão é a não associativa.
Hoje é possível afirmar que a memória não possui um único lócus. Diferentes estruturas
cerebrais estão envolvidas na aquisição, armazenamento e evocação das diversas informações
adquiridas por aprendizagem.
a. Memória explícita:
b. Memória implícita:
Existem acontecimentos nas nossas vidas que não esquecemos jamais. Entretanto, nem tudo
que nos acontece, fica gravado na nossa memória para sempre. Como o cérebro determina o
que merece ser estocado e o que é lixo?
Como é detetada se uma informação deve ser armazenada? Quando uma informação
relativamente importante é detectada, ocorre a liberação de doses moderadas de ACTH,
(noradrenalina, dopamina) e acetilcolina que agem facilitando a consolidação da memória.
Contudo, doses altas dessa substância têm efeito contrário, provavelmente, pelo
bloqueamento dos canais iônicos.
A informação captada pelo sistema sensorial é processada e armazenada no MCP, para que ela
se consolide como memória a longo prazo tal informação deve ser exercitada e repetida a fim
de facilitar a transferência para esse último sistema. A formação dessa memória estável não
ocorre de maneira imediata. A administração de fármacos, estímulos elétricos em certas
regiões do encéfalo podem facilitar a consolidação da memória. Os variados estímulos
processados e armazenados justificam a existência de diferentes tipos de sistemas de memória
a longo prazo. Segundo Tulving, o tipo mais sofisticado refere-se à memória de momentos
específicos da vida. O nível seguinte têm-se a memória semântica que permite o
reconhecimento de objetos e situações. A memória episódica é mais frágil que a semântica.
A doença foi descrita pela primeira vez em 1907 pelo neurologista alemão Alois Alzheimer.
Desde então são conhecidos tanto os principais sintomas da doença (déficit de memória,
acompanhado por perda progressiva das capacidades cognitivas), quanto seus achados
anatômicos patológicos: as placas neuríticas ou senis, os emaranhados neurofibrilares e a
perda de neurônios.
É comum uma relativa perda de memória com avanço da idade. No entanto, o padrão de
morte celular nesse caso é bastante diferente do encontrado na doença de Alzheimer.
Enquanto no envelhecimento saudável a perda celular ocorre no giro denteado e no subículo,
na doença de Alzheimer os primeiros alvos são o córtex entorrinal e a região CA1 do
hipocampo. O córtex entorrinal é responsável pela entrada de sinais na formação hipocampal
e a região CA1 faz parte desta. Esses danos à formação hipocampal explicam o fato da doença
de Alzheimer se iniciar com problemas de memória.
Outro sítio de perda celular bastante importante é o núcleo basal de Meynert, que é
constituído de um conjunto de neurônios colinérgicos. Estes neurônios são moduladores e se
projetam amplamente ao córtex. Deste modo, a sua perda prejudica as funções mentais
superiores.
As placas neuríticas ou senis fazem parte dos achados anatômicos patológicos da doença de
Alzheimer e são acúmulos extracelulares constituídos por uma pequena proteína chamada
beta-amilóide ou A-beta. Esta proteína é derivada de outra maior, a precursora de beta-
amilóide ou APP, normalmente encontrada nas membranas das células nervosas. Não se sabe
qual a função da APP no encéfalo saudável. Já foi demonstrado que a A-beta degenera células
nervosas em cultura, indicando que a sua ocorrência desencadeia o início da doença de
Alzheimer.
Os emaranhados fibrilares, por sua vez, são inclusões intracelulares filamentosas. Estas são
constituídas por uma forma insolúvel de uma proteína normalmente solúvel, a proteína tau,
que faz parte do citoesqueleto. Neste caso, o citoesqueleto encontra-se anormal, prejudicando
o transporte de proteínas ao longo dos axônios até o terminal nervoso, comprometendo a
função e a efetividade dos neurônios.
Entre os fatores ambientais mais estudados está a intoxicação por alumínio, visto que este
elemento encontra-se em taxas 30 vezes maiores no cérebro de portadores da doença de
Alzheimer.
Essa síndrome foi descrita pela 1ª vez pelo médico russo Sergei Korsakoff no início do século
XIX. Sua principal característica é a perda de memória que acompanha certos casos de
alcoolismo crônico. Uma característica bastante peculiar desta síndrome é a chamada
confabulação. Esta é usada pelo paciente para preencher lacunas em suas lembranças. Em
geral essas lacunas são preenchidas com memórias reais, mas que ocorreram em outros
momentos, ou seja, estão temporalmente desconexas. A amnésia característica desta
síndrome é a anterógrada, mas memórias de um passado relativamente recente também se
encontram deficitárias. Outros sintomas importantes da síndrome são a apatia, a indiferença, a
falta de iniciativa e o baixo conteúdo verbal.
Estudos sobre a origem da doença não indicam um fator genético, logo o grande culpado é
mesmo o alcoolismo crônico. Mais precisamente, a culpa é da falta de uma das vitaminas do
complexo B, a tiamina. Esta falta é decorrente do alcoolismo crônico que causa má absorção
gastrointestinal, aumento da demanda vitamínica devido ao alto grau calórico do álcool e,
associada a esses fatores, existe também a desnutrição da dieta praticamente limitada ao
álcool. Essa deficiência vitamínica causa lesões por todo o tecido cerebral, mas concentra-se
especialmente nos corpos mamilares e no núcleo dorsomedial do tálamo. Este núcleo talâmico
recebe informações do sistema límbico e envia projeções para o córtex frontal. Logo, o fato do
núcleo estar lesionado explica os déficits cognitivos e de memória.
O tratamento para essa síndrome consiste, basicamente, na administração de altas doses de
cloreto de tiamina. Em casos mais leves, há uma regressão do quadro com poucas semanas de
tratamento. Já em casos em que a amnésia associada a alterações neuronais já está
estabelecida, o tratamento a base de vitaminas se mostra ineficiente, podendo então ser
utilizado o tratamento farmacológico para o quadro sintomático, mas não há um retorno total
da memória.
A doença de Alzheimer é uma doença degenerativa que se torna mais grave que a doença
progride. É uma demência progressiva, devido ao aparecimento de emaranhados
neurofibrilares e placas que variam de uma maneira difusa por diferentes regiões do córtex
cerebral e hipocampo (Henderson e Finch, 1989; Kopelman e Morris, 1986). Embora a
neuropatologia da doença é difusa, inicialmente estas placas estão concentradas
principalmente na região diencefálica média temporal e hipocampo. No entanto, é um grupo
heterogéneo de doentes. A área diencephalic está envolvido na criação de novas memórias
explícitas. É um sistema que integra as várias componentes da vida diária nos registros
integrados de experiência (o que vemos, ouvimos, pensar, sentir). Esta área é vital para o
estabelecimento de memória episódica e também contribui para a formação de novas
memórias semânticas (Schacter, 1996). Uma das primeiras e mais pronunciadas sintomas da
doença é déficits de memória graves. Os sintomas geralmente começam com a incapacidade
de encontrar palavras para descrever as coisas, ou com tendência a se esqueça de desligar a
luz ou fechar a porta de sua casa. A amnésia é muitas vezes o único sinal patológico tendo o
paciente até uma deterioração global e inevitável do funcionamento intelectual ocorre.
Atualmente há um grande interesse em compreender a natureza do comprometimento da
memória nesta doença. Paciente de Alzheimer tem certas semelhanças com o paciente
amnésico como mostra a déficits de memória explícita avaliadas através de recordação livre.
Essas deficiências são mais pronunciadas na memória de longo prazo. Tal como para a
memória de trabalho, verifica-se que o funcionamento do circuito de memória de trabalho
articulatória de pacientes e amnésico de Alzheimer é bastante normal. No entanto, ambos os
tipos de pacientes diferem uma vez que os primeiros têm distúrbios de memória de trabalho.
Pacientes com Alzheimer têm um déficit na faixa de memória verbal e espacial (Spinnler, Della
Sala, Bandeira e Baddeley, 1988). Enquanto pacientes amnésicos têm uma memória explícita
muito pobre com uma memória implícita normal, os poucos estudos sugerem que pacientes
com Alzheimer têm um desempenho ruim em ambos os testes (por exemplo, manteigas,
Heindel e Salmon, 1990). PERAITA, Galeote e González-Labra (esse problema) estudar
mudanças semântico-categóricas em um grupo de pacientes com doença de Alzheimer,
comparando seu desempenho com o de um grupo de pessoas saudáveis de controle. As
tarefas de avaliação realizados por definir as categorias, analogias semânticas e tarefas dirigido
livre e classificação. Os resultados deste estudo mostram uma grande variabilidade entre
indivíduos, tanto no grupo de levemente doente e em pacientes moderados. De acordo
PERAITA et al., Este seria o padrão de resultados que podem ser esperados a partir desta
doença caracterizada pelo aparecimento de lesões difusas. O grupo de pacientes com
Alzheimer produzem muito menos atributos do que o grupo controle, mas não parece haver
deficiência seletiva de determinadas categorias semânticas. No entanto, os perfis de
distribuição de categorias é muito semelhante nos diferentes grupos. Na tarefa das
semelhanças semânticas, há uma deterioração no desempenho. Foi encontrado esta
deficiência aumenta com o grau da doença, mas um comprometimento seletivo no tipo de
relação analisados conceitual. Os resultados mostram a existência do mesmo padrão de
dificuldade nos dois grupos de pacientes com doença de Alzheimer e o grupo de controlo, a
relação parte-todo o mais fácil, seguidos por a relação taxonómica e funcional. Deterioração
também aparece em pacientes de Alzheimer em comparação com as tarefas de classificação
do grupo de controle,. Os resultados deste trabalho mostram a complexidade da doença e seu
curso inexorável rumo à perda progressiva das capacidades cognitivas em geral esses
pacientes.
Explorando o artigo científico a cima exposto podemos ver que o alzheimer provoca um défice
grave na memória. Os sintomas geralmente começam com a incapacidade de encontrar
palavras para descrever as coisas, ou com tendência a se esqueça de desligar a luz ou fechar a
porta de sua casa. O Paciente de Alzheimer tem certas semelhanças com o paciente amnésico
como mostra a défices de memória explícita avaliadas através de recordação livre. Essas
deficiências são mais pronunciadas na memória de longo prazo. Quanto mais o grau da doença
aumenta, mais a memória piora.
À medida que as células cerebrais vão sofrendo uma redução, de tamanho e número, formam-
se tranças neurofibrilhares no seu interior e placas senis no espaço exterior existente entre
elas. Esta situação impossibilita a comunicação dentro do cérebro e danifica as conexões
existentes entre as células cerebrais. Estas acabam por morrer e isto traduz-se numa
incapacidade de recordar a informação. Deste modo, conforme a Doença de Alzheimer vai
afetando as várias áreas cerebrais vão-se perdendo certas funções ou capacidades. Quando a
pessoa perde uma capacidade, raramente consegue voltar a recuperá-la ou reaprendê-la.
Qualquer pessoa pode desenvolver a Doença de Alzheimer. No entanto, é mais comum
acontecer após os 65 anos.
A progressão da doença varia de pessoa para pessoa. Mas a doença acaba por levar a uma
situação de dependência completa e, finalmente, à morte. Uma pessoa com Doença de
Alzheimer pode viver entre três a vinte anos, sendo que a média estabelecida é de sete a dez
anos.