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Qual a importância de considerar o efeitos do Vento em edifícios

de Concreto Armado?
Publicado em 11 de janeiro de 2017

Rangel Costa Lage


SeguirRangel Costa Lage
Engenheiro Estrutural | Professor | Especialista em Alvenaria
Estrutural e Concreto Armado | Calculista

Em 29 de Janeiro de 2011 na cidade de Belém-PA ocorreu um


dos maiores acidentes estruturais de um edifício em concreto
armado já registrado no Brasil. O edifício residencial Real Class
que estava em fase de construção desabou, matando 3 pessoas. A
figura abaixo mostra o edifício em construção e após o
desabamento:
O edifício tinha 1 subsolo + 1 pav. térreo + 35 pavimentos (total
de 105m), e estudos feitos pela Faculdade de Engenharia Civil na
Universidade Federá do Pará indicaram que ocorreram falhas de
projeto quanto à consideração da ação do vento.

Um artigo recente publicado na RIEM (Revista Ibracon de


Estruturas e Materiais), de dezembro de 2016, apresentou
resultados de um estudo quantificando o quanto que erros na
etapa de projeto relacionados com a consideração da ação do
vento podem comprometer a resposta em serviço e a segurança de
edifícios de concreto armado.

É possível perceber que a desconsideração da ação do vento faria


com que mesmo o menor pórtico, com apenas 10 pavimentos,
tivesse coeficiente γz de 1,39 (acima do limite de 1,3 estabelecido
pela NBR 6118:2014), conforme gráfico abaixo:

Além disto, em alguns pilares chegamos a ter uma acréscimo de


até 75% de carga na fundação em um edifício de 30 andares,
conforme gráfico abaixo:
Observou-se também que em algumas combinações da ações
considerando o vento as solicitações foram maiores que a
resistência de cálculo. Isto indica que para alguns casos de
carregamento o nível de segurança de projeto não seria satisfeito,
ultrapassando a envoltório de resistência M x P, levando a
edificação à ruína. O gráfico abaixo apresenta um destes exemplo,
para um edifício de 30 pavimentos, com significativa
probabilidade de ruína de um dos pilares do edifício:
Tais resultados evidenciam que a desconsideração dos efeitos do
vento em edifícios de concreto armado podem comprometer
significativamente a rigidez e a estabilidade do edifício, além de
gerar danos a elementos não estruturais, como alvenarias e
esquadrias, e em alguns casos aumento nas cargas nas fundações e
nos esforços de pilares de borda e de canto, resultando em níveis
inaceitáveis de probabilidade de ruína.

Abraço a todos,

Eng. Rangel Costa Lage

Engenheiro Estrutural | Professor Especialista

rangel.lage@gmail.com

www.sommaengenharia.com.br

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costa-lage

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