Você está na página 1de 91
Pe Use ie a re an Nesp oct oh ame N.’ 183-Maio-1948 Responsabilidade Limitada (REGISTADO) SERRALHARIAS, CALDEIRARIA, PERRARIA, FUNDICOLS one Fabricado pelos mals modernos pro- cessos e preferido para todos os tra- bathos de responsabilidade. Sacos de papel ou de juta com 50 Kg. Barricas de 180 Kg. BCiL COMPANHIA GERAL DE CAL € CIMENTO RUA DO COMERCIO, 56, 3.° LisBoa ESCRITORIC Rua de S. Tiago, 13 LISBOA Telefo: FABRICA EM ALHANDEF FRIAR AAA AAA A instalagéo mais moderna do Pais. Dois fornos rota- tivos em laboragao,.—O “CIMENTO TEJO” marca pelas suas altas resisténcias ¢ regularidade, garantidas pela fiscalizagéo continua de todas as fases do fabrico, exercida por técnicos portugueses especializados. Pedidos & Companhia “CIMENTO TEJO” SEDE EM LISBOA FILIAL NO NORTE RUA DA VITORIA, 88, 2.° AV. DOS ALIADOS, 20, 3.° - PORTO - v es | T E C N | C 183 Seer Mai 948 ALUNOS DO INSTITUTO SUPERIOR TECNICO aio—f II] tates nba: av. ROvISCO PAS, St /LBBOA-N, TEL, 7014 (ah 6 s i is — nor DIRECTOR | FERNANDO JACOME DE CASTRO ADMINISTRADOR HENRIQUE ESTACIO. ‘MARQUES BIRLIOTECARIO JAIME ORNELAS CAMACHO SECRETARIO JOSE MARIA AVILLEZ ‘A. ACCIAIOLLI NOMERO AVULSO 7850 ASSINATURAS: Contngnte © his 21890400 7900 | Colin Portage Estrangaro — 40080500 EDITOR E PROPRIETARIO ASS. DOS ESTUD. DO LS. T, COMPOSTO E IMPRESSO Tip. JORGE FERNANDES, L.®* RUA CRUZ DOS POIAIS, 103 LISBOA, {| SUMARIO e de Jugais — Empresa Hidro-Eléctries da Serra éa Estrela Pease Fernando Jicome de Castro 937 PeneiracSo. Classificagso. S ago por densidades. S paragdomagnética: Eng? Luls A. de Almeida Ales oe ee ee OFS © aproveitamento da égua na Mhada Madeira... ..- +. Eng* MR, Amaro da Costa 959 Contribuiggo para a tecnologia ‘da inddstria do sal... . - . Eng’ Antera Valeriana de ‘Seabra Geada + on Notas & excursSo dos alunos do 6." ano de minas a Francs e Espanha (curso de 1946-47) Jose Rogado ¢ Fernando Freitas... 98 Enge M. R. Amaro da Costa 993 Biblioteca... se es 295 0$ ARTIGOS PUBLICADOS NESTA REVISTA SAO, DE EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DOS AUTORES a SONDAGENS RODIO, Limitada Sondagens geoldgicas, estudo da resis- téncia e permeabilidade de terre- nos; laboratério geotécnico Pesquisas de agua: Consolidagaio e impermeabilizagio de terrenos e de obras por meio de injecgdes de cimento, produtos qui- micos, argila activada, emulsao be- tuminosa Shellperm, etc. Estacas de betao armado, sistema Rédio moldadas no ‘solo sem trepidacdes. Rebocos comprimidos por «cement gun» Fundagdes em terrenos dificeis quer por congelacio artificial, quer por abaixamento do lengol de agua. Siolo gerente residents em Portagal: no pais e no estrangeiro Walter Weyermann, tng. civil R. S. Mamede ao Caldas, 22, 3.’ LISBOA Tol. 28685, ACROW 150 Litros As tinicas betoneiras de 150 litros, equipadas com tremonha doseadora de materiais, per- mitindo trabalho continuo, isto é 0 s/rendimento aumentado om 50°/,; chassis montados sobre molas e rodado sobre pneus, permitindo a mais favil deslocagao. MOTORES A GASOLINA Entrega imediata, no armazém do représentante exclue sivo para Portugal rae, 22m Henry M. F, Hatherly, Ltd. * f 26633 Rup do Cetiércio, 8-5." — LISBOA A WILD” APARELHOS DE ALTO RENDIMENTO PARA TOPOGRAFIA GEODESIA FOTOGRAMETRIA EFICIENCIA ROBUSTEZ COMPROVADAS POR MUTTAS CENTENAS DE INSTRUMENTOS vendidos em Portugal e Colénias, a m ainda em servicgo apés anos de " parte dos quais rabatho intensive Nivel pequeno Nt > médio = NH > de preciso MHL Teoolito-bissola 1 0 > repetidor TY > universal 7 2 >» de precisto T 3 » —astronémico T 4 Alidade com prancheta Estadia de invar elemetros Foto-teodolite ‘Camaras fotograficas Restituidores Goniémetros e outros instrumen- los topogtificos militares AO A DISPOSICAG teopouTo pe NOS NOSSOS BSCRITORIOS Teopouiro pe DOS INTERESSAI {OMPRADORES WILD TS Representantes © Depositérios PIMENTEL & CASQUILHO, L.* R. EUGENIO DOS SANTOS, 75 TELEF. 24914/15 LISBOA LLL see GENERAL @ ELECTRIC N.Y. Central hidroeléctrica com 5 geradores General Electric de 7.500 KVA, 88 F. p. m., cada um Motores e dinamos. Alternadores. Transformadores. Aparelhos pare alte ¢ baixa tensio Centrais termo ¢ hidroeléctricas, [nstalacdes para melhorar 6 factor poténcia, Tracc&o eléctrica. ‘Méquinas, Transformadores e Electrodos para soldadura elécirica. Fornos eléctricos. Automo- toras eléciricas @ Diesel-Eléctricas. Turbinas de vapor. Aparelhos de iluminacéo. Instrumentos de medida, Condutores eléctricos. Electtificacéo de fabricas. Comandos eléctricos especiais para fébricas téxteis, fébricas de papel, etc. Maquina frigorificas. Emissores e receptores para T. S. F, Apsrelhagem de Electro-Medicina, Instalacdes de Som, GENERAL @ ELECTRIC Portuguesa, S. A. R. L. LISBOA Rua do Norte, 5 Tolef. 28135-28136 | | | i | | Fabrica Nacional de Condutores Eléctricos, L.* VENDA NOVA—AMADORA CONDUTORES ELECTRICOS CEL Fabricados pela indistria nacional segundo as Normas de seguranca das instalacgées de Baixa Tensao CONCESSIONARIOS GERAIS: SODIL — Sociedade Distribuidora, L.* R. NOVA DA TRINDADE, (5-¢ LISBOA L d EULA = BBUIIININININNI OERLIKON Maquinas ¢ aparclhos eléctricos de todo o género Representante Geral para’ Portugal © Colénias P., BELLAS! Porto //Rua 84 da Bandeira, 494, 8.°//Telefone 21968 Central sbuterrines de Innertkirelen (Sufga}, quipada com trésalternadores Oerlikon, de 52250 kVA, 428 r. p.m, cada um, Estes slternadores vertiesis sfo os geradores mais potentes da Suica PRODUTOS OERLIKON Equipamentos eléctricos completos para centrais termo ¢ hidroeléctricas, subestactes @ instalacdes de distribuic&o. Accionamentos eléctricos especiais para todas as indis- triss, Geradores, motores, transformadores, reguladores de induc&o, comutadores, rectificadares dé vapor de mercirio, equipamentos para soldadura eléctrica por aco. Electrolizadores para a produc&o de hidrogénio e oxigénio. Aparelhos de ma- nobra e proteccio para slta 0 baixa tenséo, reguladores eutométicos de tens&o, relés, para-reios. Turbines de vapor e turbo-geradores, ponte-gruas, compressores. Equipsmentos eléciricos para locomotives, sutomotores, veiculos diesel-eléctricos, locomotivas de acumuladores, tranvies, troleibus, funiculeres ¢ telelericos, etc, TECNICA FERNANDO JACOME DE CASTRO pinecror ANO XXIII-N2° 183 MAIO 1948 BREVES NOTAS SOBRE O ENSINO NO |. S. T. por FERNANDO JACOME DE CASTRO. (Go curs de eng ci) C.D. 378 No titimo mimero da «T'éenica» publicémos um artigo do Eng.° F. Vaseo Costa, em que o autor nos apresenta algumas das impressdes colhidas na Universidade de Cornell, durante 0 perfodo em que, como bolseiro do I. A, C., teve ocasiéo de af trabalhar. Depois de ler essas piginas, em que se indicam a tragos largos, a organizagio e modo de funcionamento dessa universidade, especialmente da sua faculdade de engenharia, par ce-nos que 0 ninguém, interessado no progresso do I. §. T., deixard de ocorrer a possibi- Tidade de adaptar & nossa Escola algumas das medidas que 1é tfio bons resultados pare- com dar. Sem diivida seria irreflecgio de graves consequéncias pretender a simples adopefio de todo o sistema, desprezando as profundas diferencas existentes entre os individuos que frequentam as duas escolas e entre os meios em que sio langados ao sair delas, Referimo-nos apenas a um certo niimero de factos a que, julgamos, seria de bené- ficos resultados dedicar um pouco de atengo, procurando determinar até que ponto pequenas modificagées operadas sobre eles poderiam melhorar o ensino no I. 8. T., elevando o sen nivel ¢ aumentando-lhe o rendimento. Poderd a muitos parecer arrojo da nossa parte o virmos apontar deficiéncias ou atrevermo-nos a sugerir correcgdes em assuntos superiormente orientados por personali- dades de reconhecida antoridade e valor. Mas somos movidos pelo desejo desinteressado de, dentro das nossas possibilidades, contribuir para a clevacio da Escola, Julgamos que s apresentagiio de pontos de vista alunos, a quem tfo directamente dizem respeito os problemas da escola, nfo pode deixar de contribuir para uma melhor resolugio dos problemas, muito embora tais pontos de vista possam ser influenciados pelo entusiasmo e pouca experiéncin préprios da idade de quem os apresenta. TECNICA 937 Deve ainda notar-se que os pontos focados, sugeridos pela comparagii entre a escola americana e a portuguesa, nfo sio novos: encontramo-los estudados por A. Bensatide organizador do Instituto, hé mais de 80 anos. ‘A grande diferenga encontrada entre a universidade americana e 0 Tustituto é wo grande interesse, digamos mesmo afineo, com que profestores e alunos da Cornell dili- genciam tornar o ensino universitirio 0 mais proveitoso possively. Embora apontemos apenas a diferenga entre a Cornell eo I. 8. T., estamos convencidos de que ela se alarga a muitas ontras escolas portuguesas; pelo que respeita aos alunos, nfo temos diivida de que o desinteresse manifestado por intimeras cadeiras dos respectivos cursos nio é apani- gio dos do 1. 8. 'T. Para muitos professores, a regéncia da eadeira representa apenas um acréscimo de trabalho, dificilmente encaixado entre os seus miiltiplos afnzeres. ‘A par desta diferenga existem outras também importantes: a que se verifica nas relagdes entre professores ¢ alunos, intimamente relacionada com @ primeira, ¢ a diferenca entre tempos de aulas. Estamos conveneidos de que, fazendo desaparecer a primeira e diminuindo conve- nientemente as outras duas melhorariam eonsiderivelmente as condigdes de ensino no Instituto. ‘A maioria dos alunos portugueses passa grande parte dos seus cursos esindando matérins que, com ou sem raziio, reputa intiteis. Nesta conviegiio o estudo destina-se a pas sar ¢ nfio a aprender. Nao se procura o saber mas sim um diploma. Nalgumas palavras que precediam a publicagio das «Notas histérico-pedagégicas sobre o I. 8. T.» do prof, Alfredo Bensatide, fazia-se uma referéncia ao progresso da escola, nos seguintes termos: «Esse progresso, é evidente, manifestar-se-6 sobretudo por uma elevagho e actuali- zagio constantes dos métodos de ensino nela adoptados, através dos assuntos versados © dos meios materinis indispenséveis a estes». ‘Tal progresso 6, evidentemente, impossfvel sem um vivo interesse da parte do corpo docente, apoiado por interesse néio menor dos alunos. 0 desinteresse manifestado pelos alunos (¢ deve notar-se que nos referimos a uma maioria, incluindo mesmo muitos dos chamados bons alunos) tem, a nosso ver, dois aspeo- tos distintos: 0 que surge em face das eadeiras de cultura geral, consideradas preparaté- rias ¢ o que se manifesta contra as eadeiras de especialidade. Quanto ao primeiro, na maior parte dos casos injustificado, 6 talvez devido ao facto de os conhecimentos ministrados nessas cadeiras serem seleccionados ¢ apresentados sem qualquer preocupagio de mostrar como e porqué podem vir a ser titels na pritica, $6 muito mais tarde, nos xiltimos anos do curso ou mesmo jé no exerefeio da profissito, TECNICA 938 6 sluno vem a sentir a falta dos conhecimentos que entdo desprezou, Além disso, em certos casos, 6 maior a preocupagao do professor em expor um certo volume de matéria do que em averiguar so ela é assimilada pelos alunos. Enquanto em Cornell «o ensino é orientado de modo a que todos os alunos fiqnem aptos a utilizar com seguranga tudo quanto aprendem nag aulag» & notéria a dificuldade que muitos alunos do I. 8. T. encontram em aplicar A prética a maior parte dos conhecimentos adquiridos nas aulas tedricas. desinteresse perante as cadeiras da especialidade , em certos cases, justificado pela maneira como os programas sito desenvolvidos. Na impossibilidade de, em cerea de 70 horas de aula, expor tudo o que se refere a uma dada especialidade, adopta-se o critério de desenvolver em profundidade um ou dois capitulos, desprezando priticamente todos os outros, Assim é inevitvel o desinteresse do aluno: se, como muitas vezes aconteoe, orienta a sua vida profissional num ramo dife- rente daquele a que se refere essa cadeira, o estudo detalhado e fastidioso desses porme- nores, é-lhe completamente intitil; se se especializar exactamente nese ramo, 0 que evidentemente seré menos frequente, o conhecimento pormenorizado de um capitulo ser- -lhe-4, quase tiio insuficiente como nada. Julgamos que ndo tem lugar entre nés a solugao extrema de tornar facultativas todas, ou quase todas as cadeiras de especialidade: 0 que é uma medida de defesa em face da enorme especializagio que se verifica nos E, U. deixa do ter sentido num meio em que o engenheiro 6 obrigado a encarar os problemas de uma maneira mais geral. Mas parece-nos que seria vantajoso desenvolver essas cadeiras em superficie, apontando todos os capitulos, acen- tuando bem a importincia de cada um, ilustrando-as com citagdes e documentagio refe- rente casos concretos, de modo a convencer o aluno da sua utilidade e actualidade, Jevando-o assim a um estudo interessado, certamente de muito maior rendimento. Tal sis- tema permitira ainda, em alguns casos, reduzir a extensio do programa, diminuindo 0 tempo de aulas que 6 por vezes, exagerado. A par destas cadeiras gerais, de interesse para todos os alunos, poderiam, dentro do cada especialidade ou apenas naquelas em que fosse considerado oportuno, existir outras, facultativas, em que se fizesse o estudo muito especializado de certos problemas coneretos; poderiam mesmo estas endeiras ser constituidas por séries de conferéneins feitas por especialistas, como, hé pouco tempo ainda, alvitrou, num artigo publiesdo na «Téenican, actual director do I. S. T. Tais cursos, altamente especializados, seriam apenas frequen- tados por aqueles que Ihes reconheciam a utilidade e para eles jé se encontrassem apetre- chados com a preparagko indispensivel o que permitiria um alto rendimento. De resto hé no Instituto algumas cadeiras facultativas para certas classes de alunos, como, por exemplo, as de Geologia © Aerondutien, e os resultados obtidos pelos que as fre- quentam parecem confirmar 0 que se disse atris, Nos outros dois pontos indicados, tempo de aulas e relagées entre professor ¢ aluno, nflo 6 muito menor a diferenga entre o que se passa numa e noutra escola. No LS.T. sto vulgares os hordrios que indicam 44h de aula semanais e encontram-se mesmo alguns com 48; em Cornell os alunos tém cerca de 20 horas de aulas, mas estes, TECNICA 939 cembora apenas com cerca de metade das horas de aula dos alunos do I. 8. T., estudam mais que estes tiltimosy, Cremos mesmo que 6 pelo facto de terem menos horas de aula que estudam mais, sobretudo se tivermos em mente que eles frequentam @ universidade para aprender ¢ nfo por capricho das familias on para se intitularem universitérios. Quando em 1911 se fundou o Instituto, logo se estaheleceram hordrios macissos com o fim de manter o aluno num ambiente de trabalho, eapas de o preparar para enfrentar as dificuldades da vida profissional. Admitia-se porém, como fundamental, que o aluno aprendia nas aulas tedricas © aplicava nas praticas os conhecimentos adquiridos. Assim, o seu trabalho fora da escola seria bastante leve. Actualmente nfo é bem isso que se veri- fica; em muitas aulas tedricas a maioria dos alunos no aproveita nada, limita-se a ti apontamentos ou anotar nas folhas de que dispde o gue é ou nfo dado pelo professor empenhado neste trabalho de escriba nto pode seguir os raciocinios da exposigiio ¢ chega ao fim da aula com uma ideia muito vaga do que foi dito. Depois das 8 horas de aula do dia, o aluno chega a casa com muito mais desejo de deseanso do que entusiasmo para o trabalho, Sem um estfmulo suficientemente forte, relaxase © comegam a amontoar-se as ligies atrazadas, A aula tedriea perde o pouco interesse que ainda tinha e é abandonada, Um pouco mais de tempo livre ¢ um ligeiro estimulo, representado, por exemplo, por pequenos interrogatérios feitos na aula sobre assuntos gerais anteriormente expostos, permitiria ao aluno manter-se em dia com as matérins ensinadas. Nessas condigies ji a exposigdo viria sugerir diividas que dariam lugar a explicagdes do professor por certo muito mais interessantes do que a simples exposigiio ou leitura, Por outro lado, se a par disto, os professores dispusessem de mais tempo para dedicar escola, poderiam os alunos procurd-los para Ihes exporem as suas dificuldades pedir esclareeimentos ou conselhos. E de um maior contacto entre professor ¢ aluno s6 poderia resultar uma melhoria no ensino. Infelizmente a maior parte dos professores, acabada a hora de aula, sai imediatamente da escola para atender as suas outras oeupagtes. Hé mesmo quem tenha afirmado que, acabada a aula, deixa de ser professor... © problema da falta de tempo tem um outro aspeoto de grande importéneia, que parece nfo ser considerado convenientemente: apenas nos primeiros anos se prevéem nos hordrios tempos destinados & cultura fisica que j4 0 organizador do Instituto considerava indispensdvel. Os alunos dos restantes anos apenas tém a possibilidade de praticar qual- quer exereicio A hora do almogo. Nestas condigdes, o clissico desideratum «mens sana in corpore sano» fica muito onge de ser atingido, verificando-se até, por vezes, um irremedidvel desiquilibrio entre 0 desenvolvimento do corpo e do espirito. Parece estar fora de discussio qne I, S.'T. atravessa uma crise. Compete ao Conse- Iho Escolar do Instituto veneé-la; julgamos mesmo que 86 cle, dispondo de poder ¢ da autonomia indispensdveis, poder fazé-lo. TECNICA 940 E interessante verifiear como, embora escritas hé perto de 30 anos, as «Notas hist6rieo-pedagégicns» de A. Bensatide, se mantém cheias de actualidade; 1é se refere W possibilidade de crises como a actnal, se apontam as causas e indicam os modos de as vencer. Ji no actual ano lectivo se tomaram certas medidas nesse sentido mas nfo se atin- giram as causas do mal. Seria, por certo, impossivel remediar os males apontados com uma organizagio rigida, uniformizada e centralizadas como por exemplo a do ensino secundirio. O progresso numa escola superior s6 se consegue A custa de uma evolugao e actualizac&o constantes, impossiveis sem uma larga autonomia pedagégica. Tornar as escolas dependentes umas das outras arrastaria & rotina, inimiga de todo o progresso. Lembremos que, na Universidade de Cornell, a faculdade de engenharia se encontra dividida em 4 colégios gozando de grande independéncia pedagégica. O excesso de populagio escolar nos primeiros anos, principalmente no 1,°, tem, liltimamente, causado perturbagées no funcionamento normal dos eursos. Quando o Instituto foi fundado criaram-se meios para evitar que essas vagas _pene- trassem na escola sem a necessiria selecciio: as provas de admissto em que cada aluno mostrava os elementos de que dispunha para iniciar o sen curso ¢ uma cuidadosa e rigo- rosa seleogo durante 0 1.° ano do mesmo curso. Julgamos que estes dois meios sé podem ser eficazes quando se completem, desempenhando cada um a sta fungdo bem definida: as provas de admissio impedindo a entrada aos que nfo disponham de um m{nimo indi pensivel de conhecimentos, a sclecgo no 1.” ano permitindo apenas a continuagao \queles que sejam susceptiveis de se tornarem enganheiros. Exames de admissio exageradamente simplificados, ou mesmo suprimidos, permitem a existénein no 1.° ano de uma enorme massa de alunos de que apenas 20 ou 25°/, apro- veitam a frequéncia. Os restantes esqueceram completamente parte das nogdes aprendidas no liceu ¢ conscrvam das restantes tio pouco, que se mostram completamente incapazes de as aplicarem aos novos problemas que Ihes sio postos, Esta maioria acaba por desistir apés 2 ou 3 anos de trabalho (?) estéril, sem qualquer utilidade para si e com conside- riivel prejuizo do curso. Um outro problema ainda, parece ser considerado de grande importéneia, embora no tenhamos descoberto porqué. Referimo-nos ao problema das transferéncias. Quase que se chega ao ponto de alterar programas, 86 para que se possam efectuar transferéncias.. . Hi duas espéeies de indfyiduos, a quem interessam as transferéncias: em prim Ingar aqueles que, tendo tirado um doterminado curso on parte dele, pretendem matri- TECNICA 9 cular-se numa outra escola para completar ou prosseguir os seus estndos ¢ desejam ser dispensados de repetir cadeiras jé tiradas; depois o8 que, tendo por qualquer raaio eso» Thido um determinado curso, pretendem tirar ada uma das endeiras nn escola em que cla 6 mais facilitada, por ser a{ considerada de menos importineia ou por qualquer outra ratio acidental. (Os primeitos, que sto certamente poco numerosos, merecem goralmente que 0 seu caso seja devidamente considerado, ao abrigo de uma lei geral, que jé existe. Facilitar as pretenstes dos iltimos, que stio em maior niimero, parece-nos contra- Pa af Piya A fxea S, sent, finalmente, S:=PSi=P2 8 3 — Dinenstes dos peneiros © movimento da mistura a peneirar, pode obter-se fundamentalmente em trés espécies de peneiros: rotativos, vibratérios © oscilatérios, Em qualquer dos trés cnsos, pode admi- tir-se, grosseiramente, como no caso dos misturadores que, em endn movimento, se efectua uma operagio de separagio. ‘© miimero total de operagées ser’ ao ™ FD He FP se for n o mimero de movimentos por mi- nuto, o tempo total expresso em minutos seré ? TECNICA 948 Como P ¢ a quantidade a peneirar por hora, a quantidade a moer em t minutos ser eos 00 00 po Portanto a capacidade do peneiro tert de ser como no caso dos misturadores. 0 valor de E varia com os tipos de penei- ros @ 0 volume V niio deve exceder 0 valor maximo usual ; no aso de se obter um valor de V muito elevado, consiréem-se viirios peneiros, cada um dos quais com um yolume normal. I— Peneiros rotativos Sto constituidos por um cilindro euja superficie Jateral 6 constituida por uma rede. O grau de enchimento pode conside- rar-se igual ao dos misturadores de s6lidos eo niimero de rotagées pode ter o valor usual 4 vD O comprimento L tem o valor habitual L=Da8D Bm geral D varia entre 0",75 ¢ 1™,20. Deve notar-se que o valor de V é deter minadoa partir de 3, p® sendo os p" fangdes de h; por isso, o valor de h tem de ser arbitrado antes de se efectnarem os edlculos, Em geral, faz-se h—=0"1 a 0",3 ¢ verifi- case, no fim, se as dimensdes do peneiro sfio proporcionadas. ‘A altura h tem de ser considerada como fa altura média, visto que a disténein da superficie livre da mistura 4 rede é varié- vel (fig. 3) Representando a fren da seegio da mis- tura por Ay, serd EA iro e Eo sendo A a seegiio total do pe grau de enchimento ‘Ter-se-4. Pig. 8 ya ED 4 sen © Angulo « determina-se a parti 8 partir da relagho rdeE, BA Substituindo A, e A pelos seus valores, fica a—sena 0 valor de « determina-se por tentativas. No caso de se tomar H = 0,35, vem =~ 153° e sen ~ 0,958. Portanto, h ~ 0,287 D Resta s6 verificar se o valor de D cal- culado por esta relagio coineide com 0 que se determina a partir de V. Estes peneiros empregam-se, em geral, para misturas em que os finos no tenham uma granulometria superior a 1/2" e a capacidade 6 aproximadamente de 200 kg por hora, por metro quadrado e por mili: metro de abertura, IL — Pensiros vibratérios ¢ oscilatérios Sio constitufdos por uma eaixa cujo fundo constitufdo por uma rede (8g. 4), No primeiro tipo, 0 movimento efectua-se numa direceio perpendicular ao plano da rede e, no segundo numa direcgio paralela, As dimensdes sao, aproximadamente, L~2B B Hw O valor de h seré h=EH, podendo E tomar, aproximadamente, o valor usado para ‘os peneiros rotativos. Como no easo dos peneiros rotativos, 0 valor de h tem de ser arbitrado, embora com valores inferiores (h=0,05 m a 0,1 m). As dimenstes no devem exceder os valo- res B=0",75 e L Fig. 4 O miimero de movimentos n por minuto varia entre 1.200 a 3.500 para os peneiros vibrat6rios © entre 60 e 400 para os osci- latérios. As capacidades usuais sio de cerea de 5 toneladas por hora, por metro quadrado por milfmetro de abertura, para os peneiros vibratérios e de 1 a 3 toneladas por hora, por metro quadrado ¢ por milimetro para 0s escilatérios, 4 — Poténcia a instalar Estabelecido, a partir das dimensdes mi ximas dos peneiros, 0 mimero > de peneiros a utilizar para a peneiragio do peso P por hora, cada um teré de pencirar 0 peso ? TECNICA 949 A poténcia total aempregar nos » moinhos sera Para o céleulo de * considerar-so-é um volume em que k=0,25 a 0,5 & como no cago dos misturador: 0,8 a 0,9 B—PRATICA Na priitica, os cilleulos que se fizeram estiio sujeitos a viirias restrigdes, que sio fungdes, prineipalmente, da humidade da mistura a peneirar. As particulas muito ht midas agarram-se As malhas da rede, tapando-as, reduzindo, portanto, a rea de passagem, Este facto é tanto mais pronun- indo quanto menor for a abertura das ma- Thas, pelo que a partir de uma certa finura, os peneiros nfo trabalham com bom rendi- mento. Pode fixar-se como limite de aplica- ‘glo econdmica da separacio por peneiragio a finura de 20 a 35 malhas por polegada linear, mesmo pars misturas secas ; a partir desta finura, os eiileulos feitos deixam de ser aplicdveis. \ medida que a percentagem de humidade vai aumentando, os limites de aplicago vo correspondendo, evidente- mente, a aberturas maiores, a ponto de ser impostivel efectuar a peneiragio em mistu- ras muito htimidas, a nfio ser que a humi- dade seja tio grande que a mistura esteja em suspensio num Ifquido e passe através das malhas sob forma de suspensio. A penei- ragio feita nestas condigdes emprega-se, TECNICA 950 sempre como auxiliar da classifieagio ou da separagio por densidades, como veremos. ndimento & dos peneiros pode sor referido is partieulas finas ou as particulas grossas. No primeiro caso, ter-se-4 babe e, no segundo, a ~ a phe” Os valores exactos dea, b ¢ b™ sfio deter- minados no laboratério pela andlise de uma pequena porgaio e com um tempo deagitagao priticamente infinito ('). O valor usual de ! 6 0,6; considera-se muito bom, 0,75 ¢ o limite pritico 6509. CAPITULO IL CLASSIFICAGAO E SEPARACAO POR DENSIDADES a) Goneralidades A classificagiio © a separagio por densi- dades, baseiam-se nas diferentes velocidades de deposigao de uma particula em suspensiio num finido em fungao das dimensdes © do ‘peso espectfico. Como se vin no estudo da mistara de Hquidos, a expresso geral da resistencia de um fluido a0 movimento de um sélido através dele tem o valor way, Fe) ry fen as, s sendo No veetor unitirio normal 2 super- ficie dS © 7 0 peso especifico do fiuido. ow F 15) 4 formala = _ (Sia | a=ioo Ue, portanto, & so=i arb abe (ver, por exemplo, «Chemical Engineers! we Representando por « 0 fingulo entre dl eX, ter-se-4, f£)eosads . Como se sabe, N é da forma va B sendo d uma das dimensdes lineares da partfeula, que pode ser o difimetro D no caso de particulas esférieas. 0 valor de f (N), 6 como se sabe do Trans- porte de Liquidos, f1\é fN)=K =« (5) 1 — Movimento viscoso No caso do movimento viseoso, (para 0,0001 Sua A forga F serd EAE [coraas aJs No caso de partfoulas esférieas, fiomeds—cn 22, 1 como se vin no Transporte Pnenmético de Sélidos ; ser’, portanto, Kew 2D" 2UD 8 O valor experimental de K 6 K=24; logo, P= uD A velocidade da particula ser& estacio- néria quando o valor de F igualar o seu peso aparente, isto 6 1 1 2 epty— 1 ps7,=32nUD , Dy ety ae sendo y 0 peso espeeifico da particula, Desta igualdade tira-se vaho=y 18 2 — Movimento turbulento No caso do movimento turbulento (600 72 (e, portanto U,) € ainda que as partfeulas tém diftmetros diferentes D, e D,. As velocidades serio Se D> Dz, 0 valor de U, 6 necessiirin- mente maior que Us mas se D,< D, os valores relativos de U, e U; dependem do conjunto de valores 7, Diy 7 ¢ D;. Em particular, as velocidades de deposigito serio iguais quando Dia) Ds (2— 7) Se se pretende que U, seja maior que Us, tert de ser Di (a7) > Ds (2 W) » on bcp. 2S a Quere dizer, portanto, que se 0 didmetro winimo das partfoulas mais densas for Dy , © diémetro miximo das particulas menos densas teré de ser inferior aD, A=” nn aibelecido este valor de modo a obter diferengas de velocidades apreciiveis, éevi- dente que a separagiio por densidades exige, proviamente, uma peneiragio de modo que todas as particulas tenham diametros com- preendidos entre D, e Dz. Kista. peneiragio fazese sobre a propria suspensiio, o que tem avantagem de impedir que fiqnem partfculas agarradas te malhas das redes. Na pritica, a deposigio é sempre impe- dida, para reduzir as dimensdes da apare- Thagem. Os dispositivos mais utilizados na priitica sfio o chamado peneiro hidrdulico e mesa Wilfley, que nto desereveremos p que siio assuntos que se referem especial- mente i Engenharia de Minas e, além disso, ‘vem descritos nos livros sobre este assunto. CAPITULO IV SEPARACAO MAGNETICA Consegue-se colocando um fman num local do pereurso (como, por exemplo, em calhas de descarga) ou fazendo passar a mistura por um pequeno transportador de correia em que a roda terminal 6 cons- titnida por um iman. Nestas condigdes os pedagos de ferro siio descarregados num ponto diferente da restante substincia (fg. 11). Pedogds de ferro Fig. E evidente que o engenheiro quimico nao teré de projectar separadores deste tipo e Timitar-se-4 a consultar casas especializa- das. CAPITULO V SEPARAGAO ELECTRICA DE POEIRAS © sistema de separagio eldctrien de poeiras (conhecido, também, pelo nome de TECNICA 957 sistema Cottrell) consiste na cringfo de um campo eléetrico entre as armaduras de um condensador, com uma intensidade corres- pondente i formagto do efeito de cores 0 {qe vai obrigar as particulas a deposita- Mhese sobre o electrodo ligado & terr E evidente que o projecto de um separador cleetrostitico nfo ter de ser feito por um engenheiro quimico ¢ basta conheeé-lo sob TECNICA 958 © ponto de vista descritivo o que pode verse, por exemplo, em «Chemical Enge- hers! Handbook» de J. Perry ou em «Der Chemie-Ingenieur» de Eucken — Jakob. BIBLIOGRAFIA. ‘Vor artigo anterior sobro «Misturay O APROVEITAMENTO DA AGUA NA ILHA DA MADEIRA PELO ENG.” CiVviL (I. s.1) M. R. AMARO DA COSTA Inicinda a colonizagio da Madeira, logo reconheceram os seus primeiros povoadores que a plenitude do exepeional favor das condigdes do meio agroclimstico, era assu- mida com a pritien do regadio. ‘Assim, o demonstra, o recuado das datas da construgio dos primeiros aquedutos ¢ da instituigio dos preceitos bisicos para regu- lar a distribniggio das dgans. primado da rega na economia da Ilha, marcado entio na era da descoberta, aumen- tou ligicamente de importfincia com o andar dos tempos ¢ acompanhon, a par € paso, 0 crescer da populagio. Ccupadas, pelos primeiros que chegaram, as achadas suaves da beira-mar e dos vales de pequeno pendor, vio as terras de cultura trepando até A altimde dos 600 metros, j4 nas regides das névoas, transformando as encostas numa sweessiio de socaleos, s6 posst- veis & custa do esforco gigantesco e eonti- nuado de geracdes. Podia a ladeira ser ingreme e rochosa, mas, pertinécia do madeirense, niio desistin de modificar completamente a topografia e 0 agro. A Grea do muro por veres pouco exee- deré a conquistada para a cultura, a terra busear-se-4 aqui e além, cesto por cesto, mas © «poi» acaba por aparecer e, 0 tom verde, nilo mais o desampara. Para isso, 6 mister que Ihe nio falte a Agua, ¢ estando jé longe o arroio, donde ern fiicil © simples desvié-la, impte-se a quem, Unicamente pela forga do seu brago, fabricou © canteiro e aleandorou o ninho nas alturas, para usufruir a generosidade da terra e a amenidade do clima, corresponda mais uma (Presidente eDiesor Delogado da Cmissde Admins tata es AproeitametusWdrulcs da Mara) ©. D. 626: 338 ver io designio da Providéncia de premiar © esforgo da conguista com posse de outro bem, nfio menos precioso, que por maravilha brota abundante e perene dos mais altos pinearos até no mar, ‘A levada, de prineipio pequenina, jé a denotar 0 arrojo para mais largos voos, vai indo, sempre mais longe e mais acima, até aos escondidos e ignorados recdnditos das serranias de 14, fura as montanhas, risen a0 meio as muralhas de centenas de metros de altura, debraga-se nos abismos, vence as cristas, pula nos despenhadeiros, dobra-se nos refegos das encosias, amansa-se nas chiis ¢, por fim, entrega-se a todos, através de uma rede vascular tiio densa, que torna maravi- Thos a sua chegada ao destino, mas, por vezes, em tamanha mingna que contrasts dolorosamente com tanta luta. 0 interesse suscitado pela posse, tinha de refleotir-se nas providéncias reguladoras do uso, Fixada a doutrina biisica pelos reis da descoberta, com uma clarividéneia tal que a tornon distinta do direito comum, sucede-se durante 08 séoulos, até aos nossos dias, uma longa teorin de cartas de mereé, provisées, alvaris, decretos © leis numa sequéncin ¢ continuidade que dificilmente encontrarko paralelo noutro ramo da nossa legislacio, ianto de estranhar quanto reduzido é 0 m= bito da sua aplicagio. © sen fundo, em perfeita concordancia com as condigdes do meio, consiste em reser- var para as zonas baixas, de aptido perma- nente As mais variadas culturas, as aguas nascidas fora delas sem qualquer atengio pela propriedade das terras donde provém. TECNICA 989 Nao fora a visio de génio dos reis D, Joio Le D. Joio Tl e seus sucessores, © confirmagio do presente, estariam, provitvel- tnente, enxutos grande parte dos aquedutos on, reduzidas s delgados fis, as velas que fomam possfvel a opuléncia luxuriante da vida vegetal da Iha—a sua maior razio de ser. ‘Nao desmerecendo de tio sébia governa- gio acodem, prestes, os donatirios o os ses wleiros a fazer aquedutos, utilizando, certa- mente, os conhecimentos em tal matéria os seus criados mouros. Mais tarde, e com fe terras mais divididas, seguem-lhe as pisadas grupos eneabegados por um maior, Triginando as associngdes de hereus e Por fim, o Estado, nas realizagdes mais gran- diosas. ‘ko mesmo tempo, o regime da proprie~ dade——a colénia—tambem aqui criado & Tmantido até ao presente apesar dos seus Yefeitos, favorece a transformagio agriria, pela insia de apego do colono Tiberto tnesga de terra onde eriard seus filhos. ‘Datam respectivamente de 1515 ¢ 1562 os documentos mais antigos sobre as levadas de Santa Luzia ¢ dos Peornais constrafdas no Funchal ¢ ainda em servigo; nesse século, empreenden_o genovés Rafael Catanlo s Chua de maior envergadura do tempo, que cruma extensio de cinco Iéguas se destinaria ‘a dessedentar o ainda sequioso Canigal. Goneluiu-a El-Rei, mas, a breve trecho, fot abandonada por ficarem os beneffcios aquem dos encargos. nsec eee ‘As doengas da Mie-Patria, trazidas pela sujeigio a gente estranha, fazem depois aivandar o impeto até que, com a era do Rei Reformador, nova maré de realizagies sacode o Ietargo em que se jazin. E, mais nio para, a Ansia de tudo con- quistar. Estava j6 dominado o relativamente féeil, mas, para o mais importante, nfo bastava Sbainho o esforgo particular, predominate até hé pouco mais de um século, Sucede-se, entdo, 0 perfodo de uma grande intervengao do Estado, na construgfio dos maiores aque~ dutos de que a Madeira foi dotada até d era do empreendimento decisivo, jé em curso de realizagio. Este perfodo, eomecado por volta de 1830, prolonga-se até aos prinefpios do presente Venlo e, embora se possa achar demasiado fextenso para a obra aparente, devemos sitar Shos na époea para a apreciar justamente, ‘Pensando na exiguidade dos mais elemen- tares meios de trabalho, nas grandes dificul- dades da natureza agreste das serras, mais fcentuadas nessa altura pela falta de meios de transporte e de mfo-de-obra, nas menores exigéncias de regadio e nas vicissitudes governativas, aionua-se, @ desvaneserse fhesmo, o rigor da exitien a que fossemos levados. ‘volume da obra realizada, nfio deixe ainda hoje de impressionar, se olharmos sobretudo aos tremendos obstienlos ven- cidos. Sucintamente apresentamos : LEVADAS, Extensio | Caudais Tipoca da construyio | Patines? | ciate ie Joovada Velba do Rabagal «6 + + + + Sova do Rabacal «+ + + + } da Faji dos Vinhiticos . «s+ + + da Serra do Fails. 6+ + + y do Purado e Juneal «w+ + + 3 da Serra de 8. Jorge (a) ++ + + 3 da Ribeira do Inferno. 6 + + > do Monte Medonlio . . + + 1835 a 1860 | 19.100 1849 a 1800 | 12.900 1sé1_ | 11.000 1877 2 1995 | 30.900 Anter, a 1820 | 15.600 is77 a 1904 | 11.400 1908) 6.600 1908 6.200 Os tineis perfurados totalizam 8.800 metros o vio desde * = 800 metros de comprimento. (a) sta lovada substitein da Fafa dos Vinhiticos ques ‘abandonon em virtude das s gues passarom a abastecor # da Serra do Faisl. TRENICA 960 ores andes ese sos: eixa, "mos. ven- OS VARIOS TIPOS DE CUPRINOL A 30-4 Para a protecrdo das madeiras, ALGUNS USOS OUPRINOL contra: os ataques fungosos, = escaravelhos, besoires ¢ for: FNOOLOR tga branca Soathos PARA MADEIRAS Miele. ~ e * Parguets Emprega-se om todas as madei- Radapis 30. Pas gua tenkam de ser dull. Corrtneg CUPRINGL das, envernizadas ou ence- —sArtigos de spurt CASTAHHO — "210s. Estes dois tipos de Moliwras Cuprinol, admitem também @ Enbalagens de uso PARA MADEIRAS —jinttura, constente, ee ° 30-! E geralmente 0 tipo que se em- Vigamertos prega nas construcies. Este Forros de tetas CUPRINGOL tipo. de Cuprinol, pode ser Parteinferior dos soa- VERDE atdquirido om todas os agen. toe cas ROB AC. tinicas Catvithos FARA MACRIAAS autorizadas a vende-lo ao li- «Portas, Empexas tro. Qualguer destes tipos de Celsiros, Latedas © Cuprinol “pode usar-se por — Currais, Portoes fersto ot aplicade @ brocha, Bordo, Cavolrigas 20-7 Convém sempre dar duas — Postes de madeira 30-3 deméos de Cuprinol, a se- Carrosseries 5 gunda demdo antes de estar — Bancos dos jardins $0 PARA IMUNIZAR Séea a primeira, Estufas, de, te Toxas, CoRDAS, ETC 30-10 20-6 Os tipos de Cuprinol usados nal Toldos fima guerra, para tratamento Panos agricolas FARA MEENA EE Gy Sieos, cobarturas, cto Pontes lots, CORDS, COBERTURAS, ‘TOLDOS, Bre. e Este tipo de Cuiprinol tem meres cido as mais enlusidsticas todos os ar- 30-14 referéncias. da classe mari- tigos de fdras oe. lima, As redes e linkas de getais. CUFRIA OE pesca, tratadas a Cuprinol VERDE duram 6 vezes mais que PARA REDES quando iratadas com outros DE PESCA produtos. 0 CUSTO DO CUPRINOL NUMA CONSTRUGAO REPRESENTA UMA VERBA INSIGNIFICANTE, NAO BASTA MENGIONAR NOS CADERNOS DE ENCARGOS 0 USO DO CUPRINOL. E PRECISO ESTAR ATENTO A QUE NAO SE EMPREGUEM IMITAGOES. A SECGAO CUPRINOL oferece-the assisténcia gratis SocitepapE ROBBIALAC, Limitapa 15, RUA NOVA DO CARVALHO // LISBOA // Telefones: 27000, P. B. X. 82029

Você também pode gostar