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| TECNICA | REVISTA DE ted Pty. Nee MUO on Sr N a Geierele 1949 Oficina @ Laboratérios do INSTITUTO SUPERIOR TECHICO [As ofcinas pedagogicas do Instituto Superioe Técnico, de CARPINTARIA DE _MOLDES, de INSTRUMENTOS DE PRECISAO c de ELECTROTE. Fabricado pelos mals modernos pro- ai ernecem eda oletere] on cessos e preferido para todos 8 tra- parao ensino tecnico, Nos abortion balhos de responsabilidade. de QUIMICA-ANALITICA, FISICA Sacos de papel ou de juta com 50 Kg. INDUSTRIAL E DE MINERALOGIA Barricas de 180 ke. txceutamse andlises para 0 piblice Ss BC iIL COMPANHIA GERAL DE CAL E CIMENTO RUA DO COMERCIO, 56, 3.° LISBOA Para quaisquer informagies, diigir-se a0 secretério da comissio executiva Cimento -Lit> bitrotagato <4) IMPERMEABILIZAGAO DE OBRAS REBOCOS, FUNDACOES, PAREDES, ETC. Substitue com vantagem de or- dem th impermesbilizadores conhecidos, ae econémica todos os Em sacos de papel de 50 quilos Pacam instrugées para oxeu emprégo Filil: Rus de Sante Anténlo, 190-4, 12—Porto Agentes em todo o Pais NUMERO 189 Fevereiro — 1949 TECNICA REVISTA DE ENGENHARIA ALUNOS DO INSTITUTO SUPERIOR TECNICO Andsegoo Aéminsirapéo: AV, ROVISCO PAIS, IST / LISBOA-NL/ TEL. 70144 isha 60) DIRECTOR HENRIQUE ESTACIO MARQUES ADMINISTRADOR José MARIA AVILLEZ BIBLIOTECARIO H HORACIO DECAMPOS NETO SECRETARIO Lulz D& CUNHA FERRAZ CORPO REDACTORIAL JORO- A, A. JUSTO JOSE PIRES CASTANHO DUARTE N. MENDES. Da cosa NOMERO AVULSO 9800 ASSINATURAS: 2 Continents « thes 2590 45900 85300 Coens Portgue- Testrangeo —- stsv0goy00 EDITOR E PROPRIETARIO ASS, DOS ESTUD. DO 1.5, T COMPOSTO E IMPRESSO Tip. JORGE FEBRANDES, L.% RUA CRUZ DOS POIAIS, 103 LISBOA SUMARIO CAPA — Fabrico de blocos dei betSo celuler (Celullt pital Escolar do Porto © descerregador de chelas do Pego do Altar. . Eng* Vasco da Silveira Bual x8 Um método sistemétice para a determinac&o dos osforcos nas barras dos sistemas arti- culedos no espace... .. « Jngs Armando de Campos eMstos ee ‘200 FlltragSo. Prensagem . Eng? Luis A. de Almeida Alves cee eee 207 Y Exposi¢So Fotografies do Ins- tituto Superior Técnico. - o Vaivde on oes! dag Processos unitérios da quimica ‘orginica.—NitragSo .... . Eng" Manuel Chagas Ro- queen eee ee 205 Tipos modernes de transmissées . 235 Biblioteca... « Peer a See eos) OS ARTIGOS PUBLICADOS NESTA REVISTA SAO DE EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DOS AUTORES, Bill LULL SONDAGENS RODIO, Limitada Sondagens geoldgicas, estudo da resis- téncia e permeabilidade de terre- nos; laboratério geotécnico Pesquisas de Agua. Congolidagdio e impermeabilizagio de terrenos e de obras por meio de injeccdes de cimento, produtos qui- micos, argila activada, emulsio be- tuminosa Shellperm, ete. Estacas de betdo armado, sistema Rédio moldadas no solo sem trepidagdes. 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VASCO DA SILVEIRA BUAL cD, 627,883 (468) Comunicagéo apresentada ao 2.’ Congresso Nacional de Engenharia CAPITULO Gener les © descarregador de superficie duma Darragem conslitui o seu érgio de segu- ranga mais importante. Da sua eficiéneia e estabilidade depende a vida da propria barragem, a qual, como disse o eminente gedlogo Maurice Lugeon, no final da sua bela obra: «Barrages et Géologie», tem, para quem a construin, 0 valor duma catedral erigida para a fertili- zagio das terras, para acalmar as sedes, para espalhar sobre 0 mundo a energia que traré 0 bem-estar e 0 prolongamento da vida. Por isso a garantia a exigir dum desear- regador é muito grande, pois se ele falhar ‘na sua fungiio, nfo sé estes bens materiais, embora magnificos, se perdem, mas também podem correr um grave ¢ fatal riseo as vidas humanas dos que se encontrem a tra- balhar ou habitem nos terrenos a jusante dessa barragem, os quais serio tragados pela mole imensa de Agua que se precipitard, em torrente, pelo vale. Sho de facto bem pesndas ¢ graves as responsabilidades de quem projecta e de quem constréi. Aquele tem de prever com seguranca os valores das cheias a evacuar, de escolher o tipo mais conveniente de des- carregador e de o dimensionar capazmente; este tem de dar execuctio perfeita ao projecto, de modo a que a obra responda felmente & chamada no momento oportuno ¢ inspire a necessiria confianga, Nunea é demais recordar, ao tratar destes assuntos, que tem sido a insuficiéneia de des- carregadores, a maior contribuinte de desas- tres de barragens. Em barragens de terra ¢ de enrocamentos, esta causa 6 fatal, pois é sabido que, nestes casos, barragem galgada ¢ barragem derra- dada. Se barragens de alvenaria ou betio nio forem calculadas para resistir aos esforgos determinados pela passagem dasdguas sobre as suas cristas, 0 resultado & 0 mesmo, pois as tensdes no interior do macigo podem ultrapassar as cargas de ruptura. E longa a série de barragens derrubadas por esta causa, Citaremos apenas algumas, mais caracterfsticas, descritas por Gémez TECNICA 81 Navarro y livro « balsen: i y José Juan Aracil no seu Salios de Agua y Presas de Em- Barragem de Jonshtown, sobre orio Fork, na Pensilvinia (Estados Us dos). Era uma barragem de terra, com 284 metros de desenvolvimento na crista, e 22 metros do altura, © paramento da jusante, de pedra e terra, tinha o jorramento de 1/1. O de montante, de material argiloso, 2/1, com revestimento de pedra. © descarregador tinha 22 m. de desenvolvimento. Foi construfda de 1840 a 1852 e serviu para alimentar um canal de navegagio. Em 1889, jé fora de exploragio e servindo ‘imicamente para pesca, apés um perfodo de chuvas intensas, encheu- =se completamente e, sendo o des- earregador insuficiente para evacuar fa cheia, foi a barragem galgada ¢ derrubada, de que resultou a morte de 2.142 pessoas, além de grandes prejuizos nos terrenos-a jusante. Barragem de Habra (Argélia) — Al- tura 35 m. O seu descarregador foi previsto para dar vazioa430m'/seg., em 1871. No ano seguinte uma cheia de 640 m'/seg. (1,5 vezes a prevista) destruiu parte do descarregador, som causar vitimas, Em 1881 sobreveio outra cheia de 800 m'jseg. (1,85 veres a prevista) que causou um rombo de 110 m de comprimento por 18 de altura, vitimow 400 pes- soas © ocasionon intimeros estragos materiais, A barragem tornou a ser reconstrufda ¢ em 1927, uma cheia ainda maior, caleulada em 1.700 m'/seg. (4 veres a prevista) galgou a barragem que funcionou como desearregador, Nio houve vitimas por ter havido tempo para avisar a populagio. Quando da reconstrugiio o des- carregador havia sido remodelado para uma eapacidade de 900 m’/seg. TECNICA 182 3 Barragom de Swetwater — Estados Unidos, —Tem uma histéria seme- Thante & anterior. O descarregador foi projectado para 50 m'/seg. Cinco anos decorridos apés a sua entrada em servigo, surgiu uma cheia de 148 m'jseg. (3 veres a prevista). ‘Aumentou-se a sua eapacidadee veio outra cheia de 500 m'jseg. (10 vezes a prevista), ‘Tornon-se @ aumentar a capacidade © uma nova cheia de 1.280 m'/seg. (26 venes a prevista) ‘canson novos estragos. Ultimamente foi constrafdo um descarregador capas de dar vanito uma cheia de 1.900 m'/seg., isto &: com uma capacidade 38 vezes superior & primitiva! Barragem de Molare — Ittlia. — E este um caso muito conhecido. 2 0 rio Orba vedado por duas barragens : uma, a principal, chamada «Brie Zerbino», com 47 m. de altura, ¢ outra, seoundiria, numa linha de fgna'da margem esquerda, a mon- tante daquela, chamada «Sella Zer- bino», de 15 'm, de altura, Os des- carregadores de superficie e defundo podiam evacuar, no conjunto, 880 "Jseg. A hacia hidrogréfica tem 11 km’. A 18 de Agosto de 1935 produziu-se uma chein da ordem dos 2.000 m'/seg., para a qual os os érgdos de seguranga das barra- gens (um dos de fundo nfo funci nou bem) foram insuficientes, tendo as duas barragens sido galgadas, com uma Iimina vertente sobre a principal de 2,25 m, e 2,45 sobre a secundiria. Hsta de perfil menos robusto ¢ assente sobre rocha frax gmentada o nio defendida no seu pé de jusante, derrubon, eausando nu- entruindo casas, merosas vitimas, ¢ d centrais hidroueléctricas © campos. Havin-se suposto um caudal espe- de 2 m'/seg./km? © esta catas- fica cheia dow um caudal de 15 m’/seg./ku, valor mnior que 0 dedu- pwraeee Brun Sori eeane xido pelas formulas de Fuller ¢ Cres- ger e que o indicado pelas tabelns de Hanna ¢ Kennedy, no seu livro «Design of Dams», edigao de 1931, as quais, para bacias da superficie indicads dio um caudal maximo de 13,6 m°/seg./km®, Soam estes exemplos, aos ouvidos de quem projecta, como sinos que tocam a rebate. Aqui nfo se podle ser mesquinho ; hii que estabelecer hipdteses largas, pois néo sero uns milhares de contos que se consigam economizar numa obra de dezenas ou cente- nas de milhares que justificarfo a perda possivel de intimeras vidas. As mais das _vezes, ‘e, no nosso Pais fre~ quentemente, sio muito escassos, senfo inexistentes, os dados relativos a precipita gdes ea medicdes de caudal, no local de implantagio da Obra, Os existentes, além de muitas vezes merecerem pouea confianga, sto, em geral, relativos a um pequeno niimero de anos. E 6 sabido que o valor duma cheia que tenha a probabilidade de surgir num perfodo de dez anos, por exem- plo, é muito inferior ao valor duma cheia que tenlia probabilidade de surgir num periodo de cem ou mil anos. Entlo tem de se recorrer & extrapolagio de dados conhecidos relativos a outras bacias de caracteristieas semelhantes, entrando-se em linha de conta com a superficie da bacia afluente, relevo do terreno, altitude, exis- téneia ou nfo de neve nas montanhas ver- tentes, ete. ‘Tem de haver muito maior prudéneia ao ivatar-se de um descarregador para barra- gens de terra, ou de eurocamento, pelas razbes ji atrds apontadas. Para estes deve-se prever uma maior capacidade, pois as sur- presas sfio muitas e sempre desagradiveis. Cuidados semelhantes hé a ter se a barragem ficar situada a montante de povoagtes, esta- belecimentos industriais, ou terrenos de grande riqnema, ‘Também quanto mais peqnena 6a bacia maior é a probabilidade de que uma preci- pitagio de grande intensidade cain simul- tfineamente sobre toda a bacia e ocorra toda ao perfil da barragem, enquanto estiver durando essa chuvada. Nestes casos os cau- dais especificos atingem valores muito elevados. No livro «Design of Dams», de Hanna e Kennedy, edigio de 1931, estio registados os dados de numerosas cheias, em outras tantas estagdes medidoras de caudais, em virios rios dos Estados Unidos. Agrupadas essas observagies por superficies de bacias ¢ feita a redugio ao sistema métrico decimal pode-se formar o seguinte quadr 12.000 17.000 388 |17.000> 25.000] 14.5900 302450] 015 | 0.92) ous AL |25000> 35.000] 29.9850] 015 | 40 | oot 17 | 85.000 50.000 | 209350] 0106 | o'2| oor) 18 |0.000 > 100.000] 99.98530| 0.088] 0:34] 011 A fixagio do caudal de mixima cheia 6 sempre um problema incerto e dificil. Se partirmos das formulas de Fuller e Creager e considerarmos um grande ntimero de anos para a determinacio da probabilidade de miisima ocorréneia, obtém-se valores muito elevados, 0 qua signifien um aumento do custo da obra, Qual devers ser pois o nilmero de anos a considerar? Esta resposta depende, é claro, do bom senso de quem projecta, que 80 nflo pode alhear, como jf se disse, do tipo da barragem e das condigdes existentes a jusante, Diz Creager que, nfio havendo o riseo de TECNICA 183 perda de vidas humanas, basta contar com tum periodo de 50 anos para o eéleulo da cheia provavel. Porém, para barragens situadas a montante de povongdes dever- ira 1,000 anos on mesmo a 10.000 20-4 anos. Para grandes albufeiras pode-se ainda entrar em linha de conta com o efeito regu larizador da albufeira, o qual pode contri buir para uma economia aprecidvel do custo da Obra, pela diminnigio da sua capaci- dade de vaziio. 0 método grifico de Barrows, publieado na revista «Civil Engineering», de Abril de 1933, resolve inteligentemente este pro- blema, Porque a sua descrigio sairia fora do fmbito desta comunieagio, e porque fieil se torna consultar a referida revista, dispensamo-nos de o descrever. Uma vez determinado o valor da cheia aevacnar, hi que escolher o tipo de des- carregndor a construir. Tsto depende, evidentemente, das condigies particulares de cada easo, quer geoldgicas, quer topogrifiens, quer ainda econdmicas (conveniéneia dos materiais a usar). Cada caso particular ¢ um problema a resolver, sendo dificil indiear regras gerais ‘a adoptar. Hii agora que dimensionar o descarrega~ dor e projecti-lo, Em hidrdulica aplicada as f6rmulas com que nos 6 dado trabalhar silo sempre afecta- das de coeficientes deduzidos da experiéncia, e, assim, nunca sfo rigorosas. Significa isto que as dimensdes ¢ formas determinadas analitieamente, nem sempre correspondem 100 °/, a0 fim desejado. Hé pois necessi- dade de fazer ensaiar, om Inboratérios apro- priados, modelos reduzidos das obras pro- jectadas. Quantas vezes sucede as indicagdes do laboratério tradusirem economias aprecid- veis, por uma melhoria da forma permitir realizar uma obra mais perfeita e de dimen- sdes mais rednzidas. ‘A técnica laboratorial, adiantadfssima nontros paises, esté ainda muito atrasada em Portugal. A conveniente escola da escala do modelo, 0 rigor da reprodugio das condi- TECNICA 184 des locais, 0 emprego, nessa reprodugio, dos préprios materiais existentes no local de implantagio da Obra, sto particularida- des da maior importfincia pura as conelusies a tirar dos ensaios, Hoje, que o Pafs atravessa uma aura de grande desenvolvimento, mormente no que respeita ao integral aproveitamento dos nossos cursos de ‘gua, é de esperar que of servigos possam vir a ter X sua dis- posi¢Ho laboratérios com os quais se possa trabalhar em {intima e proveitosa cola~ boragiio. E entiio, nés, que temos dediendo o melhor da nossa vida a estes estudos e obras, tere- ‘mos outros instrumentos de trabalho e tere- mos mais confianga, ao construir, que a obra responder’ afielmente & chamada no momento oportuno» como comegamos por dizer. Tsto nfo signifies que tenhamos estado a trabalhar is eseuras. Todas as obras principais, estudadas e realizadas na Junta Anténoma das Obras de Hidréuliea Agri- cola, tém sido ensaindas, porém em labo- ratérios estrangeiros, o que sempre 6 dife- rente de termos Inboratérios em casa, onde possamos nds préprios acompanhar a evolu- gio do ensaio. Por outro lado, poderdo os técnicos do Inboratério vi \duamente o local da Obra, para melhor a interpretarem ¢ repro- duzirem. O adogar uma curva, o tornar mais ou menos dspero um talnde, a melhoria duma concordineia de duas superficies, uma mais perfeita incidéneia duma veia liquida nou- tra, ete., podem evitar movimentos turbi- Thonares, que no 86 exigem maior resistén- cia das estruturas, como também prejudicam o movimento da gua, e podem ainda melhorar coeficientes de vaio que dardo & obra um melhor rendimento, Também as comportas que frequentes vores se aplicam sobre as cristas dos descarregadores, com o fim de obter um maior armazenamento, devem ser ensain- das. Postas assim estas generalidades, tra- temos do caso particular do Pego do Altar. to, ral la 5es de we 08 ar is- ‘sa, la CAPITULO TI O descarregador da superficie da obra n.° 5 da Junta Auténoma das Obras de Hidrdulica Agricola no Pego do Altar 1,—Previsio do volume de cheias Fram muito poucos os dados existentes A data da elaboragio deste projecto, para se poder proceder a um rigoroso estudo hidro- métrico, Os tinicos postos pluviométrigos existen- tes dentro da bacia de recepeiio do Pego do Altar, eram os de 8. Tiago do Escoural ¢ 0 das Ale&govas, ambos muito reeentes : fun- cionavam apenas desde Novembro de 1931. ‘Muito préximo dos limites da bacia en- contravam-se os postos de Santa Suzana, Divor e Evora. s dois primeiros eram igualmente muito rocentes e sé 0 de Evora patenteava um registo de observagdes completo desde 1870. Por isso, ¢ nos dados fornecidos pelo posto de Evora que se baseia o estudo hidro- métrico deste aproveitamento, Pelos registos relativos a 62 anos (1871-72 a 1933-34) determinou-se uma ehuva média anual de 626,7 mm. A Area da’ bacia 6 de 743 km’ e & de forma alongada, no sentido Este-Oeste, tendo uma altitade de 420 m. em Monfu- rado. Esta bacia tem a caraeteristica de pro- Aurir cheias de pequena duragio, propor cionadas is cluvas eafdas. Os grificos refe- rentes a tais cheias mostram conformagio igual aos das bacias impermedveis: pri- meira parte da curva alta e curta, seguida de parte baixa e alongada. A configuragio orogrifica da bacia indiea nio ser s6 nas cabeceiras que existem zonas altas, mas também nos seus limites Norte e Sul, pelo que a reducho a adoptar por coe ficientes de escoamento prudentemente esco- Thidos, devers ser pequena. 0 cooficiente de escoamento adoptado, na determinagao do maximo caudal de cheia, foi de 0,76, Foi ainda determinado o tempo de dura- clo da chuva erfticn igual a 12 horas. Para esta duragio, tendo em consideragio as pre- cipitagdes miximas, encontrou-se uma inten- sidade média de 9 mm/hora. Com estes elementos ¢ ap6s longas e judi- ciosas consideracdes, em que se tomou em linha de conta os resultados obtidos pela aplieagio do método de L. Kambo e pel aplicacio das formulas de Possenti, de Fuller e de Isckowski, ¢ atendendo ainda & acgio regularizadora de albufeira, foi finalmente fixado o caudal maximo de cheia provivel em 1.000 mjseg. ‘A este caudal maximo de cheia corres- ponde um caudal espectfico de 1,35 m'/seg.y km’, valor este que esta de acordo com os valores determinados pelo Prof. Angelo Forti para diversas bacias italianas, desta- eando-se aqui dois casos, com os quais se compara 0 nosso, por a rea da sua bacia estar compreendida entre a daqueles: Localidades Cismon . . | 495 Pogo do Altar, 743 | 1.000 | 1,35 | 100 (a) Aviso. . | 931 | 100 1,28 | 200 a) ~ Foi este valor que o projecto con- siderou na formula de Possenti. Comparando ainda o caudal especffico de 1,35 m'/seg./km? com os indieados no qua~ dro apresentado na primeira parte desta comunicagio, vé-se que ele esti compreen- dido (para bacias de 710 km* de superficie média) entre as cheias méximas ¢ as méxi- ‘mas maximorum, o que é um indice de pru- dénoia das previsdes, o que se justifica por se tratar de uma barragem de enrocamentos e pela existéncia de povoagdes a jusante da barragem. — Localizagio ‘anto no ante-projecto de 1983, como no projecto de 1935 foi o descarregador loca- TECNICA 185 lizado na margem direita da Ribeira de Santa Catarina, nas portelas das Sesmaria: entre as bacias hidrogréficas do Rio Mour nho e da Ribeira de Santa Suzana, aceroa de 1.500 m. montante do local escolhido para implantagio da barragem. As variantes de 1939 ¢ 1940 (esta iltima actualmente jé construfda) de que adiante se fala foram localizadas um pouco a mon- tante da barrage, sobre a margem direita da Ribeira de Santa Catarina, 3.—Condigdes Gooldégicas do terreno de fundagao Os terrenos de fundagio, tanto do ante- ‘ Pretendia-se com estas singelas obras realizar economia aprecidvel, tanto no seu custo como em futuras despesas. Com efeito se, uo futuro, se viesse a revo- nhecer a vantagem de aumentar a capaci- dade da albufeira, a todo o tempo se poderiam estabelecer algas automiticas com a altura e desenvolvimento que se pretendesse, sem que se tornasse necessiirio destruir obras }& executadas, se 0 descarregador fosse em muro. Porque a topografia da zona escolhida para a sua implantacHo assim o indicou com o fim de dar um melhor desafogo a0 seu acesso, 0 desenvolvimento total do des- carregador foi distribuido pelas portelas I, Ile If, conforme a planta, com os desen- volvimentos parciais de 200 m., 60m. © 40 m, respectivamente. Para evitar corrosdes nos barraneos por onde devem correr as fignas saidas pelos descarregadores, foram previstos, transver- salmente a esses barrancos, pequenos diques de alvenaria de pedra seea, em grandes blo- cos, ou, na falta destes, sacos de rede de ferro galvanizado cheios de pedra e conve~ nientemente ligados ao fundo e aos encon- tros, Estes obsticulos quebrariam a velocidade da Agua, e, consequentemente, evitariam a corrosio dos barrancos. 6. —Variantes 61, — vartante DE 1939. O reconhecimento da insuficiénein desta defesa, levou a estudar-se o revestimento total desde o descarregador & Ribeira Por outro Indo, constatou-se ser a cota, do nivel do pleno armazenamento superior a da soleira do descarregador. Usta dife- renga resulton, nfo de se ter alterado aquele nivel, mas de um engano de levantamentos esses feitos, alids, por servicos estranhos & Junta Auténoma das Obras de Hidréulica Agricola. Havia pois que barrar as portelas com um dique, sobre o qual passaria a gua. ‘A consideragio destas duas cireunstin- cias tornava a obra de tal ‘maneira cara (mais de 8.000 contos), que obrigou a enca- rar nova solugio. Foi entio considerada a portela que separa dois barrancos situados a NW do encontro direito da barragem. O de mon- tante garantia um bom acesso ao desearre- gador. O de jusante aflue A Ribeira de Santa Catarina logo a seguir A barragem, em con- digdes de seguranga para esta © para a cen- tral hidro-eléctrica, © projecto desta variante foi elaborado em concordéneia com os ensaios e estudos realizados no Laboratério Hidréulico da Casa Neyret-Beylier et Piccard-Pietet, de Grenoble. Gom o conhecimento destes estndos assen~ tou-se na forma a dar ao descarregador que, em planta, tem o aspecto de um V como bico traneado por uma portada de 20 m. que permite a descarga, 86 por si, de 870 m'/seg., em plena carga, Cada um dos bra- gos do V tem o desenvolvimento titil de 87,50. Os bragos do V so simétricamente afastados da bissectriz deste, e entre eles medein uma distincia de 20 m. Sobre estes bragos constituidos por muros de perfil convenientemente estndados, passa um caudal, a plena carga, isto ¢: com uma Himina de 1",56, de 680 m'/seg., 08 quais, somados ao que passa sobre a portada een- tral, prefaz um total de 1.050 m'/seg. Lembrou 0 Laboratério a conveniéneia de evitar possiveis ondas de cheia no tinel, derivadas da implantagio deste em curva, pelo que se deu & seceao transversal deste a forma circular, 0 que foi aprovado pelo Laboratério. Os muros laterais tém a crista i cota (50,70), mivel de pleno armazenamento. A portada, de 20 m. de vio, tem a soleira & cota (48,20), seré tapada com uma comporta de sector antomatico de 20,00> >< 4,00 m. O bordo superior desta eomporta fica pois & cota (52,20) —=48,20 + 4,00, isto 6: até A cota de plena carga sobre a erista dos muros: 60,70-+ 1,50—= 52,20. ° O caudal de maxima cheia a evacnar (1.000 m'/seg.) é recebido em um colector de largura varidvel de 20 m. a 10,20 e 100 m. de comprido, que o conduz a uma TECNICA 187 galeria aberta sob 0 eabego que separa os dois barrancos. ‘A galeria, da seegio circular de 10,20 de diametro, é de planta curva, formando 8 alinhamentos das tangentes um Angulo de 116,80 grados, com um raio de 200 m. © seu’ pendor & de 0",009, por metro. E aberta em xistos em um comprimento de 395 m. compreendendo a transigio de montante, de 16 m. de desenvolvimento. Esta galeria levaria um revestimento de betfio de espessura variivel de 0,35 no fecho a 0",65 nas nascengas, com reforgo abaixo do diametro médio horizontal. Hata obra foi orgada, ao tempo 6.500 contos. ‘A boca de entrada deste descarregador estava implantada em 8 de Janeiro de 1939. ‘As escavagdes foram ainda iniciadas em Janeiro e executaram-se até 21 de Maio. ‘Nesta data apresentou o Empreiteiro uma proposta para a construg&o de outra galeria de fundo, a fim de evitar o galgamento das ensecadeiras. Surgiu entio a ideia de se aproveitar essa galeria como canal de descarga de um descarregador de configuragio eireular e em forma de pogo afunilado, localizado na pru- mada da galeria e logo a montante da bar- ragem. © estudo realizado neste sentido confir- mou plenamente a possibilidade econémica @ téeniea desta solugio, depois definitiva- mente adoptada. 62, — varmanre DE 1940 621, —Deseriedo geral Este descarregador foi caleulado para dar vazio a uma cheia de 1.000 m’/seg. s ensaios de laboratério indicaram que cle pode de facto evacnar uma cheia de 1.200 m‘/seg., a0 que corresponde um caudal especifico 1,62 m*/seg./km? de baci 0 eixo do pogo fica na prumada do eixo da galeria de descarga, a uma distincia de 85%,90 da boca de entrada e a 308",00 da de safda, distAncins estas medidas a contar TECNICA 1 das testas, A galeria apresenta, em planta, um eixo recto. O descarregador é constituido por quatro muros rectilineos de 21",25 de comprimento cada, com a crista A cota (48,76), dispostos em quadrado cireunscrito a uma eireunfe- réncia de 36,50 de didmetro, medidos entre 0s pontos de tangéneia dos alinhamentos da crista, Nos vértices do quadrado existem os pegdes onde se encontram os comandos das comportas de sector, montadas sobre as cristas. Estas comportas permitem aumentar a eapacidade de armazenamento da albufeira até a cota (52,26) do N. M. C., que fora da Gpoca das cheins, passou a ser também oN.P. A. Cada comporta, com uma altura de 3",60 tem um comprimento de 21,25. ‘A figua evacunda 6 recebida num funil, eujo didmetro superior mede, como ja se disse, 36,50 © oujo diametro inferior, & cota (31,26), mede 10,40. Este funil & con- tinuado por um trogo vertical, eilindrico, com aquele diametro ¢ 3",42 de altura, até a cota (27,84). £ neste plano horizontal que nasce, como J se disse, a concordineia com a galeria, por meio de um cotovelo em Angulo recto, de raio 16,96 no eixo, até encontrar o eixo da galeria i cota (10,88). ‘As formas finais deste projecto foram, como jf se disse, ensaiados em laboratério hidriulieo, Assim, 0 perfil dos muros aproxima-se da forma de Creager e no lhe obedece rigoro- samente, pois a necessidade de evitar de- pressdes prejudiciais & vazio © estabili- dade do muro, levon a dar ao paramento de jusante menor inclinagio. Para que o des- ‘earregador desse passagem ao caudal de cheia, sob a carga de 3,50 m, foi necessirio que 0 valor do cosficiente de vaio fosse elevado a 0,42, pelo menos, o que se con- seguiu arredondando 0 coroamento do muro e dando ao seu paramento de montante a inclinagio de 1/1, ao mesmo tempo que se baixon a plataforma de acesso da agua para a cota (47,56), isto.é: pondo-a 1",20 abaixo da soleira do descarregador. tro to tos fe- tre Estes resultados, que o eéleulo nto pode indicar, foram determinados pelos ensaios. Daqui se vé a enorme utilidade que hi em se trabalhar em paralelo com um bom laboratério, O custo destes ensaios é larga- mente compensado pela economia que resulta de uma obra de menores dimensées. Neste caso, se nfo fossem as indicagdes do Iabora- trio, ser-se-in lovado, provivelmente, a dar uma maior altura As comportas, com todos os inconvenientes daf resultantes. E pena n&o podermos aprecentar 0 estudo completo destes ensaios, mas a exiguidade do espago niio o permite. ‘A forma do funil, também ensaiada, é cons- tituida por superficies torsas, que fazem a transigao dos muros para o pogo vertical da descarga, Segundo as diagonais do qua- dro existem 4 nervuras, destinadas a evitar © chogue das veias Iiquidas. ‘A galeria de descarga, que foi utilizada durante a construgio, como galeria de des- vio, 6 tamponada assim que tal fungio for dispensada. Este tampito, constituido por um grande macigo de betiio, é colocado ime- diatamente a montante do cotovelo de con- cordancia do pogo vertical & galeria. Esta galeria, quando funciona para o des- carregador, 6 capaz de evacuar, sob uma carga de 50 m. ¢ segundo um regime de escoamento gradualmente retardado um cat dal de 1.800 mé/seg: Para os grandes candais 0 pogo fica cheio na sua parte inferior, enquanto que a gale- ria funciona em conduta livre. Produz-se assim um descolamento no intradorso da parte curva da veia, Torna-se pois neces- sério, para evitar depressdes, sempre pre- judiciais, e para obter um fancionamento regular: —Lovalizar 0 descolamento em uma aresta ; —Arejar a galeria imediatamente a ju- sanie desse descolamento; —Assegurar uma superficie livre hori- zontal & entrada da galeria, Estas trés condigdes, assim como a neces- sidade de evitar as depressdes do pogo, leva ram 4 concepgio de um dispositive de are- jamento, constitufdo por um pogo vertical {que recebe ar por chamings colocadas om dois dos pegdes que separam os muros do descarregador. ‘A aresta de, descolamento é reetilinea ¢ horizontal, o que dé uma superficie livre horizontal desde o inicio da galeria. Esta aresta forma um saliente no coto- velo, estreitando assim progressivamente asecgio, até h seeco minima necesséria para © comando das condigdes de escoamento, a jusante da qual reina a pressio atmosfé- rica, gragas & entrada de ar. E nesta secgio minima que se encontra ‘a pressiio minima; e, sendo esta igual pres- silo atmosfériea, nfo se corre o risco de haver cavitagsio ou depressiio no pogo. 0 estndo das formas do cotovelo permi- tiu suprimir irregularidades 4 entrada da galeria, que se reperentiriam até ao seu extremo de jusante. A ansGncia de ondas i entrada torna pos sivel a existéncia de uma superficie livre, nfio dando Ingar a que haja conduta forcada, seja em que ponto for. A galeria tem, como jé se indicou, um difmetro de 1040 ¢ uma inclinagio de 4m/km. A grande velocidade da agua & safda do poco eria perdas por atrito que nao si compensadas pela inelinagao da galeri O escoamento mantém-se em regime tor~ reneial, mas a velocidade decresce para jusante, dando origem a um escoamento ‘retardado», acusando a curva dos remtios uma subida progressiva da linha de égua para jusante, sem que, contudo, a saida da galeria deixe sempre de ficar livre, formando- “se um jacto & saida, O escoamento fazse sempre com superficie livre, em todo o com- primento da galeria, Paraum caudal maximo de 2.000 m'/seg., a altura de agua ’ saida da galeria 6 da ordem dos 7,80. A saida da galeria, convenientemente estudada, permite reouperar a energia, por um assalto em derivagio e orientar a forma do escoamento, de modo a evitar erosdes junto da obra, prejudiciais a sua estabilidade, O descarregador assim previsto permite a possibilidade de dar vazio a um caudal de TECNICA 189 1.800 m'/seg., se mais tarde se vier a reco- nhecer @ conveniéneia de se encarar uma cheia desse valor. ‘Tera entio que se construir um disposi- tivo contra a formacio do vértice, para evi- tar que o descarregador se afogue, redu- vindo-The a sua eapacidade de vazio. Esse dispositivo consistirin na construgio de nervuras ligando os pegdes, em X, onja finalidade seria contrariar a tendéncia natu- ral dos filetes Iiquidos a tomarem um movi- mento de rotaeo, de sentido, alids, indeter- minado. 622 —Disposigées construtivas 6221 — EsrRuTURA EM BEI Os muros do desearregador, de betio de 300 kg/m’, descem 4m. abaixo da plata forma do Aescarregador. No seu interior corre uma galeria de visita, permitindo a passagem de um pegao para outro, para comandar mannalmente as comportas, so porventura falhar o seu automatismo. O acesso As galerias faz-se por dentro dos pegdes, por meio de escadas de porto. ‘Os pegdes descem 2,30 abaixo da plata~ forma e sto igualmente, de betio de 300 kg/m? de dosagem. No interior dos pegdes instalam-se os érgios de comando das comportas. (0 revestimento do funil tem uma espes- sura varidvel de 1m. na parte superior, a 0,40, no comego do trogo vertical do pogo. Daqui para baixo mantém-se esta espessura uniformemente, incluindo o revestimento da galeria. O tubo de arejamento da galeria tem um didmetro de 2,00 e fica separado do funil colector do desearregador, de uma espessura de, pelo menos, 1",00 de hetio. 0 tampio obturador da galeria ¢ no qual se desenhia a curva de concordineia, vai até 13 m, para montante do eixo do pogo verti- cal ¢ é constituido por 3 troncos de cone de 10m. de altura, desde esse perfil para jusante. O bet&o nele empregado seri de 300 kg/m’ de dosagem, ou talvez menos rica, conforme o estudo dos betdes 0 deter- minar. TECNICA 190 As testas da galeria sio formadas por muros de beto. © fundo do canal de descarga, que se segue \ galeria, apresenta uma forma torsa, determinada pelos ensaios com revestimento de betio de 1m, de espessura ¢ é rematado por um muro corta-fguas de 2 m. de altura. ‘As suas espaldas siio constitufdas por muros de betio de 1,60 de espessura minima, ficando o da margem esquerda construida apenas até 2 cota (11,00) enquanto a gale- via funcionar como galeria de desvio da ribeira. O da margem direita é vertical e de espessura uniforme. O da margem es- querda tem um jorramento de 1:4, 0 que, a0 nivel do terreno, corresponde a uma so- brespessura de 1,25. 6222. — comporTas Como ja se disse sobre cada muro do descarregador funciona uma eomporta de segmento, ‘As prineipais caracteristicns destas eom- portas, so: Vio: 21,25 Altura: 3,60 Cada comporta é constituida por: Tabuleiro — Composto de uma estrutura metilica formada por duas vigas compostas Tigadas entre si por cantoneiras de contra- vyentamento; Dois bragos em estrutura metélica, de Tigagio das vigas as articulagdes ; ‘Una série de nervuras em ferro lami- nado U, transmitindo As vigas os esforgos suportados pela chapa do tabuleiro ; ‘Uma chapa de 8 mm, fixada sobre as nervaras precedentes. Articulagves — Compostas de: Duas chumaceiras de rolamento de rolos em chumbadoiros embebidos nas alvenarias dos pegdes ; Dois veios fixados aos bragos da com- porta, a, sas de rie os as os as Soleira — Composta de: Um ferro Jaminado 1800 com uma barra soldada e aplainada. Mecanismo de manobra automético — Constitnido por : Dois contrapesos de equilibrio em betio; Dois contrapesos fintuadores também de betiio As pecas de fixagio dos cabos aos con- trapesos e A comporta ; Os cabos de ligacio ; Os ferros U guias dos contrapesos nos pogos com os respectivos chumbadoiros ; As pegas gnins chumbadas nos contra: pesos ; ‘As pegas de fixngiio da corrente aos con- trapesos de equilfbrio e de manobra; As pecas mectinieas do mecanismo, Mecanismo do comando manual — Cons- titufdo por: Dois guinchos agindo sobre a corrente de ligagiio do contrapeso de equilibrio ac eontrapeso de manobra, com dispositivos de embraingem, ¢ veio de sineronizagio com ag respectivas engrenagens de Angulo e fixagies, Acess6rios para o conjunto das quatro com- portas do descarregador — Compostos de : Uma vilvula de borboleta para cada pogo de manobra permitindo isolar este da gale- ria de alimentagio, com os respectivos érgiios de manobra colocados na parte superior dos pilares; ‘Uma grelha fina; Uma vilvula-desearregador de tomada de agua, regulivel, comandada na parte superior dos pilares; Uma viilvula de’ regulagio do esvazia- mento da galeria de alimentagio com os seus érgios de manobra na parte superior dos pilares; Uma valvula de tomada de gua suple- mentar para 0 comando hidrdulico volun- trio do conjunto das comportas, com os seus drgitos de manobra na parte superior dos pilares Uma vilvula de descarga na galeria de alimentagio dos pogos, com os seus Srgios de comando na parte superior dos pilares; Duas grelhas para a entrada dos pogos de arejamento; Os painéis em chapa estriada para acober- tara dos pogos; ‘As guardas metilicas necessiirias. As comportas sto pintadas com tinta anti- -corrosiva, 7. — Orgamento 0 orcamento deste descarregador, revisto em 1943, importava em 14.643.208$00, dos quais 250.000$00 correspondiam a injec- des de cimento e 2.407.710$50 dizem res- peito As comportas metdlicas. 8,— Constrngio Mediante concurso ptiblico realizado em 21 de Dezembro de 1940, a execngHo das obras referentes a este projecto, foi adjudi- cada a Bastian & Costa, 1%, por 8. Ex." © Ministro das Obras Péblicas e Comuniea- des, em 27 de Dezembro de 1940. A base de lieitagio foi de 8.486.000300, tendo-se verificado uma baixa de 10.000300. O contrato foi assinado em 11 de Feve- reiro de 1941, Como atriis se disse, jem 1940 tinham principisdo as terraplenagens no local do descarregador, ainda segundo o projecto da primeira variante, as quais se prolongaram até 21 de Maio. Durante esse tempo foram escavados e removidos 20.910 m. (Ver foto- grafia n.” 1). Os trabalhos recomegaram nos meados de Margo de 1941, primeiro manualmente e #6 a partir da 2+ quinzena de Abril se comecou a empregar explosivos, sobretudo asaedites, Uson-se também a vamoniten, «dinamonite» e «gelamoniter. ‘A linha de Agua existente na margem direita, a montante do desearregador, foi utilizada para depésito dos produtos de esea- vagiio, por estar a uma distfincia de trans- porte econdmica, com um pequeno pendor TECNICA 191 favorivel, e por comportar um elevado vo- A 21 ¢ 26 de Maio, respectivamente, come- Tume. Esta distincia média foi de cerca cou a abertura da galeria de avango, de 180 m. por jusante e por montante utilizando-se | Pot. 1 Aspecto das torraplenagens no local do descarregador Em 1941 escavaram-se mais 44,700 m.? na plataforma, Na 2." quinzena de Agosto de 1941 foi iniciada a abertura do pogo do desearrega~ dor (Ver fotografias 2, 3, 4, 5 ¢ 6 da sua localizagio). Fot. 4 Fot. 2 Pot. 5 i Localizagio do pogo do descarregador Aspootos do escavagdo do pogo do descarregador A meio do més de Margo comegaram-se —martelos de ar comprimido (Ver fotogra- a abrir as bocas do ttinel do desearregador. fia 7. TECNICA 192 me- go, o-se Durante 0 ano de 1941 escavaram-se: 3.850 m. 4.440 m.> Na boca de montante. Na boca de jusante . . A galeria de avango, com 6 m2,25 de seco ficou coneluida em 16 de Agosto Pot. 6 Abertura do pogo do descarregador Fot.7 Ataque da galeria de avango da galeria do descarregador, ‘a partir da booa de montante deste ano ¢ 0 alargamento desta seceo para 28 m? terminou a 30 de Novembro. Assim, no prineipio de Dezembro dispu- nha-se jé no novo ttinel, de uma seegio de vasio de 28 m., para auxiliar aquela que © primitivo tiinel podia dar. O volume escavado foi de 11.190 m., utilizando-se didriamente 2 turnos de 10 ho- ras cada, sendo cada turno dividido em 2 grupos, um para o ataque de montante © outro para o de jusante. ‘A ventilagio apenas foi necessiria durante a abertura da galeria de avango. Foi feita uma aspiracao, utilizando-se dois ventila- dores centrifugos, accionados por motores eléctricos de 10 HP, a partir de avangos de cerea de 80 m. A’canalizagio era cons- tituida por ventubos de 25 em. de didmetro, feito com pano cru a que se aplicou uma pintura com tinta feita com leo de linbaga, fezes de oure e preto de Italia. O tempo miédio de funcionamento dos ventiladores foi por perfodos de 10 minutos, intervala- dos por perfodos de meia hora, o que dew ceren de 5 a 6 horas por dia. ‘De um modo geral o xisto em que o tinel foi aberto, comiportou-se muito bem. Na abertura do alargamento apenas houve que aplicar entivagdes locais em 3 pontos. Durante este ano néio houve necessidade de efeetuar esgotos. Adiante se indicam as quantidades de trabalho realizadas e por realizar até ao final de 1947. Tgualmente se indicam os consumos de explosivos, cpsulas e rastilhos (Ver Qua- dros Ta V). Continuamos pois a dar, & maneira de efemérides, os tépicos principais que assi- nalaram a construgio desta obra, ilustran- do-os com algumas fotografias. No prinefpio de Margo de 1942 0 pogo ficou ligado A galeria de descarga do des- carregador, pelo que, a partir de Abril de 1942-0 desmonte das terras do. pogo se comesou a fazer por gravidade, para a ga- leria, onde eram recolhidas em vagonetas, gue as condusiam a depésito. ‘A regularizagio das paredes ia sendo executada com saneadores, a par e passo que © corte avangava. A 25 de Abril e diss seguintes houve cheias na Ribeira de Santa Catarina, pelo que este trabalho teve de ser interrompido, visto a galeria ter funcionado. TECNICA 193 Em Junho verificou-se um decréseimo no Em Novembro chegaram a Obra os estu~ ritmo do trabalho, por falta de pessoal, que, dos ¢ ensaios do Laboratério de Grenoble, sempre nesta época, sai em grande niimero relativos & galeria e ao pogo, este ainda para os servigos de ceifas. Comegaram nesse periodo os preparativos para a execugio do revestimento de galeria, ® partir da booa de jusante, assim como para o do pogo. Com este fim exeonton-se nas oficinas de carpintaria da Obra um modelo reduzido, de 1/, do funil do descarregador, na escala de 1:10. Em Julho continnaram estes preparati- vos, que vieram a terminar em Agosto, tendo-se efectuado a primeira betonagem do revestimento da galeria, num trogo de 6 m. de elevagio, no dia 23 de Setembro de 1942, A fotografia 8, mostra os moldes desta primeira betonagem. Fot. 9 ‘Ataque por jusante da galeria do doscerregador Fat, 8 Moldes da primeira betonagem para 0 revestimente da galeria No entratanto iam prosseguindo os tra balhos de desmonte e regularizacio, tanto Fet 19 da galeria como do pogo (Ver fotogra- Regularizagao do perfil da galeria, fias 9 ¢ 10). com saneador ‘A 80 de Outubro ligavam-se, a meio da galeria, os alargamentos feitos a partir das incompleto. Estudaram-se as condigdes de bocas, de alargamento este que constitufu adaptagao do projecto e estado dos traba- 8." fase do desmonte, Thos is indicagdes do Laboratério, TECNICA i 194 | estu- aoble, ainda sde aba- No entretanto tiveram de parar os traba- Ihos na galeria e no pogo por motivo de cheins. Em Dezembro comegou-se, na plataforma, um rebaixamento de 0,""70 correspondente A espessura da soleira do desearregador. Em 17 ¢ 80 de Janeiro ¢ 1 de Fevereiro de 1943, houve as maiores cheias do ano. Foram estas cheias muito violentas, tendo ocasionado bastantes estragos, entre os quais os meios auxiliares de trabalho para o re- vestimento da galeria, além de grandes es- tragos no estaleiro da barragem. Em Abril reiniciaram-se os trabalhos pre- paratérios para o revestimento da galeria, tendo-se em Maio betonado ja um trogo de 8 m, do revestimento da galeria, na abé- dada. De notar, uma ruina, jé saneada, no fecho da abdbada. Esta e outras ruinas que se deram, foram cheias com uma alvenaria constituida por xisto so e uma argamassa de cimento e areia, com o trago de 1:3. Em Novembro de 1943 ficou pratica- mente conclufda a abertura da galeria, ten- do-se feito em Dezembro shmente trabalhos de regularizagio e limpeza. Neste més ficaram ligados os trogos da soleira, execntados a partir de montante ede jusante, num desenvolvimento de 354m. faltando apenas os 25 m. iniciais e os 20 ° finais. As elevagtes ficaram coneluidas num desenvolvimento de 142 m., ou seja, apro- ximadamente, 35% do total. Em Fevereiro de 1944 betonaram-se os tiltimos 20 m. de jusante da soleira da ga- leria. Em Margo foi feita a primeira betonagem na plataforma do desearregador. Em Novembro deste ano a galeria ficou completamente regularizada em 349 m. dos seus 399 m., portanto em todo o seu desen- volvimento, excepto nos 25 m. da transigao de entrada e nos 25 m. da zona do tampio (Ver Quadro IV). Ficaram apenas faltando ensoleirar os 25 m. da transigio da entrada e revestir as elevagdes desse mesmo trogo e de 25 m. na zona do tampio. Foi ent&o resolvido nao se revestir a tran- sigfio de montante, pelo que ficou apenas faltando revestir, no final de 1944, a zona do tampio. A fotografia 11, mostra um aspecto dos trabalhos para o revestimento da plata~ forma do desearregador. Pot, 11 Aspecto dos trabalhos na plataforma do descarregador Fot. tea Um aspecto dos trabalhos, vendo-se as entradas des galerias de circulagio de igua Comegaram-se a sentir fortemente toda a ie de dificuldades provenientes da guerra, Nao se tratava sbmente do aumento de prego dos materiais e dos saltrios, mas tam- bém da dificuldade de os adquirir e da irre- gularidade do seu fornecimento. 8 TECNICA 195 [As faltas de carvio, gaséleo, gasolina, de vario de ferro (principalmente dos dim tros mais pequenos), do préprio cimento nacional, cujas fibricas se ressentiam da falta de carvio, agravaram profundamente a vida da Obra e do Empreitei "Yer um trabalho organizado e preparado, e, de repente, faltar um comboio de cimento com que se contava, causa prejufzos enor- mes. Por umas semanas nfo se vai despedir pessoal especializado, nfo se vai deslocar uma maquina dum estaleiro para outro, ete. Uma avaria numa maquina, que se resolve- ria em poucas horas substituindo uma poga que normalmente haverin em armazém, exa causa, neste periodo, de grandes preocupa- des. A pega necessirin no se encontrava no mercado de Lisboa; encomendi-la do estrangeiro era quase impossivel, Entio, se, por um acaso ,fortuito, a pega em questio nfio era encontrada nalgum sucateiro, recor- ‘a-se t improvizagio ¢ hoficina inadequada, com a certeza de que uma nova avaria era agora mais provivel e perdia-se a confianga na méquina, Tudo isto representava atrasos e€ um queimar incalculivel de dinheiro. Louvores sito devidos & Firma Bastian & Costa, L.**, empreiteira desta Obra, pelo estoicismo com que tem suportado tanta difienldade © pela perseveriincia, dedica- cho e competéncia postas ao servigo da Obra. Deeretos saneadores tém amparado os empreiteiros portugueses e é, gragas a esses Deeretos, que esta Obra nfo parou um tinico dia, embora o ritmo de trabalho tenha dimi- nufdo consideriivelmente. Que estes homens possam continuar a tra- balhar e ver 0 seu esforco recompensado, siio og votos que, muito sinceramente, aqui deixo registados. Por todas as razSes, 08 anos que se segui- ram foram de muito fraco rendimento. ‘Assim, em 1945 foi-se continuando com a regularizagio do pogo, s6 faltando, no final do ano, alargé-lo junto da sua ligagdo com a galeria, ‘Neste ano nao foram inieiados quaisquer trabalhos para o revestimento do pogo do descarregador. TECNICA 196 No fim do ano comecou a betonagem da saida da galeria, trabalho esse que as cheins depois interromperam. Hm 1946 0 pogo do desearregador ficon quase completamente revestido acima da cota (22,34), isto é: até & curva do coto- velo de concordineia com a galeria. Os quatro blocs ficaram coneluidos, salvo nos bicos onde as comportas sio fixadas. Executaram-se também 5 passadigos entre esses blocos. ‘As fotografias n.°* 12 ¢ 13 mostram-nos dois aspectos destes trabalhos. Fot, 12 locos n.ce 2 @ 3 j4 concluidos e n° em exeougio Passadigas entro os blocos no: 2.6 3 Fot. 18 Um aspeoto dos trabalhos A betonagem da safda da galeria de des- carga prosseguin durante a estiagem, mas néio ficou conelufda, como se vé na foto- grafia n° 14. Durante este ano comegou a chegar o material para o equipamento das comportas do descarregador de superficie, fornecido pela casa Neyert-Beilier et Piccard-Pictet. Fot. 4 Revestimento da saida da g a do descarregador Para a montagem deste material chegou 4 Obra no fim de Fevereiro de 1947 0 pri- meiro montador, vindo daquela casa, pao Fot, La Saida da galeria As fotografins 15, 16 ¢17 mostram aspee- des- tos dos trabalhos em Margo desse ano. mas Em Abril ficnram conelufdos 0 revesti- ‘oto- mento do pogo acima da cota (22,34), a ga- leria e 0 pogo de arejamento, a galeria de circulagio de Agua, os quatro trogos do des- carregador, os quatro blocos (salvo nos res- pectivos hicos em execucio) © os quatro passadigos entre estes. Ficaram em curso as wis: Fot. 1b Fot. Mead Aspooto da construgdo do macigo m." 3 TECNICA 197 betonagens dos bieos dos blocos ¢ faltava executar 0 muro de revestimento dos talu- des junto do macigo n.° 8. Foi montada nesse més uma das grelhas do bloco de comando do automatismo das comportas (Bloco n. 2). Em Maio iniciaram-se os preparativos para a completa obturagio da galeria de Fot. 16 Prosseguimento da montagem ‘das comportas descarga, a saber: construgao de uma ense- cadeira junto da boca de montante e esgoto das figuas. ‘Em Junho recomecaram as escavagdes no pogo, na parte inferior, para a sua liga- TECNICA 198 gio A galeria com vista & exeouglo do tam- piio que deverd obturar esta. ‘Em Julho comegaram as betonagens da obturagio. Fot. IT Construgdo de um esportio Foi neste més que se iniciaram as injec Ges de cimento na galeria de descarga do desearregador de superficie, tendo-se efec- imado as seguintes furagdes: Em eto... ..- 1814 m. Em xisto.. 5... 84,67 m. Para fixagio dos obtu- radores.. .. + 16,20 m. ‘A fotografia n° 18 mostra um dos espo- res do descarregador de superficie e um dos bicos dos respectivos blocos. Estes bicos ficaram praticamente conelui- dos em Agosto de 1947. Neste més exeoutaram-se os seguintes tra- balhos de injecgdes: Furagdes: Em betio. . . 20,68 m. Em xisto. .. 34,19 m. P.* fixagiio dos obturadores. . 16,20. m. Cimento injectado. . . . 23,200 kg. ‘Hm Setembro interrompeu-se a obturagiio da galeria, ficando o tampao & cota (12,50). am- sda ajeo- ado fee 2spo- > um cluf- stra- 2,50). Esta interrupgio teve por fim permitir que 1 galeria ainda funcionasse como descarga de fundo, embora com menor seceko, da- rante o Inverno 1947-48, para evitar que o nivel da figua subisse demasindumente na albufeira, pois a barragem nfo tem ainda montada a sua cortina estanque. Fot. 18 do doscarregador de ‘um dos bicos do respec- tivo loco Em Setembro injectaram-se 27.655 kg. de cimento na galeria. Em Outubro as quantidades de trabalho de injecgdes foram: Furagdes: Em betfio. .. 9,09 m, Em xisto. . 15,29 m. PZ fixagio dos obturadores. . 7,20 m. Reperfuragio. 1,70 m. Cimento injectado. . . . 28,700kg. Prosseguiu a montagem do equipamento das comportas. Em Novembro, Dexembro ¢ Janeiro de 1948 as quantidades de trabalho de injee- Ses foram as seguintes: 38,15) 27,51 | Poragves: im betio- m. Bm xisto. m. Pe fixagio dos obtu- adores. m.| Reperfu- | ragho . + m. 20.500 mento injectado. . ky . Em Janeiro de 1946 conclufram-se as escavagdes da boca do jusante da galeria e ficaram quase completos os muros laterais. A fotografia 19 mostra uma comporta do descarregador jé montada, 12,96 Fot. 19 Tma comporte jé montada Quapno I — Progresso das escavagdes ESCAVAGOES EM a anos. |_—— “hci when | Em po [Em euler 194. | 52.490 | p18] 11.190) 64.198 1942, 864 | 5.900 | 19: 46-410 1948 | “6.806 | 1.620| 9.184] 16.560 1944 | 6.580] 5.709 2214] 14.503 1945 | 6.940 | 1.244) 8.184 qo | 7155] | 7.185 is7 | 2610) B40] — 3.450 Fou oats [15.810] wae | Toa TECNICA, 199 [, | | i = | oar | omziaer ores 280'F86 | SLP'sTg | ex [tore oF |) ore’at aioe [ovveor = |scous | ovat | los | jows | =e ear't e6r'ot | sia'et o08'ea sors gor'ore's rol ov'oas's | = ovo'se0' | T88 er | eo0'et BENT | 06'S osrsr | 908" | 98°08 | ootea | artes | woe oor'tt sig | ore'9t Bree | T90'01T | ewystaong amt omyoq op moSUaIT “$4 oquamyp op vdeqy “um supren# we oqng, “By + opsva wo ote, sossonig moss soaamig, were suv seplow ems + + By Og ed | ams + + #1 008 ec soneg + opsoqe 199 ¥ sopdeaeasy 0p opseursoq, Lot ep Tou ov TUZTTVET vo SUpUTTTvET OMTHGEN oP sepEPHTA — A oxavad, TECNICA 200 2 | | Picagem do botio m? Quapro ti— Consumo de explosives wos | Esplosives ke) | Cépsutas | Rastno (=) 1941 5.839 7.461 2,263 1942 | 12.700 | 90.366 1943, 6.207 | 12.561 1944 2.984 6.313 1945 1.501 3.176 | 1946 585, 839) 1947 636 | 1d —__| Yotais -| zo.002 | 51.880 | 00.014 | Para o total de 160.476 m’ de eseavagdes, os consumos de explosivos por m? de des- monte, sio: Explosive .... Cépsulas «2... Rastilho..... 186 grim’ 0,32; m° 0,38 m/m> Quapro III — Progressiio dos betdes os | bat dm nc |e te 0) 1942, 281,000 = 1943 8,637,000 = 1944 5,870,408 6,200 1945 2.114488 13,578 1946 5.246,603, 412 1947 3.363,974 a 20.513,473 | 80,200 O total geral foi pois de: 20.593,763 m’. Quanno IV — Progressiio do revestimento da, galeria Sotcas (m1) | Elevagces (m1) — 284 B54 1136 20 2078 Totais. ad | HOB CAPITULO IIT Finalidede da comunicagao Ao apresentarmos esta Comunicaciio ac II Congresso Nacional de Engenharia, duas finalidades tivemos em vista. A primeira foi dar a conhecer, aos qué da acgéo deste Organismo do Estado tém andado afastados, uma Obra coneebidae rea- ligada pela Junta Auténoma das Obras de Hidréuliea Agricola, ‘A segunda foi chamar a atengio para a premente urgéncia de dotar os Servigos com bons Laboratérios de Hidrtulica, ‘Tndo deixa prever que o funeionamento da Obra confirme os resultados dos ensaios, © que signifien que, no estado actual da cigneia, 0 Inboratério de modelos reduzidos éa ferramenta indispensivel a0 engenheiro hidréulico. Porém, nfo é suficiente construir bons Inboratérios e doti-los com bom material. E também necessirio guarnece-los de bons téenicos, euja preparacho ters de ser feita nos bons laboratérios da Europa e da Amé- rica, durante largos estigios, Quando, entre nés, existam bons labora- t6rios, onde os que se dedicam a estes estu- dos ¢ obras tenbam ftcil acesso, de modo a familiarizarem-se intimamente com os fend- menos que regem 0 movimento das dguas, ter sido dado um grande passo em frente. Embora reconhegamos haver a maior vantagem no contacto e convivio com enge~ nheiros ¢ meios de trabalho estrangeiros, certamente seri preferivel podermos conce- ber, projectar e realizar os nossos empreen- dimentos com a prata da casa. ‘Lerminemos pois esta Comunicagio ex- pressando os nossos mais ardentes votos pela rapida criagiio em Portugal de bons Laboratérios de Hidréulien, BIBLIOGRAFIA UTILIZADA Barrages et Géologie, de Maurice Lugeon. Saltos de Agua y Presas de Embalse, de José L. Gémez Navarro y José Juan Araei Engineering for Dams, de Creager, Jus- tin © Hinds. Projectos da Junta Auténoma das Obras de Hidréulica Agricola. Relatérios da Junta Auténoma das Obras de Hidréulica Agricola. Relatérios do Sr. Engenheiro Residente da Obra N2 6 — Pogo do Altar. TECNICA 201 Um método sistematico para a determinacao dos esforcos nas barras dos sistemas articulados no espaco PELO ENG. (U.P) ARMANDO DE CAMPOS E MATOS ©, D. 534.2246 Comunicagio apresentade ao 2,’ Congresso Nacional de Engenharia 1 —Introdugio © eélonlo dos sistemas articulndos no espago faz-se normalmente por métodos n= méricos em virtude de, ao contrério do que neontece nos sistemas planos, os métodos grificos nao serem de aplicagio vantajose, ‘© céleulo numérico consiste essencial- mente na resolugio de sistemas de equagdes Tineares traduzindo as condigdes de equili- brio das forgas que concorrem em cada nd. Certos sistemas articulados — sistemas: denominados simples — podem caleular-se sem ter que resolver sistemas de mais de trés equacdes a trés inedgnitas. O cdleulo dos outros sistemas articulados— sistemas compostos — pode reduzir-so ao céleulo de sistemas simples por aplicagiio dos métodos de Henneberg ¢ de Maller-Breslau. E assim, © edlculo dos sistemas articulados no espago pode sempre Timitar-se & resolugio de sis- temas de trés equagies lineares a tres incégnitas. ‘Virins tém sido as simplificagdes in~ troduzidas na resolugio destes sistemas de equagdes; em particular menciona- mos 0 emprego dos coeficientes de tensio me Southwell, Muller-Breslau—de que fa- remos ts0 No que segue. ‘No método que apresentamos e que con- siste numa aplicagio simples do edleulo Yeetorial, procuramos obter uma sistemati- angiio que se justificn uma vex que se trata Ge céilonlos quase sempre muito laboriosos. TECNICA 202 2.—Tustificagio ‘As equagdes que traduzem 0 equilfbrio dum n6 obtém-se pela projeccio de todas fas forgas que nele concorrem num sistem® de eixos cartesianos; no easo de sbmente serem desconhecidos os esforgos em trés das barras, as trés equagdes obtidas deter minam esses esforgos desde que as trés Darras no sejam complanas. Em vez de utilizarmos 0 mesmo sistema de eixos de referéncia para toda a estratura, vamos escolher para cada né um sistema de eixos tal que, em cada uma das equagies de projecqdo se anulem dois dos esforgos Gesconhecidos: obteremos assim, da projec- iqio nesses eixos, em vez dum sistema de trés equagdes @ trés incdgnitas, trés equa- gies a uma inedgnita cada. Bividentemente que cada um dos eixos deverd ser perpendicular a duas das barras. ‘A formagio das equagées de projecgio nestes eixos, que pelos métodos da geome- tria analfticn seria muito trabalhosa, pode fazer-se simplesmente pela aplicagio do céleulo veetorial. Consideremos um sistema articulado sim- ples e numeremos os seus nés pela ordem que deve seguir-se 0 cilulo, Seja 0 nd n donde partem barras, em que se desconhe- ‘com os esforgos, para os nbs p,q; T.e-seja F ‘a resultante das forgas aplicadas e dos esfor- os jf caleulados. Sejam tp, nq, DF veeto- “OS 2086 brio odas tema, rente trés eter- trés tema tra, tema agdes orgos, ‘ojec ide 2qua- eixos, wrras, eoeiio some pode 10 do >sim- dem né 1 onhe- seja F esfor- vecto- Yes com @ origem em he aextremidade em, respectivamente, p, q, x. Sejam ainda Tnp, ‘Tag, Tnr os esforgos nas barras np, nq, nr, © enp, eng, enros respectivos coeficientes de tensiio. O esforco na barra np ser determinado pela equagio de projecgio de todas as forgas num eixo perpendicular a nq e nr. Essa, equagio pode obter-se igualando a zero 0 produto esealar de todas as forgas por um vector qualquer que tenha por suporte 0 eixo referido; © um vector nestas eondigaes ¢ 0 produto veotorial de ng por ir ‘Teremos pois (B+ emp. mp) [aa A oF ° Film Am en=—-= ap [hg /\ TF ‘Idénticamente: FIR Am ee mim Am ews ar| np A mq ‘A orem dos vectores no produto veeto- rial 6 indiferente; tomamo-la, no entanto, tal que os denominadores das trés fracgdes sejam permutagdes cireulares, Desta manera tem todos o mesmo valor. x As barras cnjo coeficiente de tensio seja positive trabalham & tracgiio; no easo con- trério trabalham & compressio, Nas aplicagies pritiens 6 conveniente substituir as reacgdes por barras de ligagao. TECNICA 203 3— Aplicagio Consideremos 0 sistema representado na figura, A solicitagio é constitufda por uma ‘iniea forga de 1.000 kg aplicada em Le dirigida para 6. 0 sistema apoia-se nos nés 3, 4, 5 sendo 0 né 5 fixo, ond 4 mével na direcgiio da barra 34 ¢ 0 nd 3 mével no plano das barras 34 ¢ 35. Em relagio ao sistema de eixos indicado as eoordenadas dos nds sio: Lx ¥ Zz TTe se 8 ato o 4 a] 2 0 0 4]-2 0 0 af o -2 0 oh 8 6 0 Verifica-se que se trata dum sistema simples e que a ordem que deve seguir-se no efleulo 6 @ mesma por que se numeram 08 nés. Os cdlculos a efectuar encontram-se resu- midos nos quadros seguintes. Para cada nd organiza-se um quadro onde se inserevem: T —As trés barras cujos esforcos se des- ‘conhecem e as respectivas componen- tes; IL —Os produtos vectoriais dos veetores anteriores dois a dois (obtidos diree- tamente a partir das trés primeiras linhas) ; TIT — As forgas aplicadas no né: forgas ex- teriores e esforgor j4 calculados; IV—A resultante das forgas da alinea anterior. Caloulam-se a seguir os odeficientes de tenaio @ os esforgos nas barras pelas for- mulas deduzidas. Para verifieagio dos cileulos pode com- pletar-se 0 quadro com as componentes dos esforgos. A soma das componentes — inseri- tas ua tiltima Tinha— deve ser igual e de sinal contrério acs valores da linha «lV». Na wiltima coluna (imeompleta) insere- vem-se as grandezas dos esforgos. TECNICA 204 cue Ta 0 1046 +e —501 2004| 2004 | — 2880 — 196 |—784 | — 784 | + 1125 aa | 69 ra 5cBa 4 GOT 82 —8>< 84+ 4><32 poTsoe-+ Lab 60 ><10 2x 8—4xd = 1046 <8 + 523><4 — 82 1046 >< 16 — 101618 _ + 528 382 i — 196,126 ATELIERS NEYRET-BEYLIER & PICCARD-PICTET GREMOBLE LABORATORIO DE ENSAIOS HIDRAULICOS EQUIPAMENTOS DE QUEDAS DE AGUA HIDRAULICA AGRICOLA — REGA FQUIPAMENTOS DAS GRANDES BARRAGENS: Rodas para turbinas *FRANCIS» de 56.000 CV e 28.000 CV CENTRAL DE CORDEAG AVENIDA DUQUE DE LOULE, 95 LISBOA TELEF. 4 6889 WML SIEMENS Companhia de Electricidade S. A. R. L. LISBOA PORTO CENTRAIS eléctricas @ redes de distribuigdo —MOTORES, dinamos e alternadores para todas as correntes @ poténcias —EQUIPAMENTOS eléctricos para todas as indastrias — GRUPOS electro-bombas para abastecimento de agua, trastega e regas — INSTALACOES aléctricas de luz e forga — ARMADURAS para lampadas — APARELHAGEM de mano- a bra @ medigao — CONTADORES eléctricos ¢ de agua— MATERIAL eléctrico de toda a classe — VENTILADORES ——LAMPADAS—TELEFONES para redes automaticas @ manuais —APARELHAGEM de cinema sonord —INSTA- LAGOES de sinalizacao dptica aciistica. 2004) ~ 2004 0 |—T4 | [608 |= 2008) — 2 2004} 2004 0 ° RE {—s9a | 2004] 22008 <2 2 — + 124,95, es 2004 >< 4 8 — 10020 RY —3185,0 = 2188%8 _ . 9798,0 Ri=—2 0 R=— 8 2 TECNICA 205 +8059,0 2092,0 Verificagio final : FER+H +R F+RI=0 FER} +RE=O leeprsyniee =0 697 —697 =0 174 — 8485 + 8659 = 0 .°. 8659 — 607 4 2788 — 2092 =O, 27BB=2TBY TACHIEA 206 FILTRACAO. PRENSAGEM PELO ENG? QUIMICO-INDU>TRIAL LUIS A. DE ALMEIDA ALVES Introdugao No artigo sobre Peneiragio, Classificagio e Separacio por Densidades, fez-se referén- cia it possibilidade de efectuar uma separa gio de partfoulas de diferentes granulome- trias, mantidas em suspensio num liquido, por meio detm peneiro colocado no perenrso desse Iiquido. A granulometrin das parti- culas que passam é fungio da abertura das malhas do peneiro e, portanto, pode con- cluir-se que, se essa abertura for inferior 2 granulometria das partfeulas mais peque- nas, 6 possivel efectuar uma separagio ‘completa entre o liquido e as particulas em snspensiio ¢ a essa separagio di-se 0 nome de filtragio. Apresenta-se, no entanto, uma dificuldade de ordem pritiea, devida i impossibilidade de construir peneiros com aberturas sucessi- vamente deorescentes; de facto, em geral, os peneiros mais finos que se utilizam sio 68 de 200 malhas da eseala de ‘Tyler, a que corresponde uma abertura de 74 «, valor que 6 muito superior is dimensdes habituais, das particulas a separar. © primeiro passo para a resolugiio do problema consiste em substituir as vedes metilicas por tecidos de fibras naturnis ou artificiais (IA, algodio, seda, seda artificial, amianto, ete.); conse- gue-se, deste modo, reduzir a abertura das malhas, mas, geralmente, nfo & possivel ainda, reter as particulas mais finas. Sob o ponto de vista pritico, o problema nao é resoltivel, portanto, em geral, com 0 emprego de peneiros metilicos, nem com a utilizaglo de diferentes tecidos, porque niio & possivel obter malhas de abertura suficientemente pequena, para efectuar uma separagho completa, na maioria dos casos. Assistants do 1. 8.1 C.D, 68363, Por consequéncia, para obter seegdes de passagem mais reduzidas, é necessério lan- gar mio de outros meios, que, na pritica, se reduzem a utilizar corpos aparentemente compactos, mas ‘que, na realidade tenham uma determinada porosidade; este objectivo consegue-se com trés tipos de materiais filtrantes: a) Membranas 6) Produtos cerfimicos ¢) Materiais finamente moidos consti- tuindo um enchimento de grios soltos. problema toma, no entanto, aspectos diferentes, de acordo com as quantidades relativas de liquido (que tem o nome genérico de filtrado) e de sélido em suspensto (a que 6 costume dar o nome de precipitado). Com ofeito, se a quantidade de sélido é pequena, a camada que se deposita sobre o material filtvante & pouco espessa e priticamente nito intervém na filtragio; pelo contririo, se a quantidade de precipitado é muito grande, sna espessura é aprecidvel e portanto forma um bolo (") que constitui, por sua vez, outro material filtrante, com o qual é pre- ciso entrar em consideragio para fazer o estudo do problema, Este novo material filtrante 6 do tipo de enchimento de gritos soltos ¢ o seu estudo 6 diferente conforme seja formado por particnlas duras (isto é, indeformaveis por acgiio dos esforgos a que estiverem sujeitas) ou constitua um precipi- tado gelatinoso como, por exemplo, no caso de alguns hidréxidos. No primeiro caso, ()) Bm francés «tourteaus»; em inglés, weaker © em lomo «Kuchen». TECNICA 207 dizese que os bolos sho incompressveis, € no segundo, compressfveis. Wa pritica industrial, ma maioria des ‘cases, a filtragio efectua-se, principalmente, através do precipitado ¢, sondo assim, 0 tmaterial filtrante tem quase 86 uma acgio de suporte, Por isso, nestes casos, podem ‘itilizar-se como materiais filtrantes (ow mais, precisamente, materiais de suporte), ‘redes metilicns ou tecidos, sobre os quais fe deposita o precipitado através do qual ¢ filtragio se vai realizando; mo entanto, é natural que, neste easo, a8 primeiras por (gies de filtrado venham turvas, enquanto & famada de precipitado nao for sufieiente- mente espessa. (0 esto da filtragao consiste em analisar cada um dos tipos de materiais filtrantes ¢ deduzir as condigdes de aplicagdo pritics entrando em Tinha de conta com as caracte- Heticas das substineias a filtrar. CAPITULO I GENERALIDADES SOBRE A FILTRACAO Qualquer que seja 0 tipo de material file trante, é evidente que hi sempre uma cert vesisténeia h passage do liquide, ¢ por isso, { preciso provoear umn compressio sobre, superficie filtrante, no lado da entrada do Iiquido, ou uma aspiragho, no Indo da snide, ag quais sio determinadas pela perda ¢e pressao do Iiguido através do materiel Bly Panto, Mins, como se sabe, a perda de pres tho ¢ fungio da velocidade do liquide e esta, para um dado caudal, depende da seoche Te passagem; e, como esta seeqio 6 a dimen Sic fundamental do estudo de um filtro, pode conclair-se que & determinagiio das Tymensdes tem de ser feita a partir do conhe- timento da perda de carga no percurso do Tiguide através dos poros do material fl- trante © caleulo desta perda de carga vai exigir, portanto, que se faga proviamente 0 estuce re eatrutura dos diferentes materiais fl- trantes. Por outro lado, nos filtros em ques fil- tragao se efectua, em parte, através do bolo (aos quais é costume dar o nome de fltros TECNICA 208 de precipitado), perdn de carga depende da espessura que o bolo atingir ¢ portanto, a seeqao de passagem 6 também funglo flesen espessura, a qual se determina de fnodo a ser minima, isto é, ser suficiente- mente grande para a filtragio se efectuar ‘am boas condigbes, mas nao ter valores exa- gerados, a im de nfo aumentar, indtilmente f pressio, Em geral a espessuza dos bolos Cavin entre 0,5 em, a5 em. e, portanto, para ts quantidades habituais de preeipitado, sho neceesérins direns muito grandes, a ndo ser {que 0 precipitado, que se voi deposttando, posta ser retirado com facitidade, de mode Miue a superficie filtrante soja utilizada fre- quentes vezes. Na pritiea, 86 6 possivel conseguir este objective quando o precipitado 6 retirade continuamente e, por isso, 08 filtros de pre- eipitndo sgrupamese em duss entegorins: 12) Filtros de grande dea filtrante ¢ tra palho descontinuio; b) Filtros de pequena drea filtrante ¢ tra- balho continuo. No primeiro tipo, hé toda a vantagem em nie ocupar Gress muito grandes da fi- rica e, por isso, os filtros sto constitufdos por vrias superficiesfiltrantes sobrepostas, Feparadas de um intervalo igual A espessurs dee polos, sendo o Ifquido introduzido sob pressio no espago compreendido entre as Miferentes superficies. Estes filtxos tém 0 nome de filtros de presto. No segundo tipo, as superficies filtrantes tam de ser, evidentemente, animadas de um certo movimento e 6 mais cémodo,, neste easo, por razdes construtivas, veneer 8 pres- so, por meio de uma aspiracio; por 80, fin’ geral, 08 filros continuos sto fires de vacuo. ‘he consideragdes anteriores permitem es- tabelecer os seguintes pontos de partida pare tr selecedo dos filtros que se utilizam na pré- fica: 12) Os filtros de materiais soltos nko so liliziveis para grandes quantidades de pre- tipitado. Por isso, 0 sen emprego é bastant> cextnido © Timita-se, prineipalmente, & fil- tragio de figuas destinadas & alimentagaio ¢ a algumas indiistrins alimentares, como por exemplo a da cerveja. ende anto, ngio a de ente- stnar ex. ente, bolos para >, silo 0 ser ando, modo a fre- reste irado ostas, ssura, lo sob are as sem 0 rantes de um neste pres r isso, ros de am es- apara apr fio silo le pre- stante ya file atagio: como 4) Os filtros de membrana e de mat rinis cerdmicos empregam-se, principal. monte, para pequenas quantidades de preci- pitado, e, em particular, em filtros de labo- ratério. No entanto, também podem ser cmpregados em filtros de precipitado, em- hora sem grande interesse, ¢) Na maioria das aplicagdes industriai os filtros que utilizam sito os filtros de pr cipitado, Apesar da maior importéncia dos filtros de precipitado, o estudo da filtragio deve comegar, ldgicamente, pela consideragito dos materiais filtrantes, analisando a sua estra- tura e estabelecendo as expresstes das per- das de pressio para cada caso, CAPITULO IL ESTRUTURA DOS MATERIAIS FILTRANTES E PERDA DE PRESSAO 8) Generalidades Atendendo & reduzida secgio dos poros © 4 pequena velocidade de passngem, 0 mo- vimento do liquido pode ser considerado como viscoso ¢, portanto, a perda de carga por unidade de comprimento é dada pela expressiio conhecida do «’T'ransporte de Liquidos» (!): 6 1 W “ Pertanto, a perda de pressio total — 4 p através do material filtrante, seri sendo ¢ a espessurn do material filtrante, Mas, Portanto, () Téenica, no 172, pag. 2. Admitindo que a seegio de passagem 6 cireular, ter-se- que éa formula de Poiseuille j4 conhecida do ‘Transporte de Liquidos, com @ forma va AP (condo 9% Bea de )) Sendo p a pressio do liquido, a veloci- dade & safda da massa filtrante ser’, como se sabe, ow Sendo Q 0 caudal do liquido, a seegio total dos orificios terd de ser Q A secglio $ da superficie filtrante ter de ser, evidentemente, superior a 8, isto 6, 1 or sendo 4 um coeficiente menor que a unidade. Para estudar o problema 6 necessivio conhecer ¢, r,€ 2 que variam para ‘cada caso particular, como veremos. Deve notar-se que, em geral, a formula de Poiseuille nfo é rigorosamente villida ¢ tera de ser alterada conforme os casos. b) Filtros de membrana As membranas obtém-se a partir de solu- ¢@es coloidais, por evaporagio do dissolvente, TECNICA 209 obtendo-se uma pelfeula fina de poros muito Spertados. Em geral, as membranas sho de colddio. "h espessura ¢ da membrana mede-se com um miorémetro.e o coeficiente « calcul: cemdeterminando o volume v de Agua que Foc vetida nos poros, para o que baste cal- eeiar es masses M, 6 Mf, da membrana seca e Inimida, Seri condo =, © massa especifica da Agua (@—=1gr-em~’) Se a secgio total da membrana em que se fan a determinagio for S,, ¢ a secgio corres: ppondente aos poros for s, ser a=u> Bre Sieg. © valor de 1 tem de ser fornecido pelos fabricantes das membranas, que em geraly © caloulam a partir, precisamente, da medi- io da perda de pressio, isto 6, sendo Q 0 caudal através da superficie 8 - “las, para cada membrana, of valores de S—p ede-2* sto constantes; portantes St fazendo serd fem que o cooficiente p tem o nome de per qneabilidade e tem as dimensdes (e]= {EMT} Deve notar-se que, no caso que estamos a considerar, © estudo da filtragio é mais TECNICA 210 complicado, porque hi que contar, com cotnbe fendmenos, como adesio de particulas aide ides sobre of poros, fendmenos electro s- fatieoe, inflnéncia das bolhas de ar, ete, Por fero, todos estes céloulos esto sujeitos & rectifieagdes. ‘Na préticn, ox valores de # variam entre 0,3 60,9. Quanto aos valores der, 98 varia Bes ato muito grandes podendo ir de Bw {milimierons) @ 5 #; 08 poros de menor vale (errespondem aos uitrafiltros nos quais se cneontra a principal aplieagtio das mem- branas ('). ‘He filivos de papel, praticamente 36 utili- aados no laboratorio, podem ser estndados, gm. primeira aproximagio, utilizando os oe sdoinios anteriores. O valor de x & indi ado pelas casas fabricantes. «@) Fittvos de materiais cerdmécos Pertencem, fundamentalmentea trés enter gorias: 1) Filiros de poreslana porosa. 3) Filtros de grdo aglomerados por Piste. So obtidos por fusfio a elevadas tempe- raturas de grios de vérias substincins, tapecialmente poreslana e vidro. Pvlgsta, eategoria pertencem of filtros < 10~ m seg! — 24 diay pava os Aitros répidos pode contar-se fam wma eapacidade compreendida entre 1 a 3 litros por segundo e por metro quar Grado ou seja U compreendido entre 01 2 0,3 em seg, om seja 80 a 240 m/dia, 1s filtros. tém de ser lavados, periddica- mente, fazendo civeular Hquido filtrado em sentido inverso do de filtragii (’)- 4) Filtros de tecidos Como j& se vin, 08 tecidos nfo servem, em geral, para serem utilizados como tinico caterial fltsante, No entanto, podem utili arse para a filtragio de gases fazendo-os passa através de sacos de pano onde slo etidas as particulas em suspensio. ‘Periddicamente, 6 interrompida a passa~ gem do gis de modo a sacudir of 2008 @ Setirar as particalas retidas. Em goal, estas operagdes so autométiens (’)- (0) Para wn estado mais detathade destes ltr ver “erheory an Praties of Filtration» de Dickey ¢ Dryven, i. 202 0 20. “py Ver por exemple, aLlements of Chemical Enginee- vinge de Bayer © Me, Cabe, pig. 067 a 85° sreeneerananet areia, acti- béde caixa ta, ser zontal wrante 10 cm. 2 rpi- m que quido) da por zalores iddica- ado em servem, otinico n uti endo-o8 nde sto 1 passa sacos € al, estas Siltros vor © Dryden, 1 Engines CAPITULO III FILTRAGAO ATRAVES DOS BOLOS FORMADOS 8) Generalidades Em primeira aproximag&o, admitindy que 08 bolos sio incompressiveis, como no oaso dos filtros de materiais soltos, serd villida a equagio apa 2HeU eke sendo k 0 coeficiente de proporcionalidade ntre © € €1, como se vil no eapitnlo ante- rior. Mas, neste caso, a espessura e, no & constante, mas anmenta & medida que 0 precipitado se vai depositando eo son valor em cada instante seré, evidentemente, pro- porcional ao volume total de Hquido V que Atravessou o filtro até esse instante, isto 4, a=vV Por outro Indo, seré, Ter-se-4, portanto, oxvav a —Ap= Fs Substituindo este valor, na formula Ua y/oeF ( Fazendo seré vem a . 2K,Vo" —Ki pad; aT Pp av oBV(—1ty/ie Este integral 6 dificil de ealoular e, por- tanto, hi conveniéneia em simplificd-lo, desenvolvendo o radical em série de Me Laurin, segundo as poténeias de {iP ; ter-se~f, 1 Kip Ki pt +oRy okiet 8 Keve No instante inicial, Vo ¢, portanto, serd, Kip - A medida que a filtragao prossegne, admi- tindo que p é constante, o termo K, p man- tém-se constante © K, V eresce rhpide- mente; por isso, no desenvolvimento em série, sfio despreziveis os termos em que V TECNICA 215 tenha expoente superior & unidade e, por- tanto, fica, finalmente, Kv? Kip f 2KV av > Kip b) Equagao para bolos compressiveis Neste caso, no se verifien a estratura geoméirica que foi estudada, porque as par fioalas se deformam por efeito da pressio a que estilo sujeitas; nestas ‘condigdes, veri- ficam-ge as seguintes alteragdes nos racioci- nios feitos: 1) 0 valor de e; deixa de ser proporeio- nal/a V, e passa a ter valores inferiores; ‘a nova relagio entre e, eV pode exprimir-se, em primeira aproximagao por aavve, sendo m, evidentemente, menor que a uni- Gade (pode tomar-se, em geral, m — 0,8) () Pare concrétizar melhor este resultalo & vanta- joso analisar um exemple, Suponbarmos que se pratendem Hltear, 4 presstio de 3 kg/em 30 m# do um Iiquido, com (0 kg. de precipitedo com ma granulometria de 1 mm, tja densidade aparente sobre as_superficies fltrantes Sng, « que a dren destas superficies ¢ lo 0,25 m? cada ‘ion 'O volume ¥ do precipitado transportado por metro opt6T a, ceibico de suspense sorh v= =00087 m. que corresponds a espessura Serd, portanto, ao ae 61><10-8 om Vv 108 tomando para k 0 valor 1,3 cor Por outro late, ce; caloalando pela expresso reapondente 3 cro: (20 22) e100 — \1200/ "= 1008 Kem —# ~ 1000 8 acs po valor y =1 contipoise © caleulando © pela Cxpressdo do capitulo anterior, 0195 mn = 1,85><10-Fom, tensed TECNICA 216 2) 0 coeficiente k deixa de tersignifieado, mas pode continuar a utilizar-se com 0 mesmo valor, por no ser possivel dar-The valores mais exactos. 3) 0 valor de F deixa de ser proporcio- nal a R, porque a relagio de passagem ¢ 0 perimetro diminui & medida que as partic Vilas se vio deformando por acgio da presifo; sondo assim, pode estabelecer-se entre 7 e Ruma relagio do tipo sendo & fungio da pressio. ‘Admitindo, em primeira aproximagio, que % 6 da forma t seri Fare sendo % uma constante com as dimensies po] (Le M-*T] patheeS em—? om! grsog 10m? _ 999 cog, geem=? . om? A fango integranda serd ew Togov a Vipipetoe VE TaD >CIOFD Jinte, send p= ccujos valores slo datos no quadro 25 Keg em=? = 29)1 >< 10% em“! gr eee —* ° ost <10-§ oasxcios | 38><10-6 0,9 3< 108 0,153< 108 15108 ficado, com 0 dar-lhe poreio- em eo partf- fio da eoer-se magio, aensdes prtent endo p= Entrando com estas alteragdes na reso- Ingo do problema, verificn-se que o termo ‘ge 2S p so mantém e que K, V toma a Qkbpve pte eRe BV Portanto, a expresstio do tempo serd vem finalmente, que 6a formula de Lewis ¢ Almy a qual, no caso da pressio ser constante dé Ky Vat! ee Vans @+DmP byw Ve pe t skye Vere ay KiGR'Sp Resta determinar os valores de © ¢ 8. ¥ ayy Para 8 pode fazer-se um racioeinio gros- -f{ aa seiro que consiste em admitir que, se as J, Ke deformagdes em volume forem proporcio- a nais h presto, as deformagdes lineares ‘azendo allo, 9a. deforms serfio proporeionais A raiz clibiea da pressio, 4kde iy, e sendo, portanto, s~ + —0,38. BRS 3 Goa: Nhe interna ira Yates da V enprirns por 4 fede smplenda ert (7) = 232 maa ‘que para >< 108, jd ey = 6,7 em e, em geral ey nfo ie a G0 Kip ae excoile 5 em, como vines 3é10-1¥. = 5doe 10-2, ‘Acura t(¥) 4 dada no grifceseguinta (a): P TECNICA 27 Para determinar &, pode proceder-se, aproximadamente do seguinte modo: Sedimenta-se ou filtra-se uma poguena porgio de liquide e deita-se 0 precipitado oparado, num corpo de bomba de vido, sre ocuparé a altura H; como nfo hi pressdo exterior pode supor-se ane @ JisPor Bipao. das particulas corresponde h disposi gio solta. Para obter a disposigho mais apertada, « altura deverd ser reduzida a cerca de 0,8 H, que 6 a selagiio das alturas dos romboe- Jos nos dois casos limites (como vimos bus _ OR Basta redugio de altura pode conseguir-se com um 4mbole gue Gomprima.o presipitado de encontro & base do corpo de bomba a qual terd de ser cons, teafdalem material filtrante, a fim de deixar passar o Hiquido ¢ reter a8 partioulas s6li- das; 8 pressio Pi correspondente k altura 0,8 Tl sera a pressio no infoto da deforma: qo e, portanto, como o valor de F,.n0 ea Ga disposigio ‘mais aperiada & 0,05 BR, como vimos, ser 0,05 R R ey 0,05 pi)ts = 0,87 V Pi iy Os valores de s, na prétiea, aproximam- ‘Os valores de f, (¥) em fango de V aio dalos ne aquaéro seguinte 4) 6 2385 >¢10-+ S100 | tyr0><10-* Ty5e108 | 154 <10-F Sear | 1s x10-1 { A curva f (V) 6 dada no gréfico anterior (b). 3} Gampo necessério para atingir ama espossura Ye be Ae toto obténse, caleulando priviamenta, @ valor ‘do V corresponente, que sera V = = 5 >< 108 om? yax, 180 teen del anage, tomo 1, pigs. 640 a 08%, © 0 igen 9181, «Vacuum Filtration, da caso Oliver Company, Limited, de Londres. i ¢ am- a tineias reagent e ficar fincias, los de ua. Os os nos m cada o valor quanti- egos de bra, ve- 3} maior soos de a, e que 0. Por da caso To tipo alids, a de uma entanto, jores a vs filtros ve Theory den, pa ‘quimicoss, a 567,60 asa Oliver No livro jé citado «Theory and Practice of Filtration», de Dickey e Dryden, faz-se uma andlise das vantagens e inconvenientes ‘dos diferentes tipos de filtro, A medida que who sendo descritos, BIBLIOGRAFIA «Elements of Chemical En; dgor e Me Cabe. rings, de Be «Der Chemie Ingeniourr, de Eucken Jakob, «Las Operaciones y los Aparatos Quimicos», de J. Gonzalez del Tinago, «Theory and Practice of Filtration», de Geor- ge Dickey e Charles Drydon, edigko da Reinhold Publishing Corporation, «Principles of Chemical Engineering», de Walker, Lewis, Me Adams e Gilliland, edigto da Me Graw-Hill Book Company. Noticia sobre o Laboratério de Tratamento de Minérios do Instituto Superior Técnico ERRATA Paginas | colon | tinka | Onde 5018 we | i | 3 | tantas | tentar wo fom) aa | that is that it is 160 11 | 3 a Ore an Ore 160) IL a teatebing | teaching ao | 1 avaluable a valuable 160 | IZ | 25. | contribution for the | contribution to the 160 | it | aa | a lot of many 160 | 8 | enonsie enough TECNICA 223 Exposicio Fotogrifica do Instituto Superior Técnico REGULAMENTO ‘Admitem-se como concorrentes? a) Os alunos de escolas superiores de engenharia 3) Os engenhelros inscritos na «Ordem dos Engenheiros». Sao admitidos os trabalhos que jé tenham figurado noutra exposiccio ou concurso, excluindo-se, porém, as Provas j@ apresentadas em anteriores certames do 1S. T. [As fotografias sero classificadas (pelos concorrentes) em duas categorias: a) Técnica 4) Artistica Nos trabalhos apresentados apenas é permitido escrever 6 divisa ou pseuds- imo do concorrente, conforme o artigo 6, sendo o verdadeiro nome enviado, juntamente com a prova, em sobrescrito fechado. Nesse mesmo sobrescrito ses tambem o pseudénimo do concorrente, para identificacco dos trabalhos. © formato minimo admitido ¢ o de 13>< 18 ou 18> 18 centimetros. 54 serdio dcetles as provas montadas em cartdo ou carolina branco, So! we Som minima de 5 centimetres, no verso do qual serd escrito pseudé- Tino ou divisa © sempre sem qualquer moldura ou vidro- Podem as provas ser coloridas por qualquer proceso de «viragem?, excluin- dose aquelas que forem coloridas & mao. Podem os concorrentes retirar os trabalhos expostos & party do prazo de poder ow contat da data do encerramento da Exposicdio, Nao 0 fazendo serdo devolvides pelo correio (porte gratis). Os trabalhos enviados & Exposicdo poderdio ser reproduzidos na «Técnica». Haveré um jiri de admissdo dos trabalhos apresentados, que procederé Lambe & suc classificacdo pare atribulcde de prémios. Haverd o méximo cuidado com as fotogratias recebidas, mas néio se assume qualquer responsabilidade por danos que possam sofrer. Ag fotografias serdio enviadas & Seccio Fotogréfica dos Alunos do Instituto Superior Técnico, Avenida: Rovisco Pais, Lisboa. 13° O prazo de recepcdo dos trabalhos termina a 25 de Abril do corrente ano. 14e Os casos omissos neste regulamento serdo resolvidos pelo Juri, e as suas decides inteiramente acatadas. Oportunamente seré anunciada a data dat abertura dar Exposicco, bem como a constitui¢do do jurie a lista dos prémios. TECNICA 224 mo) |... CUPRINOL TEM MUITAS IMITACOES e ate FALSIFICACOES gorias icederd A MADEIRA PRECISA DE PROTECQAO ANTES DE SER APLICADA... CUPRINOL, & um produto fybricado na Inglaterra, que evita os ataques dos insectos roedores da | | Siete tay como: Escaravetho, Bereiro, Formiga Brasea, ete CUPRINOL, spllcado nas madewas, evita a humidade que 4 causadora dos ateques fangosos a que ‘Valgaraionts’se ehaina caruncho. CUPRINOL, ¢ disiibuido ex irde tipos, verde, Gastanho © incolor. Ui gallo de Cuprinol (y itros e Selo} cobre "ums supertlcle de goa 35 metcos quadrades de madeira em tosco © 40 45 metros quadrados de adel sparelha ITO Pees 8 LWE Fone rps SOCIEDADE ROBBIALAC. Limitapa 15, RUA NOVA DO GARVALHO |/ LISBOA jj TELEFONE 27000 Fabrica Nacional de Condutores Eléctricos, L.“* VENDA NOVA—AMADORA CONDUTORES ELECTRICOS CEL Fabricados pela indistria nacional segundo as Normas de seguranca das instalacées de Baixa Tensao CONCESSIONARIOS GERAIS: SODIL — Sociedade Distribuidora, is R. NOVA DA TRINDADE, (5-C Lis BOA 5 ee Anitragiioé uma renegio total, mas lenta, normalmente exotérmica, em que se efeotua ‘nintrodugko na molécula orginica de um ou mais grupos NO, ou NOs, por acg&o dos chamados agentes de nitragio: RH + NOsH + RNO: + OH: ROH + NOsH + RNO3 + OH: i corrente serem consideradas as trans- formagBes do tiltimo tipo como esterificagtes ilo aeido azético, conduzindo a nitratos de alguilo, ‘No entanto existe identidade de téonica, reagentes ¢ até de aparelhagem entre estas \fltimas reacgdes eas nitragdes propriamente + eH — oo” chy + to Processos unitérios da quimica organica NITRACAO PELO ENG.° QuiMICco-iNDUSTRIAL MANUEL CHAGAS ROQUETTE, (Aaistent 1. 8.73) cD 6647 ditas, em que se efectua a substituigio de tomos de HT por grupos nitro. Ser portanto logico que o seu estudo se faca juntamente, Para confirmar qne se trata dima reacgio total As temperaturas ordinérias, ainda que lenta, basta dizer que até hoje nio tem sido possivel hidrolizar derivados nitrados como © nitro-benzeno, em fgua on em Acido diluido, a temperaturas até cerea de 100°C. Quase nunea se efectua directamente uma di—ou trinitragio. O derivado trinitrado prepara-se a partir do dinitrado, que por sua vez. se obteve por nitragio do mononi- trado, ‘Temos, como exemplo, a nitragto gradual do tolueno, até 4 forma trinitro-tolueno : CH ks 0 + Og Won chs 0g + MOsH —. + One A chy 07 Nop + Olly Nog TECNICA 225 rivados nitrados, mitrados, por reac- go, a partir dos Esté dentro desta dustrial do acide Optém-se ainda de em particular os pol goes de dupla decompos compostos sulfonados. categoria a preparagio in picrico: on + 2504H. —* on sos + 2NOsH —> ‘Sigh on nog + NOsH s 7p ‘A nitragio de substincias aromitions ¢ poliois, sob o ponto de vista cinéticn, Con portase como uma reacglo da segunda ordem (bimolecular). moléeulas de Se tivermos inicialmente @ b moléculas substineia Ar H a nitrar © de NOH: ‘Ar H + NOsH ~ Ar NOs + OF » jor x a quantidade (em ‘eléeulas) de derivado nitrado formado, Teremos a seguinte equagio diferencial, que traduz, a cindtica do proceso: ¢ se esignarmos (a—x) b-») ma constante, E a energia de em que K éu fe dos gases per activagio e R a constant feitos. TECNICA 226 Mesmo a polinitrag nismo, visto que & tituida por suc ‘As nitracdes Jio obedece a este mecit- ‘podemos considerar cons- essivas mononitraées. dos derivados aromaticos ‘se na quase totalidade dos poliois efectuam- fem fase Kquida, empregando como agente | ; | OH | sos +2 lg Soy oH 00 42804 5 ot 10g 7 Wee + OMe Nog ras de Acido sulfirico-eido Sho raras as téonicas que ‘vapor @ nitragio das subs- {um exemplo quase iso~ ‘do benzeno pelo proceso nitrante mistt axbtico~igua. efectuam em fase tancias arométicas Ido é a nitragio Othmer). wh ebteng&o dos derivados nitrados de aloanes e alcenas (fase vapor), constital um capitulo & parte dentro da nitragto, ¢ sor Ssfudado quando nos reforirmos aos Te8- gentes. ate estudo vai pois focer, principal mente, anitragio em fase liquide, com feido dalfo-nfirico. ‘Trata-se duma reacglo exo {ermiea num sistema heterogéneo, com wma fase dcida euma fase organics. ‘Por veres surgem 2 fases orginiess deri vade nitrado ¢ reagente orgimico que aio reagiu. Estas caract diatamente dois dos nitragiio: o controle geragio), ¢ o aument facto entre as 2 fases Esquemiticamente, erfstiens apontam-nos ime- factores principais numa da temperatura (refri- 1 de superficie do con- (agitagio). uma nitragio dum reed sons- cose dade gente sbeido 5 que subs- 3e iso- ovesso os de uinm e seré reas roipal- fcido 9 exo- numa :deri- ae nflo s ime- snuma (refri- 10 con- > dum _—— poliol ow dum derivado aromitieo pode ofeotuar-se segundo o dingrama: Sulfo-nifrico subslancia anilrar | |" | oqueciments refrigecagio Nifrador derivado nilrede cide residuel A camada superior, riea em benzeno volta ao refluxo para 0 vaso de nitragio E uma técnica pouco segnida, Agito dos reagentes Os principais agentes de nitragio sio: 0 fcido azdtico ou éxidos de azoto, dcidos sulfo-nitricos (misturas de deido azético écido sulfirico) nitratos organicos. Tenque de separaeao 1— Mecanismo da rencgao Na nitragio interessam os factores ciné- tigos, e apenas secundiriamente aqueles factores que normalmente intervém na Esti- tica Quimica (excesso de reagente, elimina- gio de produto de reaegio) ¢ estes tiltimos apenas pela influéncia cinética que pos- sam ter. Estudaremos a aegho no rendimento do proceso de: 1) reagentes 2) temperatura 8) agitagho 4) solubilidade do derivado nitrado na fase decide Eliminagdo dum produto da reacgao O produto geralmente climinado 6 a égua, Rfectna-se assim a nitragho continua do benzeno: & 0 préprio benzeno (em excesso) que, libertando-se do nitrador, arrasta con- sigo a fgua da nitragio e dos reagentes, separando-se inferiormente uma camada aquosa num decantador, a qual é removida constantemente, Condensodor Colts, OH; ‘al CoHe Nirador of, Decanlador Consideremos a acco do Scido azético : ao longo da operagio de nitragko, a sua coneentragio diminui (efeito estiitico), mas aumenta o poder oxidante das moléculas que ainda nfo reagiram (perigo da forma- ho de produtos oxidantes — reaogdes secun- dérias), ainda que esse perigo seja conside- rhvelmente atenuado pela diminuigio da concentragio. © fcido axético teria uma actividnde dual: fancionaria 20 mesmo tempo como agente de oxidagio ¢ de nitragio: HONO, == NOH forma psondo feido forma ieido vordadeiro A forma psendo-feido favorece a nitra- ho; a forma Acido verdadeiro actua como oxidante. Além desta tautomeria, o NOSH (dcido verdadeiro) encontra-se mais ou me- nos dissociado nos seus ides : NOH => NOs + Ht Vejamos as variagdes das °/, relativas destas diferentes formas com a concentra- TECNICA 227 ho das solugdes azéticas (1 temperatura ambiente): Normal ‘date | % ao deido 18.N 10N Relativamente a 100 unidade de peso da solugio: Forma nitrante Normalidate | Forma oxidants 1N | | 42 10 ‘A pereentagem da forma pseudo-Geido (agente de nitracio) aumenta com a tempe- yatura:; assim, 08 vapores nitricos so agen- tes de nitraglo muito eficazes (nitragio do benzeno pelos vapores de NOsH, e das parafinas), (0 ficido azético, no entanto, isolado ¢ quase sempre um mau agente de nitragto ¢ por isso empregam-se correntemente mistu- Fas de fcido sulfirico, dcido azdtico ¢ gua (deidos mixtos ou deidos sulfo-nttricos). ‘Eis as prineipais vantagens do emprego, universalmente espalhado, do deido sulfo- -enftrico : 1. —6 um agente econdmico de deshidra- tagio (0 SO,H, fixa a OH, produzida na nitragio) 2—diminui e controla o poder oxidante do feido azético 3—6 muito menos corrosive do que o NOH 444 origem a ficidos residuais, com possibilidade de recuperagao ou de yenda directa permite mais fic dissipagdo e escon- lento do calor libertado no processo TECNICA 228 ‘A acgio do SO,H, no fcido sulfo-nitrico 4 a dum auténtico catalizador da nitragio: fa velocidade na mononitragio do benzeno jumenta de 3,000 vezes quando a concen- tragio de sulfiiric sobe de 80 a 90%. "A composigao do deido sulfo-nitrico tem ‘uma acgio decisiva no rendimento e veloci- dade da nitragio. Uma ligeira dilui¢to do Acido pela agua pode provocar um enérgico ‘efeito de inhibigio, © mesmo para certas diluigdes a reacgio cessa por completo. & Velocidades relativas —= Qo de 30 do $06 70 80 30 100 Rendimenfos. —> NOgI + CeHle > CollyNO3 + OFa NOs 8,55 NOsH 9,82 A. |} SO«He 21,28 (composicdes B } SOsHs 21,85 OH; 70,17 moleculares) OH: 69,33 [A velocidade de renogio é extremamente sensivel 2 composigo do feido. Um au- mento de 32%, do NOH em composigio mnoleeular 6 consequente diminuigao de 3 °/, ha OL, (composigio molecular), no éeido pulfo-nftrico, conduz, em certos casos, a UMA yelocidade 10 vezes superior. Acgto deshidratanto— D. V. 8. Existe um factor muito importante (D. V. §,) na nitragio pelo acide sulfo-nitrieo, que $0 define do seguinte modo: SOs D.V. 8 = a Off, reacgho -+ Olly reagentes trico agiio: acen- & > tem sloci- io do rgico ertas i io 100 9,82 121,85, 1 69,83 mente a au- osigao 3°), feido auma (DY. 20, que tes As iniciais D. V. 8. explicam-se pela ori- gem anglo-americana do termo «Debydra- ting Value of Sulfurie Acid», © controle do D. V. 8, numa nitragio & fundamental. valor de D. V. 8. ascila entre 2 ¢ 12, conforme o tipo de nitragiio, mas raramente exeede 8. Diminui, quando aumenta 0 pe- rigo de oxidagAo, e aumenta com o gran de nitragio. Uma diminuigio da quantidade de SO,H, no deido sulfo-nitrico, numa determinada nitrag&o, implica, em regra, uma menor acgdo deshidratante, e, por conseguinte, um aumento do valor de D. V. S. Eis alguns valores correntes de D. V. 8. produto init benzeno | nitro-benzeno x cloro-benzeno|nitro-cloro-benzeno| 4 tolueno nitro-tolueno 25 nataleno | a-nittosafaleno | 2 Ainda dentro duma determinada nitragio, o valor de D. V. 8. depende do tipo de pro~ cosso, Assim, numa instalagio continua 0 valor de D. V.§,, para o mesmo produto nitrado 6 superior iquele com que se traba- Tha em marcha descontinua. 0 controle do D. V. 8. na nitragio dé-nos bons elementos de trabalho. Estudemos o comportamento do D. V. 8. na mononitracéio do benzeno. Trabalha-se com um D.V.S. entre 3,5 e 3,6. Admitamos que se utiliza um excesso de NOsH de 5°/,. A reaegito 6 quase total (p= 98°),). ‘Toremos a seguinte relagio entre o deido aubtico utilizndo e 0 benzeno: NOs H 105 _ 63 Coe * 63100 100 787 100 0,848 Utilizando um deido com a composigao (valores correntes na mononitragéo do ben- eno): NOsH 82% SO.Hy 60% Oy 8% 100% A quantidade de benzeno, correspondente 2 100 unidades (em peso) de sulfo-nitrico serd: 74 Cr He/100 sulfo-nitrico A quantidade de Agua libertada na reacgio: 93 18 31,74 8,9 *< 700 Valor de D,V. 8.: D.Y. 8. © fcido residual obtido nas condigies indicadas teria a seguinte composigio: SO,T NOsH 2% Ol, _ 21% 100% ‘Temos assim a certezn de trabalharmos dentro das condigdes exigidas, Consideremos agora, que se partin dum Sido sulfo-nftrico com a eomposi¢ko abaixo: SOM 540% NOH 38% Ol, _ 8% 100%o Designando por ¢ 0 rendimento, a quan tidade de OIL, libertada na nitragio ser: = 102><—. 100 Considerando que o dcido azético 6 utili- zado em excesso de 5°/, TECNICA 229 Expresso do D. V. 8: 8410.2 >< 2 + 10,2 >< 55 Porque a quantidade de S0,H, neste {iltimo Acido sulfo-nitrico ¢ inferior, 0 seu valor deshidratante vir diminafdo e por tanto, neste segundo caso: DLV. 8. > 3,6 Logo: 54 > 28,7 + 0,875 ¢ ex 6s © rendimento baixaré de 98 °/, para < 68 "Jy, devido & varingdo de composigio de feido sulfo-nftrico e consequente an- mento do D. V. 8. Exeesso de reagento Na nitragio emprega-se o reagente deido (aubtico ou sulfo-nitrico) em ligeiro excesso: este niio excede geralmente 10 °/, @ eresce com o grau de nitragio, Igualmente com gran de nitragio, eresce a */, de NO,H que ndo reagiu no dcido residual : INOGH real] 2 g [Vo NOstl INO |B [no seit wérieo| = & |residual 195%,10,3-1 Prodato | produto obtido Denzeno | nitro-benzeno | 1,08 m-dinitro- benzeno | 1,1 — |84)jl,2-19) tolueno | nitro-tulueno | 1,1-1,09}98"/,|0,2-0,6 benzeno amnitro naftaleno| a ftaleno |.ortse (0,1-0,5 sidos residuais « intermédios Durante a nitragio hi diminuigio cons- tante de deido azético e aumento de égua. E foil caloular a composigio do dcido resi- TECNICA 230 dual em qualquer fase da nitragio. Deve vinear-se que 0 Geido sulfo-nftrico, ainda que sofrendo diluigdes constantes, continua ‘ser um bom agente de nitragiio. Consideremos uma nitrago em que um fcido sulfo-nitrico de composigto A, reage com um hidrocarboneto Cl,, na propor- gio de 1/2 molécula kg de C,H, por 100 kg de sulfo-nitrico, No fim da operagio reco- Ihe-se um Acido residual de composigio C. Este dcido terd, em relagio as 100 unidades iniciais de sulfo-nitrico menos 0,5 kg-moles de ficido axético (81,5 kg) e mais 0,5 kg moles de gua (9 kg) (composigao C). Um ficido correspondente a uma fase intermédia da operagio ter’ uma composigao situada entre as anteriores. Assim, 0 dcido Bcorres- ponderé a um vendimento da operaglo de 80%/,. _—_—— ison | Seite @ sostts| 69,0 i, |50,0 72,07, 69,0 16,0 Nostt [32,5 [32,5%,| 7,8] 89°).] 10] 14 OH: 85) 8,5°/, | 15,7 |19,1%6) 17,6 [22,6 Lo 10,0 82,0 13 ‘A andlise num dado instante, durante a nitragho, da fase deida, pode dar-nos por- tanto, uma indicagio do rendimento. ‘A ‘utilizagio destes. cidos intermédios apresenta as seguintes vantagens: 1)tém elevada eapacidade calorffica © baixo calor de diluigio 2) permitem mais ficilmente a dissipagao do calor de reaegio no maior volume da marmita de nitragio 8) eliminam o perigo desobreaquecimento conduzindo a reaegdes explosivas ou altamente oxidantes (a nitragdo passa fa efectuar-se em menor espago de tempo) 4)a alimentagho de reagentes 6 mais ré- pida (em vex da necessidade de arrefe- cimento, impde-se 0 aquecimento, do feido residual, a fim de facilitar a remogio da OH, de nitragao). Deve ainda tinus rum reage sopor- 00 kg reco sho C. idades moles 25 ke ). Um média ituada sorres- sragio ante a »s por- médios ‘ffica e sipagiio volume simento vas ou © passa go de rais ré- arrefe- nto, do ilitar 0 g © emprogo destes deidos residuais efectua-se, de preferéncia, em instalagdes continuas (grandes volumes). Pequenas quantidades do hidrocarboneto a nitrar silo postas em contacto com grandes massas de Acido residual, em recireulagio cons- tantemente enriquecidas em NOH. Acgito da temperatura ‘Um aumento de 10° C de temperatura fox crescer a velocidade de nitragio entre 2 2,5 vezes. © gran de nitragio aumenta com a tem- peratura. Poroutro lado a acgio oxidante do NOsH também se evidéncia a temperaturas mais clevadas. Trabalha-se normalmente a tem- peraturas baixas. Em certas reaegdes (por exemplo, na preparacio da tri-nitro-glice- rina) a seguranga impde um controle de temperatura muito apertado (+ 2° (). o2 ‘i 02. Velocidades (mel. /h.) —> cr ar % de NOs (molecular) —» NOsIL + Celle > Cells —NO} 4. OFF A difusdo na nitragao em fase Uquida A nitragio efectua-se em ambas as fases. Por emulsio cada uma das fases se satura reciprocamente. A yelocidade de nitrag&o na fase dcida é muito superior 4 que se ve- rifiea na fase orginica, Nas emulsdes em que a fase organica ocupa relativamente um volume pequeno em Telagdo ao volume total (caso por exem- plo do emprego de scidos intermédios resi- duais) o factor decisivo é a taxa de difustio da fase organica na mineral. Consideremos a variagio da velocidade de nitragio com a °/, da fase inorgAnica (éeida) em relagio ao volume total, para uma dada temperatura, ¢ uma certa com- posigfio de Acido: Velocidade de nifagdo —= c 0 1 20 80 4 50 60 70 80 90 100 % da fase oquosa (em volume) —e Como se expliea a queda brusea da curva entre Be C? De A a Ba velocidade de ni- trag@io aumenta com o aumento do volume da fase deida e, portanto, com o aumento da quantidade de SO,H, (maior efeito deshi- dratante). Entre B e C a substincia a nitrar reage com o ‘eido, mas em torno da fase organica passa a existir uma camada muito mais espessa de dcido que dificnltaré a sua difusfio. A fase dcida deixaré de estar satu- rada de derivado nitrado, fase cide TECNICA 231 Considerando, numa primeira aproxima- flo, uniformes as dimenstes das goticulas de substincia orgiinica, dispersas, na fase deida, ‘vamos abordar analiticamente o problema. Seja x a fracgio em volume da fase orga- nica na unidade de emulsio, ‘A velocidade total da rencgtio vr, soré igual & soma da velocidade na fase orgiinien Yo, com a velocidade na fase dcida v4: vray tra Porque, na fase orgdnica, a composigao 6 constanie, a velocidade seré proporeional a0 volume: wokix. Admitindo que existe na fase dcida uma quantidade (em volume) y de substincia a nitrar dissolvida, teremos: va=Kuy Consideremos que cada gotfeula de subs- téncia organica se encontra centrada num cubo da fase dcida de aresta igual a J. O niimero de gotfenlas da fase orginioa (referido ao volume unitério da emulsio) sera 1-3, Por outro Indo: em que x 60 raio médio das gotfculas da substéneia a nitrar, emulsionadas no écido. ‘Admitindo que o valor médio de r é in- dependente de x, teremos que J 6 inversa- mente proporcional a j/x. ‘A taxa de difusio ¢ da substineia orgt- nica na fase dcida ser directamente pro- poreional & diferenca entre a concentragio. K, x no interior da fase organics ea con- centragio xo na superficie de separagio. Seré ainda directamente proporeional & média geométrica entre a érea da goticula (que ¢ priticamente constante) e a érea do TECNICA 232 cuibo envolvente. Finalmente > diminuird com a distincia média de difusto (J): —~ 1 a=Ke: (Kix —x) View OF > Donde Ks (Ka x.) em que Ky= Ky. 2. VOrr Xo 6 um valor, que, segundo os prinefpios geralmente aceites da difusio, se mantém constante, ‘A quantidade w de substincia orgénica que se difunde no volume unitério de emul- sio, ser igual ao produto de « pelo mimero de goticulas existentes ou ainda, w=Ke x (Ke x—x,) Por outro lado a substineia orgiiniea que difunde & igual 4 substincia orginica que reage na fase dcida Kex (Ks s—x,) = Kry 1-9) Pee? Ke 1=x y E portanto vr= Kix + Ks x (Ke 3%) Este resultado est de acordo com o facto da nitragio ser uma reacgio bimolecular de (2." ordem). ‘A taxa de difustio, ¢ portanto a veloci- dade de nitragHo, porque depende das con- digdes em que se formou a emulsio © da maior ou menor facilidade em a fase dcida se saturar de derivado nitrado, esté directa- mente relacionada com 2 importantes facto- res que vamos passar a tratar: agitagio e solubilidade do composto nitrado no decide. Efeito da agitagto ‘A agitagiio, visto que permite uma emul- so com saturagio mutua das 2 fases, ¢ por- airk . FREDERICK PARKER, LTD. LEICESTER GRA-BRETANHA ipios . @ atém ani . - : auf Fornecedores das instalacées de lavagem e seleccio- mero ff namento de cascalho para as obras da Barragem do Castelo do Bode (Hidro Eléctrica do Zézere), instalacées de britagem, seleccionamento, ensilagem e betonagem para a Barragem Covio do Meio t (Hidro Eléctrica da Serra da Estrela), instalacdes de britagem e seleccionamento da Barragem das aque Mabubas, em Angola, e de diversas maquinas wae a Junta Autonoma das Estradas, Direccfo Geral da Aeronautica Civil, Cimaras Municipais de Lisboa e Beja, Direccio Hidrdulica do Mondego, e a | numerosos construtores civis e empreiteiros | de Obras Publicas facto ar de | eloci- § con eda | fcida f -ecta- facto- gio e icido. REPRESENTANTES E: F. NOBREGA DE LIMA, L.°4 ustoa Porto Avenida, 24 de Jal, 1, 2.9 D. STAND. DE EXPOSIGOES ua Sa da Bandolra, 562, 3.° i, Tel, 22192-3 LARGO DE SANTOS, & Tel. 22553 JAYME DA COSTA, Ee LISBOA PORTO 8, Rua dos Correeiros, 26 42, Praga da Batalha, 12-A Representantes e Depositarios de importantes fabricantes Ingleses, Americanos, Suecos, Suicos e Franceses da especialidade Mec4nica, Hidraulica e Electricidade em todas as aplicagdes INULIN tanto com aumento de superficie de con- tacto, 6 um dos factores decisivos na nitra- gio. Quando existem mils condigdes de agi- tagho a velocidade de nitragio cai brusea- mente, A velocidade de reae¢io parece va- riar linearmente com o ntimero de rotagdes do agitador. Velecidedes relafivas—— 300 700 560 ‘00 Rpm. —~ NOsHl + Cells —> CuHsNOz + OF A SOiHs 27,8 NOsH 8,45 OH: 68,76 B SO: 27,8 NOsH 3,81 OH 68,89 © SO; 27,74 NOSH 3,17 Oy 69,09 (composigdes moleculares) Efeito da solubilidade do derivado ni- twrado Um aumento de solubilidade do der nitrado na fase Acida implica um acrés da velocidade de nitragio, Hissa solubilidade aumenta com a temperatura, ¢ facilitada pela agitagio © diminui com a diluigio do ficido. Nos deidos sulfo-nitricos a solubilidade do derivado nitrado aumenta com a con- centragiio do Acido sulfitrico. Exemplo duma aplicagao numérica Vamos caleular a composicio do seido sulfo-nitrico, mais aconselhivel na mononi- tragiio do tolueno. Porque 0 tolueno & susceptivel de se oxi- dar com relativa facilidade, dando benzal- deido @ Acido bendico, escolhemos um valor de D. V. 8, baixo D.V.8S.= Admitamos, ainda, que pretendemos obter am écido residual com 0,5 %/, de NOH, que o rendimento 6 90 °/, ¢ que NOsH real a NOsH tedrico Considerando a composig&io do sulfo-nf- trico, referida a 100 unidades NOH SOWH: b OF... c 100 Suponhamos que, por cada 100 unidades de sulfo-nitrico, se obtém 100 r unidades (em peso) de Acido residual, A quantidade equivalente de azétieo que reagiu seré a—0,or © a quantidade de fgna de reacgio 18 — (a—0,5 r) = 0,286 x (a—0,5 r) 3 05 1) = OF (90,52) Logo 0 dicido residual, produzido a partir de 100 unidades de sulfo-nitrico ser NOH 05 SOHg cece b Oly ce © +0286 (a—0,51) 100 r Somos assim conduzidos ao seguinte sis- tema de equagies a+b += 100 O56 + b + © $0,286 (a —0,5 1) = 100r b e+ 0,286 (a—0,5 x) O sistema anterior é indeterminado. TECNICA 233 Avbitremos & inedgnita ¢ o valor 15 (15 °/, de OH, no feido sulfo-nitrico inicial): 85 a+b =25 15-0386 (@— 0,51) 0,5 r-+ b + 15 + 0,286 (a—0,5 1) = 100r apb=8 0,5 m+ 100 —a + 0,286 (a—0,5 r) 31,5 + 0,72 (a—0,0 ») =10r 7 8 i > I a Chegamos, assim, a composigio mais aconselliivel do ‘icido sulfo-nitrico para esta nitragio SO: 57‘), NOH 28", OH: 15 %e 100 Jo Exemplo duma aplicagao laboratorial Preparagio do dinitrobenzeno ‘Adicione-se lentamente e agitando 170 g (120 om®) de Acido az6tico concentrado (d= 1,42) ¢ 240 g (130 em’) de deido sul- TECNICA 234 firico concentrado (4—=1,84) e deixe-se esfriar a mistura até A temperatura am- Diente, Lance-se, entio, gota a gota, feido sulfonitric atris preparado sobre 100 g (116 em’) de benzeno, contido num balio de litro, liquido deve ser mantido em agitagiio continua, e a temperatura deve conservar-se entre 50-60" C, recorrendo-se a refrigeracdo exterior ge for preciso. A adi- ‘glo de dcido leva aproximadamente 1 hora; a agitagio mantém-se mais 1/2 hora. Tangam-se os iquidos resultantes da mo- nonitragio numa ampola, de decantacio, separando-se a camada superior oleosa (ni- tro-benzeno), que é novamente vertida num balfo de 1 litro. Junte-se entio, gota a gota, uma mistura de 140 g (95 om’) de Acido azdtico fumante (11,52) e 170 ¢ (90 cm’) de Acido sulfiirico concentrado (d= 1,84), proviamente esfriada 2 tempe- ratura ambiente, ao nitrobenzeno. O aque- cimento ¢ efeotuado durante 1/2 hora em banho-maria, com agitagho continua. O ba- To é agora’ munido dum refrigerante de refluxo, ‘Apés a adigfo de Acido _mantém-se a agitagdo mais 15 minutos. Verte-se lenta- mente ¢ agitando o contetido do balfio em Agua fria. O dinitrobenzeno preeipitado fl- tra-se, lava-se com signa deixa-se secar ao ar sobre papel filtro. Rendimento 95-98 °/,. 0 produto pode purificar-se por reorista- lizagio em leool (agulhas incolores fun- dindo a 90° ©). (Continua) ose fe ° - an TIPOS MODERNOS DE TRANSMISSOES s Relatério apresentado por JOSE JORGE CANELAS, do Curso de Méquinas, vse na Cadeire “Laboratérior do Ensaio do Méquines’, 2° perl, da. regéncia “ do Ex™ Snr. Eng,’ Anténio Portela, no ano de 1946/47 c.D. os | Como complemento ao programa da Cadeira de Bnsaios de | Méquinas, costuma 0 Snr. Eng.” Portela distribuir & escola, por ‘alunos ou grapos de alunos, wn assunto dntimamente ligado com os asountos da Cadeiva. Sob a sua orientagto, esses relatérios vio formar auwiliares valiosos, postos & disposigito dos alunos que o8 quizerem consultar, ado para o estudo dos diversos assuntos versados. ‘per Erm virtude dos eaforcos que ae tém feito nos iltimos anos com ue 0 fim de sinplificar a condugto de automéveis ¢ de suprir a falta de em técnica de wm niimero erescente de condutores, com interesse reduzido ba- pelo modo de funcionar e de conduzir un automével, os construtores de timene eaforgado por introduzér nos seus tltimos modelos sistemas de transmissio mais ou menos automiticos, ea Embora pertencendo ave adeptos da velha caiea convencional ata- de velocidades, a actualidade do assunto levou-nos a fazer 0 seu estudo. em ‘A sua publicacto tem por fim por a disposigao dagueles que fil- disponkam de menos tempo para o fazerem, algo que os possa iniciar wear sobre 0 funcionamento dos sistemas mais modernos utilisados. | sta | Embraiagem Hidréulica Em 1922 este tipo de embraiagem foi ‘un usado a bordo de barcos construfdos pela Desde sempre se sentiu a conveniéneia de amortezer todos os choques entre 0 motor € 08 drgios por ele accionados ¢ eonsequen- tes fadigns que daf resultam. Actnalmente, com a importineia eres- cente, niio sé nos automédveis como nos outros veiculos, da relacko poténcia/peso, a conveniéncis, de um dispositive amorte- cedor entre o motor e o veio de transmissto tornou-se premente, Um dos dispositivos amortecedores mais modernamente utilizados & a embraiagem hidréulien, A origem da embraingem hidréulica date de 1905, época em que o Dr. Fottinger a inventou, juntamente com o conversor de binirio. Vulcan, de Hamburgo, no sistema de pro- pulsio por motores Diesel. Estes motores giravam a uma velocidade tal qne necessitavam de usar carretos de redugio entre eles e as hélices, mas as vibra bes torcionais dos motores eram tais que foi necessirio interealar uma embraingem deste tipo para que os carretos pudessem funcionar satisfatiriamente, A primeira aplicagio da embraiagem hidréulica a veiculos motores deve-se porém ao Eng Sinclair, A embraiagem hidréuliea consta essen- cialmente de dois érgitos, fundidos em ligas de metais leves. TECNICA, 235 0 «impulsor», ligado ao volante do motor, eo «rotor» ligado & transmissio. £ 0 fluido em circulagio que transmite 0 movimento do impulsor ao rotor. Como se vé na fig. 1, estes drgios sio constitufdos por uma séric de pis, direitas, Aispostas radialmente ¢ formando como que um semi-toro, Nio existe ligagiio mecdnica alguma entre 08 dois érgios; 6 0 fluido em cireulacko que transmite o movimento do impulsor ao rotor. Principio do funcionamento Podemos considerar o impulsor e 0 rotor com duas bombas centrifugas montadas sobre veios diferentes, ligadas hidrdulien- mente, como mostra a fig. 2. Suponhamos as bombas (a) ¢ (b) girando com ntimeros de rotagdes respectivamente iguais an, ¢ My. ‘Vamos ver 0 que se passa na bomba (8). éleo vai adquirir uma energia que vai ser aproveitada em o enviar a uma dada altura Ha. Consideré-se um elemento de finido de massa jm, animado da velocidade v e cor- respondente A fora 3f. Pela expressfio da quantidade de movi- mento, tem-se: Bie dt= G@m.¥ TECNICA 231 em que v, dum modo geral, depende do espago © do tempo. @ Fig.2 Para simplificar, podemos supor o regi- men permanente ¢, portanto, v indepen- dente do tempo. Seri ento: Este V é a velocidade absoluta do éleo ¢ por isso Ihe passaremos a chamar C do ‘leo Fagamos o corte da roda em que se véem os raios de entradae de safda r,, € o8 respectivos diagramas de indices 1 Fig. 3 0 biniirio aplicado pela fora F & safda da bomba é B= F x ry x sen (Fm) e sendo Fa=F sen (F, 1) vird By = Fos xr Do mesmo modo, para a entrada By Fox re O binério aplicado & roda, seré Ba=B+B=—Fusnd+Faxn= =Fuxn—Pusn= (Cup x m2 Cur x 11) em que Cu, e Cu, silo as projeccdes das velocidades absoluias C, ¢ C, sobre a di- reegko das velocidades periféricas U, e Uy. Como sabemos, a poténcia produzida 6 0 produto do binério aplicado B pela veloci- dade angular © ¢ como 7; 2=U; em2=Uy IQ.y Na=Ba,Q= (Cog, Us — Cay, Ui) Por outro lado a poténeia impulsora necessiria para clevar o caudal Quik a uma dada altura Ha é Tgualando as duas expressées tira-se 0 valor de Ha (Cus a. Uz a—Cuy a. Us a) Ura Ua ma ne (c— a ) donde se vé que a altura 6 proporeional ao niimero de rotagdes n na bomba. Fazendo consideragdes idénticas para a bomba (b), vem Sendo as bombas iguais, quando sera Ha = tb € nto haveri portanto cironlagio de éleo. Sempre que n,>£n,, € portanto Ha=+ Hb, haveré tendéncia a estabelecer-se uma cir- culagio de dleo e uma das bombas (aquela que gira a menor mimero de rotagdes portanto eleva a menor altura) trabalharé como uma turbina que funcionasse sobre uma altura diferenga das duas alturas © passarii a fornecer energia meciinica. Na pritica a embraingem tem esquemati- camente 0 aspecto da fig. 4. Suponhamos o impulsor girando a maior niimero de rotagdes que o rotor (caso do TECKICA 237 motor puxando pelo carro), seré H,>H, ‘em que 0 {ndice i se refere ao impulsor e 0 indice r ao rotor. ame vrcen eens mane emi fun sccentnatee (SeeeberLu0 DECLERNEN Fig.4 Vai-se ostabelecor uma circulagio de Gleo de tal modo que o impulsor funcio- naré como bomba ¢ o rotor como turbina. 6leo entraré nos canais do rotor com uma velocidade absoluta c= en © uma velocidade reltiva wie Wt Em virtude da forma das pis dos dois Srgios serem radiais e sem curvaturas, ¢ de ser 2 > by viré Ue <5 ‘Vamos ter choque e nesse instante a ve~ locidade do choque ser Ven = Us — the Da igualdade acima se vé que para que deixe de haver choque, Va, 0 teré de ser isto é, 0 impulsor e o rotor tém de girar & mesma velocidade, Fig. 5 Vamos ver que sempre que hé eircula- gio de Sleo, impulsor e rotor girando a velocidades diferentes, vai haver «choque» e portanto uma perda de energia, Sendo oj;, Cay Cer Cari Uy Vary Wary Wr Wiyy Wars Wiey Wor} Yespectivamente as velo- cidades especificas, absolutas, periféricas © relativas, ii entrada e & safda, do rotor e do impulsor, vejamos o que se passa. TECNICA 238 A saida do rotor teremos um caso seme- Thante : w= ta + veh, equando veh;=o0 viré y= tae Vé-se pois que s6 deixard de haver cho- que, tanto & entrada como & safda, quando © impulsor e o rotor girarem 4 mesma velo- cidade. Estariamos no caso em que a relagho de tvansmissio é de 1/1, admitindo que nio havia escorregamento nenhum entre os dois ui 0 éleo terd entiio dois movimentos: Um em volta do eixo de sistema rotor/impulsor, e outro em torno das células. ‘Yeremos assim um movimento em forma de turbilho, como mostra a fig. 7. © aproveltamento total (desprezando a influéneia dos atritos) pelo rotor da energia Fig 6 érgiios, 0 que ainda nfo se conseguin até agora (define-se como escorregamento a di- ferenga de velocidade entre os dois drgitos, expressa em percentagem da velocidade de impulsor), fornecida pelo impulsor, 6 se daria no caso da razio de transmissto ser 1/1, mas nese caso a energia é nula. ‘A. partir destas consideragdes podemos tragar a curva do rendimento para uma embraingem deste tipo, fig. 8. Marcando em ordenadas e escorregamen- tos ¢ em absissas o rendimento. Peln expressiio do rendimento: Br (b tio da rotor) ><, (velocidade angular do rotor) ‘Bi (bind do impulsor) xo, (veloeidadeangulardoimpulsor) vemos que ele seri nulo quando 0 escorre- gamento for de 100 °/,, pois o rotor esté parado e portanto v,—o, @ ird aumen- tando até ao seu valor méximo (uns 96 a 98°°/,) quando 0 escorregamento for muito proximo de 0 /,; pois quando o escorreg: mento for nulo o rendimento também o ser, pois nfo hé circulagko de éleo e portanto transmissiio de energia, E conveniente notar que esta curva tra- duz o rendimento real da embraiagem, salvo para o escorregamento nulo em que ela nos mostra um rendimento também nulo, quando cle realmente é miximo neste ponto. Fig-7 Estando os dois érgios a girar com velo- cidades diferentes, vimos que hé eirculagio de éleo. TECNICA 239 Com efeito, n&o hé transmissiio de ener- gia por nfo haver circulagio de dleo, mas rodando 0 rotor e 0 impulsor & mesma velo- cidade (escorregamento nulo) o rotor nfo é mais do que uma homba que, admitindo as formas ¢ as dimensdes iguais ts do impul- sor, forneceré um bindrio que neste ins- tante e s6 neste instante seri igual ao do impulsor. ° #0 Q constante, para simplifiear podemos esorever Ny = K (Uy Cay — Us Cun) Fixando 0 caudal, fixamos também uma yelocidade médin Cm. Construindo 0 diagrama das velocidades no impulsor ¢ no rotor, e calculando os momentos hidrénlicos, verifica-se que devido 100% R Fig. 8 Portanto quando for », =a seré y= 1. Em todas as ontras circunstincias hé perdas de energia ¢ o binério utilizado pelo rotor & uma pequena parte do que é forne- cido pelo impulsor. ‘Vamos fazer um dingrama das velocida- des para o caso da relagio 1/2, Fig. 9 ‘Vamos supor as seguintes relagdes entre 08 raios do filete médio dos canais do impul- sor e rotor & entrada e saida, Tm te 2 A poténeia & dada, como sabemos, por x= 22 (Gy Car —Us Con) e se admitirmos que temos um dado candal TECNICA 240 ao choque & entrada do rotor ¢ do impulsor, estes momentos so bastante diferentes. (Os requisitos a que a embraingem hidréu- lica tem de satisfazer siio: 1) Estando 0 carro parado, com 0 motor ao rallentie, deve haver um escorregamento de 100°/,. 2) Durante o periodo de nceleragio, que vai desde 0 arrangue até 4 marcha normal, © escorregamento deve diminuir ripida- mente. Exemplificando: isto significa que se a velocidade minima dearranque a que corres- ponde o nviaimo binério motor, ¢ de 850 ¥.p.m., para o qual o escorregamento é de 100°/, (carro parado e o motor em mar- cha) assim que a velocidade do motor aleanga umas 900 r. p.m, esse escorrega~ mento ji deve ser apenas de 15°/,, quer dizer manteve-se a velocidade do motor os 1a es os x subin a do carro até que esse escorregamento ser a 1.000 r.p.m. de uns 10°, apenas. 3) Que a eficiéneia da transmissio ts yelocidades normais seja bastante alta, isto 6, se possivel fosse, um escorregamento nulo (chega-se actualmente a obter um escorre- gamento apenas de 2 °/,). niio_havia este toro que favorece ciroula- glo do dleo).. 8) Com um anmento de 50°/, no niimero de pis, com o fim de suprimir o fenémeno de hatimentoo tio conhecido nas. bombas. ¢) Ainda com o uso de um reservatério exterior 20 toro D (da Fig. 1) que faz que Figg Na figura 10 véem-se as eurvas da em- braiagem hidrdnliea, sistema Vulean (1930) eo mais moderno Vulean-Sinclair. Conseguiu-se a melhoria por ensaios pri- ticos em que se verificow que a curva me- Thorava com: a) O dispositivo do toro central que se pode ver na Fig. 1 (nos primeiros sistemas a altas velocidades, sendo 0 dleo projectado para o exterior da embraiagem, fique o toro cheio de dleo ¢ a unido transmita o maximo bindrio, mas A, velocidade de rallentic grande parte do éleo esteja fora do toro, acumulando-se no reseryatério, © dimi- nuindo por isso o arrastamento. ‘Vejamos 0. que se passa quando, ali- yiando 0 acelerador, bé tendéncia do auto- mével arrastar 0 motor. TECNICA 2a) Normalmente, quando o motor estd pu- xando pelo carro, 0 movimento turbilhond- rio do éleo na embraingem tem um sentido. Quando aliviamos 0 acelerador, 0 rotor tor- na-se o impulgor, ¢ vice-versa, ¢ a direcgio do movimento turbilhonério tende a inver- ter-se, Haveré uma fracgho de tempo em que se dé a mudanga de sentido do movimento do éleo © em que a embraiagem se porta como se nfo tivesse dleo. Serf esse 0 mo- mento indieado para efectuar uma mudanga de velocidade. gem eonvencional, o que nos permite aguett- tar a directa a baixas velocidades, utili- zando no entanto um grande bindrio motor. Vamos ver em seguida alguns sistemas de caixas usadas em conjunto com a em- braiagem hidréulica. Caixa Wilson ‘A Companhia Daimler foi quem em 1930 fez a primeira aplicagio da embraiagem hidréulioa a automéveis. ——Valean (1930) ~-— Vokan Sinclair 200 460 690 800 RPM. Fig. A embraiagem hidrénlica nfo ¢ indicada para ser usada com uma caixa de veloci- dades convencional, por isso os construto- res foram para a solugio de a adaptar a caixas de velocidades epicfelicas, & excepgio da Crysler e Ford, que usam caixas mais ou menos convencionais. Com efeito, mesmo quando o escorrega- mento é de 100°%,, ha um certo arrasta- mento entre o rotor e o impulsor, arrasta~ mento esse que torna dificil ofectuar uma mudanga de velocidade, a nio ser que in- terealemos uma embraiagem de discos. Em virtude do escorregamento aprecidvel abaixas velocidades ou a velocidades médias com acelerador a fundo (grande momento resistentea vencer), vé-se queembora o motor girefornecendo o bindrio méximo, em virtude do escorregamento o carro poderd deslocar-se mais lentamente do.que com uma embrain- TECNICA 242 1000 1200 1400 1600 1800 Reconheeeram os engenheiros desta com- panhia a vantagem de usar uma caixa de engrenagens planetirias, sistema que tinha sido usado no comeco do automobilismo + Lanchester © Oldsmobile mais tarde por Ford, no seu modelo T, e que ainda hoje se usa. em quase todas as caixas dos motores maritimos para a marcha i ré. ‘Na Caixa Wilson, os jogos de rodas epi- ciclodais podem ser fixados por meio de cintas de travio, que actuam na parte externa das coroas dentadas. ‘Vejamos em mais detalhe o seu funcions- mento. ‘Em esquema podemos representar a com- binag&io de engrenagens como na fig. 12. Consta de 4 tambores para primeira, segunda, tereeira e marcha atrés, e de uma embraiagem para a directa, que pode ser céniea ou de discos. Os tambores sfio imobilisados exterior- mente por meio de cintas comandadas pelo condutor. tambor a rodar em sentido contrério ao do planetério. O veio de transmissio no se move. Fig. O interior dos tambores & dentado e af engrenam os satélites, geralmente em ntimero de trés por tambor, qne por sua ver enga- tam no pinhio central. ‘Travemos agora o tambor. Como este no se pode deslocar, os satt- Tites vido deslocar-se sobre cle e estarto agora possuidos de um movimento de trans Fig. 12 Consideremos um tinico jogo de engrena- gens para melhor compreendermos o que se passa, Suponhamos que temos uma roda planetéria ligada ao motor ¢ os satélites ao veio de transmissio (fig. 13). Estando 0 tambor destravado, se fiaermos girar 0 planetério, os satélites comegam a girar nos respectivos cixos obrigando o Ingo -além dum movimento de rotagao em torno dos seus eixos, Este movimento de translagio dos satélites faz mover o veio de transmissiio como se pretendia, Como se vé, para meter uma umdanga niio € necessiirio engatar carretos pois estes estio sempre engatados; daqui resulta a grande vantagem desta caixa, Vejamos como travar os tambores para efectaar as virias mudangas de veloci- dade (fig. 8). Primera: Obtém-se aplicando 0 travio ao primeiro tambor, de forma a torné-lo estaciondrio. O motor faré girar o planeta principal de modo que os satélites do jogo travado deslocar-se-hao com um movimento de trans- Jagiio e, como esto ligados ao veio de transtnissio, fazem este mover-se. INMOVIL Segunda: Obtém-se travando o segundo tambor, de modo a torni-lo estacionério. O motor faré girar o planeta principal, a0 qual também estiio engatados os satélites deste segundo jogo que se deslocario com um movimento de translagio. Estes satélites estio ligados ao tambor do primeiro jogo, fazendo-o girar também no mesmo sentido que o planeta principal. Os satélites do primeiro jogo, entalados entre o planetério ¢ tambor, ambos com movimento no mesmo sentido, deslocar- -se-do com o movimento de translagio, mais ripido agora que no primeiro caso, arras- tando 0 veio de trarismissio, ‘Porcsira: Obtém-se travando o torceiro tambor, de modo a torné-lo estacionirio. TECNICA 248 Este tambory porém, jé no é dentado interiormente, mas é a ele que esté ligado © planetirio, O facto de ele estar estacio- nirio torna o planeta estacionirio. Tim volta dos satélites hé um anel den- tado interiormente, que esti ligado ao porta~ -satélites do segundo jogo, que por seu turno se liga ao tambor do primeiro jogo. Os satélites do terceiro jogo estio ligados ao tambor do segundo jogo, ¢ fazem-no girar no mesmo sentido do motor. planeta principal ataca os satélites do segundo jogo que arrastam o anel dentado do terceiro jogo, obrigando os satélites deste tereeiro jogo a moverem-se com movimento de rotagiio e translagio. ‘Em virtude do movimento de translagio, 6 comando volta para tris, pois o tambor do segundo jogo & arrastado no sentido de giro do motor, mas com maior velocidade, © que trés como consequéncia acelerar os satélites do segundo jogo que arrasta o tambor do primeiro ainda com maior velo- cidade que no caso da segunda velocidade. Directa: Para se obter a directa por meio da embraiagem D (fig. 12) liga-se 0 ‘veio motor ao prato que arrasta consigo 0 planeta do terceiro jogo. Como o planeta principal que arrasta os satélites do primeiro segundo jogos 6 fixo, gira sempre com a velocidade do motor, gendo portanto imposs{veis movimentos re~ lativos entre os planetas, satélites € coroas ; portanto os jogos giram como um s6 con- junto com a mesma velocidade do motor. Os travdes esto evidentemente soltos em volta dos tambores-eoroas. ‘Marcha atrés: © tambor da primeira esté ligndo ao planeta da marcha atris. Se travarmos o tambor do jogo de marcha atrés, vejamos 0 que se passa. 0 planeta principal ataca os satélites do jogo da primeira ¢, em virtude do tambor este jogo estar solto, ele giraré em sentido contrario ao do motor, arrastando consigo o planeta de marcha atrés. ‘Como o tambor deste jogo est travado, os seus satélites deslocar-se-Ro com movi- mento de rotagio e translagao, este xiltimo em sentido contririo ao do motor. Como 0 porta-satélites. deste jogo esté ligado ao > > > Fig. 35, =] 3 “Lo gta Fe. 24 veio de transmissfio, este mover-se-& em sentido contririo ao do veio do motor. Os satelites da primeira também se des- Jocardo com movimiento de translagio, em virtude do porta-satelites também estar ligado ao veio motor. Comando: O condutor tem uma alavanca de comando que lhe permite escolher a mudanga que deseja (fig. 15). Como vimos, para efectuar uma mudanga é necessirio travar a cinta que fixa o tam- bor do jogo epivicloidal correspondente hu mudanga escolhida, e soltar o que estava travado. a fig. 16. v6-86 a cinta travlio e 0 meca~ nismo que efectua # travagem, ‘Vamos ver entiio 0 que se passa. Quando o conductor actna a alavanca de ando (fig. 15) ela vai fazer rodar um co! TECNICA 245 veio de cames (camshaft, fig. 16) que vai, por meio de uma came, libertar uma ala- vanea (finger guide) empurrada por uma mola (selector spring). A alavanca da einta rata Sane baixa, engatando nele a alavanca da cinta traviio. © movimento de embraiar vai agora fazer levantar o ressalto, actuando na ala- wee womnion om ae — mgt Se ooo a ane = ig. 63 = Bien travio (toggle finger) vai ser empurrada até a0 contacto com o ressalto especial (bus bar) ‘mas nfo chega 9 engatar nele. Desembraiando.o conductor, 0 ressalto vanea da cinta traviio, fixando-se assim 0 tambor do jogo epicicloidal. (Continua) ERRATA Na pagina gréfica publicada no n.° 188, na legenda de uma fotografia do Porto de Ponta Delgada, onde se 1é: «Portos de ‘Acostagem», deverd ler-se : «Postos de Acostagem». TECNICA 246 No verso da mesma pagina sairam tro- cadas as gravuras, sendo a encimada pelo titulo de Porto de Portimio referente a0 Porto de Vila Real de Santo Anténio e reci- procamente. | aa ar ga a a ata ora dae ro- elo a0 ele BIBLIOTECA PUBLICAGOES Todas as publicacées aqui indicadas, sto pertenga dda Biblioteca da A. E.I. 8. T. e podem ser consultadas a partir desta data (Os niimeros indicados & esquerda, dio a localizagao das obras na nossa Biblioteca, e hd conveniéncia em ‘8 saber quando da requisigfo de livros. 40-8 ©. D. 058 (668) Anusrio da Guiné Portuguesa — 1948 GOVERNO DA GUINE 1948 — Paes. 075 480.8 6. D. 31:38/629.12 Estatistica do Comércio Externo @ da Navegagso REPARTICAO TECNICA DE ESTATISTICA GERAL 1048—Pias. 592 HU-449 cp. 6129 Functions of extended class in the theory of functions of several complex variables Por STEFAN BERGMAN Harvard University — 2048 Page. 503/547 6. D, 844,424:540.43)7 ium studies on N-chloro compounds Por CARRELL HORNIS, SALAZAR E WINEMAN Harvard University — 1948 Pigs. 20962042 1HU-4652 GD. 864428.21:546.43, The mechanism of the hydrolysis of chlorine Por CARRELL MORRIS Harvard University — 1048 Ags. 3692/3605 BUA! ©. 547.966 Kernel functions in the theory of partial differential equal Por BERGMAN ¢ SCHIFFER Harvard University — 1948 Pégs. 595/536 HU.A83 ©. D. 832.5032 On Bergman's integration method in two dimensional compressible fluid flow Por MISES ¢ SCHIFFER Harvard University — 1948 Pgs. 249/285 HUA C.D. 846.13:663.68 The behaviour of chlorine or @ water desinfectant Por FAIR, MORRIS, CHANG, WAIL e BURDEN Harvard University ~ 1948 Pags. 1051/1061 ©. D, 628.22 COMPANHIA, DAS AGUAS DE LISBOA 51948 868 . p, ex0.282 Shipwoys with cellular walls on a marl fundation Por HUGH, MILLER e TERZAGGI American Society of Civil Engineers — 1048 Phgs. ao7ilse TECNICA ‘247 ENTERPRISE ENGINE & FOUNDRY COMPANY— U. S. A. 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D, $925.032 mud » Sur Veconlement d'un Guide visquenx incompressible Oo entro denx plaques paralléles indéfinies — J. Kampé Provas de tarbina a gés do 2000 H. P.— 7. Puts | de Revie Engenheiro Westinghouse, 2949, vol. 5, ° 7, Houille Blanche, x1-12-948, vol.3, "6, gs. 509/517. pag 7/10. ma & Glandard Electrica ASSOCIADA INTERNATIONAL TELEPHONE AND TELEGRAPH CORP EQUIPAMENTOS PARA TODOS 08 GENEROS DE COMUNICAGOES ELECTRICAS por rédio e por cireuitos metélicos. EQUIPAMENTOS DE TODAS AS POTENCIAS PARA RADIODIFUSAO © TELEVISAO. GRANDES E PEQUENAS CENTRAIS TELEFONICAS, manuais ¢ auto miticas. TODO O GENERO DE APARELHAGEM MANUAL B AUTOMATICA para instalagies telefdnicas ¢ telegrificas. FORNOS ELECTRICOS desde pequenas poténcias, com aquecimento por correntes de radiofreqtténcia. SISTEMAS PATENTEADOS, DE ANTENAS de alta eficiéncia, CABOS DE TODOS O8 TIPOS para comunicagdes em thdas as freqitén- cias ¢ para transporte de energia. 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Electrical Communication, 3-948, vol.25, nr, pags Taf Tracg&o eléctrica ©. D. 621.93 (81) A olectrificagio das estradas do ferro do Brasil — R, Longwell, Engenheico Westinghouse, 21949, vol. 5, igs, 2225, Telecomunicagses ©. D. 624.994.66 Very high-frequency trlo de osolllator and amplifier cirouits — Gerard Lehman Electrical Communication, 3-938, vol. 25, n.°x pags. 50/61. Construgdes metalioas G. D. 624.98 Stool tubular construction for exhibition buildings in Italy. Bulding Digest, 12-948, vol. 8, no 12, pig. 445, Pontes ©. D. 6244 Construction des ponts métalliques— J. Lourtie. Ossature Metallique, 1-949, Vol. 14, 8° %, pgs. 20/31 Aguecimento ©. D, 628.81 New type of sun-heated house in U. 8. A, Building Digest, 12-948, vol. 8, n° 12, pag. 445, Quimica-Industrial 3. D. 68 Orientacion tecnica de 1a industria quimica — Carlos Ariban, Dyna, 12-948, vol. 23, 12, pags. 563/572. Pubticam seegdes de didliografia téenica as seguintes revistas recebidas na nossa Biblioteca: CIENCIA Y TECNICA, REVISTA DE OBRAS PUBLICAS DYNA CEMENTO Y HORMIGON REVISTA DA ORDEM DOS ENGENHEIROS ALFA, E Ponapaminanat pan cebu || ORGANIZACAO o: ENGENHARIA PARA TRABALHOS oc ELECTRICIDADE 26 ANOS AO SERVIGO DA INDUSTRIA PORTUGUESA i ° fj ELECTRIFICAGAO “ DE FABRICAS ° CENTRAIS rE REDES ° OFICINAS ELECTRO- MECANICAS ° REPARAQOES ° SERVIGO DE ASSISTENCIA A INDUSTRIA : ° |) MAQUINAS ELECTRICAS e S MAQUINAS PARA . EMPRESTIMO. D. MOURA ° REPARADORA ELEGTRO - MECANICA TELEFOMES: 2 1406/2 0976/2 8987 fua da TRINDADE, 8 a 26 TELEGRAMAS: REPARADORA LISBOA mm Tabelas para 0 Caleulo ¢ Implantagao das : Curvas de Transigao em Lemniscata \ aos melhores pregos Em todas as aplicages ui A MAIOR PRODUCAO DO PAIS Falhe sauonbaists) Fernando de Sousa Ferreira Chaves ¢ Anténio Joao Barroso Antunes \ ti Podides a Sociedade dos Mérmores de Portagal, 1." 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