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Aula 1 – Conjunt os

Notas de Aula: Jesús P. Mena-Chalco


Adaptação: Valério Ramos

26/2/2018
Conjunt os - motivação

São diversas as maneiras de designar uma coleção de


objet os (uma coleção de elementos).
elenco em uma peça de teatro.
pesquisadores em um projeto de pesquisa.
corpo docente e corpo discente da universidade.
a população é dividida em classes sociais (pelos
economistas). Uma coleção de livros é designada
biblioteca.

Um conjunt o é uma coleção de objetos de qualquer tipo


(pessoas, plantas, animais, fenômenos).

Os elementos que constituem um conjunto são chamados


de element os do conjunt o. 1
Conjunt os - Para que?

Para represent ar/ d escrever formalment e uma


coleção de elementos.

O conjunto de animais racionais?


(Finito?) Como defnir racionalidade?

Os grãos de arroz produzidos em lavouras


em 2011? Granularidade dos conjuntos?

Empresas produtoras de
arroz? Especifcidade

2
Conjunt os - represent ação

Representaremos os conjuntos por letras


maiúsculas:

A, B , C , . . .

e seus elementos por letras minúsculas:

a, b, c, . . .

Assim, o conjunto A que possui os elementos


a, b e c é representado por:

A = { a, c, b}

3
Conjunt os - represent ação

Duas formas de representar


conjuntos: explícita
implícita

Exemplo: Conjunto dos números pares maiores que 4 e


menores que 15

A = { 6, 8, 10, 12, 14}

A = { x |4 < x < 15 e x é par}

4
Conjunt os - número de element os

O número de elementos do conjunto A, denotado


por |A| ou n(A), é a cardinalidade de A, e pode ser fnito
ou infnito.

O conjunto vazio, representado por ∅ (também


denotado por { } ), é aquele que não possui nenhum
elemento.

O conjunto que possui apenas um elemento (por


exemplo, A = { a} ) é chamado de unit ário.

5
Conjunt os - relação de pert inência

A notação
a∈A
é adotada para indicar que a é um elemento do
conjunto A.

a∉A

Aluno X ∈ UFABC

6
Conjunt os - subconjunt os

Dados dois conjuntos A e B , diremos que A é um


subconjunt o de B ou A est á cont ido em B , quando todo
elemento de A é também um elemento de B .
A⊂B
B⊃A

A⊄B
B⊅A

7
Exemplo 1

Sejam
A = { 0, 2, 4}
B = { 0, 1, 2, 3, 4}
C = { 1, 3, 5}

Como todo elemento de A é elemento de B , A ⊂ B


Como 5 ∈ C e 5 ∉ B , então C ⊄ B

Usando a representação implícita: A={ x |x ∈ B e x é par}


O fato de ser par e pertencer a B são as propriedades que
defnem os elementos de A.
8
Exemplo 2

Sejam
A = { 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}

B = { x ∈ A|x é par} = { 2, 4, 6, 8} .
C = { x ∈ A|x é múltiplo de 3} = { 3, 6, 9} .
D = { x ∈ A|x + 1 = 6} = { 5} .
E = { x ∈ A|x < 0} = ∅.
F = { x ∈ A|x < 10} = A.

9
Equivalência

Dois conjuntos A e B são iguais quando A e B têm os


mesmos elementos.
Equivale a dizer que A ⊂ B e B ⊂ A

No t a : Quando listamos os elementos de um conjunto A, a


ordem em que escrevemos os elementos é t otalment e
irrelevant e. A repetição, embora não constitua erro, é
totalmente desnecessária.
A = { 2, 2, 1, 3} e B = { 2, 1, 3} são iguais.
A = { 5, 6, 7} e B = { 6, 7, 5} são iguais.

A = { { 1,2} ,{ 3,4}} e B={ { 3,4} ,{ 2,1} } são iguais.


A = { { 1,2} ,{ 3,4} } e B ={ { 1,3} ,{ 2,4} } distintos.
1
Separaçãoo e complement o

A = { 2, 3, 4, 5} , D = { 3, 5} C = { 2, 4}

D = { x ∈ A|x é ímpar }

Quando selecionamos os elementos de A estamos


deixando de lado os elementos 2 e 4. Quando fazemos
tal seleção estamos fazendo uma separação dos
elementos de A, tomando os ímpares e deixando os
pares. (D ⊂ A)
C = { x ∈ A|x ∉ D }

Podemos afrmar que C é o complement o de D em


relação a A, denotado por D ou D c.
1
Conjunt o universo

No exemplo anterior, o conjunto A contém os dois


conjuntos D e C . Nesse exemplo A é o conjunto
universo. Conjunt o universo é aquele que, em cada
exemplo, contém t odos os elementos que estão sendo
considerados (U)

A c = { x ∈ U|x ∉ A}
1
Conjunt o diferença ( subt ração)

Consideremos A e B subconjuntos de U. Defnimos o


conjunt o diferença A − B como sendo o conjunto dos
elementos de U que são elementos de A mas não são
elementos de B
A − B = { x ∈ U|x ∈ A e x ∉ B }

1
Conjunt o diferença - Exemplos

Sejam A = { 4, 5, 1, 3} B = { 4, 2, 1}

A − B = { 3, 5}
B − A = { 2}

Sejam A = { 3, 4, 5} B = { 2, 1, 6}

A−B =A
B −A=B

1
União de conjunt os

Dados dois conjuntos A e B , a união de A e B (A ∪ B ) é o


conjunto dos elementos que pertencem a A ou a B .

A ∪ B = { x |x ∈ A ou x ∈ B }

A ∪ B = { x ∈ U|x ∈ A ou x ∈ B }

De modo geral, dados n conjuntos A 1 , A 2 , . . . , A n , sua união


é representada por
n

UA i = { x ∈ U|x ∈ A 1 ou x ∈ A 2 ou . . . x ∈ A n }
i =1
1
Uni˜ao de conjunt os - Exemplos

Se A = { 1, 4, 3, 5} e B = { 4, 2, 1} então
A ∪ B = { 1, 2, 3, 4, 5} .

Se A = { 3, 4, 5} e B = { 2, 1, 6} então
A ∪ B = { 1, 2, 3, 4, 5, 6} .

1
Int erseção de conjunt os

A interseção A ∩ B de dois conjuntos A e B é o conjunto


dos elementos que pertencem tanto a A quanto a B

A ∩ B = { x |x ∈ A e x ∈ B }

A ∩ B = { x ∈ U|x ∈ A e x ∈ B }

A e B s˜ao disjunt os se A ∩ B = ∅. A interseção dos


conjuntos A 1 , A 2 , . . . , A n é representada por

∩A
i =1
i = { x ∈ U|x ∈ A 1 e x ∈ A 2 e . . . x ∈ A n }

1
Int erseção de conjunt os - exemplos

Se A = { 1, 4, 3, 5} e B = { 4, 2, 1} então
A ∩ B = { 1, 4} .

Se A = { 3, 4, 5} e B = { 2, 1, 6} então são disjuntos


A∩B =∅

1
Produt o cart esiano

Dados dois conjuntos A e B , o produto cartesiano A × B é


o conjunto dos pares ordenados (a, b), onde a é elemento
de A e b é elemento de B .

A × B = { (a, b)|a ∈ A e b ∈ B }

O produto cartesiano A 1 × A 2 × · · · × A n dos n


conjuntos A 1 , A 2 , . . . , A n é defnido como o
conjunto das n-t uplas (a1 , a2 , . . . , an ), onde ai ∈ A i
para i = 1, . . . , n.

1
Part ição

Seja A um conjunto não-vazio.

Uma partição de A é uma família de subconjunt os não-


vazios A 1 , A 2 , . . . , A n tais que:

1 Un A = A
i
i=1

2 A i ∩ A j = ∅, se i ≠j (para i , j = 1, . . . , n)

Ou seja, uma partição de um conjunto A é uma família


de subconjuntos não-vazios, dois a dois disjunt os, cuja
união é igual ao conjunto A. (pense em uma pizza)

2
Algumas propriedades dos conjuntos

1 Para todo A ⊂ U, A ∪ ∅ = A e A ∩ ∅ = ∅
2 A ∈ B ⇐⇒ A ∪ B = B
3 A ∈ B ⇐⇒ A ∩ B = A
4 associativa:
A ∪ (B ∪ C ) = (A ∪ B) ∪ C
A ∩ (B ∩ C ) = (A ∩ B) ∩ C
5 comutativa:
A∩B =B ∩A
A∪B =B ∪A
6 distributiva:
A ∩ (B ∪ C ) = (A ∩ B) ∪ (A ∩ C )
A ∪ (B ∩ C ) = (A ∪ B) ∩ (A ∪ C )
7 A ∪ A = U ; A ∩ A = ∅ ; ∅ = U ; U = ∅.
8 A∪B =A∩B
A ∩ B = A ∪ B (leis de De Morgan – Augustus De Morgan)
21
Notação somatório

Vamos introduzir uma notação que simplifica o modo de se


escrever somas, tais como:

22
Notação somatório

Vamos introduzir uma notação que simplifica o modo de se


escrever somas, tais como:

1 1 + 2 + 3 + ··· + n

22
Notação somatório

Vamos introduzir uma notação que simplifica o modo de se


escrever somas, tais como:

1 1 + 2 + 3 + ··· + n
2 1.2 + 2.3 + 3.4 + · · · + n(n + 1)

22
Notação somatório

Vamos introduzir uma notação que simplifica o modo de se


escrever somas, tais como:

1 1 + 2 + 3 + ··· + n
2 1.2 + 2.3 + 3.4 + · · · + n(n + 1)
3 13 + 23 + 33 + · · · + n3

22
Notação somatório

Vamos introduzir uma notação que simplifica o modo de se


escrever somas, tais como:

1 1 + 2 + 3 + ··· + n
2 1.2 + 2.3 + 3.4 + · · · + n(n + 1)
3 13 + 23 + 33 + · · · + n3
Pn
1 i=1 i

22
Notação somatório

Vamos introduzir uma notação que simplifica o modo de se


escrever somas, tais como:

1 1 + 2 + 3 + ··· + n
2 1.2 + 2.3 + 3.4 + · · · + n(n + 1)
3 13 + 23 + 33 + · · · + n3
Pn
1 i=1 i
Pn
2 i=1 i(i + 1)

22
Notação somatório

Vamos introduzir uma notação que simplifica o modo de se


escrever somas, tais como:

1 1 + 2 + 3 + ··· + n
2 1.2 + 2.3 + 3.4 + · · · + n(n + 1)
3 13 + 23 + 33 + · · · + n3
Pn
1 i=1 i
Pn
2 i=1 i(i + 1)
Pn 3
3 i=1 i

22
Notação somatório

Vamos introduzir uma notação que simplifica o modo de se


escrever somas, tais como:

1 1 + 2 + 3 + ··· + n
2 1.2 + 2.3 + 3.4 + · · · + n(n + 1)
3 13 + 23 + 33 + · · · + n3
Pn
1 i=1 i
Pn
2 i=1 i(i + 1)
Pn 3
3 i=1 i

Dados inteiros r e s tais que r ≤ s, a notação


X s
ai = a1 + a2 + · · · + as
i=r
22
Notação somatório

Pn Pn
1 i=1 kai =k i=1 ai , onde k é uma constante arbitrária

23
Notação somatório

Pn Pn
1 i=1 kai = k i=1 ai , onde k é uma constante arbitrária
Pn
2 i=1 k = n.k

23
Notação somatório

Pn Pn
1 i=1 kai = k i=1 ai , onde k é uma constante arbitrária
Pn
2 i=1 k = n.k
Pn Pm Pn  Pm 
3 i=1 j=1 ai .bj = i=1 ai . j=1 bi

23
Notação somatório

Pn Pn
1 i=1 kai = k i=1 ai , onde k é uma constante arbitrária
Pn
2 i=1 k = n.k
Pn Pm Pn  Pm 
3 i=1 j=1 ai .bj = i=1 ai . j=1 bi
Pn Pn Pn
4 i=1 (ai + bj ) = i=1 ai + i=1 bi

23
Notação somatório

Pn Pn
1 i=1 kai = k i=1 ai , onde k é uma constante arbitrária
Pn
2 i=1 k = n.k
Pn Pm Pn  Pm 
3 i=1 j=1 ai .bj = i=1 ai . j=1 bi
Pn Pn Pn
4 i=1 (ai + bj ) = i=1 ai + i=1 bi
Pp Pn Pn
5 i=1 ai + i=p+1 ai = i=1 ai

23
Notação somatório

Pn Pn
1 i=1 kai = k i=1 ai , onde k é uma constante arbitrária
Pn
2 i=1 k = n.k
Pn Pm Pn  Pm 
3 i=1 j=1 ai .bj = i=1 ai . j=1 bi
Pn Pn Pn
4 i=1 (ai + bj ) = i=1 ai + i=1 bi
Pp Pn Pn
5 i=1 ai + i=p+1 ai = i=1 ai
Pn Pp
6 i=0 ap−i = i=p−n ai

23
Notação produtório

Considere os produtos:

24
Notação produtório

Considere os produtos:

1 1.2.3 + · · · + n

24
Notação produtório

Considere os produtos:

1 1.2.3 + · · · + n
2 x.x 2 .x 3 . . . .x n

24
Notação produtório

Considere os produtos:

1 1.2.3 + · · · + n
2 x.x 2 .x 3 . . . .x n
3 1.3.5 . . . (2n + 1)

24
Notação produtório

Considere os produtos:

1 1.2.3 + · · · + n
2 x.x 2 .x 3 . . . .x n
3 1.3.5 . . . (2n + 1)

Qn
1 i=1 i

24
Notação produtório

Considere os produtos:

1 1.2.3 + · · · + n
2 x.x 2 .x 3 . . . .x n
3 1.3.5 . . . (2n + 1)

Qn
1 i=1 i
Pn i
2 i=1 x

24
Notação produtório

Considere os produtos:

1 1.2.3 + · · · + n
2 x.x 2 .x 3 . . . .x n
3 1.3.5 . . . (2n + 1)

Qn
1 i=1 i
Pn i
2 i=1 x
Pn
3 i=1 (2i − 1)

24
Notação produtório

Qn Qn  Qn 
1 i=1 ai .bi = i=1 ai . i=1 bi

25
Notação produtório

Qn Qn  Qn 
1 i=1 ai .bi = i=1 ai . i=1 bi
Qn
2 i=1 k = k n , onde k é uma constante arbitrária

25
Notação produtório

Qn Qn  Qn 
1 i=1 ai .bi = i=1 ai . i=1 bi
Qn
2 i=1 k= k n , onde k é uma constante arbitrária
Qn n
Qn
3 i=1 kai = k i=1 ai

25
Notação produtório

Qn Qn  Qn 
1 i=1 ai .bi = i=1 ai . i=1 bi
Qn
2 i=1 k= k n , onde k é uma constante arbitrária
Qn n
Qn
3 i=1 kai = k i=1 ai
 2
Qn 2
Qn
4 i=1 ai = i=1 ai

25
Notação produtório

Qn Qn  Qn 
1 i=1 ai .bi = i=1 ai . i=1 bi
Qn
2 i=1 k= k n , onde k é uma constante arbitrária
Qn n
Qn
3 i=1 kai = k i=1 ai
 2
Qn 2
Qn
4 i=1 ai = i=1 ai

 k
Qn k
Qn
5 i=1 ai = i=1 ai

25
Resumindo...

1 Conceitos e notação de conjuntos:


Propriedades, operações, . . .
2 Notação somatório
3 Notação produtório

26
Avaliação por pares (30min)

Programação pareada:
É uma técnica de desenvolvimento de software ágil em que
dois programadores trabalham juntos em um estação de
trabalho.

Critério:
Permite a interação dos pares, facilitando um maior critério
para o desenvolvimento de problemas.

27
Avaliação por pares (30min)

Programação pareada:
É uma técnica de desenvolvimento de software ágil em que
dois programadores trabalham juntos em um estação de
trabalho.

Critério:
Permite a interação dos pares, facilitando um maior critério
para o desenvolvimento de problemas. (de forma rápida)

27
Avaliação por pares

1 Preencha o espaço vazio com a relação apropriada para cada


caso:
(a) {a} {1, 2, a, b}
(b) {1, 2, 3} {x ∈ N |1 ≤ x ≤ 3}
(c) −3 {x ∈ R|x 2 − 9 = 0}
(d)
{x|x é letra da palavra técnica} {x|x é letra da palavra étnica}
2 Dados os conjuntos
U = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}; A = {4, 2, 8}; B = {1, 2, 3}.
Determine:
(a) B − A
(b) A × (A − B)
(c) A × B
3 Escreva as expressões abaixo usando a notação produtório:
(a) 21 . 23 . 34 . 45 . 56 . 67 .
(b) x 2 .x 4 .x 6 .x 8 .x 10
4 Verifique
Q se a afirmação é verdadeira:
7
(a) j=2 3j = 36 .7! 28

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