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Anestesia A Vitória Sobre A Dor - Airton Bagatini PDF
Anestesia A Vitória Sobre A Dor - Airton Bagatini PDF
A579 Anestesia: a vitória sobre a dor / Airton Bagatini ... [et al.]. Porto
Alegre : SARGS, 2001.
14x21cm. ; 99p.
CDU 612.887
Anestesia
a vitória sobre a dor
Capa:
VIOLETA GELATTI LIMA
Editoração eletrônica:
AGE - ASSESSORIA GRÁFICA E EDITORIAL LTDA.
Diagramação:
LAURI HERMÓGENES CARDOSO
Supervisão editorial:
PAULO FLÁVIO LEDUR
OS PIONEIROS
ANESTESIA 9
Francesa tomava vulto, ferviam as questões políticas na
Inglaterra, dividia-se o clero. Priestley simpatizava com
a Revolução Francesa e escolheu o lado errado na ques-
tão religiosa, sendo perseguido e acusado de traidor. Os
fanáticos queimaram sua casa e destruíram seus traba-
lhos. Foi obrigado a fugir, vindo para a América para
continuar suas pesquisas.
Humphry Davy, outro inglês, estudou os trabalhos
de Priestley e resolveu inalar o protóxido de azoto, ainda
que todas as sumidades da época afirmassem que era
nocivo e mortal. Aspirou a primeira vez,
Em vez de morrer, a segunda vez, mais outras e, em vez de
começou a pular e rir. morrer, começou a pular e rir. Nos dias
seguintes, continuou com as sessões de
inalação, notando que o protóxido de azoto acabara com
a dor de dente que o estava incomodando.
Continuou os estudos e realizou reuniões em que
seus amigos inalavam o gás hilariante por divertimento.
Publicou um livro, em que afirma, já em 1798, que seria
sem dúvida recomendável empregar o protóxido de azo-
to contra as dores cirúrgicas.
Em 1805, o químico alemão Sertuerner isolou a
morfina do ópio (terminou seus dias sofrendo repetidos
ataques de gota, e a morfina, ironicamente, não mais lhe
trazia alívio).
Michael Faraday, em 1818, descreveu os efeitos ine-
briantes do éter e o comparou com o gás hilariante.
Em 1824, Henry Hill Hickmann, médico inglês,
procurou a Royal Society na Inglaterra e a Academia Fran-
cesa de Medicina, para demonstrar seu método de abolir
a dor cirúrgica com gás carbônico e com o gás hilariante.
Ofereceu-se como voluntário, sendo ridicularizado e
chamado de louco, pois, segundo Velpeau, “o bisturi e a
10 ANESTESIA
dor são inseparáveis numa sala de cirurgia”. Negaram-
lhe a oportunidade pedida. Desanimado e acabrunha-
do, morreu aos vinte e nove anos de idade.
Nos Estados Unidos, por volta de 1830, andavam
muito em voga os ether-parties, reuniões nas quais quem
quisesse poderia respirar éter ou gás hilariante, para sen-
tir emoções novas, onde riam, pulavam e dançavam sob
o efeito dos gases (não era por falta de LSD que eles
iriam ficar quietos). Espetáculos eram realizados nas pra-
ças e teatros, fazendo os interessados atuarem ao embalo
do éter ou do gás hilariante.
No Estado da Geórgia, na cidade de Jefferson, Craw-
ford Williamson Long não pôde assistir a uma apresen-
tação, pois fora atender um paciente. Seus amigos lhe
contaram como foi o espetáculo e ele decidiu fazer algu-
mas demonstrações experimentais, principalmente com
as moças da cidade, já que era jovem e
simpático. Notou que, depois de ina- Concluiu que o éter
lar o éter, apresentava inúmeras man- deveria ser a causa da
chas arrocheadas e dolorosas pelo cor- ausência da dor.
po, mas não recordava como apareci-
am. Concluiu que o éter deveria ser a causa da ausência
da dor. Depois de muito pensar e repetir inalações, re-
solveu e operou alguns pacientes sob o efeito do éter. E
eles não sentiram dor. Operou oito pacientes, mas os
moradores da cidade começaram a reclamar “que alguém
acabaria morrendo, que desistisse de suas tentativas dia-
bólicas”. A 30 de março de 1842, extirpou um tumor do
pescoço de James Venable, sob a ação do éter. Como era
médico numa área rural, não divulgou seus trabalhos aos
meios científicos.
No Estado de Connecticut, o dentista Horace Wells
e sua esposa foram assistir a uma demonstração do gás
ANESTESIA 11
hilariante. Doze voluntários se apresentaram, “oito vi-
gorosos homens ocupavam a primeira fila para proteger
a platéia de alguma violência partida dos voluntários sob
o efeito do gás”. Wells notou que um dos voluntários,
sob o efeito do gás, machucara o joelho, que sangrava
abundantemente. Interrogado por Wells, a vítima asse-
gurou que nada sentira.
No dia seguinte, 11 de dezembro de 1844, Wells
pediu para um colega lhe extrair um dente sadio enquanto
ele inalava o gás hilariante. A partir de então, passou a
extrair dentes dos clientes com o auxílio do gás. Em se-
guida fez uma demonstração em Boston, na Faculdade
de Medicina. Como não dominasse ainda a técnica de
administração do gás, ele o fez de maneira inadequada e
insuficiente, pois temia um acidente; resultado: o pa-
ciente urrou durante a extração. Sob os gritos de canalha
e charlatão, voltou para sua cidade. Mas não desistiu.
Fez outra demonstração pública, deu bastante gás, e o
paciente quase morreu, matando em Wells a vontade de
usá-lo. Dedicou-se à criação de canários, depois passou a
vender quadros, comprando na França e vendendo, com
lucros, para os amadores americanos.
DA CIRURGIA DENTÁRIA
ÀS GRANDES CIRURGIAS
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2
O que faz o anestesiologista
Anestesiologistas são médicos que cuidam da vida
durante a realização de um procedimento cirúrgico ou
de um exame diagnóstico ou terapêutico. Como médi-
cos, cursaram seis anos de faculdade de Medicina e como
especialistas na área, cumpriram, no mínimo, dois anos
de especialização em Anestesiologia. A denominação anes-
tesista tem um caráter mais genérico e pode ser usada para
denominar qualquer pessoa ou médico que faz anestesia.
Segundo a Sociedade Brasileira de Anestesiologia, a
melhor denominação para o especialista da área da anes-
tesia é de anestesiologista.
Anestesiologistas são médicos com especialização e
treinamento, responsáveis pela avaliação do paciente,
escolha da técnica anestésica adequada, administração
da anestesia, vigilância e manutenção dos sinais vitais
(respiração, circulação e outros) e recuperação dos efei-
tos da anestesia. O anestesiologista domina conhecimen-
tos fundamentais para a avaliação pré-anestésica, medi-
cina de pacientes graves (UTI) e traumatizados, reani-
mação, controle da dor pós-operatória e da dor crônica.
A anestesiologia é uma especialidade médica de atu-
ação multidisciplinar. Exige conhecimentos profundos
de medicina clínica e cirúrgica, principalmente da fisio-
logia, da farmacologia e da fisiopatologia. Além de co-
nhecer os medicamentos utilizados pelos pacientes, são
necessários sólidos conhecimentos sobre como funcio-
nam os medicamentos anestésicos.
ANESTESIA 21
Ao anestesista cabe ainda dominar as técnicas para
realizar procedimentos como bloqueios anestésicos, ter
conhecimento prático e experiência no manuseio de apa-
relhos e equipamentos, assim como dos métodos e meios
de monitorização, invasivos e não-invasivos. Essas habi-
lidades envolvem outras áreas do conhecimento, tais
como: Física, Química, Eletricidade e Bioengenharia.
O papel do anestesiologista e sua responsabilidade
transcendem os limites físicos da sala de cirurgia. Além de
ser o intensivista da sala de cirurgia, exis-
O papel do te a necessidade de o anestesista conhe-
anestesiologista e cer e saber se conduzir em cada procedi-
sua responsabilidade mento anestésico, bem como no pós-ope-
transcendem os limites ratório imediato, de acordo com as pe-
físicos da sala de cirurgia. culiaridades específicas de cada caso ci-
rúrgico. Ademais, dentre diversas outras
atividades profissionais dos anestesiolo-
gistas, podemos citar: o tratamento da dor aguda ou pós-
operatória, o tratamento da dor crônica, em consultórios
de avaliação pré-anestésica, em medicina de emergência,
em equipes de resgates e ambulâncias. Em algumas locali-
dades, os anestesiologistas participam de equipes ou chefi-
am Unidades de Cuidados Intensivos (UTIs), podem ser
professores em universidades, exercer cargos administrati-
vos e de chefia em unidades cirúrgicas.
Aliviar a dor, bloquear a consciência, monitorizar o
organismo, manter as funções vitais, principalmente a
respiração, a estabilidade cardíaca e vascular, prover re-
posição de líquidos (soroterapia) e de sangue (transfu-
são), manter a temperatura corporal, diagnosticar pro-
blemas que podem acontecer durante a realização do pro-
cedimento e tratar sempre que necessário, essas são as
funções básicas exercidas pelo anestesiologista antes, no
transcorrer e após o ato operatório.
22 ANESTESIA
3
O que é a anestesia
Anestesia, palavra de origem grega, significa “priva-
ção da sensação”; portanto, é uma condição de ausência
de sensações, sejam elas dolorosas, táteis, olfatórias, de-
gustatórias ou visuais. Significa levar o paciente ao esta-
do de anestesia, isto é, privá-lo de todas as sensações,
entre elas a dor. É uma tarefa complexa e delicada que
exige habilidade clínica, conhecimento de técnicas e arte
ao executá-las.
A palavra médico vem do latim medicare, que sig-
nifica aliviar a dor. Esse alívio, na sua
forma integral, é obtido com o auxí- A dor provoca danos
lio de medicamentos anestésicos. A incalculáveis à alma
dor, qualquer que seja a origem, gera humana.
sofrimento físico e mental nas pes-
soas, provoca danos incalculáveis à alma humana e
deve ser eliminada para que os procedimentos curati-
vos possam ser realizados.
ANESTESIA 23
4
Tipos de anestesia
ANESTESIA GERAL
ANESTESIA 25
2 – Inalatória: Anestesia feita pela inalação de gases
e vapores anestésicos através das vias aéreas. Nos pul-
mões, o anestésico é absorvido pela corrente sangüínea e
daí atinge o cérebro.
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sia completa como para a obtenção apenas de alívio da
dor (analgesia). O exemplo mais significativo desta últi-
ma é a analgesia de parto, que permite
fazer com que a mulher não sinta as A analgesia pode ser
dores do parto e mantenha a contração utilizada no período pós-
uterina. A analgesia pode ser utilizada operatório de cirurgias
no período pós-operatório de cirurgias que provocam intenso
que provocam intenso estímulo dolo- estímulo doloroso.
roso.
ANESTESIA 27
5 – Anestesia tópica: Aplicação de anestésico local na
superfície da pele ou de uma mucosa, para impedir a sensa-
ção dolorosa na aplicação de uma injeção, por exemplo.
28 ANESTESIA
5
Etapas da anestesia
AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA
Preparo
32 ANESTESIA
sualizar o processo como um todo, contém vários fato-
res em comum. A indução seria a decolagem, a manu-
tenção seria a permanência do avião no ar, o equilíbrio e
a segurança, e a recuperação, a aterrissagem. O aneste-
siologista seria o comandante do vôo, que os passagei-
ros, muitas vezes, nem sequer conhecem mas nele confi-
am, colocando suas vidas aos cuidados desse profissional
que, acreditam, tenha formação e responsabilidade suficien-
tes para conduzi-los, de forma segura e suave, ao destino
planejado.
RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA
34 ANESTESIA
6
Como colaborar para o
sucesso da anestesia?
O paciente deve ficar em jejum antes da cirurgia.
O tempo mínimo de jejum será informado pelo anes-
tesiologista ou pelo cirurgião. Deve informar a verda-
de sobre todas as perguntas realizadas. Ainda que al-
gumas possam parecer constrangedo-
ras, nada deve ser omitido. O uso de
cigarros, bebidas alcoólicas ou outras O paciente deve informar
drogas de uso lícito ou ilícito deve ser a verdade sobre todas as
informado. Se o anestesiologista não perguntas realizadas
tiver conhecimento disso, não pode- pelo anestesiologista.
rá evitar ou entender interações com
as medicações que ele utiliza. Nenhum julgamento
sobre a pessoa ou seus atos será realizado e a informa-
ção prestada será mantida em sigilo médico.
Deve o paciente informar também sobre os produ-
tos ou remédios que provocam qualquer tipo de alergia.
Se já realizou alguma cirurgia antes, é fundamental rela-
tar as experiências anteriores com a anestesia. Não es-
quecer de contar alguma má experiência ou resultado da
anestesia em familiares próximos. Isso servirá de alerta
ao anestesiologista sobre problemas que podem eventual-
mente ocorrer durante a anestesia.
É necessário informar ao anestesiologista os nomes
de todos os remédios que usa regularmente, ou usou; e,
sobretudo, seguir as orientações dos médicos, esclarecen-
ANESTESIA 35
do as dúvidas e discutindo o controle da dor no pós-
operatório.
Finalmente, após sentir-se tranqüilo, deve ser dado
o consentimento para a técnica de anestesia que está sendo
proposta.
Para aprofundar o entendimento deste tema, reco-
mendamos a leitura do Capítulo 9 (pág. 61).
36 ANESTESIA
7
Como é feita a anestesia
ANTES
ANESTESIA 37
De posse dessas informações, o anestesiologista pode
então escolher as melhores drogas e as mais inócuas, bem
como qual a técnica mais indicada a ser aplicada.
É sempre importante lembrar que essa entrevista
também permite prever possíveis acontecimentos tran-
soperatórios que podem comprometer o resultado final,
possibilitando a tomada antecipada de atitudes que evi-
tem sua instalação.
Ao final, com o perfil fisiológico e psíquico do pacien-
te, o anestesiologista decide pela necessidade de utilização,
ou não, de drogas tranqüilizantes, sedativas, hipnóticas ou
analgésicas, que, complementando todas as explicações for-
necidas, permitam-lhe chegar à sala de operações suficien-
temente sedado, evitando desgastes e estresse, com uma eco-
nomia de energias metabólicas que de outra forma seriam
consumidas quando confrontado com a
aproximação da cirurgia.
Essa possibilidade de Essa possibilidade de planejar cada
planejar cada ato ato anestésico é uma das bases da segu-
anestésico é uma das rança. As outras são a existência de dro-
bases da segurança. gas e equipamentos confiáveis, dispo-
nibilizados pelos hospitais e o amplo
conhecimento de clínica, de fisiologia e de farmacologia
exigíveis dos anestesiologistas.
PRECONCEITOS
PAGANDO A DÍVIDA
46 ANESTESIA
Aos nove anos de idade, tendo perdido o pai, ven-
dia verduras nos bairros de Nova Iorque para ajudar a
mãe. Era violinista e lutador de box, o que lhe permitiu
custear seus estudos.
Bonica acabou assumindo a gigantesca e árdua ta-
refa de estudar a dor, divulgar métodos para seu adequado
tratamento, conquistar adeptos, pesquisar, ensinar, escrever
livros, fundar sociedades voltadas ao estudo da dor.
Podemos dizer que, nos últimos trinta anos, a
quantidade de artigos e livros publicados sobre a dor
é maior que tudo que fora escrito nos 2.000 mil anos
anteriores.
CONCEITOS ATUAIS
CONSEQÜÊNCIAS DA DOR
ANESTESIA 49
tamento antes que apareça outra dor, isto é, antes que o
bisturi corte a pele.
Fazendo a prevenção da dor, menos estímulos do-
lorosos atingem a medula espinhal e o cérebro, podendo
diminuir a quantidade e a necessidade de remédios no
pós-operatório.
Quando a dor não é aliviada no pós-operatório, além
do desconforto que impõe, por limitar a respiração, ela
pode:
– diminuir o oxigênio do sangue (uma causa de in-
fecção na incisão);
– favorecer o acúmulo de secreções nos pulmões (fa-
vorecendo infecções pulmonares e pneumonia);
– fazer com que o paciente não repouse;
– levar o paciente a não colaborar com a fisioterapia;
– manter o paciente mais tempo no leito;
– favorecer o surgimento de embolia pulmonar;
– levar o paciente a se demorar mais para se alimen-
tar;
– manter o paciente por mais tempo no hospital.
Esse conjunto de problemas traz outro como con-
seqüência: mais despesa. Permanecendo mais tempo no
hospital, o paciente terá mais despesas e retornará ao tra-
balho mais tarde ainda. Os planos de saúde e as segura-
doras terão mais despesas para pagar. Os hospitais aca-
bam deixando de receber por atendimentos, mais equi-
pamentos usados, trabalho de médicos e de enfermagem,
remédios que foram usados a mais, etc. etc.
Além disso, os hospitais onde os pacientes não têm
tratada sua dor perdem pacientes, pois faltam leitos para
novas internações. Sem falar na divulgação que o pa-
ciente fará do hospital sempre que tiver sua dor adequa-
damente tratada.
50 ANESTESIA
O alívio da dor pós-operatória, por diminuir o des-
conforto do paciente, por diminuir o uso de medica-
mentos, por diminuir possibilidade de complicações, por
liberar salas de recuperação pós-operatória e unidades de
tratamento intensivo, por evitar que a dor vire crônica
(como pode acontecer depois de cirurgias de pulmão),
permitindo que o paciente vá para casa mais cedo, traz
uma grande economia para a sociedade.
Um hospital médio que faça mil cirurgias por mês,
num ano fará 12.000; cem desses hospitais farão um
milhão e duzentas mil cirurgias. Se, por
receber adequado tratamento da dor o O paciente com dor
paciente deixar o hospital um dia antes deve ser avaliado sob
do previsto, quanto dinheiro terá sido múltiplos aspectos.
economizado? Sem falar no dia que o
paciente ganhará para produzir para si e para a família.
O paciente com dor deve ser avaliado sob múltiplos
aspectos, até que se obtenha o perfil físico, pessoal, familiar
e social. Feito o diagnóstico, as alternativas de tratamento
são explicadas e discutidas com o paciente e seus familiares,
já que todos terão influência nos resultados.
O TRATAMENTO DA DOR
60 ANESTESIA
9
Consultório de anestesia
Quando chega a notícia de que vamos ser opera-
dos, o primeiro momento caracteriza-se pela surpresa (era
inesperado este caminho), pelo alívio (era esperado e se
aguardava como solução do problema) ou pela resigna-
ção (não era desejado, mas aparece como necessidade
para resolver a situação).
Depois de superada essa etapa inicial, outras dúvi-
das surgem; entre elas destaca-se a anestesia, com todos
os seus componentes relacionados com fatos ocorridos
com conhecidos ou relatados por parentes ou até lidos
na imprensa. Nesta fase o que mais se
destaca são o desconhecimento do as- Naturalmente desejamos
sunto e os eventuais relatos (quase sem- o melhor anestesista
pre assustadores) de parentes e amigos. e a melhor técnica
Naturalmente, neste momento deseja- de anestesia.
mos o melhor anestesiologista e a me-
lhor técnica de anestesia. Este capítulo mostra os cami-
nhos para que essas escolhas (da técnica e do profissional
que vai aplicá-la) sejam feitas de maneira racional.
Habitualmente, quem necessita realizar uma cirur-
gia faz o contato inicial com o médico clínico de sua
confiança, que, constatada a necessidade da cirurgia, en-
caminha ao cirurgião. A partir desse momento é criado
um vínculo entre o paciente e o cirurgião, que deve ir
aumentando à medida que são feitas as consultas, os exa-
mes e são adotadas definições importantes para que a
cirurgia venha efetivamente a ser realizada.
ANESTESIA 61
Se tudo correr bem, em algum momento entrará o
tema da escolha da anestesia que será necessária para o
ato cirúrgico e do anestesista a ser encarregado da aplica-
ção da mesma. Na maioria dos casos, essa escolha é trans-
ferida do paciente para o cirurgião, que geralmente está
mais acostumado a trabalhar com determinados profis-
sionais anestesiologistas. Isso pode ser definido como tra-
balho em equipe.
Quando o paciente aceita as recomendações do ci-
rurgião, sua preocupação passa para outros temas, como
o hospital em que vai ser feito o procedimento, a aco-
modação a ser utilizada, o tempo para recuperação, etc.
Essa visão tradicional de como
A escolha do profissional acontece a escolha do anestesista pode,
responsável pela anestesia e mais modernamente isso tem acon-
pode ser também tecido, sofrer modificações. A escolha
do paciente. do profissional responsável pela anes-
tesia pode ser também do paciente (ou
de seus responsáveis, em situações especiais), em comum
acordo com o cirurgião.
É evidente que para realizar uma boa escolha, al-
guns requisitos são importantes:
– conhecimento técnico para selecionar um ou ou-
tro profissional, o que geralmente falta ao paciente;
– a capacidade desse profissional, uma vez selecio-
nado, de trabalhar em equipe com o cirurgião.
Fica claro que a opinião, as preferências e a indica-
ção do cirurgião são importantes e merecem grande con-
sideração. A partir do momento em que a escolha do
anestesista foi feita, é desejável que haja um encontro
para definir os passos seguintes.
Acompanhando tendências mais modernas, para
propiciar esse encontro, a maioria dos anestesiologistas
62 ANESTESIA
já dispõe de estruturas específicas, consultórios particu-
lares, ambulatórios em hospitais, etc. que permitem o
contato prévio entre o paciente e o anestesiologista. Isso
tem se constituído num fator de aprimoramento da aten-
ção que o paciente recebe e tem contribuído para me-
lhorar a relação que deve ser estabelecida entre o médico
anestesiologista e o paciente.
O consultório aproxima o médico anestesiologista
do paciente, permite o conhecimento das técnicas que
serão utilizadas e facilita o encaminhamento da cirurgia.
No primeiro contato, facilmente se estabelece um vín-
culo de confiança profissional entre o paciente e o anes-
tesiologista.
ENTREVISTA PREPARATÓRIA
A IMPORTÂNCIA DO JEJUM
CONCLUSÃO
66 ANESTESIA
10
Medo da anestesia
“Caro Doutor: quero, antes de tudo, agradecer por toda
atenção com que trataste do problema na minha perna.
Por teres me garantido bons sonhos durante a operação e
nenhuma dor enquanto estive no Hospital.”
MEDO DE LESÕES
O ALÍVIO DO ACORDAR
O MEDO DE PERDER O
OBJETO CUIDADOR
A RELAÇÃO PACIENTE/ANESTESIOLOGISTA
76 ANESTESIA
procedimento cirúrgico, frente a uma situação nova como
a anestesia, se depende intensamente do anestesiologista
para o alívio da dor e para a manutenção da vida.
Esse contato, denominado de entrevista pré-anes-
tésica, permite ao anestesiologista avaliar exames, solici-
tar algum outro que possa julgar ne-
cessário e também orientar-se pelo his- A melhor maneira de
tórico médico e familiar do paciente. aliviar o medo é
A percepção das condições emo- estabelecer um
cionais faz parte do processo, o que vai contato prévio com o
permitir dados complementares para a anestesiologista.
indicação de medicação sedativa pré-
via e da técnica anestésica mais adequada ao paciente em
relação ao procedimento cirúrgico proposto.
Frente à experiência desse contato com o interesse
do anestesiologista, surge a oportunidade para o pacien-
te tentar resolver suas dúvidas junto ao profissional que
irá atendê-lo. Perguntas sobre o tipo de anestesia, os pos-
síveis riscos e medos que porventura apareçam, como
será a recuperação, se a dor que sentirá depois será su-
portável e outras mais que possam ocorrer. Solicitar que
sejam explicados, se assim o desejar, os passos do proce-
dimento e até mesmo poder perguntar se o anestesiolo-
gista permanecerá o tempo todo ao seu lado e se o acom-
panhará na sala de recuperação ou se voltará a vê-lo de-
pois já no quarto.
Esclarecimentos sobre a qualificação e a experiência
do profissional podem ser algumas das questões desejosas
de serem respondidas, já que o nível de formação profissio-
nal do anestesiologista pode ser importante na determina-
ção do resultado final de um procedimento anestésico.
Essa possibilidade de o paciente estabelecer um con-
tato prévio com seu anestesiologista, mesmo se for por
ANESTESIA 77
um espaço de tempo mais restrito, caso se trate de um
procedimento de emergência, favorece que se estabeleça
um vínculo que certamente irá propiciar uma relação de
maior confiança com referência aos cuidados que irá re-
ceber do profissional que virá assisti-lo. Com isso muito
poderá se atenuar em relação aos medos e ansiedades re-
lativos ao ato anestésico.
78 ANESTESIA
11
Desmitificando o
choque anafilático
OS MECANISMOS DE DEFESA
ANESTESIA 79
Os mecanismos que levam a reações anafiláticas
podem ser de origem imunológica ou não-imunológica.
É muito difícil, se não impossível, distinguir pelas mani-
festações clínicas qual dos mecanismos está envolvido.
Algumas vezes os dois estão presentes.
As reações imunológicas têm duas características
principais: interação entre antígeno e anticorpo e de-
sencadeamento da reação por reexposição ao antíge-
no.
Para ocorrer essa reação, é necessário contato pré-
vio do organismo com o antígeno, ou com alguma subs-
tância com estrutura química semelhante. Quando isso
ocorre são formados os anticorpos, que permanecem
unidos à superfície de células do organismo chamadas
mastócitos e basófilos.
Num segundo contato, a reação antígeno-anticor-
po resultante leva à ruptura dos mastócitos e dos basófi-
los e a liberação, no sangue, de várias substâncias – a
histamina é a principal – que desencadeiam um quadro
alérgico de gravidade variável. As reações não-imunoló-
gicas ocorrem por liberação de histamina, direta ou in-
diretamente, e não dependem da reação antígeno-anti-
corpo.
Clinicamente, a reação alérgica apresenta-se de
várias formas, podendo manifestar um ou mais sinto-
mas apresentados na quadro a seguir. Quanto mais
exuberante for a reação, maior é sua gravidade.
80 ANESTESIA
MANIFESTAÇÕES
ALÉRGICAS CARACTERÍSTICAS
ANESTESIA 81
TESTES DE SEGURANÇA
82 ANESTESIA
mente a possibilidade de desenvolver uma reação alérgi-
ca mais tarde, quando da reexposição ao antígeno.
Recomenda-se que os testes sejam realizados por
pessoal treinado, em ambiente com oxigênio e condi-
ções de reanimação. Normalmente, quando há suspeita
de reação anafilática, encaminha-se o paciente a um aler-
gista e ele coordena o procedimento de acordo com pro-
tocolos rígidos.
Os testes de radioimunoensaio são feitos no labora-
tório, sem risco de desenvolver reações alérgicas; são ca-
ros e não disponíveis na maioria dos hospitais do Brasil.
Se é praticamente impossível, ou inviável, a realiza-
ção de testes para saber se um indivíduo pode receber
uma anestesia, como se procede na prática?
COMO DIAGNOSTICAR
O CHOQUE ANAFILÁTICO
ANESTESIA 83
pebras, lábios) e de coceira intensa pelo corpo. Quando
presente, essa reação por si só já é sinal de alerta para um
possível processo de anafilaxia.
É importante relatar se ocorreram espirros sucessi-
vos, chiado no peito (broncoespasmo) e alterações gás-
tricas (náuseas e vômitos).
Devemos estar atentos, também, para os nomes dos
medicamentos (antibióticos, antiinflamatórios, exames
com uso de contraste) e alimentos (peixes, tomates) in-
geridos que possam ter relação com alguns dos sinais e
sintomas acima apresentados.
Outra consideração que precisa ser feita, para
evitar falsos diagnósticos de reação alérgica, é que exis-
tem indivíduos que, em situação de estresse, apresen-
tam sintomatologia que pode ser confundida com rea-
ções anafiláticas. É o caso daquela pessoa que tem
medo de injeção e que, ao ir à farmácia aplicar deter-
minado medicamento, desmaia. Outro exemplo é o
do indivíduo que, no dentista, na hora de aplicar a
anestesia (picada de agulha), tem suores, palpitações
e passa mal. Observando-se essas histórias, verifica-
mos que o fato desencadea-
dor foi o medo da dor da
A incidência do
picada de agulha e não a
choque anafilático em
substância injetada. Portan-
anestesia é rara.
to, esses fatos não têm nada
de processo anafilático, es-
tando relacionados com a resposta do organismo à si-
tuação de estresse.
A incidência do choque anafilático em anestesia
é rara, variando de 1 para cada 5.000 a 1 para cada
20.000 casos.
84 ANESTESIA
PREVENÇÃO E TRATAMENTO
ANESTESIA 85
Certamente a sala de cirurgia é o local que apresen-
ta todos os recursos necessários para o tratamento de um
choque anafilático; recurso de drogas, monitores, mate-
rial cirúrgico e equipe médica.
O anestesiologista adquiriu durante seu treinamento
para a prática da anestesia conhecimentos e habilidades
que o tornam o médico com maior capacidade de tratar
adequadamente um choque anafilático. E isso é muito
confortante.
86 ANESTESIA
12
Anestesia e gestação
A grande diferença entre a anestesia obstétrica a as
demais é o zelo e a preocupação que a futura mãe mani-
festa em relação aos efeitos da anestesia no filho que irá
nascer. Essa atitude deriva da consciência de que os anes-
tésicos utilizados passam através da circulação placentá-
ria e alcançam o sangue fetal.
Isso é verdade: praticamente todas as drogas anesté-
sicas utilizadas alcançam a circulação fetal, em maior ou
menor quantidade. Devemos analisar então quais os efei-
tos que elas exercem no feto.
Quando utilizamos, para uma operação cesariana,
anestesia geral, e existem algumas situações em que esta
é a melhor escolha, é muito provável que, ao nascimen-
to, o filho apresente algum grau de depressão, causado
pela passagem através da circulação placentária dos anes-
tésicos administrados à mãe. O Apgar do recém-nascido
no primeiro minuto, um indicador de bem-estar e vitali-
dade fetal, costuma ser menor quando comparado com
filhos de mães que foram submetidas a anestesia espi-
nhal. No quinto minuto, entretanto, não se encontra
mais nenhuma diferença, o que mostra que esses efeitos
da anestesia geral são transitórios.
Considerando somente o ponto de vista de segu-
rança, tanto a anestesia geral quanto a espinhal podem
ser utilizadas. No nosso meio, a anestesia espinhal tem
ganho merecida preferência, pois propicia que a mãe, e
também o pai, participem intensamente do significativo
ANESTESIA 87
momento do nascimento, podendo, em ocasiões, ama-
mentar pela primeira vez o filho, enquanto a cirurgia
prossegue normalmente. A gestante permanece acorda-
da e confortável, enquanto a operação cesariana está sendo
realizada, participa do momento do
Em nosso meio, a consulta nascimento, e isso é muito valorizado.
pré-natal ao anestesiologis- Assim, em resumo, a escolha do
ta ainda não é uma práti- tipo de anestesia depende da vontade
ca estabelecida. da paciente, das condições clínicas (exis-
tem algumas situações, poucas é verda-
de, em que um ou outro tipo de anes-
tesia estará contra-indicado), da experiência da equipe e
da prática local. No nosso país, na imensa maioria das
vezes, utiliza-se anestesia espinhal.
Em nosso meio, a consulta pré-anestésica ao anes-
tesiologista ainda não é uma prática estabelecida, mas
que vem crescendo muito, com vantagens médicas e psí-
quicas importantes. Ao nascimento, a possibilidade de
ser necessário o atendimento desse profissional (opera-
ção cesariana) é, por si só, tão alta, que já justificaria a
consulta. Além disso, poderá haver a opção ou necessi-
dade de analgesia durante o trabalho de parto, aprovei-
tando-se a oportunidade para esclarecer todas as dúvidas
sobre a anestesia e os efeitos dela sobre a mãe e o filho.
A sentença bíblica “Terás teus filhos com dor”, con-
tida no livro do Gênesis, não pode corresponder a uma
intenção divina, pois, explorando a anatomia da mulher,
encontramos tantas possibilidades, com fácil abordagem,
que é relativamente difícil imaginar que o Criador não
pretendeu que o alívio da dor do parto fosse uma reali-
dade. Senão vejamos: durante o trabalho de parto, em
decorrência da contração uterina dolorosa, ocorre um
período inicial de dilatação do colo uterino – fase 1. Após
88 ANESTESIA
o colo estar completamente dilatado, É difícil imaginar que o
inicia-se o período expulsivo (nasci- Criador não pretendeu
mento) – fase 2. A fase 1 dura horas, que o alívio da dor do
e a 2, cerca de trinta minutos. A iner- parto fosse uma
vação do útero, que conduz a dor da realidade.
fase 1, passa por um único local, onde
pode ser bloqueada, sem afetar a in-
tensidade da contração do útero, através de uma inje-
ção de anestésico local, realizada sob visão direta. A
inervação da dor da fase 2 é dada por um nervo facil-
mente bloqueável, utilizando uma referência anatô-
mica, a palpação de uma saliência óssea, que também
é facilmente identificável. Ao deixar o útero, a inerva-
ção dirige-se para a medula espinhal, através de uma
cadeia de nervos que, à semelhança de uma rede elé-
trica, liga o útero à medula espinhal e ao cérebro. O
bloqueio da condução da dor nesse local, embora tec-
nicamente um pouco mais elaborado, também é pos-
sível. Na medula, a inervação entra em locais separa-
dos e restritos, o que possibilita uma abordagem sele-
tiva, bloqueando somente a dor da fase 1 ou a da fase
2, conforme forem as necessidades.
Seguindo esse argumento, da generosidade divi-
na para com a gestante, temos inúmeros medicamen-
tos e tecnologias que permitem bloquear, no nível da
medula espinhal, somente as fibras nervosas que con-
duzem a dor, sem afetar aquelas responsáveis pela con-
tração uterina, que é necessária para que o nascimen-
to se processe.
Por último, é possível minimizar a dor do parto atra-
vés da utilização de analgésicos por intermédio de uma
injeção venosa, uma das formas mais utilizadas no mun-
do, ou através da respiração de gases analgésicos. De to-
ANESTESIA 89
dos os tipos de dor, a do parto é a que apresenta maiores
possibilidades de ações para obtenção de alívio. Dessa
forma, se desejar, pode discutir com seus médicos sobre
o tipo de analgesia a ser utilizado.
A maternidade é uma situação muito especial na
vida da mulher, e existe quem prefira ter seu filho sem
utilizar nenhum tipo de analgesia. Isso deve ser respeita-
do. A analgesia deve ser utilizada em todas as mulheres
que o queiram, ou estar disponível para ser utilizada
quando se fizer necessária.
Durante o parto, a dor determina uma série de alte-
rações que se refletem no bem-estar do recém-nascido.
Como regra geral, quanto mais comprometido for o es-
tado de saúde da mãe, por doenças pré-existentes ou pró-
prias da gestação, mais a analgesia está indicada.
Ao realizarmos uma analgesia, ocorre absorção e
passagem de uma quantidade dos analgésicos para den-
tro da circulação materna. Por esse intermédio, uma
quantidade ainda menor pode alcançar a circulação
placentária e a fetal. Os efeitos disso são mínimos e
podem ser facilmente controlados pelo anestesista e
pelo pediatra.
Da mesma forma, ocorre passagem dos analgésicos
através do leite. É preciso considerar, entretanto, que os
analgésicos utilizados são aqueles que, devidamente es-
tudados, demonstraram os menores efeitos no recém-
nascido. Além disso, saliente-se que, após uma operação
cesariana, a dor é mais intensa nas primeiras vinte e qua-
tro horas, período em que, geralmente, a amamentação
ainda não se iniciou.
Outra conduta altamente recomendada é tomar o
analgésico logo após ter finalizado a amamentação, pois,
até que a nova amamentação se inicie, o organismo ma-
90 ANESTESIA
terno tem tempo para eliminar o analgésico. Não há ra-
zão médica para não se proceder ao alívio da dor durante
e após o nascimento.
92 ANESTESIA
13
Os honorários do anestesiologista
Como qualquer profissional, o anestesiologista deve
ser justamente recompensado, pois sem um mínimo de
condições, nenhum ser humano pode ser capaz de exer-
cer com dignidade qualquer profissão.
Nunca é demais repetir que a Medicina não é tão-
somente um negócio destinado a render lucros, mas uma
profissão que rigidamente não está vinculada a simples
leis comerciais. Assim sendo, os serviços prestados por
um profissional liberal da anestesia (anestesiologista)
devem ser retribuídos na forma de honorários médicos,
e não de salários, pois é algo que se recebe por honra e
gratidão.
O direito do anestesiologista de cobrar por seus ser-
viços não é mais contestado, mas há ainda dificuldades
na fixação e cobrança de valores justos
para a realização da anestesia, e isso se O valor de cada anestesia
constitui na parte mais delicada do re- deve ser inserido num
lacionamento médico-paciente-família. contexto amplo.
O valor de cada anestesia deve ser
inserido num contexto mais amplo e levar em conside-
ração vários critérios, como os citados no livro Direito
Médico, do Dr. Genival Veloso França, transcritos abaixo:
96 ANESTESIA
14
Como se organizam
os anestesiologistas?
A maioria dos anestesistas brasileiros, mais de
6.000, estão vinculados à Sociedade Brasileira de
Anestesiologia (SBA). Segunda sociedade de aneste-
sia do mundo em número de sócios, a SBA é uma
sociedade civil, sem fins lucrativos, com sede própria
na cidade do Rio de Janeiro, fundada em 25 de feve-
reiro de 1948, com fins educacionais, de pesquisa e
político-associativos, organizada para elaborar, difun-
dir e aprimorar os padrões da prática médica da anes-
tesiologia e melhorar o atendimento aos pacientes.
Mesmo com autonomia econômica e administrativa
total, a SBA é o Departamento de Anestesiologia da
Associação Médica Brasileira (AMB).
A SBA está em contato permanente com diver-
sos setores da sociedade, desde órgãos governamen-
tais, Conselhos de Medicina, sociedades congêneres,
fabricantes de equipamentos e de medicamentos,
orientando e buscando a segurança do
paciente anestesiado e lutando pela A SBA está em contato
qualificação do atendimento à saúde. permanente com diversos
É uma Sociedade dinâmica, res- setores da sociedade.
peitada por suas congêneres nacionais
e internacionais, com a meta de formar e aperfeiçoar o
anestesiologista, proporcionando com isso uma melhora
no atendimento ao paciente, nosso alvo de atenção.
ANESTESIA 97
Segundo o Estatuto, a SBA destina-se a:
98 ANESTESIA
(AMRIGS), na Av. Ipiranga, 5311 – sala 106, fone/fax
336-1799 / 339-3581, e-mail: www.sargs.org.br. Este é
um local que pode ajudar a solucionar dúvidas sobre a
anestesia.
ANESTESIA 99
Para críticas, sugestões e obtenção
de exemplares deste livro, dirija-se à
SARGS – SOCIEDADE DE ANESTESIOLOGIA DO RS
Av. Ipiranga, 5311 – sala 106
90610-001 – Porto Alegre
Fone/Fax (51) 339.3581 e 336.1799
www.sargs.org.br