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FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

NAILLA DAS MERCES CAMARGO

O CUIDADO HUMANIZADO DE ENFERMAGEM EM UNIDADE DE TERAPIA


INTENSIVA PEDIÁTRICA: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

TUCURUÍ-PA
2023
FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

NAILLA DAS MERCES CAMARGO

O CUIDADO HUMANIZADO DE ENFERMAGEM EM UNIDADE DE TERAPIA


INTENSIVA PEDIÁTRICA: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito
parcial à obtenção do título
especialista em ENFERMAGEM
EM UTI NEONATAL E
PEDIÁTRICA

TUCURUÍ - PA
2023
O CUIDADO HUMANIZADO DE ENFERMAGEM EM UNIDADE DE TERAPIA
INTENSIVA PEDIÁTRICA: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Nailla Das Mercês Camargo1,

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO- objetivou-se investigar na literatura artigos em periódicos científicos que relatem os benefícios
do cuidado humanizado de enfermagem em unidade de terapia intensiva pediátrica e a visão da família.
Revisão integrativa da literatura ao qual se constituíram as seis fases do processo de elaboração que
compõe uma revisão integrativa. Após a análise dos 8 estudos emergiram duas categorias temáticas
“Estratégias e Desafios para o cuidar humanizado”, “Visão da família sobre o cuidado humanizado”.
Apesar de serem apresentados desafios para o cuidado humanizado ele se faz presente na rotina de
trabalho dos profissionais e é visto como imprescindível, na visão da família o cuidado humanizado
perpassa por conceitos como o bom relacionamento, educação, respeito, atenção e acolhimento, entre
outros. Apesar da PNH ser instituída em 2003, pouco se sabe sobre seus princípios, o que faz se
necessário com que haja a promoção dessa política nos ambientes hospitalares, sugere-se que está
promoção ocorra atrelada a educação continuada tanto para profissionais atuantes quanto para o familiar
dos infantes.
PALAVRAS-CHAVE: Humanização. Unidades de terapia intensiva pediátrica. Cuidados de Enfermagem.

1
naillacamargo123@gmail.com
1 INTRODUÇÃO

Na atuação do atendimento humanizado em saúde a enfermagem, compreende-


se como, diferentemente da perspectiva beneficente que aponta o trabalhador como
possuidor de determinadas características previamente definidas e até idealizadas, é
fundamental a sua participação como sujeito que, sendo também humano, pode ser
capaz de atitudes humanas e "desumanas" construídas nas relações com o outro no
cotidiano. (LACERDA & SOUSA; 2022)
No Brasil a humanização em saúde, no que diz respeito à saúde da criança e do
adolescente, se inicia no feitio jurídico, através da Lei nº. 8.069 de 1990 do Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA), onde são tratados os direitos de proteção à saúde e à
vida, como também a obrigatoriedade para que os serviços de saúde tenham condições
para cuidar dos menores de idade. (BRASIL, 1990)
A equipe de enfermagem convive diariamente e por maior período de tempo com
o infante hospitalizado e sua família, sendo assim referência no ambiente de internação
e no avanço dos atos assistenciais alicerçados nos princípios da humanização.
(MARIANO, et al; 2011). Os profissionais de enfermagem que atuam em UTIs, em sua
grande maioria, são especializados em terapia intensiva ou apresentam na grade
curricular do curso superior ou técnico que cursaram experiência prática na área.
(PESSALACIA, et al; 2012).
A área de UTI é composta por tecnologias de alta complexidade, esse local, por
proporcionar alta tecnologia, é relacionado a pensamentos que remetem ao sofrimento
e morte, já que estar sob monitorização continua subtendente se para que a família e
determinados profissionais compreendam que o paciente não é mais capaz de manter
seus sinais vitais sozinho. (PESSALACIA, et al; 2012)
Como o principal prestador de cuidados aplicados ao paciente, o profissional de
enfermagem que atua em terapia intensiva é desafiado pelas especificidades dessa
assistência, uma vez que as unidades de terapia intensiva contam com pacientes em
estado críticos e exigem um cuidado humanizado e holístico. (MARTINS, et al; 2019)
Segundo o Ministério da Saúde para uma boa atenção à saúde, é necessário
diretrizes como a integralidade e a humanização, que devem ser realizadas no cuidado
diário, tanto na dimensão individual, quanto coletiva. (AYRES, 2011)

Sendo assim a eleição deste tema torna-se relevante para a comunidade


cientifica por possibilitar uma visibilidade ampla da literatura sobre estudos que retratem
os principais fatores que interferem na prestação de um serviço de qualidade
humanizado, a fim de que seja levantado questionamentos para uma possível solução
de tal problemática, debatido e analisado os principais pontos que enfatizam os
benefícios do cuidado humanizado de enfermagem ao paciente pediátrico internado em
terapia intensiva pediátrica (UTIP), e a visão da família a respeito da temática.
Este estudo trata-se de uma revisão Integrativa da literatura, cuja finalidade é
sintetizar e analisar estudos, de diversas abordagens metodológicas, disponíveis sobre
a temática em análise. A pesquisa bibliográfica foi desenvolvida a partir da análise de
artigos científicos, obtidos nas bases de dados, Scientific Eletronic Library Online
(SciELO), Biblioteca virtual em Saúde (BvS), livros-texto da área e documentos
elaborados pelo Ministério da Saúde do Brasil.
Diante do exposto, o objetivo deste trabalho é investigar na literatura artigos em
periódicos científicos, livros, dissertações e resumos que relatem os benefícios do
cuidado humanizado de enfermagem em unidade de terapia intensiva pediátrica, com
enfoque em aspectos como assistência humanizada e segura, problemas com a falta
de humanização, visão e acolhimento da família.
2 DESENVOLVIMENTO

2.1 METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, ao qual se constituíram as seis


fases do processo de elaboração que compõe uma revisão integrativa como a busca
pela pergunta norteadora, busca e amostragem na literatura, coleta de dados, Analise
crítica dos estudos incluídos, discussão dos resultados e apresentação da revisão
integrativa (SOUZA et al., 2010).
Para a identificação do problema utilizou-se os seguintes questionamentos:
Quais os benefícios do cuidado humanizado ao paciente pediátrico em cuidados
intensivos? O que se sabe sobre a visão da família a respeito do cuidado humanizado?
Quais os fatores que interferem o cuidado humanizado?
A pesquisa na literatura cientifica sucedeu-se com o levantamento dos artigos
por meio dos seguintes Descritores em Ciências da Saúde (DeSC): Humanização,
Unidades de terapia intensiva pediátrica, Cuidados de Enfermagem. Foram realizadas
buscas independentes nas bases de dados: Scientific Electronic Library Online (Scielo),
Biblioteca Virtual em Saúde (BvS). Juntamente com a utilização do operador boleano
“AND”, em língua portuguesa.
 Os estudos selecionados foram submetidos a leitura interpretativa e qualitativas,
para a análise dos artigos utilizou-se as fases de pró-análise, analise dos sentidos
expressos e latentes e analise final dos elementos com colaboração dos temas
centrais, com base na síntese das categorias empíricas e porvindoura interpretação das
categorias temáticas elencadas.
 Os critérios de inclusão foram: estudos que incluíram na amostra o cuidado
humanizado, a participação da família e a assistência de enfermagem e artigos
publicados a partir de 2013 em diante. Os critérios que excluíram os estudos
encontrados foram: estudos que não abordaram a temática desta pesquisa, estudos de
revisão, monografias e artigos com mais de 10 anos de publicação. 
Para a analise dos dados as informações dos estudos escolhidos foram em
temas semelhantes, pode-se também observar às informações e dados sobre as
metodologias utilizadas, os resultados obtidos e as conclusões a qual os autores
chegaram, foram analisados na íntegra 10 artigos, onde todos atenderam aos critérios
de inclusão sugeridos na metodologia desde artigo.
Nos quadros 1 e 2 é ilustrado acerca da forma em que se concretizou a coleta de
dados na literatura científica, o processo de elegibilidade e inclusão dos artigos.
No que diz respeito as considerações éticas, por se tratar de uma pesquisa que se
utilizou de dados secundários de domínio público, não se fez necessário a submissão
ao comitê de ética em pesquisa com seres humanos.

Quadro 1- Quadro dos cruzamentos entre os descritores e operadores booleanos.


BANCO DE DADOS CRUZAMENTOS NÚMEROS
DE ARTIGOS
SCIELO “Humanização” AND “Unidade de terapia 2
intensiva pediátrica” AND “Cuidados de
enfermagem”
BVS “Humanização” AND “Unidade de terapia 16
intensiva pediátrica” AND “Cuidados de
enfermagem”
SCIELO “Humanização” AND “Unidade de terapia 2
intensiva pediátrica”
BVS “humanização” AND “Unidade de terapia 20
intensiva pediátrica”
SCIELO “Cuidados de enfermagem” AND “Unidade de 16
terapia intensiva pediátrica”
BVS “Cuidados de enfermagem” AND “Unidade de 50
terapia intensiva pediátrica”
Fonte: Camargo, 2013.
Quadro 2- Infográfico representando o processo de seleção de artigos:

Estudos identificados na base de dados (n: 106)


Scielo: 20
Identificaçã
BvS: 86
o

Exclusão de duplicadas: 25
Seleção Não correspondem ao problema de pesquisa: 18
Estudos de Revisão: 03

Elegibilidad Estudos com potencial de inclusão: 15

e Estudos excluídos após leitura na íntegra: 7

Estudos incluídos nessa revisão: 8


Inclusão

Fonte: Camargo, 2023.

2.1 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após a leitura dos artigos usados nesta revisão, identificou-se os benefícios do


cuidado humanizado, a visão dos familiares sobre a importância do cuidado
humanizado e as principais dificuldades para a prestação desse serviço nas unidades
de terapia intensiva pediátrica (UTIP).
No quadro 3 são exibidos os artigos selecionados para essa revisão, com títulos,
autores, objetivos, métodos, periódicos, data e país de publicação. As evidencias
cientificas foram distribuídas em 8 periódicos, entre eles: Revista Gaúcha de
Enfermagem, Revista Eletrônica de Enfermagem, Revista Cogitare – enfermagem,
Revista Mineira de enfermagem, Revista Baiana de Enfermagem, Revista Brasileira de
Enfermagem, Revista Pesquisa Sociedade e desenvolvimento, Revista Enfermagem
em Foco.
Relacionado a pesquisa metodológica foi identificado que 6 (80%) são de
abordagem qualitativa, 01 (10%) de abordagem quantitativo e 01 (10%) de
quantiqualitativa. Os estudos foram organizados de acordo com o ano de publicação na
ordem crescente, dos mais antigos até os atuais.
Todos os objetivos tinham como enforque a identificação e analise da temática
proposta por esta revisão, ao qual atendem aos critérios de inclusão proposto neste
estudo. O processo de análise levou as seguintes categorizações: Estratégias e
Desafios para o cuidar humanizado, Visão da família sobre o cuidado humanizado.

Quadro 3 – Apresentação dos artigos selecionados.


N° de Título do Título do Objetivos Métodos Autores Local Ano
Estudo Artigo periódico
s
E1 Percepçã Revista Identificar a Pesquisa Laís Silva Caxias 2013
o da gaúcha de percepção exploratóri dos Reis; do Sul -
equipe de enfermage da equipe de a, Eveline RS
enfermag m enfermagem descritiva, Franco da
em sobre sobre a com Silva;
humaniza humanização Roberta
abordage
ção em no cuidado Waterkem
m
unidade em uma per;
qualitativa.
de unidade de Elisiane
tratament terapia Lorenzini;
o intensiva Fátima
intensivo neonatal e Helena
neonatal e pediátrica.  Cecchetto
pediátrica

E2 O Familiar Revista de Compreende Estudo Francisca São luís 2014


na Pesquisa r as descritivo Georgina - MA
Unidade Cuidado é necessidade qualitativo Macedo
de Fundament s dos Sousa,
Terapia al familiares de Danilo
Intensiva crianças Marcelo
Pediátrica internadas Araujo
: um em UTI Santos,
contexto Pediátrica. Heloisa
revelador Rosário
de Furtado
necessida Oliveira
des Lima,
Dennyse
Cristina
Macedo
Silva,
Luciana
Palácio
Fernande
s Cabeça,
Ericka
Leticia
Lima
Perdigão.
E3 Humaniza Revista compreender Pesquisa Lídia Uberlân 2016
ção da cogitare - a visão de descritiva, Faria dia - MG
Fonte: Camargo, 2023.

2.2 ESTRATÉGIAS E DESAFIOS PARA O CUIDAR HUMANIZADO

O processo de internação em uma unidade de terapia intensiva é dolorido,


invasivo e traumatizante, tanto para quem está passando por esse processo quanto
para quem o acompanha, sendo assim se faz imprescindível que haja o cuidado
humanizado afim de que seja sanadas essas emoções negativas.
Dentro do ambiente da unidade de terapia intensiva pediátrica é possível
estabelecer estratégias que podem favorecer uma assistência humanizada, para
minimizar o desconforto neste ambiente considerado hostil que é o ambiente hospitalar,
os autores deste estudo citam que fatores como transmitir segurança, aconchego, alívio
da dor e do sofrimento, tranquilidade e bem estar, propicia o conforto e possibilita a
reflexão da prática. (SOARES, SILVA & LOURO, 2019)
Estando em concordância com o que os autores Rodrigues & Calegari, (2016;
p6). Citam, que as estratégias de cuidado humanizado também incluem a ambiência
das unidades de terapia intensiva pediátrica, uma vez que para proporcionar bem estar
aos pacientes, é necessário incluir praticas lúdicas como a música, brinquedos, leitura
de histórias infantis, avaliação da dor o cuidado com o familiar e proporcionar
privacidade do mesmo.
Segundo Reis et al. (2013), o cuidar humanizado em terapia intensiva pediátrica
está muito além dos procedimentos técnicos, em seus resultado chegaram à conclusão
que os profissionais entendem que as crianças em cuidados intensivos demandam um
cuidado especial tanto no que tange aos procedimentos, quanto a necessidade de
envolver essa criança em ambiente lúdico e permeá-la com esse universo.
Os enfermeiros reconhecem a importância de se ter uma visão holística para
prestar uma assistência voltada a atender o paciente de forma integral. Entendem que
humanizar é mais do que conversar, ter fala mansa, ter atitudes bondosas, caridosas; é
algo bem mais amplo, pois é um processo complexo, abrangente e dinâmico, que
envolve os diferentes agentes inseridos no contexto, como profissionais, pacientes e
familiares. (SANTOS et al; 2018)
No estudo de Muller et al. (2021), foi observado que fatores como uma boa
remuneração salarial, carga horária de trabalho compatível, a unidade apresentar
poucos pacientes, a boa comunicação com a equipe multidisciplinar, a acessibilidade
para conversar com a liderança do setor e a utilização do espaço lúdico como a
brinquedoteca contribui para o cuidar humanizado e pode trazer benefícios para a
melhora do paciente e facilitar o trabalho dos profissionais.
Apesar de serem apresentadas as facilidades para o cuidar humanizado e existir
uma política especifica para essa prestação de cuidado, como a PNH (Política Nacional
de Humanização) instituída em 2003, ao qual visa instruir os profissionais de saúde a
melhor maneira para prestação de cuidados, e as ações necessárias para sua
implantação, dificuldades ainda são apontadas para a implementação da PNH dentro
do ambiente hospitalar.
As dificuldades pela equipe de enfermagem estão relacionadas pela falta de
tempo, sobre carga de trabalho, uma má comunicação com a família, a assistência
mecanicista focada apenas nos procedimentos, a falta de comunicação com a equipe
multidisciplinar, a falta de estrutura física adequada e condizente com a ambiência da
PNH também é destacada como fator limitador para a pratica da humanização na UTIP.
(REIS & MULLER; 2013).

Rodrigues & Calegari. (2016), também apontam dificuldades para a realização de


ações humanizadas citadas estas pela equipe de enfermagem entrevistadas em seu
estudo como a “redução no quadro de funcionários” e o “tempo”.
Outro achado relevante citado no estudo de Santos et al, (2018) e que as
unidades de terapia intensiva é um ambiente de alta complexidade e cercado de
inovações tecnológicas, o que faz com que haja à interferência na assistência
humanizada uma vez que interfere na relação paciente e cuidador, os participantes do
seu estudo afirmaram que existem profissionais que, em alguns momentos,
supervalorizam os equipamentos e os dispositivos tecnológicos e não focam nas
necessidades de seus pacientes.
Percebe-se que as literaturas se assemelham em seus achados quanto as
principais dificuldades apontadas para a prestação do cuidado humanizado, mas dentre
todas, fica evidente que o principal fator impedidor é a falta de tempo que está
estreitamente relacionado a sobre carga de trabalho e a agitação ao qual o ambiente
hospitalar se encontra.

2.4 VISÃO DA FAMÍLIA SOBRE O CUIDAR HUMANIZADO

O cuidado humanizado não se limita somente ao paciente, ele também se


estende ao seu familiar, desta maneira se torna relevante compreender a visão do
familiar sobre o cuidado humanizado e suas implicações.

Segundo Amaral & Calegari. (2016), para a família o cuidado humanizado está
pautado em um bom relacionamento, a educação e o respeito, a receber informações e
orientações pela equipe de enfermagem. Entretanto os mesmo autores identificaram
que os familiares não conceituavam o cuidar humanizado, seu conhecimento sobre a
temática abordada se limitava aos aspectos técnicos como a higiene, a organização e a
assistência aos procedimentos.

Maciel et al. (2022), em seu estudo sobre a vivencia dos familiares sobre a
hospitalização na UTIP evidenciaram que os familiares desconheciam o conceito de
cuidado humanizado, é apresentavam sentimentos de tristeza relacionado a
hospitalização na UTIP o que gerava a sensação de desamparo e solidão, os autores
afirmam que apesar de não conceituar cuidado humanizado, para os familiares o
cuidado humanizado está associado ao trata bem e acolher bem.

De acordo com Reis et al. (2013), a UTIP por apresenta todo um arsenal
tecnológico assusta os familiares e transforma o ambiente em hostil e triste, desta
forma tranquilizar e ser empático com os familiares se enquadra em uma das
estratégias do cuidar humanizado, já que a comunicação e o vínculo são fatores
imprescindíveis nas praticas humanizadoras e exercem um papel fundamental no
cuidado humanizado.

A experiência da família com a hospitalização pode ser facilitada quando puder


contar tanto com o apoio dos profissionais da UTI como receber informações sobre a
evolução da saúde e as causas da doença da criança. Outro fator importante é a família
se sentir valorizada em seu sofrimento e compreendida em sua vulnerabilidade.
(SOUSA et al; 2014).

De acordo com as literaturas os familiares desconhecem o conceito de cuidado


humanizado, porem definiram o mesmo a receber notícias a respeito da gravidade e do
estado de saúde, a ser acolhido pela equipe de saúde e ter um bom relacionamento.
percebe-se que quando ocorre a prestação desses cuidados a equipe de saúde e o
familiar se ajudam a torna o ambiente da UTIP acolhedor tanto para o familiar quanto
para o paciente, promovendo assim o cuidado humanizado.

CONCLUSÃO

Diante do exposto pode-se concluir que os objetivos dessa pesquisa foram


cumpridos, pois esta revisão evidenciou que os benefícios do cuidado humanizado
auxilia na recuperação do paciente, traz acolhimento para a família que enfrenta esse
processo, promove uma assistência holística aos pacientes envolvidos, sendo este
relevante para as implicações do cuidado de enfermagem, já que o enfermeiro se
beneficia com as estratégias utilizadas no cuidar humanizado, qualificando o seu
serviço afim de considerar as necessidades essenciais à infância que soma ao impacto
motivado pela hospitalização, segundo as literaturas apesar dos desafios como a falta
de tempo, a sobre carga de trabalho, a falta de estrutura adequada somada a falta de
gratificação especial, os profissionais de enfermagem se empenham em prestar um
bom atendimento e acolher o familiar. Apesar da PNH ser instituída em 2003, pouco se
sabe sobre seus princípios, o que faz se necessário com que haja a promoção dessa
política nos ambientes hospitalares, sugere-se que está promoção ocorra atrelada a
educação continuada tanto para profissionais atuantes quanto para o familiar dos
infantes, sendo assim fica evidente a necessidade de novos estudos sobre a
humanização da enfermagem em outros ambientes de cuidado à criança com ausente
ou moderada demanda tecnológica.

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