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Aula 00

Português para concursos (Prof. Rafaela Freitas) - Com Videoaulas - Curso Regular
2017

Professor: Rafaela Freitas

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Português p/ concursos
Curso Regular Aula 00
Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas

AULA 00
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO.

SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .....................................................................................2
CRONOGRAMA E OBJETIVO DO CURSO......................................................3
INTELECÇÃO (INTERPRETAÇÃO) TEXTUAL..................................................6
DICAS DE ESTUDO..................................................................................8
ERROS CLÁSSICOS DE ENTENDIMENTO DE TEXTOS..................................13
QUESTÕES COMENTADAS.......................................................................16
LISTA DE QUESTÕES QUE FORAM COMENTADAS NESTA AULA....................59
GABARITO............................................................................................89
RESUMINDO.........................................................................................90
O MEU ATÉ BREVE.................................................................................92

DA FELICIDADE

Quantas vezes a gente, em busca da ventura,


Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura
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Tendo-os na ponta do nariz!

Mário Quintana

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APRESENTAÇÃO

Olá, futuro servidor público! Como vai? Convido você a começar comigo
um curso completo de teoria e questões comentadas que irá prepará-lo
para qualquer concurso público que pretenda prestar. Sim, a ideia aqui é
desenvolver um curso completo para que você aprenda Português
DEFINITIVAMENTE.
Parabéns para você que está aqui pensando em seu futuro! Sei que a
escolha do que “fazer da vida” não é fácil, mas, se resolveu estudar, com
certeza está no caminho certo!

Gosto do contato bem direto com meus alunos! Minha função aqui é
ajudá-lo da melhor maneira possível a alcançar o seu objetivo que é ser
aprovado neste concurso. Esteja certo de que farei de tudo para que isso
aconteça, pois o seu sucesso é também o meu!
Para que me conheça, falarei brevemente sobre mim: meu nome é
Rafaela Freitas, sou graduada em Letras pela Universidade Federal de
Juiz de Fora, onde resido, e pós-graduada em Ensino de Língua
Portuguesa, pela mesma instituição (UFJF). Desde que me formei, tenho
trabalhado com a preparação dos alunos para os mais diversos concursos
públicos, em cursos presenciais e on-line, no que tenho colocado ênfase em
minha carreira.
Sou concursada em dois estados diferentes (Minas Gerais e Rio de
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Janeiro), conquistei (e ainda estou conquistando) muitos objetivos com muito


suor! Não foi fácil, mas AMO o que faço, o cansaço não me vence! Sou uma
apaixonada pela nossa língua mãe e por ensiná-la! E para vocês eu digo: cada
esforço será recompensado no final! Tenham a certeza de que o português, já
neste curso, não será um problema, mas sim a solução! Você sabe muito mais
dessa língua do que imagina! Confie em mim e principalmente em seu
potencial!

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OBJETIVO E CRONOGRAMA DO CURSO

O Português é uma disciplina muito importante no mundo dos concursos,


pois está presente praticamente em todos os certames. A maneira com que
cada banca cobra os conteúdos varia um pouco, mas a base, o tronco é o
mesmo: estudo da gramática, uso da linguagem e interpretação textual! É isso
que eu quero oferecer aos meus alunos.

Antes de começarmos as aulas, quero esclarecer alguns detalhes:

- Tipo de curso: regular com teoria e questões comentadas;


- Bancas: as principais do Brasil (FCC, CESPE, FGV, Consulplan, ESAF,
entre outras);
- Material elaborado de acordo com a tendência atual dos concursos
públicos;
- O curso contará com videoaulas em TODAS as aulas;

A ideia das videoaulas é possibilitar um melhor aprendizado para


aqueles estudantes que têm mais facilidade em aprender com aulas
em vídeo.
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- Custo-benefício: seu investimento dará a tranquilidade de ter aulas em


PDF e em vídeo com tudo aquilo de que você precisa! Isso dá segurança! Não
haverá necessidade de buscar material alternativo;
- Ao final de todas as aulas você encontrará um “refresh”, ou seja, um
breve resumo de tudo que acabou de estudar;
- Em todas as aulas você encontrará também uma lista com todas as
questões comentadas!! Você poderá treinar por elas, antes de ir para o bloco
com os comentários e gabaritos;

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- Fórum de dúvidas: uma ferramenta de extrema importância para a


relação professor/aluno, tem o objetivo de esclarecer as dúvidas. Todas as
perguntas serão respondidas.

Para que seja completo e satisfatório, proponho que o conteúdo curso seja
dividido da seguinte maneira:
AULA CONTEÚDO DATA
Aula 0 Compreensão e interpretação de texto. 22/12/2016
Aula 1 Coesão e coerência. 06/01/2017
Tipologia Textual (Inclui tipos de discursos e
Aula 2 20/01/2017
Intertextualidade)
Significação das palavras.
Aula 3 (Sinonímia, homonímia e paronímia. Figuras 03/02/2017
de linguagem)
Ortografia e acentuação. Emprego das
Aula 4 16/02/2017
Letras.
Morfologia I: substantivo, adjetivo, artigo,
Aula 5
numeral, preposição, interjeição e conjunção. 02/03/2017
Morfologia II: verbo, vozes do verbo,
Aula 6 pronomes. 16/03/2017
Colocação pronominal.
Aula 7 Estrutura e formação de palavras 30/03/2017
Estudo dos termos da oração (período
Aula 8 13/04/2017
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simples)
Estudo do período composto (coordenação e
Aula 9
subordinação) 27/04/2017

Aula 10 Pontuação
04/05/2017

Aula 11 Concordância nominal e verbal


18/05/2017
Regência nominal e verbal. Emprego do
Aula 12
acento indicativo da crase. 01/06/2017

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Variação Linguística (Variedades de texto e


Aula 13 adequação de linguagem) 15/06/2017

Funções da linguagem.
Aula 14
Uso do “que” e do “se” 29/06/2017

Aula 15 Redação das correspondências oficiais


13/07/2017
Resumo com questões comentadas (bancas
Aula 16 FCC, VUNESP, FGV e CESPE/UnB) 27/07/2017

Fiquem atentos às datas de liberação das aulas e bom estudo!

Desde já, coloco-me à disposição para qualquer dúvida, sugestão, crítica


ou esclarecimento, pelo e-mail: contato@professorarafaelafreitas.com.br
ou ainda pelo fórum de dúvidas. 00000000000

Facebook, Instagram e Youtube: Palavreando com Rafa Freitas

https://www.facebook.com/palavreandocomrafafreitas/

https://www.instagram.com/palavreandocomrafafreitas

https://www.periscope.tv/Rafaela190619

ATENÇÃO: divulgação do número do meu WhatsApp na aula 01!!

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INTELECÇÃO (INTERPRETAÇÃO) TEXTUAL

“Evidentemente, tudo pode ser visto nos textos, lá é que todo tipo de
fenômeno acontece.” (ANTUNES, 2007, p. 139)

Ler o mundo através dos mais diversos textos com os quais nos
deparamos em nosso cotidiano é uma tarefa, no mínimo, reveladora!

Caros alunos, o conteúdo desta aula é de suma importância para o


desenvolvimento de toda a prova do certame do qual vocês irão participar.
Digo toda a prova, porque a interpretação não está presente apenas nas
questões de Língua Portuguesa, é preciso interpretar em todas as outras
disciplinas! São textos e enunciados que trazem informações implícitas e
explícitas que precisam ser compreendidas para que você, concurseiro, atinja o
seu objetivo maior, que é a aprovação.
Primeiro, vejamos alguns conceitos:

1 – Texto: é um conjunto de palavras e frases encadeadas que têm a


finalidade de transmitir uma mensagem a partir de sua interpretação.

2 – Contexto: MUITO IMPORTANTE!!! É a interligação das diversas frases


que formam um texto. Cada uma delas é ligada à anterior e à posterior por
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uma relação semântica.

Se uma das frases é analisada isoladamente, fora de seu contexto


original, poderá assumir significado diferente daquele inicial, por isso o
contexto é tão importante. Precisamos sempre estar atentos ao contexto do
enunciado da questão, ao que ela pede, e ao contexto do seu texto base.

3 – Compreensão de texto – consiste em analisar o que realmente está


escrito, ou seja, coletar dados do texto.

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4 – Interpretação de texto: consiste em saber o que se infere (conclui)


do que está escrito.

Para nos ajudar a entender a diferença entre compreensão e


interpretação de texto na prova, montei uma tabelinha com expressões
trazidas por questões, que nos ajudará a entender o que pedem os
enunciados:

Expressões que solicitam Expressões que solicitam


compreensão do texto inferência a partir do texto

Depreende-se/infere-se/conclui-se
Segundo o texto...
do texto que...
O autor/narrador do texto diz
O texto permite deduzir que...
que...
É possível subentender-se a partir
O texto informa que...
do texto que...
Qual a intenção do autor quando
Tendo em vista o texto...
afirma que...
O texto possibilita o entendimento
De acordo com o texto...
de que...
Com o apoio do texto, infere-se
O autor sugere ainda que...
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que...

Na opinião do autor do texto... O texto encaminha o leitor para...

Pretende o texto mostrar que o


No texto...
leitor...

Diante do já exposto, devo dizer aquilo que talvez você já saiba: a leitura
é o meio mais eficaz para chegarmos ao conhecimento, portanto, precisamos
aprender a ler! Ela precisa se tornar um hábito na vida de um concurseiro.
Um candidato “antenado” com os acontecimentos atuais, conhecedor de textos

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literários, entendedor de charges e textos de humor chegará ao sucesso com


mais facilidade (ou menos dificuldade, rsrs) do que aquele que lê pouco ou
nada. E digo ler de verdade! Não passar os olhos! Ler é dar sentido à vida e ao
mundo, é dominar a riqueza de qualquer texto, seja literário, narrativo,
instrucional, jornalístico ou persuasivo, possibilidades que se misturam e se
tornam infinitas.

A dificuldade na compreensão e interpretação de textos deve-se à


falta do hábito da leitura. Sim! Então, desenvolva o hábito da leitura. Que
tal estabelecer agora uma meta de ler, pelo menos, um livro por mês? Leia o
que você mais gosta! Não importa o gênero. Crie o hábito da leitura e o gosto
por ela. Quando passamos a gostar de algo, compreendemos melhor seu
funcionamento. Nesse caso, as palavras tornam-se familiares a nós. Não se
deixe levar pela falsa impressão de que ler não faz diferença.

DICAS DE ESTUDO

A maioria dos alunos acha interpretar muito difícil, então vou organizar
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esta parte da matéria em DICAS para ajudar no seu estudo! Não quero que
você perca pontinhos preciosos!!

1) Não se assuste com o tamanho do texto. JAMAIS! Você irá vencê-


lo.
2) Leia todo o texto pelo menos DUAS vezes, procurando ter uma
visão geral do assunto principal. A primeira leitura será para você
reconhecer o assunto. Podemos chamá-la de leitura informativa. Grife
palavras chaves, a ideia principal de cada parágrafo.

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3) Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura,


vá até o fim, ininterruptamente.
4) Ler o texto pelo menos duas vezes é importante também porque a
primeira impressão pode ser falsa. Já na segunda leitura, do tipo
interpretativa, você deverá compreender, analisar e sintetizar as informações
do texto.
5) Antes de responder as questões, retorne ao texto para sanar as
dúvidas. Na verdade, retorne ao texto SEMPRE que precisar. Isso pode
parecer perda de tempo, mas não é, garante uma interpretação sem falhas!
6) Leia o texto com perspicácia (observando os detalhes), sutileza,
malícia nas entrelinhas, para evitar pegadinhas. Atenção ao que se pede.

7) Às vezes, a interpretação está voltada para uma


linha do texto e por isso você deve voltar ao parágrafo para localizar o
trecho, pois uma frase fora do contexto pode mudar completamente de
sentido!
8) Quando for resolver as questões que estarão aqui no material, no
momento de estudo, seja curioso, utilize um dicionário e encontre o significado
das palavras que você não conhece.
9) Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as do autor.
10) Dividir o texto em parágrafos ou partes pode melhorar a
compreensão.
11) Sinalizar cada questão no parágrafo ou parte do texto
correspondente facilita muito visualmente. 00000000000

12) Cuidado com os vocábulos: destoa, não, correta,


incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras palavras que
aparecem nos enunciados e que, às vezes, dificultam o entendimento do que
está sendo solicitado. Elas te induzem ao erro!

13) Quando duas alternativas lhe parecem corretas (isso


SEMPRE acontece, não é mesmo?!?!), as duas realmente estarão adequadas
para a resposta! Então, procure a mais exata ou a mais completa. É comum
acontecer isso! Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta,
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mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto e que responda ao


enunciado.
14) Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor,
definindo o tema e a mensagem. O autor defende ideias e você deve percebê-
las.
15) Aumente seu vocabulário e sua cultura. Além da leitura de textos,
um bom exercício para ampliar seu conhecimento léxico é fazer palavras
cruzadas. Faça também exercícios de palavras sinônimas e antônimas.
16) Seja leitor assíduo de jornais e revistas! Seja um concurseiro
atualizado!
17) Antes de começar a leitura, procure a fonte daquele texto. Então
você já terá uma dica para saber se é um texto literário ou não literário, um
texto jornalístico ou não. Assim, poderá saber o que esperar dele.
18) Após a leitura, pense sobre a que Gênero textual o texto pertence
(veremos isso mais adiante, ainda nesta aula). Se for uma notícia, por
exemplo, vai saber que o texto deve conter um fato a ser narrado, onde ele
aconteceu, quando e com quem, mas não deverá ter opinião do autor, por se
tratar de uma fonte jornalística imparcial (pelo menos deveria ser, rs).

Após as dicas, vejam uma questão típica FCC:

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Leia o texto a seguir.

Em fins do ano passado foi aprovada na Comissão de Constituição e


Justiça do Senado a denominada Emenda Constitucional da Felicidade, que
introduz no artigo 6º da Constituição Federal, relativo aos direitos sociais, frase
com a menção de que são essenciais à busca da felicidade.
Pondera-se também que a busca individual pela felicidade pressupõe a
observância da felicidade coletiva. Há felicidade coletiva quando são
adequadamente observados os itens que tornam mais feliz a sociedade. E a

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sociedade será mais feliz se todos tiverem acesso aos básicos serviços públicos
de saúde, educação, previdência social, cultura, lazer, entre outros, ou seja,
justamente os direitos sociais essenciais para que se propicie aos indivíduos a
busca da felicidade.
Pensa-se possível obter a felicidade a golpes de lei, em quase ingênuo
entusiasmo, ao imaginar que, por dizer a Constituição serem os direitos sociais
essenciais à busca da felicidade, se vai, então, forçar os entes públicos a
garantir condições mínimas de vida para, ao mesmo tempo, humanizar a
Constituição.
A menção à felicidade era própria da concepção de mundo do Iluminismo,
quando a deusa razão assomava ao Pantheon e a consagração dos direitos de
liberdade e de igualdade dos homens levava à crença na contínua evolução da
sociedade para a conquista da felicidade plena sobre a Terra.
Trazer para os dias atuais, depois de todos os percalços que a História
produziu para os direitos humanos, a busca da felicidade como fim do Estado
de Direito é um anacronismo patente, sendo inaceitável hoje a inclusão de
convicções apenas compreensíveis no irrepetível contexto ideológico do
Iluminismo.
Confunde-se nessas proposições bem-intencionadas, politicamente
corretas, o bem-estar social com a felicidade. A educação, a segurança, a
saúde, o lazer, a moradia e outros mais são considerados direitos
fundamentais de cunho social pela Constituição exatamente por serem
essenciais ao bem-estar da população no seu todo. A satisfação desses direitos
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constitui prestação obrigatória do Estado, visando dar à sociedade bem-estar,


sendo desnecessária, portanto, a menção de que são meios essenciais à busca
da felicidade para se gerar a pretensão legítima ao seu atendimento.
O povo pode ter intensa alegria, por exemplo, ao se ganhar a Copa do
Mundo de Futebol, mas não há felicidade coletiva, e sim bem-estar coletivo. A
felicidade é um sentimento individual tão efêmero como variável, a depender
dos valores de cada pessoa. Em nossa época consumista, a felicidade pode ser
vista como a satisfação dos desejos, muitos ditados pela moda ou pelas
celebridades. Ter orgulho, ter sucesso profissional podem trazer felicidade,
passível de ser desfeita por um desastre, por uma doença.

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Assim, os direitos sociais são condições para o bem-estar, mas nada têm
a ver com a busca da felicidade. Sua realização pode impedir de ser infeliz,
mas não constitui, de forma alguma, dado essencial para ser feliz.
(Miguel Reale Júnior. O Estado de S. Paulo, A2, Espaço Aberto, 5 de fevereiro de 2011,
com adaptações)

01. (INSS – 2012 - Perito Médico Previdenciário – FCC) Afirma-se


corretamente que o autor
(A) está convencido de que uma sociedade só poderá ser plenamente feliz
se lhe for permitida a realização de todas as suas expectativas, principalmente
quanto aos seus direitos básicos.
(B) critica, tomando por base as obrigações do Estado de Direito e os
conceitos de felicidade e de bem-estar coletivo, a proposta de Emenda
Constitucional por considerá-la inócua e defasada.
(C) defende a concessão, pelo Estado, de garantias constitucionais para
que a sociedade tenha qualidade de vida, imprescindível à sensação de bem-
estar coletivo, que se torna o caminho para a felicidade geral.
(D) censura a tardia preocupação do Senado brasileiro em oferecer
condições mínimas de qualidade de vida à população, com a oferta dos direitos
básicos que venham a garantir a felicidade geral.
(E) faz referência à necessária conscientização de que o bem-estar da
população é um bem indiscutível, especialmente quanto à liberdade e à
igualdade, a partir dos princípios que embasaram o Iluminismo.
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Comentário: a alternativa B completa perfeitamente o enunciado.


Vejamos o que há de errado nas outras:
(A) está convencido de que uma sociedade só poderá ser plenamente feliz
se lhe for permitida a realização de todas as suas expectativas, principalmente
quanto aos seus direitos básicos. – ERRADA. O autor coloca-se contra a
ideia de que a garantia dos direitos básicos são também garantia de
uma sociedade feliz (confirme no último parágrafo).
(C) defende a concessão, pelo Estado, de garantias constitucionais para
que a sociedade tenha qualidade de vida, imprescindível à sensação de bem-

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estar coletivo, que se torna o caminho para a felicidade geral. – ERRADA. A


posição do autor é justamente contrária. Segundo ele, o Estado deve
garantir os direitos básicos para gerar bem-estar à sociedade. A
felicidade é individual e depende de cada um (confirme nos parágrafos
6 e 7).
(D) censura a tardia preocupação do Senado brasileiro em oferecer
condições mínimas de qualidade de vida à população, com a oferta dos direitos
básicos que venham a garantir a felicidade geral. – ERRADA. O autor não
censura e nem diz achar tardia a preocupação do Senado.
(E) faz referência à necessária conscientização de que o bem-estar da
população é um bem indiscutível, especialmente quanto à liberdade e à
igualdade, a partir dos princípios que embasaram o Iluminismo. – ERRADA.
Para o autor, a visão iluminista não se aplica nos dias de hoje da
mesma maneira. Tal ideia seria hoje um anacronismo, funcionou
apenas para aquela época (confirme no parágrafo 5).
GABARITO: B

Erros clássicos de entendimento de textos

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Extrapolação: ocorre quando fazemos associações que estão além dos


limites do texto, quando acrescentamos ideias que não estão no texto
analisado.

Redução: ocorre quando nos restringimos à significação de uma palavra


ou passagem do texto. É o contrário da extrapolação. A redução consiste em
privilegiarmos um elemento que é verdadeiro, mas não é suficiente diante do
conjunto que é o texto.

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Contradição: ocorre quando, por uma leitura desatenta, pela não


percepção de algumas relações, pela incompreensão de um raciocínio, pelo
esquecimento de uma ideia dita anteriormente ou pela perda de uma
passagem no desenvolvimento do texto, chega-se a uma conclusão contrária à
que o texto propõe.

Esse último erro é o mais perigoso. Cuidado!


A banca examinadora se apoia nele para “pegar” o candidato desatento.
Daí é que saem as pegadinhas na maioria das vezes. Uma alternativa pode vir
apresentando muitas palavras do texto ou até expressões inteiras dele, mas
com um sentido contrário. Aí, o candidato desatento ou ansioso faz o quê?
Marca essa porque é a que apresenta mais “ao pé da letra” elementos
presentes no texto.

O mistério

O que podemos experimentar de mais belo é o mistério. Ele é a fonte de toda


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a arte e ciência verdadeira. Aquele que for alheio a essa emoção, aquele que
não se detém a admirar as colinas, sentindo-se cheio de surpresa, esse já
está, por assim dizer, morto e tem os olhos extintos. O que fez nascer a
religião foi essa vivência do misterioso - embora mesclado de terror. Saber que
existe algo insondável, sentir a presença de algo profundamente racional e
radiantemente belo, algo que compreenderemos apenas em forma muito
rudimentar - é esta a experiência que constitui a atitude genuinamente
religiosa. Neste sentido, e unicamente neste sentido pertenço aos homens
profundamente religiosos.

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(Albert Einstein - Como vejo o mundo)

Seguem alguns exemplos de erros no entendimento do texto.

Conclusões extrapolativas:
 O texto fala sobre a importância de Deus e da religião, e sobre o mistério
da criação do universo.
 O texto afirma que todo cientista precisa ser artista e religioso, para
poder compreender a natureza.

Conclusões redutivas:
 O texto afirma que o terror fez nascer a religião.
 O texto afirma que a nossa compreensão dos fenômenos é ainda muito
elementar.

Conclusão contraditória:
 O texto afirma que quem experimenta o mistério está com os olhos
fechados e não consegue compreender a natureza.

Agora, quer de fato aprender a analisar um texto? Faça muitas questões


de concurso! Treine! Treine! Treine... seja incansável!!
A partir daqui, proponho uma “bateria de questões” anteriores de bancas
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diferentes. É com você!!

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Texto base para as duas próximas questões.

As tendências que levaram D. Pedro II a querer dissimular o imenso


poderio de que efetivamente dispunha e, é bom dizê-lo, que não lhe é
regateado pela Constituição, faziam que fosse buscar, para ministros, aqueles
que pareciam mais dóceis à sua vontade, ou que esperava poder submeter
algum dia às decisões firmes, ainda que tácitas, da Coroa. Se não se recusa,
conforme as circunstâncias, a pôr em uso algumas regras do parlamentarismo,
jamais concordará em aceitar as que lhe retirariam a faculdade de nomear e
demitir livremente os ministros de Estado para confiá-la a uma eventual
maioria parlamentar. E se afeta ceder nesse ponto, é que há coincidência entre
sua vontade e a da maioria, ao menos no que diz respeito à nomeação. Ou
então é porque não tem objeções sérias contra o chefe majoritário. Quando
nenhum desses casos se oferece, discricionariamente exerce a escolha, e sabe
que pode exercê-la, porque se estriba no art. 101, n.º 6, da Constituição do
Império.
Sérgio Buarque de Hollanda. O Brasil monárquico. Do Império à República. In:
coleção História geral da civilização brasileira. São Paulo: Difusão Europeia do Livro,

00000000000
1972, tomo II, vol. 5. p. 21 (com adaptações).

01. (CAM/DEP – 2014 – Analista Legislativo – CESPE/ UnB)


Depreende-se do texto que o “art. 101, n.º 6, da Constituição do Império”
tornou-se letra morta em decorrência da prática política adotada por D. Pedro
II.
( ) Certo
( ) Errado

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Comentário: trata-se de uma questão de interpretação de texto. A melhor


maneira de ficar “craque” na interpretação é praticar muito, tanto com
questões da banca do certame quanto de outras. É muito difícil um mesmo
texto aparecer em mais de uma prova da banca, então, o jeito é ler e treinar o
quanto puderem.
Diante de um texto, descubra primeiro do que se trata, depois tente
compreender cada parágrafo e, por fim, seja capaz de parafrasear o que leu!
Parece difícil, mas com a prática adquirida com muito estudo ficará moleza!!
Voltando à questão, a assertiva diz que Depreende-se do texto que o
“art. 101, n.º 6, da Constituição do Império” tornou-se letra morta em
decorrência da prática política adotada por D. Pedro II.
O texto afirma que Dom Pedro exercia a escolha dos Ministros de Estado
com base no dispositivo constitucional mencionado: “Ou então é porque não
tem objeções sérias contra o chefe majoritário. Quando nenhum desses casos
se oferece, discricionariamente exerce a escolha, e sabe que pode exercê-la,
porque se estriba no art. 101, n.º 6, da Constituição do Império.”. Assim, não
podemos dizer que esse dispositivo tornou-se “letra morta”, já que ele
fundamentava a escolha de Dom Pedro II.
Vale ressaltar que “estriba” vem do verbo “estribar”, que significa
fundamentar.
GABARITO: ERRADO

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02. (MPU – 2015 – Técnico do MPU – CESPE) Depreende-se das


informações do texto que, nos crimes cibernéticos chamados impuros ou
impróprios, o resultado extrapola o universo virtual e atinge bens materiais
alheios à informática.
( ) Certo
( ) Errado

Comentário: no texto temos: "Os (crimes cibernéticos ou crimes virtuais)


impuros ou impróprios são aqueles em que o agente se vale do computador
como meio para produzir resultado que ameaça ou lesa outros bens, diferentes
daqueles da informática." Portanto, é correto afirmar que: nos crimes
cibernéticos chamados impuros ou impróprios, o resultado extrapola o
universo virtual e atinge bens materiais alheios à informática.
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Vale ressaltar: ALHEIO = distante, afastado, longe, impróprio. Logo,


diferentes daqueles da informática... alheios à informática.
GABARITO: CERTO

03. (MPU – 2015 – Técnico do MPU – CESPE) Ainda com base no texto
da questão anterior, infere-se dos fatos apresentados que a consideração de
crime para os delitos cibernéticos foi determinada há várias décadas, desde o
surgimento da Internet.
( ) Certo

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( ) Errado

Comentário: A questão poderia ser respondida apenas atentando para a


data da lei: o ano de 2012. Assim sendo, não há como inferir que o delito foi
determinado HÁ VÁRIAS DÉCADAS! O texto não traz tal informação
especificada!
GABARITO: ERRADO

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04. (CGE-PI – 2014 – Auditor Governamental – CESPE) Infere-se da


leitura do texto que, para o autor, os baianos não são naturalmente adeptos
da alimentação natural.

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( ) Certo
( ) Errado

Comentário: precisamos deduzir algo do texto para compreendermos a


questão. Ao dizer “...Geraldo Sarno, que é baiano E natural – pois neste
mundo as combinações mais loucas são possíveis” o autor nos mostra um caso
de exceção marcado pela conjunção “e”, usada como adversativa. Geraldo é
baiano e, mesmo assim, gosta de comida natural.
Portanto, como Geraldo é uma exceção, podemos inferir que os baianos
não são naturalmente adeptos da alimentação natural, conforme afirma o
enunciado.
GABARITO: CERTO

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05. (FUB – 2015 – Todos os cargos – CESPE) Depreende-se do texto


que o Brasil vive um momento de grande incerteza econômica, principalmente
por não haver avançado o suficiente no campo da tecnologia.
( ) Certo
( ) Errado

Comentário: Não é possível inferir que a incerteza econômica brasileira


tem relação com o campo da tecnologia. O texto afirma que o campo da
tecnologia é uma das soluções para aumentar a produtividade em tempos de
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incerteza econômica. Apesar de ter incerteza econômica, os setores estão se


desenvolvendo, buscando soluções para aumentar a produtividade.
GABARITO: ERRADO

Texto base para as quatro questões que seguem.

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06. (TRE-GO – 2015 – Analista Judiciário – CESPE) os instrumentos


legais acerca da legislação eleitoral que surgiram logo após a promulgação da
Constituição de 1891 tinham os objetivos de ampliar a parcela votante da

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população e diminuir as fraudes ocorridas durante o processo eleitoral, mas


fracassaram nesses aspectos.
( ) Certo
( ) Errado

Comentário: Em nenhum momento no texto há menção de que as leis


tinham objetivos de ampliar a parcela votante e diminuir as fraudes, observa-
se no último parágrafo: "As principais alterações promovidas na legislação
contemplaram o fim do voto censitário e a manutenção do voto direto. Essas
modificações, embora importantes, tiveram pouca repercussão prática, já que
o voto ainda era restrito — analfabetos e mulheres não votavam — e o
processo eleitoral continuava permeado por toda sorte de fraudes"
GABARITO: ERRADO

07. (TRE-GO – 2015 – Analista Judiciário – CESPE) O fim do voto


censitário e a manutenção do voto direto foram importantes porque denotaram
a preocupação do governo com o povo e constituíram o início do processo
democrático no Brasil.
( ) Certo
( ) Errado

Comentário: O que diz a assertiva não está de acordo com o que diz o
texto, veja:
00000000000

"Em 1894, na primeira eleição para presidente da República, votaram


2,2% da população. Tudo indica que, apesar de a República ter abolido o
critério censitário e adotado o voto direto, a participação popular continuou
sendo muito baixa em virtude, principalmente, da proibição do voto dos
analfabetos e das mulheres".
Não é possível afirmar que havia uma "preocupação do governo com o
povo e o início do processo democrático no Brasil" se apenas 2,2% da
população votava nas eleições, sendo o voto dos analfabetos e das mulheres
proibido.
GABARITO: ERRADO

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08. (TRE-GO – 2015 – Analista Judiciário – CESPE) Nos primeiros


anos após a Proclamação da República, os civis e os militares discordavam
quanto à autonomia que deveria ser dada pelo governo às unidades regionais.
( ) Certo
( ) Errado

Comentário: A afirmação do enunciado está correta e pode ser confirmada


no trecho: "Os civis, representados pelas elites das principais províncias —
São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul —, queriam uma
república federativa que desse muita autonomia às unidades regionais.
Os militares, por outro lado, defendiam um Poder Executivo forte e se
opunham à autonomia buscada pelos civis. "
GABARITO: CERTO

09. (TRE-GO – 2015 – Analista Judiciário – CESPE) A instabilidade


observada nos anos que se seguiram à Proclamação da República deveu-se ao
súbito ganho de poder dos civis, o que, de acordo com o texto, gerou acirradas
disputas com os militares, tradicionais detentores do poder.
( ) Certo
( ) Errado

Comentário: Vejamos no texto: "Os primeiros anos que se seguiram à


00000000000

Proclamação da República foram de grandes incertezas quanto aos trilhos que


a nova forma de governo deveria seguir."
Podemos analisar que não houve "súbito ganho de poder dos civis" e sim
"grandes incertezas". Aliás o texto não fala nada sobre tal ganho de poder.
GABARITO: ERRADO

Texto base para as duas questões que seguem.

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10. (TRE-GO – 2015 – Analista Judiciário – CESPE) A Constituição


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Federal de 1988 é denominada de Constituição Cidadã por conferir ênfase à


titularidade do exercício do poder pelo povo, como se pode observar no texto
do artigo 14 da Carta Magna.
( ) Certo
( ) Errado

Comentário: A resposta para esta questão está no último parágrafo, que


contextualiza a elaboração da Constituição Cidadã no período em que o povo

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buscava recuperar o exercício do poder. A denominação da Carta Magna se


deve à titularidade do poder pelo povo, conforme dispõe o art. 14.
GABARITO: CERTO

11. (TRE-GO – 2015 – Analista Judiciário – CESPE) Foi necessária a


promulgação da Carta Magna de 1988 para que o exercício do poder pelo povo
virasse realidade.
( ) Certo
( ) Errado

Comentário: Assertiva errada, pois o texto deixa claro que, antes de 1988,
em algum momento, o exercício do poder já foi do povo brasileiro. É o que se
entende pelo trecho da linha vinte: “A nova Carta representava: a
possibilidade de recuperar o exercício do poder...”. Recuperar é ter
novamente algo que se teve antes.
GABARITO: ERRADO

O tráfico internacional de drogas começou a desenvolver-se em meados


da década de 70, tendo tido o seu boom na década de 80. Esse
desenvolvimento está estreitamente ligado à crise econômica mundial. O
narcotráfico determina as economias dos países produtores de coca e, ao
mesmo tempo, favorece principalmente o sistema financeiro mundial. O
dinheiro oriundo da droga corresponde à lógica do sistema financeiro, que é
eminentemente especulativo. Este necessita, cada vez mais, de capital “livre”
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para girar, e o tráfico de drogas promove o “aparecimento mágico” desse


capital que se acumula de modo rápido e se move velozmente.
A América Latina participa do narcotráfico na qualidade de maior
produtora mundial de cocaína, e um de seus países, a Colômbia, detém o
controle da maior parte do tráfico internacional. A cocaína gera “dependência”
em grupos econômicos e até mesmo nas economias de alguns países, como
nos bancos da Flórida, em algumas ilhas do Caribe ou nos principais países
produtores — Peru, Bolívia e Colômbia, para citar apenas os casos de maior

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destaque. Na Bolívia, os lucros com o narcotráfico chegam a US$ 1,5 bilhão


contra US$ 2,5 bilhões das exportações legais.
Na Colômbia, o narcotráfico gera de US$ 2 a 4 bilhões, enquanto as
exportações oficiais geram US$ 5,25 bilhões. Nesses países, a corrupção é
generalizada. Os narcotraficantes controlam o governo, as forças armadas, o
corpo diplomático e até as unidades encarregadas do combate ao tráfico. Não
há setor da sociedade que não tenha ligação com os traficantes e até mesmo a
Igreja recebe contribuições destes.
Oswaldo Coggiola

12. (Polícia Federal – 2014 – Agente – CESPE) Depreende-se do texto


uma discrepância na ligação do narcotráfico com a Igreja e com unidades de
combate ao tráfico.
( ) Certo
( ) Errado

Comentário: Façamos primeiro uma análise das palavras envolvidas que


talvez causem dúvidas:
Depreender = concluir
Discrepância = discordância, desigualdade.
Agora vamos analisar a questão: Depreende-se do texto uma
discrepância na ligação do narcotráfico com a Igreja e com unidades de
combate ao tráfico, ou seja, conclui-se do texto uma discordância na ligação
do narcotráfico com a Igreja e com unidades de combate ao tráfico. Observem
00000000000

os últimos parágrafos: "Os narcotraficantes controlam o governo, as forças


armadas, o corpo diplomático e até as unidades encarregadas do combate ao
tráfico. Não há setor da sociedade que não tenha ligação com os
traficantes e até mesmo a Igreja recebe contribuições destes." (Grifo
meu). Então, a questão é ERRADA! Pois NÃO existe uma discordância
(discrepância) na ligação do narcotráfico com a Igreja e com unidades de
combate ao tráfico. Eles também têm ligação com os traficantes.
A discordância existe se levarmos em consideração o nosso conhecimento
de mundo e os nossos valores éticos. Não é normal para a maioria de nós que

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a igreja e os órgãos de combate ao tráfico tenham alguma relação com os


traficantes, mas devemos ter cuidado para não deixar a nossa avaliação
pessoal influenciar a nossa escolha do gabarito. Ok? Aí tem uma pegadinha.
GABARITO: ERRADO

Diante do futuro

Que me importa o presente? No futuro é que está a existência dos


verdadeiros homens. Guyau*, a quem não me canso de citar, disse em uma de
suas obras estas palavras: “Porventura sei eu se viverei amanhã, se viverei
mais uma hora, se a minha mão poderá terminar esta linha que começo? A
vida está por todos os lados cercada pelo Desconhecido. Todavia executo,
trabalho, empreendo; e em todos os meus atos, em todos os meus
pensamentos, eu pressuponho esse futuro com o qual nada me autoriza a
contar. A minha atividade excede em cada minuto o instante presente,
estende-se ao futuro. Eu consumo a minha energia sem recear que esse
consumo seja uma perda estéril, imponho-me privações, contando que o
futuro as resgatará − e sigo o meu caminho. Essa incerteza que me comprime
de todos os lados equivale para mim a uma certeza e torna possível a minha
liberdade − é o fundamento da moral especulativa com todos os riscos. O meu
pensamento vai adiante dela, com a minha atividade; ele prepara o mundo,
dispõe do futuro. Parece-me que sou senhor do infinito, porque o meu poder
não é equivalente a nenhuma quantidade determinada; quanto mais trabalho,
mais espero.”
00000000000

* Jean-Marie Guyau (1854-1888), filósofo e poeta francês. (PRADO, Antonio Arnoni


(org.). Lima Barreto: uma autobiografia literária. São Paulo: Editora 34, 2012. p. 164)

13. (TRT-2ª – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA


ADMINISTRATIVA – FCC) Lima Barreto vale-se do texto de Guyau para
defender a tese de que
(A) as projeções do futuro só importam quando estiverem visceralmente
ligadas às experiências do presente.

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(B) o futuro ganha plena importância quando temos a convicção de que


todas as nossas ações são duradouras.
(C) as ações do presente têm sua importância determinada pelo valor
intrínseco de que se revestem.
(D) as ações do presente ganham sentido quando projetadas e
executadas com vistas ao futuro.
(E) o futuro só é do nosso domínio quando nossas ações no tempo
presente logram antevê-lo e iluminá-lo.

Comentário: esta questão quer saber a tese do autor. Em um texto


argumentativo, a tese é a opinião de quem o escreve sobre determinado
assunto. No texto em questão o autor usa a citação de Guyau sobre o futuro
concordando com ele. Esta é a tese: viver o presente projetando e executando
ações para o futuro.
GABARITO: D

14. (TRT-2ª – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA


ADMINISTRATIVA – FCC) O fato de nossa vida estar cercada pelo
Desconhecido não deve implicar uma restrição aos empreendimentos
humanos, já que, para Guyau,
(A) a incerteza do futuro não elimina a possibilidade de tomá-lo como
parâmetro dos nossos empreendimentos.
(B) os nossos atos tendem a se tornar estéreis quando pautados por uma
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visão otimista do futuro.


(C) a brevidade do tempo que temos para viver autoriza-nos a viver o
presente com o máximo de intensidade.
(D) o fundamento da moral especulativa está em planejar o futuro sem
atentar para as circunstâncias presentes.
(E) o trabalho estéril executado no presente acumula energias que serão
desfrutadas no futuro.

Comentário: O autor citado tem um otimismo latente no que se refere ao


futuro. Ainda que não seja certo, o autor vive pensando nele. Vive o presente

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voltado para o futuro, sem pensar que a energia perdida hoje seja estéril. O
fundamento especulativo é viver com a certeza do futuro, mesmo que, na
verdade, seja incerto.
GABARITO: A

Questão de gosto

A expressão parece ter sido criada para encerrar uma discussão. Quando
alguém apela para a tal da “questão de gosto”, é como se dissesse: “chega de
conversa, inútil discutir”.
A partir daí nenhuma polêmica parece necessária, ou mesmo possível.
“Você gosta de Beethoven? Eu prefiro ouvir fanfarra de colégio.” Questão de
gosto.
Levada a sério, radicalizada, a “questão de gosto” dispensa razões e
argumentos, estanca o discurso crítico, desiste da reflexão, afirmando
despoticamente a instância definitiva da mais rasa subjetividade. Gosto disso,
e pronto, estamos conversados.
Ao interlocutor, para sempre desarmado, resta engolir em seco o gosto
próprio, impedido de argumentar. Afinal, gosto não se discute. Mas se tudo é
questão de gosto, a vida vale a morte, o silêncio vale a palavra, a ausência
vale a presença − tudo se relativiza ao infinito. Num mundo sem valores a
definir, em que tudo dependa do gosto, não há lugar para uma razão ética,
uma definição de princípios, uma preocupação moral, um empenho numa
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análise estética. O autoritarismo do gosto, tomado em sentido absoluto, apaga


as diferenças reais e proclama a servidão ao capricho. Mas há quem goste das
fórmulas ditatoriais, em vez de enfrentar o desafio de ponderar as nossas
contradições.
(Emiliano Barreira, inédito)

15. (TRT-2ª – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA


ADMINISTRATIVA – FCC) Definida como instância definitiva da mais rasa
subjetividade, a questão de gosto opõe-se, terminantemente,
(A) à atribuição de mérito à naturalidade de uma primeira impressão.

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(B) ao primado do capricho pessoal, ao qual tantas vezes se apela.


(C) à dinâmica de argumentos criteriosos na condução de uma polêmica.
(D) ao subterfúgio de que nos valemos para evitar um princípio de
discussão.
(E) ao princípio da recusa a qualquer fundamentação racional numa
discussão.

Comentário: A instância definitiva da mais rasa subjetividade é a tal


questão de gosto, citada no texto, é quando as discussões deixam de
acontecer, porque gosto não se discute. Dessa forma, não adianta argumentar,
discutir, gosto é gosto. Isso se opõe então à dinâmica de argumentação e
polêmica.
GABARITO: C

16. (TRT-2ª – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA


ADMINISTRATIVA – FCC) Atente para as seguintes afirmações:

I. No 1º parágrafo, a menção a Beethoven e a fanfarra de colégio ilustra


bem a disposição do autor em colocar lado a lado manifestações artísticas de
valor equivalente.
II. No 2º parágrafo, o termo despoticamente qualifica o modo pelo qual
alguns interlocutores dispõem-se a desenvolver uma polêmica.
III. No 3º parágrafo, a expressão servidão ao capricho realça a
00000000000

acomodação de quem não se dispõe a enfrentar a argumentação crítica.

Em relação ao texto está correto o que se afirma APENAS em


(A) I.
(B) I e II.
(C) II.
(D) II e III.
(E) III.

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Comentário: a única alternativa correta é a III, pois, para aqueles que


estão acomodados nas suas próprias opiniões, a argumentação não faz
sentido. Vamos ver o que há de errado nas outras:
I. No 1º parágrafo, a menção a Beethoven e à fanfarra de colégio ilustra
bem a disposição do autor em colocar lado a lado manifestações artísticas de
valor equivalente. – tais manifestações artísticas são de valores opostos.
II. No 2º parágrafo, o termo despoticamente qualifica o modo pelo qual
alguns interlocutores dispõem-se a desenvolver uma polêmica. – Não se
desenvolve polêmica despoticamente, pois, dessa maneira, as opiniões não
seriam levadas em conta.
GABARITO: E

17. (TRT-2ª – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA


ADMINISTRATIVA – FCC) Ao longo do texto o autor se vale de expressões
de sentido antagônico, para bem marcar a oposição entre uma razão crítica e
uma mera manifestação do gosto. É o que se constata quando emprega
(A) encerrar uma discussão e nenhuma polêmica.
(B) engolir em seco e impedido de argumentar.
(C) desafio de ponderar e estanca o discurso crítico.
(D) tudo é questão de gosto e tudo se relativiza.
(E) servidão ao capricho e fórmulas ditatoriais.

Comentário: esta questão busca uma alternativa que tenha antagonismo


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entre as partes, ou seja, uma oposição. É o que temos na alternativa C. Nas


outras, uma expressão está em conformidade com a outra.
(A) encerrar uma discussão e nenhuma polêmica.
Podemos dizer que encerrar, finalizar uma discussão é não dar espaço
para polêmica.
(B) engolir em seco e impedido de argumentar.
Engolia a seco é uma expressão que significa não poder argumentar, ter
que ficar calado.
(C) desafio de ponderar e estancar o discurso crítico.

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“Estanca” vem do verbo “estancar”, que é o mesmo que fazer cessar,


extinguir, impedir ou esgotar. Dessa forma, estancar o discurso crítico é o
mesmo que cessar ou impedir que as opiniões sejam expostas, ou seja, NÃO
deixar que se pondere um fato por opiniões diferentes.
(D) tudo é questão de gosto e tudo se relativiza.
“Questão de gosto” é uma expressão que significa que tudo é relativo,
depende do gosto de cada um.
(E) servidão ao capricho e fórmulas ditatoriais.
“Servidão ao capricho” é fazer servir sob “fórmulas ditatoriais”
GABARITO: C

Sobre a publicação de livros

Muito se tem discutido, recentemente, sobre direitos e restrições na


publicação de livros. Veja-se o que dizia o filósofo Voltaire, em 1777: “Não vos
parece, senhores, que em se tratando de livros, só se deve recorrer aos
tribunais e soberanos do Estado quando o Estado estiver sendo comprometido
nesses livros? Quem quiser falar com todos os seus compatriotas só poderá
fazê-lo por meio de livros: que os imprima, então, mas que responda por sua
obra. Se ela for ruim, será desprezada; se for provocadora, terá sua réplica; se
for criminosa, o autor será punido; se for boa, será aproveitada, mais cedo ou
mais tarde.”
(Voltaire, O preço da justiça. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Martins
00000000000

Fontes, 2001. p. 56)

18. (TRT-2ª – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA


ADMINISTRATIVA – FCC) A posição de Voltaire está corretamente
resumida na seguinte frase:
(A) A publicação de livros é uma questão de Estado e somente na
instância do Estado deve ser administrada. (B) Os autores de livros, soberanos
para emitir suas opiniões, devem permanecer à margem das sanções dos
tribunais.

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(C) A única consequência admissível da publicação de um livro é a reação


do público leitor, a quem cabe o juízo definitivo.
(D) Afora alguma razão de Estado, não se deve incriminar um autor pela
divulgação de suas ideias.
(E) O Estado só deve ser invocado para julgar um livro quando isso
constituir manifesta exigência do público.

Comentário: a opinião de Valtaire está resumida na alternativa D.


Vejamos as outras:
(A) A publicação de livros é uma questão de Estado e somente na
instância do Estado deve ser administrada. – A publicação de livros NÃO é
uma questão de Estado.
(B) Os autores de livros, soberanos para emitir suas opiniões, devem
permanecer à margem das sanções dos tribunais. – Voltaire discorda disso,
ele acha que, se os autores são soberanos para emitir suas opiniões,
devem responder por elas, não ficarem às margens dos tribunais.
(C) A única consequência admissível da publicação de um livro é a reação
do público leitor, a quem cabe o juízo definitivo. – Voltaire NÃO afirmou
isso.
(E) O Estado só deve ser invocado para julgar um livro quando isso
constituir manifesta exigência do público. – Voltaire NÃO falou sobre isso.
GABARITO: D

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Atenção: Para responder à questão a seguir, considere o texto:

O MAQUINISTA empurra a manopla do acelerador. O trem cargueiro


começa a avançar pelos vastos e desertos prados do Cazaquistão, deixando
para trás a fronteira com a China.
O trem segue mais ou menos o mesmo percurso da lendária Rota da
Seda, antigo caminho que ligava a China à Europa e era usado para o
transporte de especiarias, pedras preciosas e, evidentemente, seda, até cair
em desuso, seis séculos atrás.

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Hoje, a rota está sendo retomada para transportar uma carga igualmente
preciosa: laptops e acessórios de informática fabricados na China e enviados
por trem expresso para Londres, Paris, Berlim e Roma.
A Rota da Seda nunca foi uma rota única, mas sim uma teia de caminhos
trilhados por caravanas de camelos e cavalos a partir de 120 a.C., quando
Xi'an − cidade do centro-oeste chinês, mais conhecida por seus guerreiros de
terracota − era a capital da China.
As caravanas começavam cruzando os desertos do oeste da China,
viajavam por cordilheiras que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas e
então percorriam as pouco povoadas estepes da Ásia Central até o mar Cáspio
e além.
Esses caminhos floresceram durante os primórdios da Idade Média. Mas, à
medida que a navegação marítima se expandiu e que o centro político da
China se deslocou para Pequim, a atividade econômica do país migrou na
direção da costa.
Hoje, a geografia econômica está mudando outra vez. Os custos
trabalhistas nas cidades do leste da China dispararam na última década. Por
isso as indústrias estão transferindo sua produção para o interior do país.
O envio de produtos por caminhão das fábricas do interior para os portos
de Shenzhen ou Xangai − e de lá por navios que contornam a Índia e cruzam o
canal de Suez − é algo que leva cinco semanas. O trem da Rota da Seda reduz
esse tempo para três semanas. A rota marítima ainda é mais barata do que o
trem, mas o custo do tempo agregado por mar é considerável.
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Inicialmente, a experiência foi realizada nos meses de verão, mas agora


algumas empresas planejam usar o frete ferroviário no próximo inverno
boreal. Para isso adotam complexas providências para proteger a carga das
temperaturas que podem atingir 40°C negativos.
(Adaptado de: www1.folhauol.com.br/FSP/newyorktimes/122473 )

19. (TRT-19 – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC) Depreende-se


corretamente do texto:
(A) A lendária Rota da Seda foi abandonada porque as caravanas de
camelos e cavalos tinham dificuldade de enfrentar o frio extremo da região.

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(B) A expansão da navegação marítima colaborou para que, no passado, a


atividade comercial da China migrasse na direção da costa.
(C) O frete ferroviário deve ser substituído pelo transporte marítimo no
inverno, já que a carga a ser transportada pode ser danificada pelas baixas
temperaturas.
(D) A partir da retomada da Rota da Seda, as fábricas chinesas voltaram a
exportar quantidades significativas de especiarias.
(E) A navegação chinesa se expandiu e o transporte marítimo atingiu o
seu auge durante a época em que Xi’an era a capital da China.

Comentário: Depreender do texto é poder afirmar algo a partir da leitura


dele, por raciocínio lógico. Vamos analisar as alternativas:
(A) A lendária Rota da Seda foi abandonada porque as caravanas de
camelos e cavalos tinham dificuldade de enfrentar o frio extremo da região. -
ERRADA. A lendária Rota da Seda foi abandonada quando a atividade
econômica do país mudou para a costa devido às grandes navegações
e ao deslocamento do centro político da China para Pequim.
(C) O frete ferroviário deve ser substituído pelo transporte marítimo no
inverno, já que a carga a ser transportada pode ser danificada pelas baixas
temperaturas. ERRADA. Os cuidados para que as cargas não sejam
danificadas pelas baixas temperaturas deverão ser tomados, mas a
ideia é que, mesmo durante o inverno boreal, o transporte seja
ferroviário.
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(D) A partir da retomada da Rota da Seda, as fábricas chinesas voltaram a


exportar quantidades significativas de especiarias. ERRADA. O texto não fala
nada sobre as empresas voltarem a vender especiarias.
(E) A navegação chinesa se expandiu e o transporte marítimo atingiu o
seu auge durante a época em que Xi’an era a capital da China. ERRADA. O
desenvolvimento e o auge do transporte marítimo levaram a capital da
China para Pequim.
GABARITO: B

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As 4 questões a seguir baseiam-se no texto apresentado abaixo.

Caipiradas

A gente que vive na cidade procurou sempre adotar modos de ser, pensar
e agir que lhe pareciam os mais civilizados, os que permitem ver logo que uma
pessoa está acostumada com o que é prescrito de maneira tirânica pelas
modas – moda na roupa, na etiqueta, na escolha dos objetos, na comida, na
dança, nos espetáculos, na gíria. A moda logo passa; por isso, a gente da
cidade deve e pode mudar, trocar de objetos e costumes, estar em dia. Como
consequência, se entra em contato com um grupo ou uma pessoa que não
mudaram tanto assim; que usam roupa como a de dez anos atrás e
respondem a um cumprimento com certa fórmula desusada; que não sabem
qual é o cantor da moda nem o novo jeito de namorar; quando entra em
contato com gente assim, o citadino diz que ela é caipira, querendo dizer que é
atrasada e portanto meio ridícula.
Diz, ou dizia; porque hoje a mudança é tão rápida que o termo está
saindo das expressões de todo dia e serve mais para designar certas
sobrevivências teimosas ou alteradas do passado: músicas caipiras, festas
caipiras, danças caipiras, por exemplo. Que, aliás, na maioria das vezes,
conhecemos não praticadas por caipiras, mas por gente que finge de caipira e
usa a realidade do seu mundo como um produto comercial pitoresco.
Nem podia ser de outro modo, porque o mundo em geral está mudando
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depressa demais, e nada pode ficar parado. Hoje, creio que não se pode falar
mais de criatividade cultural no universo do caipira, porque ele quase acabou.
O que há é impulso adquirido, resto, repetição – ou paródia e imitação
deformada, mais ou menos parecida. Há, registre-se, iniciativas culturais com
o fito de fixar o que sobra de autêntico no mundo caipira. É o caso do disco
Caipira. Raízes e frutos, do selo Eldorado, gravado em 1980, que será
altamente apreciado por quantos se interessem por essa cultura tão especial, e
já quase extinta.
(Adaptado de Antonio Candido, Recortes)

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20. (TRT/16 – 2012 - TECNICO JUDICIÁRO – FCC) No primeiro


parágrafo, estabelece-se uma contraposição entre as expressões
(A) “logo passa” e “estar em dia”, destacando parâmetros adotados pelos
caipiras.
(B) “de maneira tirânica” e “está acostumada”, enfatizando as críticas dos
citadinos aos modos caipiras.
(C) “deve” e “pode mudar”, sublinhando os impulsos a que os caipiras têm
que se render.
(D) “é atrasada” e “meio ridícula”, acentuando a variabilidade que ocorre
com as modas.
(E) “mais civilizados” e “fórmula desusada”, identificando pontos de vista
adotados pelos citadinos.

Comentário: a única oposição apresentada é a que existe entre “mais


civilizados” e “fórmula desusada”, pois indica o modo bom e o modo ruim de
ser, segundo um citadino.
GABARITO: E

21. (TRT/16 – 2012 - TECNICO JUDICIÁRO – FCC) Atente para as


seguintes afirmações sobre o primeiro parágrafo:

I. Com a expressão “o que é prescrito de maneira tirânica”, o autor está


qualificando modos de ser, pensar e agir, com cuja imposição os citadinos
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estão acostumados.
II. A submissão dos citadinos aos valores da moda é a causa de uma
alternância de valores que reflete uma clara hesitação entre o que é velho e o
que é novo.
III. No último e longo período, a sequência de pontos e vírgulas destaca
uma enumeração de traços que identificam um caipira aos olhos do citadino.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma em:

(A) II e III, apenas.

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(B) I e II, apenas.


(C) I, II e III.
(D) III, apenas.
(E) I e III, apenas.

Comentário: Vamos analisar as afirmações:


I. CORRETA
II. A submissão dos citadinos aos valores da moda é a causa de uma
alternância de valores que reflete uma clara hesitação entre o que é
velho e o que é novo. – ERRADA. Os citadinos buscam sempre o que é
novo, pois o que é velho é dado como caipira.
III. CORRETA
GABARITO: E

22. (TRT/16 – 2012 - TECNICO JUDICIÁRO – FCC) Atentando-se para


o 2º parágrafo, é correto afirmar que o segmento
(A) “Diz, ou dizia” sugere a velocidade com que um novo elemento da
moda aprimora um anterior.
(B) “certas sobrevivências teimosas ou alteradas” designa a precária
permanência de costumes caipiras.
(C) “o termo está saindo das expressões de todo dia” refere-se à moda
que deixa de ser seguida.
(D) “um produto comercial pitoresco” traduz a maneira pela qual o
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citadino reconhece a moda que ele mesmo promove.


(E) “a realidade do seu mundo” está-se referindo ao universo do citadino.

Comentário: vamos reler o 2º parágrafo.


“Diz, ou dizia; porque hoje a mudança é tão rápida que o termo está
saindo das expressões de todo dia e serve mais para designar certas
sobrevivências teimosas ou alteradas do passado: músicas caipiras, festas
caipiras, danças caipiras, por exemplo. Que, aliás, na maioria das vezes,
conhecemos não praticadas por caipiras, mas por gente que finge de caipira e
usa a realidade do seu mundo como um produto comercial pitoresco”.

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A – Não... “Diz, ou dizia” indica que tudo muda, até a forma de falar e
designar algo.
B – Sim... sobrevivência teimosa é a dos hábitos caipiras.
C – Não... a moda continua a ser seguida, o que muda é o nome que se
dá àqueles que não a seguem.
D – Não... o produto comercial pitoresco não é a moda, mas o que foge
dela.
E – Não... refere-se àquele que finge ser caipira.
GABARITO: B

23. (TRT/16 – 2012 - TECNICO JUDICIÁRO – FCC) Ao afirmar que o


universo do caipira (...) quase acabou, o autor emprega o termo quase em
função
(A) de remanescerem repetições e paródias que aludem ao mundo caipira.
(B) de as mudanças do nosso tempo ocorrerem em alta velocidade.
(C) de iniciativas culturais que reavivam e fortalecem os costumes
caipiras.
(D) da fermentação cultural que se propaga criativamente nesse universo.
(E) da autenticidade que o citadino ainda reconhece nos costumes
caipiras.

Comentário: vamos contextualizar o trecho retirado do texto: “porque o


mundo em geral está mudando depressa demais, e nada pode ficar parado.
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Hoje, creio que não se pode falar mais de criatividade cultural no universo do
caipira, porque ele quase acabou. O que há é impulso adquirido, resto,
repetição – ou paródia e imitação deformada, mais ou menos parecida.”
Ao ler o trecho dado dentro do contexto, fica claro que a alternativa
correta é a A, pois o universo caipira ainda é lembrado pelas paródias e
imitações.
GABARITO: A

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24. (DPE/MS – 2015 – Administrador – FGV) A charge é produzida


com alusão
a) à crise de energia no país.
b) à perda de controle da inflação.
c) ao aumento geral de preços.
d) à falta grave de água.
e) ao consumo exagerado de álcool.

Comentário: ao dizer, o personagem, que o Alaor deve estar muito rico


(Mega-sena ou herança) por ter servido água para os convidados da filha,
durante quatro horas, ele deixa claro que a água em pouco tempo será artigo
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de luxo, irá faltar e só terão acesso aqueles que puderem pagar caro por ela!
GABARITO: D

Os sete erros que devem ser evitados em tempos de seca

O primeiro desses “erros” era “usar água da chuva para beber, tomar
banho e cozinhar”. Segundo o aviso, “A água da chuva armazenada em casa
não pode ser usada para beber, tomar banho e cozinhar porque ela contém
uma alta concentração de poluentes atmosféricos, que podem causar mal à

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saúde. Essa água só é indicada para consumo com tratamento químico, feito
somente por especialistas, não bastando ferver ou filtrar. Por isso, é melhor
usá-la apenas na limpeza da casa”.

25. (DPE/MS – 2015 – Administrador – FGV) Segundo o aviso, o


problema principal da água da chuva é
a) o armazenamento deficiente.
b) a utilização inadequada.
c) a composição química.
d) a falta de tratamento.
e) o emprego generalizado.

Comentário: segundo o trecho “A água da chuva armazenada em casa não


pode ser usada para beber, tomar banho e cozinhar porque ela contém uma
alta concentração de poluentes atmosféricos, que podem causar mal à
saúde”, a água da chuva não pode ser usada como potável, por sua
composição química prejudicial.
GABARITO: C

Guardar água em vasilhame de material de limpeza

Não adianta lavar mil vezes. Nunca reutilize galões de material de limpeza
ou de qualquer outro produto que tenha substância química para guardar água
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para consumo. A água pode ser contaminada e causar problemas à saúde.

26. (DPE/MS – 2015 – Administrador – FGV A frase “Não adianta


lavar mil vezes” mostra
a) a tendência ao exagero como efeito expressivo.
b) o aborrecimento com ações erradas, mas repetidas.
c) o destaque do motivo do erro citado.
d) a utilização de gíria para melhor efeito da mensagem.
e) a ênfase numa ação útil, mas ineficiente.

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Comentário: ninguém vai lavar mil vezes literalmente algo antes de usar,
não é? Essa expressão, “mil vezes”, é uma forma exagerada usada para dar
expressividade e ênfase ao texto. Em linguagem figurada, tal recurso é
chamado de hipérbole.
GABARITO: A

Diminuir a higiene pessoal

Deixar de escovar os dentes, de lavar a louça ou de dar descarga,


acumulando sujeira no corpo e em casa, não são as melhores formas de
economizar água, porque não adianta optar por isso em troco da saúde. O
ideal é economizar usando um copo com água na escovação, diminuindo a
louça usada para cozinhar (levar à panela à mesa em vez de usar um
refratário) e usar água de reuso no vaso sanitário.

27. (DPE/MS – 2015 – Administrador – FGV) Na frase “Escolas de São


Paulo vetam até escova de dente para economizar água.”, o emprego do até
mostra um modalizador, ou seja, um termo em que o enunciador do texto
expressa uma opinião.
Nesse caso, a opinião é de que
a) há um exagero na medida.
b) mostra um cuidado exemplar na medida tomada.
c) indica uma dúvida sobre o efeito pretendido.
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d) ocorrem inúmeros outros casos de economia de água.


e) demonstra um apoio à medida tomada.

Comentário: a tomada de opinião é contra a medida exagerada de


economizar água evitando que o aluno escove os dentes, o que é uma prática
extremamente necessária para a saúde bucal. O ”até” modaliza a fala do
autor, demonstrando a opinião dele. É um recurso argumentativo.
GABARITO: A

Observe a charge a seguir.

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28. (DPE/MS – 2015 – Administrador – FGV) Sobre a charge, assinale


a opção que indica a leitura inadequada.
a) A imagem do chão seco intensifica a seca.
b) O único pingo d’água indica falta de água.
c) A gota de água também pode indicar uma lágrima.
d) A ausência de água na torneira é uma crítica às autoridades.
e) A cor clara do céu mostra a presença do sol intenso.

Comentário: a charge faz uma crítica ao desperdício de água, o que leva à


falta dela. Tal crítica não está direcionada a ninguém ou ao governo de
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maneira específica, mas a todos que contribuem para esse quadro de seca.
Sendo assim, a alternativa D está incorreta.
GABARITO: D

“A saga do rapto de Helena e a subsequente Guerra de Troia continuam


sendo um dos melhores exemplos dos perigos da luxúria. No todo, a história
sugere quão imprudente é para um hóspede na casa de um homem levar
consigo, ao partir, a esposa do anfitrião. Acrescentamos a esse erro crasso a
dupla idiotice da raiva e da inveja, agravadas quando o marido abandonado,

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Menelau, insistiu nos direitos de um velho tratado e arrastou todo o seu reino
e os dos vizinhos em missão de vingança. Muitos deles demoraram quase vinte
anos na guerra e no retorno, para não falar na maioria que morreu, deixando
os lares e as famílias no desamparo e na ruína – mal sobrevivendo, sugerem
os registros, a assédios diversos e a desastres naturais.”
(Menelau e a esposa perdida, Stephen Weir)

29. (TJ/BA – 2015 – Analista Judiciário – FGV) O erro histórico


aludido nesse texto inclui um conjunto de defeitos humanos; aquele que está
caracterizado de forma imperfeita, por NÃO fazer parte do texto, é:
a) a imprudência do hóspede, que sequestrou a mulher de Menelau;
b) o espírito de vingança de Menelau, que arrastou os reinos gregos para
a Guerra de Troia;
c) a irresponsabilidade de alguns heróis, que deixaram suas famílias ao
desamparo;
d) a raiva e a inveja do marido traído, que provocou o conflito entre
gregos e troianos;
e) a beleza de Helena, que seduziu o hóspede do marido.

Comentário: o conjunto de defeitos humanos, citados no texto, inclui


luxúria, imprudência, raiva, inveja, desejo de vingança. Observe que não inclui
a beleza de Helena. Sendo assim, a alternativa E está INCORRETA.
“A saga do rapto de Helena e a subsequente Guerra de Troia continuam
sendo um dos melhores exemplos dos perigos da luxúria. No todo, a história
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sugere quão imprudente é para um hóspede na casa de um homem levar


consigo, ao partir, a esposa do anfitrião. Acrescentamos a esse erro crasso a
dupla idiotice da raiva e da inveja, agravadas quando o marido abandonado,
Menelau, insistiu nos direitos de um velho tratado e arrastou todo o seu reino
e os dos vizinhos em missão de vingança”.
GABARITO: E

“O caminho para baixo era estreito e íngreme, e tanto os homens quanto


os animais não sabiam onde estavam pisando, por causa da neve; todos os

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que saíam da trilha ou tropeçavam em algo perdiam o equilíbrio e


despencavam no precipício. A esses perigos eles resistiam, pois àquela altura
já se haviam acostumado a tais infortúnios, mas, por fim, chegaram a um
lugar onde o caminho era estreito demais para os elefantes e até para os
animais de carga. Uma avalanche anterior já havia arrastado cerca de
trezentos metros da encosta, ao passo que outra, mais recente, agravara
ainda mais a situação. A essa altura, os soldados mais uma vez perderam a
calma e quase caíram em desespero.”
(Políbio, Histórias)

30. (TJ/BA – 2015 – Analista Judiciário – FGV) Esse texto fala de um


outro erro histórico, cometido por Aníbal, general de Cartago, que pretendeu
chegar a Roma atravessando os Alpes durante o inverno.
Entre as razões abaixo, aquela que NÃO deve ser vista como causa dos
problemas enfrentados pelo exército de Aníbal é:
a) a estreiteza do caminho nas montanhas;
b) a não identificação do traçado dos caminhos;
c) a grande altura por que passavam as tropas;
d) a existência comum de avalanches;
e) o nervosismo e o desespero dos soldados.

Comentário: a única alternativa que traz uma situação que não pode ser
vista, segundo o texto, como a causa dos problemas enfrentados pelo exército
de Aníbal é a E, pois o nervosismo e o desespero dos soldados foi o resultado
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de uma sucessão de problemas, os quais estão relacionados nas alternativas A,


B, C e D.
GABARITO: E

“A história está repleta de erros memoráveis. Muitos foram cometidos por


pessoas bem-intencionadas que simplesmente tomaram decisões equivocadas
e acabaram sendo responsáveis por grandes tragédias. Outros, gerados por
indivíduos motivados por ganância e poder, resultaram de escolhas egoístas e
provocaram catástrofes igualmente terríveis.”

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(As piores decisões da história, Stephen Weir)

31. (TJ/BA – 2015 - Analista Judiciário – FGV) A primeira frase do


texto, no desenvolvimento desse texto, desempenha o seguinte papel:
a) aborda o tema de “erros memoráveis”, que são enumerados nos
períodos seguintes;
b) introduz um assunto, que é subdividido no restante do texto;
c) mostra a causa de algo cujas consequências são indicadas a seguir;
d) denuncia a história como uma sequência de erros cometidos por razões
explicitadas a seguir;
e) faz uma afirmação que é comprovada pelas exemplificações seguintes.

Comentário: vamos analisar as alternativas:


a) aborda o tema de “erros memoráveis”, que são enumerados nos
períodos seguintes; - ERRADO - Os erros em si não são abordados.
b) introduz um assunto, que é subdividido no restante do texto; -
CORRETO! O texto é dividido em três períodos. Um ele introduz o tema, que é
dividido em dois períodos de motivos.
c) mostra a causa de algo cujas consequências são indicadas a seguir; -
ERRADO - O Contrário. Mostra a consequência no primeiro período, depois as
causas.
d) denuncia a história como uma sequência de erros cometidos por
razões explicitadas a seguir; - ERRADO - Não há sequência de erros. Há um
tipo de erro cometido por pessoas bens intencionadas e outro tipo de erro
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cometido por pessoas mal intencionadas.


e) faz uma afirmação que é comprovada pelas exemplificações seguintes.
– ERRADO - Não há exemplificações, mas uma argumentação a partir de uma
análise crítica.
GABARITO: B

CONSTRUIR A REALIDADE
José Antonio Marina

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Todos queremos viver em liberdade e procuramos construir caminhos para


alcançar esse propósito. Se um problema atravessa nossas vidas, nos sentimos
impossibilitados de estar plenamente livres, pois há limitações e dificuldades
de atuar. Ficamos em uma rua sem saída.
Felizmente, a inteligência nos permite encontrar soluções e nos possibilita
criar alternativas. O pensamento liberta! Não nos contentamos em conhecer,
não nos basta possuir, não somos seres passivos. Nossos projetos buscam
conectar-se à realidade e ampliá-la. Por exemplo, milhares de pessoas leem
livros de autoajuda, pois desejam mudar sua própria realidade, ainda que os
resultados sejam pequenos. Então, por que continuam lendo? Porque a simples
ideia de que “se pode” mudar enche o coração de esperança.
Em muitas ocasiões, nos sentimos presos à realidade, sem poder agir,
limitados pelas contingências da vida. Felizmente, a inteligência nos diz que,
dentro de certos limites - a morte é um deles -, a realidade não está
totalmente decidida; está esperando que acabemos de defini-la. A realidade
não é bela nem feia, nem justa nem injusta, nem exultante nem deprimente,
não há maniqueísmo. A vida é um conjunto de possibilidades que devem ser
construídas. Por isso, nada é definitivo, tudo está por vir. As coisas adquirem
propriedades novas quando vamos em direção a elas com novos projetos.
Observemos essa explosão do real em múltiplas possibilidades. Cada coisa
é uma fonte de ocorrências, cada ponto se converte na intersecção de infinitas
retas, ou de infinitos caminhos. Cada vez mais se desfazem os limites entre o
natural e o artificial. 4
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32. (TJ/RJ – 2014 – Analista Judiciário – FGV) “procuramos construir


caminhos para alcançar esse propósito”; a forma adequada da transformação
da oração reduzida sublinhada em oração desenvolvida é:
a) para o alcance desse propósito;
b) para que alcançássemos esse propósito;
c) para alcançarmos esse propósito;
d) para que alcancemos esse propósito;
e) para que esse propósito fosse alcançado.

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Comentário: Para desenvolver as orações reduzidas, basta conjugar o


verbo (que está numa forma nominal) e inserir conector: [...] para que
(conector) alcancemos (verbo conjugado) esse propósito.
GABARITO: D

33. (TJ/RJ – 2014 – Analista Judiciário – FGV) Ao dizer que “Ficamos


em uma rua sem saída”, no final do primeiro parágrafo, o autor do texto se
refere:
a) à demorada procura da solução de um problema;
b) ao surgimento de um problema em nosso caminho;
c) à incapacidade de agirmos livremente;
d) ao encontro de limitações e dificuldades;
e) à possibilidade de descobrir um caminho.

Comentário: vamos analisar: um problema atravessa nossas vidas --- nos


sentimos impossibilitados de estar plenamente livres, ok, por quê?
>>>>>>>há limitações e dificuldades que nos levam a uma rua sem saída!
Sendo assim, a alternativa D está CORRETA, pois ficar em uma rua sem saída
é o mesmo que ir ao encontro do que nos limita!
GABARITO: D

34. (TJ/RJ – 2014 – Analista Judiciário – FGV) A inversão de termos


em uma das frases desse primeiro parágrafo do texto que se torna inadequada
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por modificar o sentido original é:


a) todos queremos viver em liberdade / todos queremos em liberdade
viver;
b) procuramos construir caminhos para alcançar esse propósito / para
alcançar esse propósito procuramos construir caminhos;
c) se um problema atravessa nossas vidas / se um problema nossas vidas
atravessa;
d) nos sentimos impossibilitados / sentimo-nos impossibilitados;
e) ficamos em uma rua sem saída / ficamos sem saída em uma rua.

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Comentário: atenção para a seguinte análise:


a) - NÃO MODIFICA O SENTIDO ORIGINAL - queremos o quê? - viver em
liberdade/em liberdade viver.
b) - NÃO MODIFICA O SENTIDO ORIGINAL - procuramos construir o quê?
- caminhos; com que finalidade? - para alcançar esse propósito.
c) - NÃO MODIFICA O SENTIDO ORIGINAL - quem atravessa? - um
problema.
d) - NÃO MODIFICA O SENTIDO ORIGINAL - não ocorre inversão; há
apenas uma contração do pronome oblíquo nos.
e) - MODIFICA O SENTIDO ORIGINAL - ficamos onde? - em uma rua;
como era a rua? - sem saída / como ficamos? - sem saída; onde? - em uma
rua.
GABARITO: E

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35. (Prefeitura de São Paulo - SP – AGPP I - 2016 - CESPE) De


acordo com as informações presentes no texto I,
A - observa-se nas cidades brasileiras um movimento no sentido da
preservação dos vestígios que sobraram de sua história.
B - as cidades brasileiras mais antigas tendem a conservar menos
vestígios materiais de seu passado.
C - as cidades brasileiras fundadas recentemente, por serem novas,
conservam poucos vestígios materiais de sua história.
D - as cidades brasileiras não guardam vestígios materiais relevantes de
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seu passado.
E - a forma como a sociedade brasileira se relaciona com suas memórias
mantém-se inalterada desde a fundação das cidades mais antigas do país.

Comentário:
A alternativa A é a correta para essa questão. Isso pode ser comprovado
no trecho: “Independentemente de qual tenha sido o estoque de
materialidades históricas que tenham conseguido salvar da destruição, as
cidades do país vêm hoje engajando-se decisivamente em um movimento de
preservação do que sobrou de seu passado,”
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Gabarito: A

36. (Prefeitura de São Paulo - SP – AGPP I - 2016 - CESPE)


Considerando as informações apresentadas no texto I, assinale a opção
correta.
A - O papel dos fotógrafos e dos geógrafos foi fundamental para a
preservação de inúmeros registros da história colonial e imperial da cidade de
São Paulo, assim como de sua história mais recente.
B - O patrimônio histórico-arquitetônico existente em Salvador foi
preservado graças a um movimento antigo e consciente de valorização,
preservação e restauração dos vestígios materiais de sua história.
C - O título de patrimônio cultural da humanidade foi concedido à cidade
de Olinda como reconhecimento pelo seu esforço de preservação e de
valorização do que sobrou de suas paisagens urbanas do período colonial.
D - O Morro do Castelo e algumas construções da passagem do século XIX
para o XX são exemplos de materialidades históricas que foram sacrificadas
para a construção do ‘corredor cultural’ do Rio de Janeiro.
E - O período de longa decadência econômica por que passaram Salvador
e Ouro Preto serviu para minimizar as agressões ao patrimônio histórico-
arquitetônico dessas cidades.

Comentário:
Analisando cada alternativa, temos:
A – incorreta – o papel dos fotógrafos e geógrafos foi importante porque
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eles possibilitaram que se tivesse uma noção do que foi a cidade através de
fotografias e do trabalho dos geógrafos. Mas eles não preservaram o seu
trabalho, como é afirmado na alternativa.
B – incorreta – segundo o texto, Salvador, e também Ouro Preto, tem
um patrimônio histórico-arquitetônico apreciável por conta da decadência
econômica e não por causa de um movimento de preservação, o que torna
essa alternativa incorreta e elege a letra E como a correta para essa
questão.

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C – incorreta – o trecho: “Olinda, fundada em 1537, orgulha-se de ser


patrimônio cultural da humanidade, mas esse título não lhe foi conferido em
razão dos testemunhos que sobraram da cidade antiga, em grande parte
substituída por construções em estilo eclético ou art déco do início do século
passado.” torna a afirmativa incorreta.
D – incorreta – segundo o texto, no segundo parágrafo, o “corredor
cultural” é que contém construções da virada do século XIX para o XX.
E – correta.
Gabarito: E

Em meio a catástrofes ambientais causadas pela ação do homem,


aumento de doenças físicas e mentais nos centros urbanos e intolerância às
diferenças sociais, religiosas e culturais, sobressai, das entranhas do Brasil, um
modelo saudável de harmonia entre homens e natureza: o Parque Indígena do
Xingu, criado há 55 anos. Essa experiência nacional, que oferece lições de
respeito e de resiliência aos problemas enfrentados pelo dito mundo civilizado,
é prova de que a ideia dos índios como seres primitivos está superada. Eles
desenvolvem culturas riquíssimas e conhecimentos interessantíssimos de
tecnologia leve – de clima, solo, espécies, plantas.
(Adaptado de Planeta/abr.2016, p.19.)

37. (FUNAI – 2016 - Engenheiro Agrônomo – ESAF) As informações


do texto acima permitem concluir que
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a) a concepção do índio como ser primitivo é equivocada e obsoleta.


b) modelos saudáveis de harmonia entre o ser humano e a natureza são
incompatíveis com a urbanização.
c) a humanidade é a causadora da maioria das catástrofes ambientais.
d) os centros urbanos se caracterizam pela disseminação incessante de
endemias e de doenças mentais.
e) as práticas sociais dos indígenas do Xingu fundamentam-se no respeito
à natureza e no conformismo diante de desastres naturais.

Comentário:

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Analisando as alternativas, temos:


a) a concepção do índio como ser primitivo é equivocada e obsoleta. –
CORRETA – no trecho: “é prova de que a ideia dos índios como seres
primitivos está superada”, comprovamos ser essa afirmativa verdadeira.
b) modelos saudáveis de harmonia entre o ser humano e a natureza são
incompatíveis com a urbanização. – errada – no texto consta que apesar dos
problemas advindos da urbanização e da atuação do homem, “sobressai, das
entranhas do Brasil, um modelo saudável de harmonia entre homens e
natureza”, que é o Parque Indígena do Xingu, mostrando que é possível
conviverem ser humano e natureza em harmonia.
c) a humanidade é a causadora da maioria das catástrofes ambientais. –
errada – no texto consta a seguinte afirmação “Em meio a catástrofes
ambientais causadas pela ação do homem”, que é muito vaga e não possibilita
que se afirme que a maioria ou a totalidade das catástrofes ambientais sejam
causadas pela humanidade.
d) os centros urbanos se caracterizam pela disseminação incessante de
endemias e de doenças mentais. – errada – consta uma citação às endemias e
doenças mentais no trecho: “aumento de doenças físicas e mentais nos centros
urbanos”, mas não se pode, a partir dessa citação, afirmar que elas sejam
características dos centros urbanos.
e) as práticas sociais dos indígenas do Xingu fundamentam-se no respeito
à natureza e no conformismo diante de desastres naturais. – errada – não há
informação sobre conformismo relativa às práticas sociais dos indígenas.
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Gabarito: A

No Brasil, não tinha havido batalhas memoráveis, nem catedrais, nem


divinas comédias, mas o Amazonas era o maior rio do mundo, as nossas
florestas eram monumentais, os nossos pássaros mais brilhantes e canoros. É
o que vemos em tantas obras do Romantismo brasileiro. Essa natureza, mãe e
fonte de orgulho, funcionou como correlativo dos sentimentos que o brasileiro
desejava exprimir como próprios, não apenas na poesia patriótica e intimista,
mas também na narrativa em prosa. Alguns contemporâneos de Álvares de

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Azevedo diziam que, apesar do grande talento, ele não era “brasileiro”. Por
quê? Porque falava pouco do mundo exterior e preferia temas universais.
(Adaptado de O Romantismo no Brasil, de Antonio Candido, p.89.)

38. (FUNAI – 2016 - Engenheiro Agrônomo – ESAF)Há elementos no


texto que permitem a seguinte inferência:
a) o patrimônio natural do Brasil é superior ao patrimônio cultural das
demais nações do planeta.
b) a exaltação da natureza e o nacionalismo preencheram, no
Romantismo brasileiro, a lacuna de uma nação sem passado glorioso.
c) a apologia de um passado glorioso e bélico cedeu lugar, no Romantismo
brasileiro, à incipiente consciência ecológica diante do patrimônio natural
brasileiro.
d) os temas universais foram rejeitados pelos escritores românticos, que
subestimavam a matriz étnica do povo brasileiro.
e) o patriotismo exacerbado dos escritores românticos estava
principalmente alicerçado na mentalidade escravocrata.

Comentário:
a) o patrimônio natural do Brasil é superior ao patrimônio cultural das
demais nações do planeta. – errada – consta citação à exaltação do patrimônio
natural do Brasil que estava presente nas obras do período Romântico, mas
não há informação de que ele seja superior ao das outras nações.
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b) a exaltação da natureza e o nacionalismo preencheram, no


Romantismo brasileiro, a lacuna de uma nação sem passado glorioso. –
Correta – no trecho: “No Brasil, não tinha havido batalhas memoráveis, nem
catedrais, nem divinas comédias, mas o Amazonas era o maior rio do mundo,
as nossas florestas eram monumentais, os nossos pássaros mais brilhantes e
canoros”, confirmamos pela citação de acontecimentos ocorridos no passado
de outras nações que essa afirmação é verdadeira.
c) a apologia de um passado glorioso e bélico cedeu lugar, no Romantismo
brasileiro, à incipiente consciência ecológica diante do patrimônio natural

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brasileiro. – errada – segundo o texto, o Brasil não possuía passado glorioso a


ser apologizado.
d) os temas universais foram rejeitados pelos escritores românticos, que
subestimavam a matriz étnica do povo brasileiro. – errada – “a matriz étnica
do povo brasileiro” não foi subestimada, pelo contrário, foi exaltada no
Romantismo, como podemos confirmar no trecho: “É o que vemos em tantas
obras do Romantismo brasileiro. Essa natureza, mãe e fonte de orgulho,
funcionou como correlativo dos sentimentos que o brasileiro desejava exprimir
como próprios”.
e) o patriotismo exacerbado dos escritores românticos estava
principalmente alicerçado na mentalidade escravocrata. – errada – não há
informação no texto sobre “mentalidade escravocrata”.
Gabarito: B

Ódio ao Semelhante – Sobre a Militância de Tribunal

Ninguém pode negar o conflito como parte fundamental do fenômeno


político. Só existe política porque existem diferenças, discordâncias, visões de
mundo que se distanciam, ideologias, lutas por direitos, por hegemonia. Isso
quer dizer que no cerne do fenômeno político está a democracia como um
desejo de participação que implica as tenções próprias à diferença que busca
um lugar no contexto social. [...]
Esse texto não tem por finalidade tratar da importância do conflito ou da
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crítica, mas analisar um fenômeno que surgiu, e se potencializou, na era das


redes sociais: a “militância de tribunal”. Essa prática é apresentada como
manifestação de ativismo político, mas se reduz ao ato de proferir
julgamentos, todos de natureza condenatória, contra seus adversários e,
muitas vezes, em desfavor dos próprios parceiros de projeto político. São
típicos julgamentos de exceção, nos quais a figura do acusador e do julgador
se confundem, não existe uma acusação bem delimitada, nem a oportunidade
do acusado se defender. Nesses julgamentos, que muito revela do “militante
de tribunal”, os eventuais erros do “acusado”, por um lado, são
potencializados, sem qualquer compromisso com a facticidade; por outro,

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perdem importância para a hipótese previamente formulada pelo acusador-


julgador, a partir de preconceitos, perversões, ressentimentos, inveja e,
sobretudo, ódio.
Ódio direcionado ao inimigo, aquele com o qual o “acusador-julgador” não
se identifica e, por essa razão, nega a possibilidade de dialogar e, o que tem se
tornado cada vez mais frequente, o ódio relacionado ao próximo, aquele que é,
ou deveria ser, um aliado nas trincheiras políticas. Ódio que nasce daquilo que
Freud chamou de “narcisismo das pequenas diferenças”. Ódio ao semelhante,
aquele que admiramos, do qual somos “parceiros”, ao qual, contudo,
dedicamos nosso ódio sempre que ele não faz exatamente aquilo que deveria –
ou o que nós acreditamos que deveria – fazer.
Exemplos não faltam. Pense-se na militante feminista que gasta mais
tempo a “condenar” outras mulheres, a julgar outros “feminismos”, do que no
enfrentamento concreto à dominação masculina. A Internet está cheia de
exemplos de especialistas em julgamento e condenação. A caça por sucesso
naquilo que imaginam ser o “clubinho das feministas” (por muitas que se
dizem feministas enquanto realizam o feminismo como uma mera moral) tem
algo da antiga caça às bruxas que regozija até hoje o machismo estrutural.
Nunca se verá a “militante de tribunal feminista” em atitude isenta elogiando a
postura correta, mas sempre espetacularizando a postura “errada” daquela
que deseja condenar. Muitas constroem seus nomes virtuais, seu capital
político, aquilo que imaginam ser um verdadeiro protagonismo feminista, no
meio dessas pequenas guerras e linchamentos virtuais nas quais se
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consideram vencedoras pela gritaria. Há, infelizmente, feministas que se


perdem, esvaziam o feminismo e servem de espetáculo àqueles que adoram
odiar o feminismo. [...] Apoio mesmo, concreto, às grandes lutas do
feminismo, isso não, pois não é tão fácil nem deve dar tanto prazer quanto a
condenação no tribunal virtual montado em sua própria casa. [...]
(Marcia Tiburi e Rubens Casara. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/01/odio-ao-
semelhante-sobre-a-militancia-detribunal/. Publicado dia: 10/01/2016. Adaptado.)

39. (TJ/MG – 2016 – Estagiário – CONSULPLAN) Considerando as


ideias apresentadas no texto, analise as afirmativas a seguir.

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I. A negação da existência do conflito é também a negação de que


haja um fenômeno político.
II. No 3º§ do texto, a referida possibilidade de diálogo é negada pelos
dois interlocutores que deveriam participar de tal prática.
III. A “militância de tribunal”, virtual, tornou-se um assunto com nível
de importância superior às questões que envolvem debates críticos na atual
era das redes sociais.
Está(ão) de acordo com o texto apenas a(s) afirmativa(s)
A) I.
B) III.
C) I e II.
D) II e III.

Comentário:
Analisando as afirmativas, temos:
I – correta – pode ser confirmada no primeiro período do texto.
II – errada – no trecho: “Ódio direcionado ao inimigo, aquele com o qual o
“acusador-julgador” não se identifica e, por essa razão, nega a possibilidade de
dialogar.”, não há negação de diálogo de dois interlocutores e sim do
“acusador-julgador” em relação ao “inimigo”.
III – errada – segundo o texto, a “militância de tribunal” surge nas redes
sociais “como manifestação de ativismo político, mas se reduz ao ato de
proferir julgamentos, todos de natureza condenatória, contra seus
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adversários”.
Está correta, portanto, somente a afirmativa I.
Gabarito: A

[...] Entrevistador – Como você vê o papel do escritor em um país como o


Brasil?
*João Antônio – Para mim, o escritor, enquanto escreve, é exclusivamente
um escritor – operário da palavra queimando olhos e criando corcunda sobre o
papel e a máquina. Pronto o livro, o autor brasileiro não deve fugir à realidade
de que é um vendedor, como um vendedor de cebolas ou batatas. Mas com

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uma diferença, é claro: no Brasil o livro não é considerado como produto de


primeira necessidade, como os cereais. Também por isso, há de se sair a
campo e de se divulgar o que se sabe fazer. Efetivamente, é mais do que um
camelô de sua área: conversa sobre a obra, mas o ideal é que ouça muito o
seu parceiro, o leitor. Que jamais se estabeleça um clima formal, doutoral,
beletrístico, mas de debate, discussão, questionamento, amizade. Se o escritor
se enclausura numa torre, se atende apenas à onda geral da feira de vaidades
que é a chamada vida literária, jamais poderá sentir a realidade de seu
público.
(ANTÔNIO, João. Malagueta, Perus e Bacanaço. São Paulo: Ática, 1998. Fragmento.)

*João Antônio Ferreira Filho (1937-1996), escritor paulista, é considerado


um dos melhores contistas brasileiros do século XX.

40. (TJ/MG – 2016 – Estagiário – CONSULPLAN) Em sua resposta, o


entrevistado utiliza-se de um recurso de expressão para referir-se ao escritor
em que
A) há uma aparente contradição entre conceitos distintos.
B) a construção do discurso apresenta ambiguidade, se analisada de
forma criteriosa.
C) é possível identificar o emprego de vocábulos indicadores de
regionalismo linguístico.
D) o raciocínio é construído pela projeção de analogias entre domínios,
distintos, da experiência.
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Comentário:
É feita, através da expressão “operário da máquina”, uma analogia entre a
profissão de escritor e a profissão de operário, que têm como semelhança a
ideia de que ambos são meros trabalhadores.
Gabarito: D

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Texto base para as duas próximas questões.

As tendências que levaram D. Pedro II a querer dissimular o imenso


poderio de que efetivamente dispunha e, é bom dizê-lo, que não lhe é
regateado pela Constituição, faziam que fosse buscar, para ministros, aqueles
que pareciam mais dóceis à sua vontade, ou que esperava poder submeter
algum dia às decisões firmes, ainda que tácitas, da Coroa. Se não se recusa,
conforme as circunstâncias, a pôr em uso algumas regras do parlamentarismo,
jamais concordará em aceitar as que lhe retirariam a faculdade de nomear e
demitir livremente os ministros de Estado para confiá-la a uma eventual
maioria parlamentar. E se afeta ceder nesse ponto, é que há coincidência entre
sua vontade e a da maioria, ao menos no que diz respeito à nomeação. Ou
então é porque não tem objeções sérias contra o chefe majoritário. Quando
nenhum desses casos se oferece, discricionariamente exerce a escolha, e sabe
que pode exercê-la, porque se estriba no art. 101, n.º 6, da Constituição do
Império.
Sérgio Buarque de Hollanda. O Brasil monárquico. Do Império à República. In:
coleção História geral da civilização brasileira. São Paulo: Difusão Europeia do Livro,
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1972, tomo II, vol. 5. p. 21 (com adaptações).

01. (CAM/DEP – 2014 – Analista Legislativo – CESPE/ UnB)


Depreende-se do texto que o “art. 101, n.º 6, da Constituição do Império”
tornou-se letra morta em decorrência da prática política adotada por D. Pedro
II.
( ) Certo
( ) Errado

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02. (MPU – 2015 – Técnico do MPU – CESPE) Depreende-se das


informações do texto que, nos crimes cibernéticos chamados impuros ou
impróprios, o resultado extrapola o universo virtual e atinge bens materiais
alheios à informática.
( ) Certo
00000000000

( ) Errado

03. (MPU – 2015 – Técnico do MPU – CESPE) Ainda com base no texto
da questão anterior, infere-se dos fatos apresentados que a consideração de
crime para os delitos cibernéticos foi determinada há várias décadas, desde o
surgimento da Internet.
( ) Certo
( ) Errado

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04. (CGE-PI – 2014 – Auditor Governamental – CESPE) Infere-se da


leitura do texto que, para o autor, os baianos não são naturalmente adeptos
00000000000

da alimentação natural.
( ) Certo
( ) Errado

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05. (FUB – 2015 – Todos os cargos – CESPE) Depreende-se do texto


que o Brasil vive um momento de grande incerteza econômica, principalmente
por não haver avançado o suficiente no campo da tecnologia.
( ) Certo
( ) Errado

Texto base para as quatro questões que seguem.

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06. (TRE-GO – 2015 – Analista Judiciário – CESPE) os instrumentos


legais acerca da legislação eleitoral que surgiram logo após a promulgação da
Constituição de 1891 tinham os objetivos de ampliar a parcela votante da
população e diminuir as fraudes ocorridas durante o processo eleitoral, mas
fracassaram nesses aspectos.
( ) Certo
( ) Errado

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07. (TRE-GO – 2015 – Analista Judiciário – CESPE) O fim do voto


censitário e a manutenção do voto direto foram importantes porque denotaram
a preocupação do governo com o povo e constituíram o início do processo
democrático no Brasil.
( ) Certo
( ) Errado

08. (TRE-GO – 2015 – Analista Judiciário – CESPE) Nos primeiros


anos após a Proclamação da República, os civis e os militares discordavam
quanto à autonomia que deveria ser dada pelo governo às unidades regionais.
( ) Certo
( ) Errado

09. (TRE-GO – 2015 – Analista Judiciário – CESPE) A instabilidade


observada nos anos que se seguiram à Proclamação da República deveu-se ao
súbito ganho de poder dos civis, o que, de acordo com o texto, gerou acirradas
disputas com os militares, tradicionais detentores do poder.
( ) Certo
( ) Errado

Texto base para as duas questões que seguem.

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10. (TRE-GO – 2015 – Analista Judiciário – CESPE) A Constituição


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Federal de 1988 é denominada de Constituição Cidadã por conferir ênfase à


titularidade do exercício do poder pelo povo, como se pode observar no texto
do artigo 14 da Carta Magna.
( ) Certo
( ) Errado

11. (TRE-GO – 2015 – Analista Judiciário – CESPE) Foi necessária a


promulgação da Carta Magna de 1988 para que o exercício do poder pelo povo
virasse realidade.

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( ) Certo
( ) Errado

O tráfico internacional de drogas começou a desenvolver-se em meados


da década de 70, tendo tido o seu boom na década de 80. Esse
desenvolvimento está estreitamente ligado à crise econômica mundial. O
narcotráfico determina as economias dos países produtores de coca e, ao
mesmo tempo, favorece principalmente o sistema financeiro mundial. O
dinheiro oriundo da droga corresponde à lógica do sistema financeiro, que é
eminentemente especulativo. Este necessita, cada vez mais, de capital “livre”
para girar, e o tráfico de drogas promove o “aparecimento mágico” desse
capital que se acumula de modo rápido e se move velozmente.
A América Latina participa do narcotráfico na qualidade de maior
produtora mundial de cocaína, e um de seus países, a Colômbia, detém o
controle da maior parte do tráfico internacional. A cocaína gera “dependência”
em grupos econômicos e até mesmo nas economias de alguns países, como
nos bancos da Flórida, em algumas ilhas do Caribe ou nos principais países
produtores — Peru, Bolívia e Colômbia, para citar apenas os casos de maior
destaque. Na Bolívia, os lucros com o narcotráfico chegam a US$ 1,5 bilhão
contra US$ 2,5 bilhões das exportações legais.
Na Colômbia, o narcotráfico gera de US$ 2 a 4 bilhões, enquanto as
exportações oficiais geram US$ 5,25 bilhões. Nesses países, a corrupção é
generalizada. Os narcotraficantes controlam o governo, as forças armadas, o
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corpo diplomático e até as unidades encarregadas do combate ao tráfico. Não


há setor da sociedade que não tenha ligação com os traficantes e até mesmo a
Igreja recebe contribuições destes.
Oswaldo Coggiola

12. (Polícia Federal – 2014 – Agente – CESPE) Depreende-se do texto


uma discrepância na ligação do narcotráfico com a Igreja e com unidades de
combate ao tráfico.
( ) Certo
( ) Errado

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Diante do futuro

Que me importa o presente? No futuro é que está a existência dos


verdadeiros homens. Guyau*, a quem não me canso de citar, disse em uma de
suas obras estas palavras: “Porventura sei eu se viverei amanhã, se viverei
mais uma hora, se a minha mão poderá terminar esta linha que começo? A
vida está por todos os lados cercada pelo Desconhecido. Todavia executo,
trabalho, empreendo; e em todos os meus atos, em todos os meus
pensamentos, eu pressuponho esse futuro com o qual nada me autoriza a
contar. A minha atividade excede em cada minuto o instante presente,
estende-se ao futuro. Eu consumo a minha energia sem recear que esse
consumo seja uma perda estéril, imponho-me privações, contando que o
futuro as resgatará − e sigo o meu caminho. Essa incerteza que me comprime
de todos os lados equivale para mim a uma certeza e torna possível a minha
liberdade − é o fundamento da moral especulativa com todos os riscos. O meu
pensamento vai adiante dela, com a minha atividade; ele prepara o mundo,
dispõe do futuro. Parece-me que sou senhor do infinito, porque o meu poder
não é equivalente a nenhuma quantidade determinada; quanto mais trabalho,
mais espero.”
* Jean-Marie Guyau (1854-1888), filósofo e poeta francês. (PRADO, Antonio Arnoni
(org.). Lima Barreto: uma autobiografia literária. São Paulo: Editora 34, 2012. p. 164)

13. (TRT-2ª – 2014 00000000000

- ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) Lima Barreto vale-se do texto de Guyau para
defender a tese de que
(A) as projeções do futuro só importam quando estiverem visceralmente
ligadas às experiências do presente.
(B) o futuro ganha plena importância quando temos a convicção de que
todas as nossas ações são duradouras.
(C) as ações do presente têm sua importância determinada pelo valor
intrínseco de que se revestem.

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(D) as ações do presente ganham sentido quando projetadas e


executadas com vistas ao futuro.
(E) o futuro só é do nosso domínio quando nossas ações no tempo
presente logram antevê-lo e iluminá-lo.

14. (TRT-2ª – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA


ADMINISTRATIVA – FCC) O fato de nossa vida estar cercada pelo
Desconhecido não deve implicar uma restrição aos empreendimentos
humanos, já que, para Guyau,
(A) a incerteza do futuro não elimina a possibilidade de tomá-lo como
parâmetro dos nossos empreendimentos.
(B) os nossos atos tendem a se tornar estéreis quando pautados por uma
visão otimista do futuro.
(C) a brevidade do tempo que temos para viver autoriza-nos a viver o
presente com o máximo de intensidade.
(D) o fundamento da moral especulativa está em planejar o futuro sem
atentar para as circunstâncias presentes.
(E) o trabalho estéril executado no presente acumula energias que serão
desfrutadas no futuro.

Questão de gosto

A expressão parece ter sido criada para encerrar uma discussão. Quando
alguém apela para a tal da “questão de gosto”, é como se dissesse: “chega de
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conversa, inútil discutir”.


A partir daí nenhuma polêmica parece necessária, ou mesmo possível.
“Você gosta de Beethoven? Eu prefiro ouvir fanfarra de colégio.” Questão de
gosto.
Levada a sério, radicalizada, a “questão de gosto” dispensa razões e
argumentos, estanca o discurso crítico, desiste da reflexão, afirmando
despoticamente a instância definitiva da mais rasa subjetividade. Gosto disso,
e pronto, estamos conversados.

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Ao interlocutor, para sempre desarmado, resta engolir em seco o gosto


próprio, impedido de argumentar. Afinal, gosto não se discute. Mas se tudo é
questão de gosto, a vida vale a morte, o silêncio vale a palavra, a ausência
vale a presença − tudo se relativiza ao infinito. Num mundo sem valores a
definir, em que tudo dependa do gosto, não há lugar para uma razão ética,
uma definição de princípios, uma preocupação moral, um empenho numa
análise estética. O autoritarismo do gosto, tomado em sentido absoluto, apaga
as diferenças reais e proclama a servidão ao capricho. Mas há quem goste das
fórmulas ditatoriais, em vez de enfrentar o desafio de ponderar as nossas
contradições.
(Emiliano Barreira, inédito)

15. (TRT-2ª – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA


ADMINISTRATIVA – FCC) Definida como instância definitiva da mais rasa
subjetividade, a questão de gosto opõe-se, terminantemente,
(A) à atribuição de mérito à naturalidade de uma primeira impressão.
(B) ao primado do capricho pessoal, ao qual tantas vezes se apela.
(C) à dinâmica de argumentos criteriosos na condução de uma polêmica.
(D) ao subterfúgio de que nos valemos para evitar um princípio de
discussão.
(E) ao princípio da recusa a qualquer fundamentação racional numa
discussão.

16. (TRT-2ª – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA


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ADMINISTRATIVA – FCC) Atente para as seguintes afirmações:

I. No 1º parágrafo, a menção a Beethoven e a fanfarra de colégio ilustra


bem a disposição do autor em colocar lado a lado manifestações artísticas de
valor equivalente.
II. No 2º parágrafo, o termo despoticamente qualifica o modo pelo qual
alguns interlocutores dispõem-se a desenvolver uma polêmica.
III. No 3º parágrafo, a expressão servidão ao capricho realça a
acomodação de quem não se dispõe a enfrentar a argumentação crítica.

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Em relação ao texto está correto o que se afirma APENAS em


(A) I.
(B) I e II.
(C) II.
(D) II e III.
(E) III.

17. (TRT-2ª – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA


ADMINISTRATIVA – FCC) Ao longo do texto o autor se vale de expressões
de sentido antagônico, para bem marcar a oposição entre uma razão crítica e
uma mera manifestação do gosto. É o que se constata quando emprega
(A) encerrar uma discussão e nenhuma polêmica.
(B) engolir em seco e impedido de argumentar.
(C) desafio de ponderar e estanca o discurso crítico.
(D) tudo é questão de gosto e tudo se relativiza.
(E) servidão ao capricho e fórmulas ditatoriais.

Sobre a publicação de livros

Muito se tem discutido, recentemente, sobre direitos e restrições na


publicação de livros. Veja-se o que dizia o filósofo Voltaire, em 1777: “Não vos
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parece, senhores, que em se tratando de livros, só se deve recorrer aos


tribunais e soberanos do Estado quando o Estado estiver sendo comprometido
nesses livros? Quem quiser falar com todos os seus compatriotas só poderá
fazê-lo por meio de livros: que os imprima, então, mas que responda por sua
obra. Se ela for ruim, será desprezada; se for provocadora, terá sua réplica; se
for criminosa, o autor será punido; se for boa, será aproveitada, mais cedo ou
mais tarde.”
(Voltaire, O preço da justiça. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Martins
Fontes, 2001. p. 56)

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18. (TRT-2ª – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA


ADMINISTRATIVA – FCC) A posição de Voltaire está corretamente
resumida na seguinte frase:
(A) A publicação de livros é uma questão de Estado e somente na
instância do Estado deve ser administrada. (B) Os autores de livros, soberanos
para emitir suas opiniões, devem permanecer à margem das sanções dos
tribunais.
(C) A única consequência admissível da publicação de um livro é a reação
do público leitor, a quem cabe o juízo definitivo.
(D) Afora alguma razão de Estado, não se deve incriminar um autor pela
divulgação de suas ideias.
(E) O Estado só deve ser invocado para julgar um livro quando isso
constituir manifesta exigência do público.

Atenção: Para responder à questão a seguir, considere o texto:

O MAQUINISTA empurra a manopla do acelerador. O trem cargueiro


começa a avançar pelos vastos e desertos prados do Cazaquistão, deixando
para trás a fronteira com a China.
O trem segue mais ou menos o mesmo percurso da lendária Rota da
Seda, antigo caminho que ligava a China à Europa e era usado para o
transporte de especiarias, pedras preciosas e, evidentemente, seda, até cair
em desuso, seis séculos atrás.
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Hoje, a rota está sendo retomada para transportar uma carga igualmente
preciosa: laptops e acessórios de informática fabricados na China e enviados
por trem expresso para Londres, Paris, Berlim e Roma.
A Rota da Seda nunca foi uma rota única, mas sim uma teia de caminhos
trilhados por caravanas de camelos e cavalos a partir de 120 a.C., quando
Xi'an − cidade do centro-oeste chinês, mais conhecida por seus guerreiros de
terracota − era a capital da China.
As caravanas começavam cruzando os desertos do oeste da China,
viajavam por cordilheiras que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas e

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então percorriam as pouco povoadas estepes da Ásia Central até o mar Cáspio
e além.
Esses caminhos floresceram durante os primórdios da Idade Média. Mas, à
medida que a navegação marítima se expandiu e que o centro político da
China se deslocou para Pequim, a atividade econômica do país migrou na
direção da costa.
Hoje, a geografia econômica está mudando outra vez. Os custos
trabalhistas nas cidades do leste da China dispararam na última década. Por
isso as indústrias estão transferindo sua produção para o interior do país.
O envio de produtos por caminhão das fábricas do interior para os portos
de Shenzhen ou Xangai − e de lá por navios que contornam a Índia e cruzam o
canal de Suez − é algo que leva cinco semanas. O trem da Rota da Seda reduz
esse tempo para três semanas. A rota marítima ainda é mais barata do que o
trem, mas o custo do tempo agregado por mar é considerável.
Inicialmente, a experiência foi realizada nos meses de verão, mas agora
algumas empresas planejam usar o frete ferroviário no próximo inverno
boreal. Para isso adotam complexas providências para proteger a carga das
temperaturas que podem atingir 40°C negativos.
(Adaptado de: www1.folhauol.com.br/FSP/newyorktimes/122473)

19. (TRT-19 – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC) Depreende-se


corretamente do texto:
(A) A lendária Rota da Seda foi abandonada porque as caravanas de
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camelos e cavalos tinham dificuldade de enfrentar o frio extremo da região.


(B) A expansão da navegação marítima colaborou para que, no passado, a
atividade comercial da China migrasse na direção da costa.
(C) O frete ferroviário deve ser substituído pelo transporte marítimo no
inverno, já que a carga a ser transportada pode ser danificada pelas baixas
temperaturas.
(D) A partir da retomada da Rota da Seda, as fábricas chinesas voltaram a
exportar quantidades significativas de especiarias.
(E) A navegação chinesa se expandiu e o transporte marítimo atingiu o
seu auge durante a época em que Xi’an era a capital da China.

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As 4 questões a seguir baseiam-se no texto apresentado abaixo.

Caipiradas

A gente que vive na cidade procurou sempre adotar modos de ser, pensar
e agir que lhe pareciam os mais civilizados, os que permitem ver logo que uma
pessoa está acostumada com o que é prescrito de maneira tirânica pelas
modas – moda na roupa, na etiqueta, na escolha dos objetos, na comida, na
dança, nos espetáculos, na gíria. A moda logo passa; por isso, a gente da
cidade deve e pode mudar, trocar de objetos e costumes, estar em dia. Como
consequência, se entra em contato com um grupo ou uma pessoa que não
mudaram tanto assim; que usam roupa como a de dez anos atrás e
respondem a um cumprimento com certa fórmula desusada; que não sabem
qual é o cantor da moda nem o novo jeito de namorar; quando entra em
contato com gente assim, o citadino diz que ela é caipira, querendo dizer que é
atrasada e portanto meio ridícula.
Diz, ou dizia; porque hoje a mudança é tão rápida que o termo está
saindo das expressões de todo dia e serve mais para designar certas
sobrevivências teimosas ou alteradas do passado: músicas caipiras, festas
caipiras, danças caipiras, por exemplo. Que, aliás, na maioria das vezes,
conhecemos não praticadas por caipiras, mas por gente que finge de caipira e
usa a realidade do seu mundo como um produto comercial pitoresco.
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Nem podia ser de outro modo, porque o mundo em geral está mudando
depressa demais, e nada pode ficar parado. Hoje, creio que não se pode falar
mais de criatividade cultural no universo do caipira, porque ele quase acabou.
O que há é impulso adquirido, resto, repetição – ou paródia e imitação
deformada, mais ou menos parecida. Há, registre-se, iniciativas culturais com
o fito de fixar o que sobra de autêntico no mundo caipira. É o caso do disco
Caipira. Raízes e frutos, do selo Eldorado, gravado em 1980, que será
altamente apreciado por quantos se interessem por essa cultura tão especial, e
já quase extinta.
(Adaptado de Antonio Candido, Recortes)

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20. (TRT/16 – 2012 - TECNICO JUDICIÁRO – FCC) No primeiro


parágrafo, estabelece-se uma contraposição entre as expressões
(A) “logo passa” e “estar em dia”, destacando parâmetros adotados pelos
caipiras.
(B) “de maneira tirânica” e “está acostumada”, enfatizando as críticas dos
citadinos aos modos caipiras.
(C) “deve” e “pode mudar”, sublinhando os impulsos a que os caipiras têm
que se render.
(D) “é atrasada” e “meio ridícula”, acentuando a variabilidade que ocorre
com as modas.
(E) “mais civilizados” e “fórmula desusada”, identificando pontos de vista
adotados pelos citadinos.

21. (TRT/16 – 2012 - TECNICO JUDICIÁRO – FCC) Atente para as


seguintes afirmações sobre o primeiro parágrafo:

I. Com a expressão “o que é prescrito de maneira tirânica”, o autor está


qualificando modos de ser, pensar e agir, com cuja imposição os citadinos
estão acostumados.
II. A submissão dos citadinos aos valores da moda é a causa de uma
alternância de valores que reflete uma clara hesitação entre o que é velho e o
que é novo.
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III. No último e longo período, a sequência de pontos e vírgulas destaca


uma enumeração de traços que identificam um caipira aos olhos do citadino.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma em:

(A) II e III, apenas.


(B) I e II, apenas.
(C) I, II e III.
(D) III, apenas.
(E) I e III, apenas.

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22. (TRT/16 – 2012 - TECNICO JUDICIÁRO – FCC) Atentando-se para


o 2º parágrafo, é correto afirmar que o segmento
(A) “Diz, ou dizia” sugere a velocidade com que um novo elemento da
moda aprimora um anterior.
(B) “certas sobrevivências teimosas ou alteradas” designa a precária
permanência de costumes caipiras.
(C) “o termo está saindo das expressões de todo dia” refere-se à moda
que deixa de ser seguida.
(D) “um produto comercial pitoresco” traduz a maneira pela qual o
citadino reconhece a moda que ele mesmo promove.
(E) “a realidade do seu mundo” está-se referindo ao universo do citadino.

23. (TRT/16 – 2012 - TECNICO JUDICIÁRO – FCC) Ao afirmar que o


universo do caipira (...) quase acabou, o autor emprega o termo quase em
função
(A) de remanescerem repetições e paródias que aludem ao mundo caipira.
(B) de as mudanças do nosso tempo ocorrerem em alta velocidade.
(C) de iniciativas culturais que reavivam e fortalecem os costumes
caipiras.
(D) da fermentação cultural que se propaga criativamente nesse universo.
(E) da autenticidade que o citadino ainda reconhece nos costumes
caipiras.
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24. (DPE/MS – 2015 – Administrador – FGV) A charge é produzida


com alusão
a) à crise de energia no país.
b) à perda de controle da inflação.
c) ao aumento geral de preços.
d) à falta grave de água.
e) ao consumo exagerado de álcool.

Os sete erros que devem ser evitados em tempos de seca

O primeiro desses “erros” era “usar água da chuva para beber, tomar
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banho e cozinhar”. Segundo o aviso, “A água da chuva armazenada em casa


não pode ser usada para beber, tomar banho e cozinhar porque ela contém
uma alta concentração de poluentes atmosféricos, que podem causar mal à
saúde. Essa água só é indicada para consumo com tratamento químico, feito
somente por especialistas, não bastando ferver ou filtrar. Por isso, é melhor
usá-la apenas na limpeza da casa”.

25. (DPE/MS – 2015 – Administrador – FGV) Segundo o aviso, o


problema principal da água da chuva é

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a) o armazenamento deficiente.
b) a utilização inadequada.
c) a composição química.
d) a falta de tratamento.
e) o emprego generalizado.

Guardar água em vasilhame de material de limpeza

Não adianta lavar mil vezes. Nunca reutilize galões de material de limpeza
ou de qualquer outro produto que tenha substância química para guardar água
para consumo. A água pode ser contaminada e causar problemas à saúde.

26. (DPE/MS – 2015 – Administrador – FGV A frase “Não adianta


lavar mil vezes” mostra
a) a tendência ao exagero como efeito expressivo.
b) o aborrecimento com ações erradas, mas repetidas.
c) o destaque do motivo do erro citado.
d) a utilização de gíria para melhor efeito da mensagem.
e) a ênfase numa ação útil, mas ineficiente.

Diminuir a higiene pessoal

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Deixar de escovar os dentes, de lavar a louça ou de dar descarga,


acumulando sujeira no corpo e em casa, não são as melhores formas de
economizar água, porque não adianta optar por isso em troco da saúde. O
ideal é economizar usando um copo com água na escovação, diminuindo a
louça usada para cozinhar (levar à panela à mesa em vez de usar um
refratário) e usar água de reuso no vaso sanitário.

27. (DPE/MS – 2015 – Administrador – FGV) Na frase “Escolas de São


Paulo vetam até escova de dente para economizar água.”, o emprego do até

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mostra um modalizador, ou seja, um termo em que o enunciador do texto


expressa uma opinião.
Nesse caso, a opinião é de que
a) há um exagero na medida.
b) mostra um cuidado exemplar na medida tomada.
c) indica uma dúvida sobre o efeito pretendido.
d) ocorrem inúmeros outros casos de economia de água.
e) demonstra um apoio à medida tomada.

Observe a charge a seguir.

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28. (DPE/MS – 2015 – Administrador – FGV) Sobre a charge, assinale


a opção que indica a leitura inadequada.
a) A imagem do chão seco intensifica a seca.
b) O único pingo d’água indica falta de água.
c) A gota de água também pode indicar uma lágrima.
d) A ausência de água na torneira é uma crítica às autoridades.
e) A cor clara do céu mostra a presença do sol intenso.

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“A saga do rapto de Helena e a subsequente Guerra de Troia continuam


sendo um dos melhores exemplos dos perigos da luxúria. No todo, a história
sugere quão imprudente é para um hóspede na casa de um homem levar
consigo, ao partir, a esposa do anfitrião. Acrescentamos a esse erro crasso a
dupla idiotice da raiva e da inveja, agravadas quando o marido abandonado,
Menelau, insistiu nos direitos de um velho tratado e arrastou todo o seu reino
e os dos vizinhos em missão de vingança. Muitos deles demoraram quase vinte
anos na guerra e no retorno, para não falar na maioria que morreu, deixando
os lares e as famílias no desamparo e na ruína – mal sobrevivendo, sugerem
os registros, a assédios diversos e a desastres naturais.”
(Menelau e a esposa perdida, Stephen Weir)

29. (TJ/BA – 2015 – Analista Judiciário – FGV) O erro histórico


aludido nesse texto inclui um conjunto de defeitos humanos; aquele que está
caracterizado de forma imperfeita, por NÃO fazer parte do texto, é:
a) a imprudência do hóspede, que sequestrou a mulher de Menelau;
b) o espírito de vingança de Menelau, que arrastou os reinos gregos para
a Guerra de Troia;
c) a irresponsabilidade de alguns heróis, que deixaram suas famílias ao
desamparo;
d) a raiva e a inveja do marido traído, que provocou o conflito entre
gregos e troianos;
e) a beleza de Helena, que seduziu o hóspede do marido.
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“O caminho para baixo era estreito e íngreme, e tanto os homens quanto


os animais não sabiam onde estavam pisando, por causa da neve; todos os
que saíam da trilha ou tropeçavam em algo perdiam o equilíbrio e
despencavam no precipício. A esses perigos eles resistiam, pois àquela altura
já se haviam acostumado a tais infortúnios, mas, por fim, chegaram a um
lugar onde o caminho era estreito demais para os elefantes e até para os
animais de carga. Uma avalanche anterior já havia arrastado cerca de
trezentos metros da encosta, ao passo que outra, mais recente, agravara

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ainda mais a situação. A essa altura, os soldados mais uma vez perderam a
calma e quase caíram em desespero.”
(Políbio, Histórias)

30. (TJ/BA – 2015 – Analista Judiciário – FGV) Esse texto fala de um


outro erro histórico, cometido por Aníbal, general de Cartago, que pretendeu
chegar a Roma atravessando os Alpes durante o inverno.
Entre as razões abaixo, aquela que NÃO deve ser vista como causa dos
problemas enfrentados pelo exército de Aníbal é:
a) a estreiteza do caminho nas montanhas;
b) a não identificação do traçado dos caminhos;
c) a grande altura por que passavam as tropas;
d) a existência comum de avalanches;
e) o nervosismo e o desespero dos soldados.

“A história está repleta de erros memoráveis. Muitos foram cometidos por


pessoas bem-intencionadas que simplesmente tomaram decisões equivocadas
e acabaram sendo responsáveis por grandes tragédias. Outros, gerados por
indivíduos motivados por ganância e poder, resultaram de escolhas egoístas e
provocaram catástrofes igualmente terríveis.”
(As piores decisões da história, Stephen Weir)

31. (TJ/BA – 2015 - Analista Judiciário – FGV) A primeira frase do


texto, no desenvolvimento desse texto, desempenha o seguinte papel:
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a) aborda o tema de “erros memoráveis”, que são enumerados nos


períodos seguintes;
b) introduz um assunto, que é subdividido no restante do texto;
c) mostra a causa de algo cujas consequências são indicadas a seguir;
d) denuncia a história como uma sequência de erros cometidos por razões
explicitadas a seguir;
e) faz uma afirmação que é comprovada pelas exemplificações seguintes.

CONSTRUIR A REALIDADE

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José Antonio Marina

Todos queremos viver em liberdade e procuramos construir caminhos para


alcançar esse propósito. Se um problema atravessa nossas vidas, nos sentimos
impossibilitados de estar plenamente livres, pois há limitações e dificuldades
de atuar. Ficamos em uma rua sem saída.
Felizmente, a inteligência nos permite encontrar soluções e nos possibilita
criar alternativas. O pensamento liberta! Não nos contentamos em conhecer,
não nos basta possuir, não somos seres passivos. Nossos projetos buscam
conectar-se à realidade e ampliá-la. Por exemplo, milhares de pessoas leem
livros de autoajuda, pois desejam mudar sua própria realidade, ainda que os
resultados sejam pequenos. Então, por que continuam lendo? Porque a simples
ideia de que “se pode” mudar enche o coração de esperança.
Em muitas ocasiões, nos sentimos presos à realidade, sem poder agir,
limitados pelas contingências da vida. Felizmente, a inteligência nos diz que,
dentro de certos limites - a morte é um deles -, a realidade não está
totalmente decidida; está esperando que acabemos de defini-la. A realidade
não é bela nem feia, nem justa nem injusta, nem exultante nem deprimente,
não há maniqueísmo. A vida é um conjunto de possibilidades que devem ser
construídas. Por isso, nada é definitivo, tudo está por vir. As coisas adquirem
propriedades novas quando vamos em direção a elas com novos projetos.
Observemos essa explosão do real em múltiplas possibilidades. Cada coisa
é uma fonte de ocorrências, cada ponto se converte na intersecção de infinitas
retas, ou de infinitos caminhos. Cada vez mais se desfazem os limites entre o
00000000000

natural e o artificial. 4

32. (TJ/RJ – 2014 – Analista Judiciário – FGV) “procuramos construir


caminhos para alcançar esse propósito”; a forma adequada da transformação
da oração reduzida sublinhada em oração desenvolvida é:
a) para o alcance desse propósito;
b) para que alcançássemos esse propósito;
c) para alcançarmos esse propósito;
d) para que alcancemos esse propósito;

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e) para que esse propósito fosse alcançado.

33. (TJ/RJ – 2014 – Analista Judiciário – FGV) Ao dizer que “Ficamos


em uma rua sem saída”, no final do primeiro parágrafo, o autor do texto se
refere:
a) à demorada procura da solução de um problema;
b) ao surgimento de um problema em nosso caminho;
c) à incapacidade de agirmos livremente;
d) ao encontro de limitações e dificuldades;
e) à possibilidade de descobrir um caminho.

34. (TJ/RJ – 2014 – Analista Judiciário – FGV) A inversão de termos


em uma das frases desse primeiro parágrafo do texto que se torna inadequada
por modificar o sentido original é:
a) todos queremos viver em liberdade / todos queremos em liberdade
viver;
b) procuramos construir caminhos para alcançar esse propósito / para
alcançar esse propósito procuramos construir caminhos;
c) se um problema atravessa nossas vidas / se um problema nossas vidas
atravessa;
d) nos sentimos impossibilitados / sentimo-nos impossibilitados;
e) ficamos em uma rua sem saída / ficamos sem saída em uma rua.

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35. (Prefeitura de São Paulo - SP – AGPP I - 2016 - CESPE) De


acordo com as informações presentes no texto I,
A - observa-se nas cidades brasileiras um movimento no sentido da
preservação dos vestígios que sobraram de sua história.
B - as cidades brasileiras mais antigas tendem a conservar menos
vestígios materiais de seu passado.

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C - as cidades brasileiras fundadas recentemente, por serem novas,


conservam poucos vestígios materiais de sua história.
D - as cidades brasileiras não guardam vestígios materiais relevantes de
seu passado.
E - a forma como a sociedade brasileira se relaciona com suas memórias
mantém-se inalterada desde a fundação das cidades mais antigas do país.

36. (Prefeitura de São Paulo - SP – AGPP I - 2016 - CESPE)


Considerando as informações apresentadas no texto I, assinale a opção
correta.
A - O papel dos fotógrafos e dos geógrafos foi fundamental para a
preservação de inúmeros registros da história colonial e imperial da cidade de
São Paulo, assim como de sua história mais recente.
B - O patrimônio histórico-arquitetônico existente em Salvador foi
preservado graças a um movimento antigo e consciente de valorização,
preservação e restauração dos vestígios materiais de sua história.
C - O título de patrimônio cultural da humanidade foi concedido à cidade
de Olinda como reconhecimento pelo seu esforço de preservação e de
valorização do que sobrou de suas paisagens urbanas do período colonial.
D - O Morro do Castelo e algumas construções da passagem do século XIX
para o XX são exemplos de materialidades históricas que foram sacrificadas
para a construção do ‘corredor cultural’ do Rio de Janeiro.
E - O período de longa decadência econômica por que passaram Salvador
00000000000

e Ouro Preto serviu para minimizar as agressões ao patrimônio histórico-


arquitetônico dessas cidades.

Em meio a catástrofes ambientais causadas pela ação do homem,


aumento de doenças físicas e mentais nos centros urbanos e intolerância às
diferenças sociais, religiosas e culturais, sobressai, das entranhas do Brasil, um
modelo saudável de harmonia entre homens e natureza: o Parque Indígena do
Xingu, criado há 55 anos. Essa experiência nacional, que oferece lições de
respeito e de resiliência aos problemas enfrentados pelo dito mundo civilizado,
é prova de que a ideia dos índios como seres primitivos está superada. Eles

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desenvolvem culturas riquíssimas e conhecimentos interessantíssimos de


tecnologia leve – de clima, solo, espécies, plantas.
(Adaptado de Planeta/abr.2016, p.19.)

37. (FUNAI – 2016 - Engenheiro Agrônomo – ESAF) As informações


do texto acima permitem concluir que
a) a concepção do índio como ser primitivo é equivocada e obsoleta.
b) modelos saudáveis de harmonia entre o ser humano e a natureza são
incompatíveis com a urbanização.
c) a humanidade é a causadora da maioria das catástrofes ambientais.
d) os centros urbanos se caracterizam pela disseminação incessante de
endemias e de doenças mentais.
e) as práticas sociais dos indígenas do Xingu fundamentam-se no respeito
à natureza e no conformismo diante de desastres naturais.

No Brasil, não tinha havido batalhas memoráveis, nem catedrais, nem


divinas comédias, mas o Amazonas era o maior rio do mundo, as nossas
florestas eram monumentais, os nossos pássaros mais brilhantes e canoros. É
o que vemos em tantas obras do Romantismo brasileiro. Essa natureza, mãe e
fonte de orgulho, funcionou como correlativo dos sentimentos que o brasileiro
desejava exprimir como próprios, não apenas na poesia patriótica e intimista,
mas também na narrativa em prosa. Alguns contemporâneos de Álvares de
Azevedo diziam que, apesar do grande talento, ele não era “brasileiro”. Por
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quê? Porque falava pouco do mundo exterior e preferia temas universais.


(Adaptado de O Romantismo no Brasil, de Antonio Candido, p.89.)

38. (FUNAI – 2016 - Engenheiro Agrônomo – ESAF)Há elementos no


texto que permitem a seguinte inferência:
a) o patrimônio natural do Brasil é superior ao patrimônio cultural das
demais nações do planeta.
b) a exaltação da natureza e o nacionalismo preencheram, no
Romantismo brasileiro, a lacuna de uma nação sem passado glorioso.

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c) a apologia de um passado glorioso e bélico cedeu lugar, no Romantismo


brasileiro, à incipiente consciência ecológica diante do patrimônio natural
brasileiro.
d) os temas universais foram rejeitados pelos escritores românticos, que
subestimavam a matriz étnica do povo brasileiro.
e) o patriotismo exacerbado dos escritores românticos estava
principalmente alicerçado na mentalidade escravocrata.

Ódio ao Semelhante – Sobre a Militância de Tribunal

Ninguém pode negar o conflito como parte fundamental do fenômeno


político. Só existe política porque existem diferenças, discordâncias, visões de
mundo que se distanciam, ideologias, lutas por direitos, por hegemonia. Isso
quer dizer que no cerne do fenômeno político está a democracia como um
desejo de participação que implica as tenções próprias à diferença que busca
um lugar no contexto social. [...]
Esse texto não tem por finalidade tratar da importância do conflito ou da
crítica, mas analisar um fenômeno que surgiu, e se potencializou, na era das
redes sociais: a “militância de tribunal”. Essa prática é apresentada como
manifestação de ativismo político, mas se reduz ao ato de proferir
julgamentos, todos de natureza condenatória, contra seus adversários e,
muitas vezes, em desfavor dos próprios parceiros de projeto político. São
típicos julgamentos de exceção, nos quais a figura do acusador e do julgador
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se confundem, não existe uma acusação bem delimitada, nem a oportunidade


do acusado se defender. Nesses julgamentos, que muito revela do “militante
de tribunal”, os eventuais erros do “acusado”, por um lado, são
potencializados, sem qualquer compromisso com a facticidade; por outro,
perdem importância para a hipótese previamente formulada pelo acusador-
julgador, a partir de preconceitos, perversões, ressentimentos, inveja e,
sobretudo, ódio.
Ódio direcionado ao inimigo, aquele com o qual o “acusador-julgador” não
se identifica e, por essa razão, nega a possibilidade de dialogar e, o que tem se
tornado cada vez mais frequente, o ódio relacionado ao próximo, aquele que é,

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ou deveria ser, um aliado nas trincheiras políticas. Ódio que nasce daquilo que
Freud chamou de “narcisismo das pequenas diferenças”. Ódio ao semelhante,
aquele que admiramos, do qual somos “parceiros”, ao qual, contudo,
dedicamos nosso ódio sempre que ele não faz exatamente aquilo que deveria –
ou o que nós acreditamos que deveria – fazer.
Exemplos não faltam. Pense-se na militante feminista que gasta mais
tempo a “condenar” outras mulheres, a julgar outros “feminismos”, do que no
enfrentamento concreto à dominação masculina. A Internet está cheia de
exemplos de especialistas em julgamento e condenação. A caça por sucesso
naquilo que imaginam ser o “clubinho das feministas” (por muitas que se
dizem feministas enquanto realizam o feminismo como uma mera moral) tem
algo da antiga caça às bruxas que regozija até hoje o machismo estrutural.
Nunca se verá a “militante de tribunal feminista” em atitude isenta elogiando a
postura correta, mas sempre espetacularizando a postura “errada” daquela
que deseja condenar. Muitas constroem seus nomes virtuais, seu capital
político, aquilo que imaginam ser um verdadeiro protagonismo feminista, no
meio dessas pequenas guerras e linchamentos virtuais nas quais se
consideram vencedoras pela gritaria. Há, infelizmente, feministas que se
perdem, esvaziam o feminismo e servem de espetáculo àqueles que adoram
odiar o feminismo. [...] Apoio mesmo, concreto, às grandes lutas do
feminismo, isso não, pois não é tão fácil nem deve dar tanto prazer quanto a
condenação no tribunal virtual montado em sua própria casa. [...]
(Marcia Tiburi e Rubens Casara. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/01/odio-ao-
semelhante-sobre-a-militancia-detribunal/. Publicado dia: 10/01/2016. Adaptado.)
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39. (TJ/MG – 2016 – Estagiário – CONSULPLAN) Considerando as


ideias apresentadas no texto, analise as afirmativas a seguir.
IV. A negação da existência do conflito é também a negação de que
haja um fenômeno político.
V. No 3º§ do texto, a referida possibilidade de diálogo é negada pelos
dois interlocutores que deveriam participar de tal prática.

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VI. A “militância de tribunal”, virtual, tornou-se um assunto com nível


de importância superior às questões que envolvem debates críticos na atual
era das redes sociais.
Está(ão) de acordo com o texto apenas a(s) afirmativa(s)
A) I.
B) III.
C) I e II.
D) II e III.

[...] Entrevistador – Como você vê o papel do escritor em um país como o


Brasil?
*João Antônio – Para mim, o escritor, enquanto escreve, é exclusivamente
um escritor – operário da palavra queimando olhos e criando corcunda sobre o
papel e a máquina. Pronto o livro, o autor brasileiro não deve fugir à realidade
de que é um vendedor, como um vendedor de cebolas ou batatas. Mas com
uma diferença, é claro: no Brasil o livro não é considerado como produto de
primeira necessidade, como os cereais. Também por isso, há de se sair a
campo e de se divulgar o que se sabe fazer. Efetivamente, é mais do que um
camelô de sua área: conversa sobre a obra, mas o ideal é que ouça muito o
seu parceiro, o leitor. Que jamais se estabeleça um clima formal, doutoral,
beletrístico, mas de debate, discussão, questionamento, amizade. Se o escritor
se enclausura numa torre, se atende apenas à onda geral da feira de vaidades
que é a chamada vida literária, jamais poderá sentir a realidade de seu
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público.
(ANTÔNIO, João. Malagueta, Perus e Bacanaço. São Paulo: Ática, 1998. Fragmento.)

*João Antônio Ferreira Filho (1937-1996), escritor paulista, é considerado


um dos melhores contistas brasileiros do século XX.

40. (TJ/MG – 2016 – Estagiário – CONSULPLAN) Em sua resposta, o


entrevistado utiliza-se de um recurso de expressão para referir-se ao escritor
em que
A) há uma aparente contradição entre conceitos distintos.

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B) a construção do discurso apresenta ambiguidade, se analisada de


forma criteriosa.
C) é possível identificar o emprego de vocábulos indicadores de
regionalismo linguístico.
D) o raciocínio é construído pela projeção de analogias entre domínios,
distintos, da experiência.

01. ERRADO 15. C 29. E


02. CERTO 16. E 30. E
03. ERRADO 17. C 31. B
04. CERTO 18. D 32. D
05. ERRADO 19. B 33. D
06. ERRADO 20. E 34. E
07. ERRADO 21. E 35. A
08. CERTO 22. B 36. E
09. ERRADO 23. A 37. A
10. CERTO 24. D 38. B
11. ERRADO 25. 00000000000
C 39. A
12. ERRADO 26. A 40. D
13. D 27. A
14. A 28. C

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Agora é o momento de revisar!! Revise sempre, regularmente, os conteúdos!

Na aula de hoje, vimos como é importante a leitura no seu dia a dia para que
sua interpretação textual em uma prova seja eficaz! Não basta decodificar letras,
é importante compreender o contexto, o tipo de linguagem usado, o tipo de texto
e, ainda, conhecer as informações implícitas!

Vamos organizar o pensamento:

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INFERÊNCIA:

Precisamos compreender aquilo que NÃO está escrito claramente no texto,


mas que está subentendido! As bancas de concursos adoram questões que pedem
para inferir algo do texto, querem um exemplo? Vejam a questão a seguir, ela
ilustra bem o assunto!!

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01. (Adaptada) A fala da mulher permite inferir que, ao treinar o cão, ela
pretendeu contestar a autoridade do marido.

Comentário: quando a esposa declara que ensinou o cão a questionar o


marido, ela está dando a ideia de que deseja contestar a autoridade dele. Esse
“está dando ideia” a que me refiro é o mesmo que inferir algo a partir das
informações dadas no texto. A esposa não disse claramente que queria contestar a
autoridade do marido, mas uma boa leitura dos quadrinhos leva a tal
interpretação.
Gabarito: CERTO

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O MEU ATÉ BREVE

Chegamos ao final da nossa primeira aula! Espero que tenham gostado e que
fiquem comigo nas outras!

No caso de qualquer dúvida, já sabem, entrem em contato conosco! Eu e


minha equipe teremos imenso prazer em falar com vocês!

Abraços, até breve!!!


Rafaela Freitas.

Contatos:
Fórum de dúvidas.
E-mail: contato@professorarafaelafreitas.com.br
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Facebook, Instagram e Youtube: Palavreando com Rafa Freitas

ATENÇÃO: divulgação do número do meu WhatsApp na aula 01!!

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