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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA - UFJF

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FÍSICA

Tese de Mestrado

Electrodinamica de Carroll Field Jackiw em


espaco-tempo nao-comutativo

Aluno: Yuri Soncco Apaza

Orientador: Prof. Dr. Albert Carlo Rodrigues Mendes

Co-Orientador: Prof. Dr. Everton M. C. de Abreu

16 DE FEBREIRO DE 2018
JUIZ DE FORA - MG. - BRASIL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA - UFJF
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FÍSICA

Os que assinam abaixo, certificam e recomendaram para o Programa de


Pos-graduação em Fı́sica para à aceitação de uma tese titulada
“Electrodinamica de Carroll Field Jackiw em espaco-tempo
nao-comutativo” por Yuri Soncco Apaza em cumprimento parcial dos
requisitos para obtencçāo de tı́tulo Maestrado em Fı́sica.

Data: Dezembro 1

Orientador:

Co-orientador:

ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA - UFJF
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FÍSICA

Data: Dezembro 1

Autor: Yuri Soncco Apaza

Tı́tulo: Electrodinamica de Carroll Field Jackiw em


espaco-tempo nao-comutativo

Departamento: Fı́sica

Grado: M.Sc. Convocação: May Ano: 2018

Signatura do Autor

iii
Para: Mi padre,
Hermana y
Olga Cc.

iv
Conteúdo

Conteúdo v

Introdução 1

1 Eletrodinâmica de Carroll Field Jackiw 4


1.1 Chern-Simons em (3+1) dimensiones . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2 Eletrodinâmica de Carroll Field Jackiw . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2.1 Ondas eletromagnéticas Carroll field Jackiw . . . . . . . . . . . . 7
1.2.2 Momento canônico conjugada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.2.3 Tensor energia momentum canônico . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

2 Formalismo Hamiltoniano para sistemas vinculados 11


2.1 Método de dirac . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.1.1 Vı́nculos de primeira e segunda classe . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.1.2 Parênteses de Dirac . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.2 Método de quantização de Faddeev-Jackiw . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

3 Quantização da eletrodinâmica de Carroll Field Jackiw 21


3.1 Vı́nculos para eletrodinâmica de Carroll Field Jackiw . . . . . . . . . . . 21
3.2 Equações de movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.3 Radiação de gauge . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.4 Os parênteses de Dirac . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

4 Não-comutatividade em teoria de campos 27


4.1 Produto Moyal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
4.1.1 Propriedades do produto Moyal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
4.2 Mapeamento de Seiberg-Witten . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

5 Eletrodinâmica de CFJ em espaço-tempo não-comutativo 34


5.1 Teoria eletrodinâmica de CFJ não-comutativo . . . . . . . . . . . . . . . 34
5.2 Vı́nculos para eletrodinâmica de CFJ em NC . . . . . . . . . . . . . . . . 38

Referencia 40

v
Introdução

Há mais de 20 anos atrás Carrol-Field-Jackiw (CFJ) estudou um modelo teórico, adi-
cionando o Lagrangiano Chern-Simons em (3+1) dimensões ao Lagrangiano da teoria
eletromagnética de Maxwell (1873). Este termo é LCS = − 1 Pα Aβ Feαβ , o qual acopla
2
o tensor dual eletromagnético a um quadrivetor constante Pα que escolhe uma direção
preferida no espaço-tempo para cada marco de Lorentz, Assim, viola a invariância de
Lorentz, mais preserva a invariância de gauge. Os efeitos de m = (Pα P α )1/2 diferentes
de zero podem aparecer unicamente em longitudes superiores à associada ao longitude
de onda de Compton [3].

Alguns autores se dedicarem a estudar os aspectos fı́sicos deste modelo [2, 1] como
uma teoria para um eletromagnetismo modificado que mostra que o vazio se transforma
em um meio “birefringent”. Eles também perceberam que esse efeito poderia ser utili-
zado para estabelecer os aspectos fı́sicos de vector Pα . Em [3], a componente temporal de
Pα foi discutida a partir da data astronômica da luz polarizada e a data geomagnética.
Para o caso especial, foram usadas as observações astronômicas [11], para discutir, Pα
quando não desaparece.

Em neste trabalho estudaremos o modelo da teoria eletromagnética de CFJ em


espaço-tempo não comutativo (NC), como uma pertubação em função de θαβ tensor
constante de Poisson, em espaço-tempo comutativo. Os termos não lineares de in-
teração de θαβ , não son considerados por ter um valor fisicamente muito pequeno que
não modificam os resultados fı́sicos conhecidos.

Esta pesquisa está limitada à não-comutatividade espacial (θ0i = 0) como em [7] e


tendo conhecimento que os resultados são validados para a primeira ordem em θαβ , o
bα , que
qual está definido mediante as coordenadas do espaço-tempo não-comutativo x

1
2

satisfaz
xα , x
[b bβ ]? = iθαβ , (1)

onde α, β são indices espaço-temporal e θαβ é um matriz antisimétrico. Da equação


anterior, podemos perceber uma relação de incerteza entre os operadores coordenados,
leva a um problema de não localidade e quebra a invariância de Lorentz.

O produto (?) esta dada pela formula Moyal-Weyl,


i
fb(x) ? gb(x) = fbgb + θαβ ∂α fb∂β gb + (θ2 ) (2)
2
O estudo da teoria quântica de campos NC adquiriu maior interesse depois do trabalho de
Seiber-Witten (SW) [10]. Eles mostrarão que as variedades NC emergem naturalmente
no contexto 2D − branes. Os efeitos não-comutativos podem ser estudados de forma
perturbava através do mapeamento SW, que transforma uma teoria NC em uma teoria
convencional no espaço-tempo comutativo.

A teoria de gauge no espaço-tempo NC, mediante mapeamento SW, pode ser estu-
dado como teoria de gauge no espaço-tempo comutativo com um parâmetro adicional
de deformação θ. O mapeamento SW nos permite formular um principio de ação em
termos de campo comutativo, assim, o Lagrangiana está expressado pelos termos origi-
nais mais a deformação em θ. Podemos encontrar como exemplo, estudos realizados nos
modelos eletromagnéticos utilizando mapeamento SW tais como: eletromagnetismo de
Maxwell [8, 6], modelo de Maxwell- Chern-Simmons [7, 12], modelo de Proca[4], entre
outros.

Em neste trabalho analisaremos as contribuições da não-comutatividade, via ma-


peamento de Seiberg-Witten, para o modelo de eletromagnetismo de Maxwell Carroll
Field Jackiw. Analisaremos a deformação de Lagrangiano Chern-Simons, estudaremos
as equações de movimento, encontraremos a Hamiltoniano e os vı́nculos.

No capı́tulo 1, falaremos sobre a teoria eletrodinâmica de Carroll Field Jackiw. Dis-


cutiremos os equações de movimento.

No capı́tulo 2, discutiremos sobre o Formalismo Hamiltoniano para sistemas vincu-


lados. Estudaremos os métodos de quantização, como método de Dirac e método de
quantização de Faddeev-Jackiw.
3

No capı́tulo 3, faremos a quantizaçao da eletrodinâmica de Carroll Field Jackiw.


Encontraremos os vı́nculos e Os parênteses de Dirac.

No capı́tulo 4, estudaremos a não-comutatividade em teoria de campos. Estudaremos


o produto Moyal e o mapeamento de Seiberg-Witten.

No capı́tulo 5, estudaremos a não-comutatividade da eletrodinâmica de Carroll-Field-


Jackiw. Encontraremos a densidade Lagrangiana não-comutativa como uma deformação
de parâmetro não comutativo em espaço-tempo comutativo. Conseqüentemente encon-
traremos o Hamiltoniano e os vı́nculos.
Capı́tulo 1

Eletrodinâmica de Carroll Field


Jackiw

1.1 Chern-Simons em (3+1) dimensiones


O Lagrangiano Chern-Simons em (3+1) dimensões, é uma associação de um tensor dual
eletromagnético con um quadrivetor Pµ “bacground” de tipo massivo expressado da
seguinte jeito [3]:
1
LCS = − Pµ Aν Feµν , (1.1)
2
onde: Aµ é quadrivetor potencial, Feµν é o tensor dual eletromagnético e Pµ é Vector
“background”.

Queremos determinar em que condições LCS será gauge invariante. Assim, a variação
∆ LCS em função de transformação de gauge ∆Aµ = ∂µ χ, é
1
∆ LCS = − ∆(Pµ Aν Feµν )
2
1
= − Pµ (∂ν χ)Feµν (1.2)
2
onde χ é uma constante, e tendo em consideração que o tensor de intensidade eletro-
magnética F µν é gauge invariante. Assim, integrando (1.2) por partes,
1
∆ LCS = χ(∂ν Pµ Feνµ )
2
1 eµν 1
= χF (∂ν Pµ ) + χPµ (∂ν Feµν ), (1.3)
2 2

4
5

temos, por definição ∂ν Feµν = 0, logo


1 eνµ
∆ LCS = χF (∂ν Pµ )
2
1 eµν 1
= χF (∂ν Pµ ) + χFeµν (∂ν Pµ )
4 4
1 eνµ
= χF (∂µ Pν − ∂ν Pµ ). (1.4)
4
Para que (1.4) sea gauge invariante, precisamos que ∆ LCS = 0, para χ arbitrário. Em
espaço-tempo plano, ∂α Pβ = 0, para algum sistema de referencia, portanto, a teoria é
gauge invariante.

1.2 Eletrodinâmica de Carroll Field Jackiw


Nesta sessão, consideramos o Lagrangiano formulado por Carroll-Field-Jackiw em 1990.
O qual é gauge invariante e quebra a simetria de Lorentz, e é descrito como,
1 1
LCF J = − Fµν F µν − Pµ Aν Feµν − Aµ J µ , (1.5)
4 2

Onde: Feµν = 21 µνρσ Fρσ é o tensor dual eletromagnético de Fαβ = ∂α Aβ − ∂β Aα , corrente


J α e tensor Levi-Civita µνρσ (µνρσ = −µνρσ e 0123 = 1).

A equação de Euler Lagrange para teoria de campos, é


 
∂ LCF J LCF J
∂ν − = 0, (1.6)
∂(∂ν Aµ ) ∂Aν
onde LCF J (Aµ , ∂ν Aµ ) = LCF J é a densidade Lagrangiana para coordenadas de campo
eletromagnético Aµ e velocidade ∂ν Aµ .

Utilizando a equação (1.6), temos para nosso Lagrangiano,


∂ LCF J ∂ 1 1
= (− Fρσ F ρσ − Pρ Aσ Feρσ )
∂(∂ν Aµ ) ∂(∂ν Aµ ) 4 2
1
= −2F ρσ (δρµ δσν − δσµ δρν ) − αβρσ Pα Aβ (δρµ δσν )
2
µν 1 αβµν
= −4F −  Pα A β , (1.7)
2
6

assim, utilizando a equação (1.7), calculamos as equações de Euler Lagrange,


   
1 ∂ αβ 1 ∂ αβ
0 = − ∂µ (Fαβ F ) − ∂ (Pα Aβ F )
e
4 ∂(∂µ Aν ) 2 ∂(∂µ Aν )
 
1 ∂ αβρσ ∂Aα
+ ( Pα Aβ (∂ρ Aσ )) + J α
2 ∂Aν ∂Aν
1 1
0 = −∂µ F µν − αβµν Pα (∂µ Aβ ) + αβρσ Pα (∂ρ Aσ )δβν + J α δαν
2 2
1 1
0 = −∂µ F µν − αβµν Pα (∂µ Aβ ) + ανρσ Pα (∂ρ Aσ ) + J
2 2
1
0 = ∂µ F µν − ανρσ Pα Fρσ − J ν . (1.8)
2
As equações de Maxwell CFJ, são representadas mediante a equação (1.8), onde
claramente tem presença de forma explicita o vector Pα “background” massivo. é claro
que, quando Pα = 0 conseguimos as equações de Maxwell usuais, os quais são invariante
de Lorentz e invariante de gauge.

Agora, utilizando a equação encontrado em (1.8), podemos mostrar as dois primeiras


equações de Maxwell CFJ em forma vectorial, utilizando as seguintes relações:

(i ). ∂ i = −∂i , Ai = −Ai

(ii ). F 0i = −E i

(iii ). F ij = −ijk B k

(iv ). (∇φ)i = ∂i φ

~ = ∂i Ai
(v ). ∇ · A

~ i = ikl ∂k Al ,
(vi ). (∇ × A)

Assim, a equação (1.8), quando ν = j e j = 1, 2, 3, é


1 0jik 1 1
∂0 F 0j + ∂i F ij =  P0 Fik + ij0k Pi F0k + ijk0 Pi Fk0 + J j
2 2 2
−∂0 E j − ijk ∂i B k =  P0 (∂i Ak ) −  Pi Ek + J j
0jik 0jik

~ ×B
∇ ~ − ∂t E
~ = P~ × E
~ − P0 B
~ − J,
~ (1.9)
7

também, quando j = 0, a equação (1.8, é

∂i F i0 = J 0 + i0jk Pi (∂j Ak )
∂i Ei = ρ − Pi B i
~ = ρ − P~ · B.
∇·E ~ (1.10)

As outras equações eletromagnéticas ou as equações homogêneas, são definidas em


função de tensor dual eletromagnético, como
1 µναβ
∂ν Feνµ =  ∂µ Fαβ
2
= µναβ ∂ν (∂α Abe ) = 0. (1.11)

Assim, a equação (1.11), quando ν = 0, é

µ0αβ ∂µ (∂α Aβ ) = 0
0ijk ∂i (∂j Ak ) = 0
~ = 0,
∇·B (1.12)

também, a equação (1.11), quando ν = j e j = 1, 2, 3, é

µjαβ ∂ν (∂α Aβ ) = 0
0jik ∂0 (∂i Ak ) + ij0k ∂i (∂0 Ak ) + ijk0 ∂i (∂k A0 ) = 0
0jik ∂0 (∂i Ak ) + 0ijk ∂i F0k = 0
~ + ∇ × E.
∂t B ~ = 0 (1.13)

As equações (1.9) e (1.10) são, respectivamente, as leis de Gauss (na qual ρ é a


densidade de carga) e Ampere (na qual J~ é a densidade de corrente). Por presença de
vector “background” é impossı́vel dissociar os campos elétrico y magnético. Em equação
(1.10) a densidade de carga ρ não somente é fonte do campo elétrico, é também fonte de
campo magnético. A equação (1.9) mostra que a densidade corrente J~ gera não somente
campo magnético, mas também campo elétrico. Quando consideramos que não existe
fonte (ρ = 0 e J~ = 0), os campos magnético e elétrico atuam como fontes.

1.2.1 Ondas eletromagnéticas Carroll field Jackiw


Em eletrodinâmicas usual, os campos elétricos e magnéticos se propagam através do
espaço em forma de perturbações, denominadas ondas eletromagnéticas.
8

Aplicando uma rotacional a equação (1.9) quando J~ = 0, obtemos

~ − ∂t (∇ × E)
∇ × (∇ × B) ~ = ∇ × (P~ × E)
~ − P0 (∇ × B),
~ (1.14)

utilizando as identidades vetoriais e as equações (1.10), (1.12), (1.13), quando ρ = 0,


temos

~− ∂2 ~
∇2 B B = −∇ × (P~ × E)~ + P0 ∇ × B ~
∂t2
= +(P~ · B)
~ P~ + (∇ · P~ )E
~ + P0 (∇ × B).
~ (1.15)

Aplicando uma rotacional a equação (1.13), assim (1.15) é

~ = −∇ × (∇ × E),
∂t ∇ × B ~ (1.16)

utilizando as identidades vetoriais e equações (1.9), (1.10), quando J~ = 0 e ρ = 0, (1.16)


~− ∂2 ~
∇2 E E = ∂t (P~ × E)
~ − P0 ∂t B
~ − ∇(P~ · B)
~
∂t2
= ∂t (P~ × E)
~ − P0 ∂t B
~ − ∇(P~ · B).
~ (1.17)

~ de B,
Nas equações de onda (1.15) e (1.17) não é possı́vel a separação E ~ por causa
dos efeitos de quebra de simetria de Lorentz.

1.2.2 Momento canônico conjugada


A definição de momento canônico conjugado, está dado pela seguinte expressão
∂ LCF J
πµ = (1.18)
∂(∂0 Aµ )

Para nosso caso, o momento canônico conjugado para o Lagrangiano LCF J represen-
tado na expressão (1.5), é
 
µ ∂ 1 αβ 1 αβρσ µ
π = − Fαβ F −  Pα Aβ (∂ρ Aσ ) − Aµ J
∂(∂0 Aµ ) 4 2
1
= −F αβ (δα0 δβµ ) − αβρσ Pα Aβ (δρ0 δσµ )
2
1
= −F 0µ − 0µαβ Pα Aβ . (1.19)
2
9

Agora (1.19), quando µ = 0, temos claramente que F 00 = 0 e 00αβ = 0. Portanto, temos

π 0 = 0. (1.20)

De forma parecida para µ = k, temos


1
π k = −F ok − 0kij Pi Aj
2
1
= ∂ k A0 − ∂ 0 Ak − 0kij Pi Aj . (1.21)
2

1.2.3 Tensor energia momentum canônico


O tensor energia momentum canônico é obtido a parir de teorema de Noether, mais não
vamos fazer o estudo de tal teorema, nesse sentido utilizando a definição deste, assim
para nosso caso, é

µν ∂ LCF J ν
Tcan = ∂ Aλ − g µν LCF J
∂(∂µ Aλ )
1
= −F µλ (∂ ν Aλ ) − αβµλ Pα Aβ (∂ ν Aλ )
 2 
µν 1 αβ 1 αβρσ α
−g − Fαβ F −  Pα Aβ Fρσ − Aα J . (1.22)
4 4
00
portanto, a energia canônico do campo correspondente a componente a Tcan , é

00 1 1
Tcan = −F 0µ (∂0 Aµ ) − αβ0µ Pα Aβ (∂0 Aµ ) + Fµν F µν
2 4
1 αβµν µ
+  Pα Aβ Fµν + Aµ J
4
1 1 1
= −F 0µ (∂0 Aµ ) − 0αβµ Pα Aβ (∂0 Aµ ) + Fµ0 F µ0 + Fµj F µj
2 4 4
1 0αβµ 1 αβµj
−  Pα Aβ Fµ0 +  Pα Aβ Fµj + A0 J + Aj J j
0
4 4
1 1 1 1
= −F (∂0 Aj ) − (F0j )2 + (Fij )2 + 0kij Pk Aj Fj0 + 0kij P0 Ak Fij
oj
2 4 4 4
1 0kij 0 j
−  Pk A0 Fij + A0 J + Aj J . (1.23)
4
Também, utilizando a equação (1.21) é possible escrever Ȧ em função de momento
canônico π k , assim
1 1 1 1 1
F0j (∂0 Aj )− (F0j )2 = (π k )2 + [0kij Pi Aj ]2 + 0kij π k Pi Aj +π k (∂j A0 )+ 0kij Pi Aj (∂i A0 ).
2 2 8 2 2
(1.24)
10

00
Finalmente, o tensor energia Tcan pode ser expressado, assim

00 1 k 2 1 0kij k 1 1
Tcan = (π ) +  π Pi Aj + π k ∂k A0 + [0kij Pi Aj ]2 + (Fkj )2
2 2 8 4
1 0kij 1 0kij
 P0 Ak Fij −  Pk A0 Fij + A0 J 0 + Ak J k . (1.25)
4 4
Então, em ausência de corrente J α = 0, temos o Hamiltoniano canônico
Z Z
00
HC = dxTcan = dx(π µ Ȧµ − LCF J )
Z
= dxH, (1.26)

onde H é a densidade Hamiltoneana.


Capı́tulo 2

Formalismo Hamiltoniano para


sistemas vinculados

2.1 Método de dirac


Neste seção apresentaremos o tratamento Hamiltoniano de sistemas vinculados, desen-
volvido por Dirac há mais de quarenta anos, e que ficou conhecido como método de
Dirac.

Seja uma teoria clássica que possua um vı́nculo envolvendo coordenadas e momentos.

Γ(q, p) = 0 (2.1)

onde q e p são todas as coordenadas qi e momentos pi , respectivamente. Apesar do


vı́nculo possuir valor nulo, os parênteses de Poisson deste vı́nculo com outra quantidade
qualquer, A por exemplo, da teoria, pode não ser nulo, o que é incoerente. Por isso,
utilizamos a notação
Γ(q, p) ≈ 0, (2.2)

em que o sı́mbolo “≈” significa igualdade fraca. A relação (2.2) não vale, necessaria-
mente, dentro de dos parênteses de Poisson.

Consideramos, então, que existe uma certa quantidade dinâmica A(q, p),. cujo
parêntese de Poisson com Γ(q, p) seja diferente de zero, isto é,

{A, Γ} =
6 0. (2.3)

11
12

Na passagem para a Mecânica Quântica, Γ e A se transformam em operadores, que


chamaremos de Γ̂ e Â. Em virtude de (2.1), Γ̂ é um operador nulo. Assim, qualquer
comutador envolvendo Γ deve ser nulo

[Â, Γ̂] = 0. (2.4)

Então, começamos com o formalismo Lagrangiano e, em seguida, passa-se para o


Hamiltoniano. Sendo, então, um sistema descrito pela Lagrangiana

L = L(qi , q̇i ) (2.5)

num espaço de configurações N-dimensional, representado pelas coordenadas generali-


zadas qi , com i = 1, 2, ..., N . E q̇i são as correspondentes velocidades generalizadas.

A passagem para o formalismo Hamiltoniano é feito, primeiramente, pela introdução


dos momentos canônicos
∂L
,
pi = (2.6)
∂ q̇i
onde qi e pi não são variables independentes, entretanto, deve haver sistemas onde a
relação dada por (2.6) levem à existência de vı́nculos. Denotemos estes vı́nculos, gene-
ricamente, por
φm = φm (qi , pi ), m = 1, 2, ..., M ≤ N. (2.7)

Os vı́nculos decorrentes diretamente da relação da definição dos momentos são chamadas


de vı́nculos primários. Conforme veremos, outros vı́nculos podem existir, estes tomam
os nomes de vı́nculos secundários, terciários, etc.

Seja, o Hamiltoniano canônico

HC (qi , pi ) = pi q̇i − L(qi , q̇i ). (2.8)

Com este procedimento, as equações de movimento no espaço de fase, são obtidas trivi-
almente.

Poderı́amos ter seguido um outro caminho, partindo diretamente de (2.8), tomada


como definição. É fácil constatar que a Hamiltoniano é, ainda, função de qi e pi mesmo
para pontos fora da trajetória clássica. Vejamos isto. Sejam variações genéricas de qi ,
q̇i e pi dadas por δqi , δ q̇i e δpi . Assim,
∂L ∂L
δHC = pi δ q̇i + q̇i δpi − δqi − δ q̇i . (2.9)
∂qi ∂ q̇i
13

Note-se que, para pontos fora da trajetória clássica, as equações de movimento não
podem ser usadas. Usando a definição de movimento canônico, dado em (2.6), imedia-
tamente temos
∂L
δHC = q̇i δpi − δqi . (2.10)
∂qi
Como vemos, δHc é escrita em termos de δqi e δpi , o que sugere ser HC apenas função
∂L
de qi e pi . (Novamente, na expressão (2.10) não podemos substituir ∂qi
por ṗi porque
não estamos na trajetória clássica).

Em termos práticos, a passagem de HC , dado em (2.8), para uma função apenas de


qi e pi , envolve transformação do tipo

(qi , q̇i ) → (qi , pi ) (2.11)

O jacobiano para este transformação é determinado pela matriz

∂pi ∂ 2L
= (2.12)
∂ q̇j ∂ q̇j ∂ q̇i

chamada matriz Hessiana. Quando o determinante matriz é diferente de zero, as trans-


formações em (2.11) são sempre possı́veis determinar a Hamiltoniano HC (qi , pi ). Em
outras palavras, as equações que definem os momentos canônicos podem ser todas re-
solvidas para as velocidades em função dos momentos. Isto ocorre para o caso em que
não existem vı́nculos. Na presença de vı́nculos, a matriz hessiana é singular e, con-
sequentemente, nem todos os q̇i podem ser unicamente escritos em termos de qj e pj .
Considerando que haja M vı́nculos, haverá M velocidades nestas condições. Portanto,
neste caso, a Hamiltoniano não pode ser unicamente determinada em termos de qi e pi .

Como já dissemos, na presença de vı́nculos, a Hamiltoniano não é univocamente


determinada em termos de momento e coordenada. A fim de termos uma idéia sobre
qual Hamiltoniano usar, efetivamente, no formalismo, vamos calcular as equações de
movimento no espaço de fases. Seja, então, o princı́pio de Hamilton com L obtida de
(2.8); depois,
Z t1
0 = δ (pi q̇i − HC )dt
t2
Z t1
= (pi ∂ q̇i + ∂pi q̇i − ∂HC )dt. (2.13)
t2
14

Isto sugere que ∂HC pode ser escrito, de uma maneira geral, como
∂HC ∂HC
δHC = δqi + δpi (2.14)
∂qi ∂pi
Assim, levando este resultado em (2.13), temos
Z t1     
∂HC ∂HC
−ṗi − δqi + q̇i − ∂pi dt = 0. (2.15)
t2 ∂qi ∂pi
Como δqi e δpi são funções arbitrárias do tempo, concluı́mos que a integração em (2.15)
só é nula se    
∂HC ∂HC
ṗi + δqi + −q̇i + δpi = 0 (2.16)
∂qi ∂pi
Em virtude das M relações de vı́nculos envolvendo pi e qi , nada podemos concluir
de (2.16). Por outro lado, da (2.7), temos que

0 ≈ δφm (qi , pi )
∂φm ∂φm
= δqi + δpi , (2.17)
∂qi ∂pi
são, ao todo, M equações. Multiplicando cada uma por λm = λm (qi , pi ), e somando o
resultado com (2.16), obtemos
   
∂HC ∂φm ∂HC ∂φm
0 ≈ −q̇i + + λm δqi + ṗi + + λm δpi (2.18)
∂pi ∂pi ∂qi ∂qi
Temos, agora, M função arbitrária λm (qi , pi ) (multiplicadores de Lagrange). Assim,
é possı́vel obter as seguintes equações de Hamilton
∂HC ∂φm
q̇i ≈ + λm , (2.19)
∂pi ∂pi
∂HC ∂φm
ṗi ≈ − − λm . (2.20)
∂qi ∂qi
Efetivamente, é como se tivéssemos definido uma nova Hamiltoniano dada por

e = HC + λm φm ≈ HC
H (2.21)

Como vemos, o preço pago pelos M vı́nculos é a presença de M multiplicadores


de Lagrange. Podemos escrever as equações de Hamilton em termos dos parênteses de
Poisson envolvendo H̃

q̇i = {qi , H},


e (2.22)
ṗi = {pi , H}
e (2.23)
15

Conforme dissemos, podem haver mais vı́nculos. Neste caso, é fácil ver que eles são
incorporados à teoria de maneira semelhante ao que fizemos anteriormente. Por exemplo,
suponhamos que existam apenas k vı́nculos secundários (K + M ≤ N ). Temos, então,

H = HC + λa φa , a = 1, 2, ..., M + K, (2.24)

onde, H é chamada de Hamiltoniano total.

Vejamos, agora, como determinar os vı́nculos secundarios, terciários, etc. Seja φm um


dos M vı́nculos primários. É uma questão de consistência que os vı́nculos não evoluı́rem
com o tempo. Assim, podemos escrever

φ̇m = {φm , H}
e

= {φm , HC + λn φn }
≈ {φm , HC } + λn {φm , φn }
≈ 0 (2.25)

Da relação (2.25), podemos destacar duas possibilidades, as quais estão relacionados


ao parêntese de Poisson entre φm e φn ser ou não zero fracamente.

Caso 1
{φm , φn } ≈ 0, se for ese o caso H = HC , assim a equação (2.24) se reduz a

φ̇m ≈ {φm , HC }, (2.26)

que é uma relação de vinculo. Esta pode ser vı́nculo já conhecido, ou pode ser um novo
vı́nculo. Esse procedimento pode ser repetido ate que a relação não gere mais vı́nculos.

Caso 2
{φm , φn } 6= 0, não obtemos uma relação de vı́nculo, mais sim uma relação com os
multiplicadores de lagrange.
16

2.1.1 Vı́nculos de primeira e segunda classe


Esta é uma classificação que está ligada à maneira de como os vı́nculos são obtidos. Ela
é, apenas, uma questão digamos de organização. Em termos de quantização canônica,
não importa como os vı́nculos foram obtidos. O que importa é que eles existam. Neste
sentido, uma classificação mais útil é a seguinte: Dentro destes vı́nculos, podem existir
alguns que possuem parênteses de Poisson zero fracamente com todos os vı́nculos da
teoria. Estes vı́nculos são denominados de primeira classe. Já aqueles que possuı́rem
pelo menos um parêntese de Poisson diferente de zero são chamados de segunda classe.

2.1.2 Parênteses de Dirac


Quando introduzimos os parênteses de Poisson. Seja a evolução temporal de uma certa
quantidade dinâmica A(qi , pi , t). Temos, então,
dA ∂A ∂A ∂A
= q̇i + ṗi + (2.27)
dt ∂qi ∂pi ∂t
Usando as equações de Hamilton dadas por (2.19) e (2.20), obtemos
   
dA ∂A ∂HC ∂φa ∂A ∂HC ∂φa ∂A
≈ + λa + − + λa +
dt ∂qi ∂pi ∂pi ∂pi ∂qi ∂qi ∂t
∂A
≈ {A, HC } + λa {A, φa } + , (2.28)
∂t
em que a = 1, 2, ..., M +K (vide eq. (2.24)). Todos os vı́nculos estão incluı́dos, inclusive
os decorrentes de fixação de gauge, caso existam.

No caso particular de A ser qualquer um dos vı́nculos da teoria, vem que


dφb
0= ≈ {φb , HC } + λa {φb , φa }. (2.29)
dt
Seja C a matriz cujos elementos são os parênteses de Poisson dos vı́nculos, isto é,

Cab = {φa , φb } (2.30)

Logo, da (2.29) temos que


λa Cba + {φb , HC } ≈ 0,

daı́
λa Cab ≈ {φb , HC }, (2.31)
17

em que usamos o fato de que a matriz C seja antisimétrico (caso de vı́nculos bosônicos).
Dirac mostrou que a matriz C sempre possui determinate diferente de zero (lembre-se
que estamos considerando que todos os vı́nculos sejam de segunda classe). Assim da
(2.31), temos que
−1 −1
λa Cab Cbc ≈ {φb , Hbc }

logo
−1
λa ≈ −Cab {φb , HC }. (2.32)

Introduzindo este resultado em (2.28), finalmente temos que


dA −1 ∂A
≈ {A, HC } − {A, φa }Cab {φb , HC } +
dt ∂t
∂A
≈ {A, HC }D + (2.33)
∂t
em que
−1
{A, HC }D = {A, HC } − {A, φa }Cab {φb , HC } (2.34)

é o parêntese de Dirac entre A e HC .

2.2 Método de quantização de Faddeev-Jackiw


O método de Dirac, desenvolvido na seção anterior, tem como objetivo determinar
os parênteses de Dirac e realizar a quantização de um sistema vinculado de maneira
canônica. Em 1988, Faddeev e Jackiw [5], mostraram que os parênteses de Dirac podem
ser obtidos de uma maneira geométrica, conhecido como formalismo simplético.

Vamos denotar o conjunto de coordenadas e momentos por apenas uma quantidade


Y α (α = 1. 2, ..., 2N ), em que

Y α = qi
Y N +i = pi , i = 1, 2, ..., N (2.35)

neste caso, o conjunto de parênteses fundamentais de Poisson se reduz, simplesmente, a

{Y α , Y β } = αβ , (2.36)
18

em que αβ é um elemento da matriz


!
0 1
αβ =

(2.37)
−1 0

sendo 0 a matriz nula N × N e 1 a matriz identidade N × N . É fácil ver que o parêntese


de Poisson de duas quantidades A(Y ) e B(Y ) é dado por

{A(Y ), B(Y )} = αβ ∂A∂B, (2.38)

sendo ∂α ≡ ∂/∂Y α . A quantidade αβ garante a usual antisimétrico dos parênteses de


Poisson (para o caso bosônico).

Observando-se a relação (2.36), podemos concluir que a generalização dos parênteses


de Poisson, para o caso de sistemas vinculados, deve ser do tipo

{Y α , Y β } = f αβ , (2.39)

em que f αβ deve ser um tensor antisimétrico e não singular. O tensor f αβ é chamado


de tensor simplético.

Inicialmente, vejamos o formalismo simplético sem vı́nculo. Este método lida com
Lagrangiana de primeira ordem.

Seja um sistema descrita por uma Lagrangiana de primeira ordem do tipo

L = aα (Y )Ẏ α − V (Y ) (2.40)

Segue-se da equação de Euler-Lagrange que

fαβ Ẏ β = ∂α V (2.41)

com
fαβ = ∂α aβ − ∂β aβ (2.42)

Suponhamos que os coeficientes aα (Y ), sejam tais que det(fαβ ) 6= 0. Isto significa que
não há vı́nculos logo, da Equação (2.41), temos que

Ẏ α = f αβ ∂β V (2.43)

sendo f αβ o inverso de fαβ .


19

O momento canônico conjugado à coodenada Yα é um vı́nculo (não verdadeiro)


∂L
πα = = aα (Y ), (2.44)
∂ Ẏ α
denotando este vı́nculo por
Ωα = πα − aα = 0 (2.45)

e calculando os parênteses de Poisson {Ωα , Ωβ }, temos

{Ωα , Ωβ } = fαβ . (2.46)

Já que estamos considerando que det(fαβ ) 6= 0, os parênteses acima são não nulos. Os
vı́nculos Ωα são de segunda classe e, conseqüentemente, não há vı́nculos secundários.

Os parênteses de Dirac entre Y α e Y β são

{Y α , Y β }D = f αβ (2.47)

Caso det(fαβ ) = 0, não poderı́amos expressar a velocidade como em (2.43) e, também,


não poderı́amos obter o tensor simplético f αβ , pois fαβ não tem inversa.

Agora, vamos ver o formalismo simplético com vı́nculos.Neste caso, como já comen-
tamos anteriormente, a matriz (fαβ ) é singular.
(0)
Seja a quantidade singular indicada por fαβ e consideramos que ela tenha, digamos,
0
M (M < 2N ) modos zeros vm , m = 1, 2, ..., M . Isto significa que

(0) 0
fmn vn = 0. (2.48)

Usando (2.48) na (2.41), vem que

0
vm ∂m V = 0 (2.49)

Esta equação pode ser um vı́nculo. Supondo que este seja o caso, normalmente, vı́nculos
podem ser introduzidos na parte potencial da Lagrangiana por meio de multiplicadores
de Lagrange.
(0)
Estes multiplicadores, que denotaremos por λm , alargam o espaço de configurações
(0)
da teoria. As variáveis simpléticas da teoria passam a ser (Y α , λm ) e a Lagrangiana
(2.40) fica escrita como

L0 = (a(0) (0) (0) α


α (Y ) + λm ∂α Ωm )Ẏ − V
(0)
(Y ) (2.50)
20

(1) (1)
Da (2.50) podemos, então, identificar novos vetores aα e am :

a(1)
α = a(0) (0) (0)
α + λm ∂Ωm

a(1)
m = 0. (2.51)

(0)
Note-se que Ωm são os vı́nculos obtidos de (2.49). Em conseqüência, temos novos
tensores:

(1) (1)
fαβ = ∂α aβ − ∂β a(1)
α ,
(1)
fαm = ∂α a(1) (1) (1)
m − ∂m aα = −∂m aα ,
(1)
fmn = ∂m a(1) (1)
n − ∂n am = 0. (2.52)

Sendo ∂m = ∂/∂λm . Se detf (1) 6= 0, conseguimos eliminar os vı́nculos da teoria e se tem


o tensor simplético da teoria. Caso contrario, devemos repetir o procedimento anterior
tampas vezes quantas forem necessárias.

Pode ocorrer também, de se chegar a um ponto onde se obtenha uma matriz singular
e os modos zeros correspondentes não conduzam a novos vı́nculos. Este é o caso por
exemplo das teorias de gauge.
Capı́tulo 3

Quantização da eletrodinâmica de
Carroll Field Jackiw

3.1 Vı́nculos para eletrodinâmica de Carroll Field

Jackiw
Como já vimos, a teoria de eletrodinâmica de Carroll Field Jackiw é descrito pela densi-
dade lagrangiana em (1.5) (neste capı́tulo, consideramos J µ = 0). O momento canônico
π µ associado a quadrivetor potencial Aµ , para esta densidade Lagrangiana é dado pela
seguinte expressão
∂ LCF J
πµ =
∂(∂0 Aµ )
1
= F 0µ − 0µαβ Pα Aβ , (3.1)
2
Assim, utilizando as equações (??) e (3.1), encontramos a densidade Hamiltoniano, como

H = π µ Ȧµ − LCF J
1 k 2 1 0kij k 1 1
= (π ) +  π Pi Aj + π k ∂k A0 + [0kij Pi Aj ]2 + (Fkj )2
2 2 8 4
1 0kij 1 0kij
+  P0 Ak Fij −  Pk A0 Fij , (3.2)
4 4
portanto, o Hamiltoniano canônico, é
Z
HC = dH~x. (3.3)

21
22

Nosso principal interesse é encontrar os vı́nculos para o Hamiltoniano descrito em


(3.2), por isso é importante conhecer os parênteses de Poisson fundamentais, tales como:

{Aµ (x), π ν (y)}x0 =y0 = g µν δ (3) (~x − ~y ),


{Aµ (x), Aν (y)}x0 =y0 = 0,
{π µ (x), π ν (y)}x0 =y0 = 0. (3.4)

Está claro que não podemos proceder à quantização canônica via os parênteses de
Poisson acima, pois a teoria apresenta vı́nculos, assim da relação (3.1), imediatamente
obtemos o seguinte vı́nculo primário

π 0 ≈ 0, π 0 ≈ φ1 . (3.5)

Os vı́nculos secundários são obtidos através da condição de consistência de vı́nculos


não devem possuir evolução temporal. Para tal, precisamos construir a Hamiltoniano H e
(veja equação 2.21). Assim, Z
H
e = HC + d~y λ1 π 0 (3.6)
R
onde, HC = dH~y com H = π µ Ȧµ − LCF J . Então por condição de consistência
Z
0 e 0
{π , H} = {π , HC } + λ1 d3 ~y {π 0 , π 0 }
1
= ∂k π k + 0kij Pk Fij . (3.7)
4

Daqui, φ̇1 = {π 0 , H}
e ≈ 0, assim, temos outro vı́nculo,

1
φ2 = ∂k π k + 0kij Pk Fij , (3.8)
4
logo,
φ̇2 = {φ2 , H}
e + λ2 {φ2 , φ2 } = 0. (3.9)

Portanto o vı́nculo (3.9) se conserva. Assim não tem mais vı́nculos neste modelo.

Em as equações (3.6) e (3.9), λ1 e λ2 são os multiplicadores de Lagrange.

Avaliando o parêntese de Poisson para φ1 e φ2


1
{φ1 , φ2 } = {π 0 , ∂k π k + 0kij Pk Fij } = 0. (3.10)
4
23

Portanto, os vı́nculos φ1 , φ2 :

φ1 = π 0 ≈ 0
1
φ2 = ∂k π k + 0kij Pk Fij ≈ 0, (3.11)
4
são de primeira classe.

3.2 Equações de movimento


Seguindo a conjectura de Dirac, definimos o Hamiltoniano HE , introduzindo os vı́nculos
φ1 e φ2 , assim Z
HE = HC + d~y (λ1 φ1 + λ2 φ2 ), (3.12)

através do Hamiltoniano expandido HE , calculamos a evolução temporal das variables


canônicas do sistema:

Ȧ0 = {A0 , HE }
Z
= {A0 , HC } + {A0 , d~y [λ1 φ1 + λ2 φ2 ]}
= λ1 . (3.13)

Também

Ȧk = {Ak , HE }
Z
= {Ak , HC } + {Ak , d~y [λ1 φ1 + λ2 φ2 ]}
1
= π k + okij Pi Aj + ∂k A0 − ∂k λ2 . (3.14)
2
Para o momento canônico, temos:

π̇ 0 = {π 0 , HE }
Z
0 0
= {π , HC } + {π , d~y [λ1 φ1 + λ2 φ2 ]}
1
= ∂k π k + okij Pk Fij , (3.15)
4
24

Também

π̇ k = {π k , HE }
Z
k k
= {π , HC } + {π , d~y [λ1 φ1 + λ2 φ2 ]}
1 1 1
= − 0lik π l Pi − ∂j Fkj − 0lij 0lak Pi Pa Aj − 0kij P0 Fij
2 4 2
1 0kli 1 0kli
−  Pl (∂i A0 ) +  Pi (∂i λ2 ). (3.16)
2 2

3.3 Radiação de gauge


Temos que:
1
π k = Ȧk − ∂k A0 − 0kij Pi Aj
2
1
∂k π k = ∂k Ȧk − ∇2 A0 − 0kij Pi ∂k Aj
2
1
Ȧk = π k + ∂k A0 + 0kij Pi Aj − ∂k λ2 . (3.17)
2
Assim, (3.17) sugere que a fixação de gauge seja ψ1 = ∂k Ak ≈ 0. Assim,

ψ̇1 = {ψ1 , HE }
Z
= {∂l Al , HC + d~y [λ1 φ1 + λ2 φ2 ]}
1
= −∂k π k − ∇2 A0 − 0kij Pk Fij + ∇2 λ2 . (3.18)
4
Temos que φ2 ≈ 0, então ∂k π k = −(1/4)0kij Pk Fij , portanto ψ̇1 é:
1
ψ̇1 = −∇2 A0 + 0kij Pk Fij + ∇2 λ2 ≈ 0. (3.19)
2
Com o fim de obter uma equação para λ2 , imporemos
1
ψ2 = ∇2 A0 − 0kij Pk Fij ≈ 0. (3.20)
2
Assim, temos ∇2 λ2 = 0 como uma segunda condição de gauge. Usamos isso para fixar
λ2 = 0. Portanto, por condição de consistência, temos

ψ̇2 = {ψ2 , HE }
Z
= {ψ2 , HC } + {ψ2 , d~y [λ1 φ1 + λ2 φ2 ]}
1
= ∇2 λ1 − 0kij Pi Ḟij ≈ 0. (3.21)
2
25

Assim, determinamos todos os multiplicadores de lagrange. Portanto, o conjunto de


P
vı́nculos a = {φ1 , φ2 , ψ1 , ψ2 } é da segunda classe.

3.4 Os parênteses de Dirac


P P
Definimos a matriz de parênteses Poisson como Mab (x, y) = { a (x), b (y)}. Para nosso
caso, a matriz singular é
 
0 {φ1 , φ2 } {φ1 , ψ1 } {φ1 , ψ2 }
 
 {φ , φ } 0 {φ2 , ψ1 } {φ2 , ψ2 } 
2 1
M (x, y) =  , (3.22)
 
 {ψ1 , φ1 } {ψ1 , φ2 } 0 {ψ1 , ψ2 } 
 
{ψ2 , φ1 } {ψ2 , φ2 } {ψ2 , ψ1 } 0

avaliando a matriz (3.22), temos o seguinte


 
0 0 0 −∇2
 
 0 0 ∇2 0 
M (x, y) =   δ(x − y). (3.23)
 
 0 −∇2 0 0 
 
0
∇ 0 0 0

Cujo inverso de matriz (3.23) é


 
0 0 0 −G(x − y)
 
 0 0 G(x − y) 0 
M (x, y)−1 =  , (3.24)
 

 0 −G(x − y) 0 0 

−G(x − y) 0 0 0

onde G(x − y) é a função de Green, dado por

∇2 G(x − y) = −δ(x − y), (3.25)

com
du eiux
Z
1
G(x) = 3 2
= . (3.26)
(2π) u 4π k x k
Neste nı́vel, é necessário assegurar que o conjunto das vı́nculos de primeira classe e
as condições de gauge se converte em igualdades fortes. Este requerimento se cumpre
26

definindo uma nova operação de parênteses de Dirac, como


Z Z X X
{A(x), B(y)}D = {A(x), B(y)}− du dv{A(x), (u)}×[M −1 (u, v)]cd { (v), B(y)},
a d
(3.27)
onde, M −1 (x, y) é a inversa de (3.23), assim, os parênteses de Dirac diferentes de zero
para os variables fı́sicas são [Rodolf Cassana]:
 
∂k ∂j
{Ak (x), πj (y)}D = − δkj − 2 δ(x − y), (3.28)

1 0jli 1
{πk (x), π j (y)}D =  Pl ∂ix ∂kx G(x − y) − 0kli Pl ∂ix ∂jx G(x − y), (3.29)
2 2
k 0kli x
{A0 (x), π (y)}D = − Pl ∂i G(x − y). (3.30)
Capı́tulo 4

Não-comutatividade em teoria de
campos

4.1 Produto Moyal


No espaço-tempo NC, a álgebra usual deve ser substituı́da por uma álgebra diferente de
usual. Nesta seção faremos uma breve apresentação desta álgebra via produto Moyal,
Consideramos a álgebra comutativa de funções em RD com o produto usual:

(f · g)(x) = f (x) · g(x) (4.1)

Suponhamos que todos os campos definidos em RD são funções de decrescimento rápido


no infinito [15], ou seja,
k+n1 +...+nD
sup 1 + |x|2 nD
|∂1n1 ...∂D f (x)|2 < ∞, (4.2)
x

∀ k, ni ∈ Z+ e ∂i = ∂/∂xi . A relação em (4.2) é conhecida como condição de Schwartz.

A condição de Schwartz implica que toda função φ(x) pode ser descrita pela sua
transformação de Fourier Z
i
φ(k)
e = dD xe−iki x φ(x), (4.3)

onde φ(−k)
e = φ(k)
e se φ(x) é real.

Para a construção de um espaço-tempo NC substitui-se as coordenadas locais xi ∈ RD


bi obedecendo as relações de comutação dadas em (1). A
por operadores Hermitianos x
quantização de Weyl fornece uma correspondência um para um entre a álgebra dos

27
28

campos definida em RD e esta álgebra de operadores. Dada a função φ(x) e seu corres-
pondentes coeficientes de Fourier (4.3), sendo seu sı́mbolo de Weyl definido por
Z
1 bi
W [φ] ≡ Φ =
c b
D
dD k φ(k)e
e iki x
, (4.4)
(2π)

onde os ki0s são C-números, o operador de Weyl é Hermitiano e f (x) é uma função real.

A fim de definir o produto Moyal, podemos escrever (4.4) em termos de operador

i
Tb(k) ≡ eiki xb , (4.5)

Que satisfaz as seguintes propriedades

Tb† (k) = Tb(−k),


i 0 ij
Tb(k)Tb(k 0 ) = Tb(k + k 0 )e− 2 ki kj θ ,
Y
trTb(k) = (2π)D δ(ki ). (4.6)
i=0

Se introduzimos a equação (4.5) na equação (4.4), obtemos


Z
1
Φ=
b dD k Tb(k)φ(k),
e (4.7)
(2π)D

agora, utilizando as propriedades em (4.6), obtemos


1 b Tb† }.
Φ
e= tr{Φ (4.8)
(2π)D

A expressão (4.8), será nossa motivação para introduzir o produto Moyal.

Se substituı́mos Φ
b pelo produto Φ
b 1Φ
b 2 , o campo φ(k)
e estará relacionado a φe1 e φe2 através
de um produto diferente do usual, ou seja,

(φ^ D b b b†
1 ? φ2 )(k) = (2π) tr{Φ1 Φ2 T (k)}, (4.9)

utilizando as equações (4.6) e (4.7) obtemos o seguinte


Z
0 1 0 ij
(φ^
1 ? φ2 )(k) = dk φe1 φe2 (k − k 0 )e− 2 ki kj θ , (4.10)

ou seja, o produto (φ^


1 ? φ2 )(k) indica a transformação de Fourier de φ1 ? φ2 .
29

Sabemos que:

ki |k > = ki | >,
b

bi |x > = xi |x >,
x
< k|φ > = φ(k),
e

< x|φ > = φ(k),


eiki xi
< k|x > = D , (4.11)
(2π) 2

Assim, utilizando (4.11) e ajuda de produto tensorial, podemos escrever, após de um


trabalho algébrico, o produto (φ^
1 ? φ2 )(k) como

i ij x y

θ ∂i ∂j φ1 (x)φ2 (y)
(φ1 ? φ2 )(x) = e
b b 2 , (4.12)
x=y

ou ainda,
i µν x y

θ ∂µ ∂ν φ1 (x)φ2 (y)
(φ1 ? φ2 )(x) = e
b b 2 , (4.13)
x=y

é vista como definição de produto Moyal.

A equação (4.13) satisfaz a seguinte relação

(φ̂1 ? φ̂2 )(x) = φ̂1 (x) ? φ̂2 (x), (4.14)

ou seja,

− →
− !
1 ∂ µν ∂
(φ̂1 ? φ̂2 )(x) = φ̂1 (x)exp θ φ̂2 (x)
2 ∂xµ ∂xν
n=1 n
X i 1
= φ1 (x)φ2 (x) + [∂µ1 ∂µ2 ...∂µn φ1 (x)]θµ1 ν1 θµ2 ν2 ...θµn νn [∂ν1 ∂ν2 ...∂νn φ1 (x)],

2 n!
(4.15)

de onde a não localidade é facilmente percebida pelo fato de possuir um número infinito
de derivadas.
Desenvolvendo a expressão (4.15), obtemos o seguinte
i 1 i µν i ρλ
φ̂1 (x) ? φ̂2 (x) = φ̂1 (x)φ̂2 (x) + θµν ∂µ φ̂1 (x)∂ν φ̂2 (x) + θ θ ∂µ ∂ρ φ̂1 (x)∂ν ∂λ φ̂2 (x)
2 2! 2 2
1 i µν i ρλ i ση
+ θ θ θ ∂µ ∂ρ ∂σ φ̂1 (x)∂ν ∂λ ∂η φ̂2 (x) + O(θ4 ). (4.16)
3! 2 2 2
30

4.1.1 Propriedades do produto Moyal


Com o propósito de dar significado do produto Moyal, em teorias fı́sicas mais familiares,
vamos discutir algumas de suas propriedades:

(i ). Da expansão (4.16), podemos obter a regra de derivação para o produto Moyal

∂µ (φ̂1 ? φ̂2 ) = ∂µ φ̂1 ? φ̂2 + φ̂1 ? ∂ν φ̂2 , (4.17)

que possui a mesma forma do caso comutativo.

(ii ). Relação aos termos quadráticos do ação. De fato,


Z Z
D
d xφ̂1 (x) ? φ̂2 (x) = dD xφ̂1 (x)φ̂2 (x), (4.18)

Ou seja, de acordo a equação (4.18), apesar de haver um número infinito de deri-


vadas no produto Moyal, essa não localidade não aparece nos termos quadráticos
da ação.

bµ e φ̂2 (x) = x
(iii ). Consideremos o caso em que os campos são dados por φ̂1 (x) = x bν .
Pela equação (4.16), temos
i
bµ ? x
x bν = x bν + θαβ ∂α xµ ∂β xν ,
bµ x (4.19)
2
ou ainda,
i
bµ ? x
x bν = x
bµ x
bν + θµν , (4.20)
2
bµ ? x
de onde podemos perceber que o produto x bν possui uma parte simétrica e
outra antisimétrica. Assim, o comutador Moyal é definido por

xµ , x
[b bν ]? = xµ ? xν − xν ? xµ , (4.21)

portanto, utilizando (4.20), temos

xµ , x
[b bν ]? = iθµν . (4.22)

(iv ). Produto Moyal para três campos


h 1 µν x y i
(φ̂1 (x) ? φ̂2 (x)) ? φ̂3 (x) = e 2 θ ∂µ ∂ν φ̂1 (x)φ̂2 (x) ? φ̂3 (x), (4.23)
x=y
31

em forma estendida fica,


i
(φ̂1 (x) ? φ̂2 (x)) ? φ̂3 (x) = [φ̂1 (x)φ̂2 (x)] ? φ̂2 (x) + θµν [∂µ φ̂1 (x)∂ν φ̂2 (x)] ? φ̂3 (x)
2
1 i µν i αβ
θ θ [∂µ ∂α φ̂1 (x)∂ν ∂β φ̂2 (x)] ? ∂µ φ̂1 (x)∂ν φ̂3 (x)(4.24)
+ ...
22 2

(v ). Para três campos podemos inferir a partir de (4.24), que

(φ̂1 (x) ? φ̂2 (x)) ? φ̂3 (x) = φ̂1 (x) ? (φ̂2 (x) ? φ̂3 (x)), (4.25)

assim,
(φ̂1 (x) ? φ̂2 (x)) ? φ̂3 (x) = φ̂1 (x) ? φ̂2 (x) ? φ̂3 (x). (4.26)

(vi ). Ação para três campos, satisfaz


Z Z
D
d x(φ̂1 (x) ? φ̂2 (x)) ? φ̂3 (x) = dD xφ̂1 (x) ? (φ̂2 (x) ? φ̂3 (x))
Z
= dD xφ̂1 (x) ? φ̂2 (x) ? φ̂3 (x). (4.27)

(vii ). Produto Moyal que envolve função delta é a seguinte

F (x) ? δ(x − y) = δ(x − y) ? F (y). (4.28)

(viii ). Para três campos, temos


Z Z
d xφ̂1 ? [φ̂2 , φ̂3 ]? = dD x[φ̂1 , φ̂2 ] ? φ̂3 .
D
(4.29)

(ix ). A partir de comutador Moyal, temos que:

a). [φ̂1 , [φ̂2 , φ̂3 ]? ]s + [φ̂2 , [φ̂3 , φ̂1 ]? ]? + [φ̂3,[φ̂1 ,φ̂2 ]? ]? = 0. (4.30)
b). [φ̂1 , [φ̂2 , δ(x − y)]? ]s = [φ̂2 , [φ̂1 , δ(x − y)]? ]? . (4.31)

(x ). Produto Moyal que envolve derivada covariante Dµ = ∂µ − ieAµ , temos

Dµ ? (φ̂1 ? φ̂2 ) = (Dµ ? φ̂1 ) ? φ̂2 + φ̂1 ? (Dµ ? φ̂2 ). (4.32)

(xi ). Produto Moyal que envolve derivada covariante e delta

Dµx ? δ(x − y) = −Dµy δ(x − y). (4.33)


32

4.2 Mapeamento de Seiberg-Witten


Seiberg e Witten (1990) propôs que não apenas apresenta contradição, mais também
deve ser possı́vel escrever o mapeamento explı́cito de vector potencial não-comutativo
para um convencional vector potencial Yang-Mills, explicitamente exibindo o equivalente
entre os dois classes de teorias [9]. Portanto a proposta é que exista uma relação entre
um vetor potencial Aµ convencional com a lei de transformação gauge Yang-Mills com
parâmetro λ, δAµ = ∂µ λ + i[Aµ , λ] e parâmetro λ̂(A, λ) de transformação gauge com
invariância de gauge não-comutativo

λ
bAbµ = ∂µ λ
b + iA b − iλ
bµ ? λ b?A
bµ (4.34)

tal que,
A(A)
b + δbλb A(A)
b = A(A
b + δλ A). (4.35)

Neste trabalho não resolveremos a equação (4.35), apenas utilizaremos seu solução,
encontrada por Seiber-Witten [10, 9, 14, 13, 16, 16]. A solução para primer ordem em
θ em caso Abeliano, é

Abµ = Aµ − 1 θαβ Aα (∂β Aµ + Fβµ ) + O(θ2 ),


2
Fµν = Fµν − θαβ (Aα ∂β Fµν + Fµα Fβν ) + O(θ2 ),
b
b = λ − 1 θαβ Aα ∂β λ + O(θ2 ).
λ (4.36)
2
O qual afirma a estabilidade de transformação de gauge

δbλb A
bµ = wDµ ? λ
b

= ∂λ
b + i[λ,
b Abµ ]?
b + θαβ ∂α A
= ∂µ λ b + O(θ2 ),
bµ ∂ λ (4.37)

b µ = ∂µ · −ig[Aµ , ?·] é a derivada covariante e δλ Aµ = ∂µ λ.


onde, D

Análogo à teoria não abeliano, o mapeamento para corrente é consistente com os


requerimentos. Também a corrente J µ é gauge invariante e satisfaz lei de conservação
ordinário ∂µ J µ = 0, o corrente Jbµ é gauge covariante em (?) e satisfaz lei de conservação
b µ ? Jbµ = 0. Agora as correntes J µ e Jbµ estão relacionados,
covariante não-comutativa D
como é estudada em [13] Z
δAν (y)
J(x)
b = d4 yJ ν (y) , (4.38)
δA
bµ (x)
33

usando o mapeamento para vector potencial A(A),


b (4.36) e sua inversa A(A)
b é descrita
como
Aµ = Abµ + 1 θαβ A bµ + Fbβµ ) + O(θ2 ).
bα (∂β A (4.39)
2
Assim, em [14] é mostrada que a corrente Jb é descrito do seguinte jeito
 
µ µ αβ µ 1 µ
J =J −θ
b Aα ∂β J − Fαβ J + θµα Fαβ J β (4.40)
2
Capı́tulo 5

Eletrodinâmica de CFJ em
espaço-tempo não-comutativo

5.1 Teoria eletrodinâmica de CFJ não-comutativo


A ação para a densidade lagrangiana de Maxwell-CFJ em espaço-tempo não comutativo,
pode ser expressado utilizando o produto Moyal (?) em vez de produto usual utilizado
em capitulo 1. Assim, considerando corrente J α = 0, temos
Z  
1 µν 1 αβµν bβ ? Fbµν d4 x,
Sb = − Fbµν ? Fb −  Pbα ? A (5.1)
4 4
como existe um numero infinito de derivadas o produto Moyal é não local. entretanto, a
não localidade, não aparece os termos quadráticos na ação. Assim, tendo em conta que
a integral (5.1) é cı́clica, temos
Z  
1 µν 1 αβµν bβ Fbµν d4 x,
Sb = − Fbµν Fb −  Pbα A (5.2)
4 4
onde, a densidade Lagrangiana em espaço-tempo não-comutativo, é

b CF J = − 1 Fbµν Fbµν − 1 αβµν Pbα A


L bβ Fbµν . (5.3)
4 4

A densidade Lagrangiana L
b CF J em espaço-tempo não-comutativo expressado em
(5.3), pode ser descrito como a Lagrangiana em espaço-tempo comutativo mas os ter-
mos de deformação em θ. Assim, utilizando o mapeamento Seiberg Witten (4.36) e
fazendo operações algébricas, encontramos o valor equivalente de L
b CF J en espaço-tempo

34
35

comutativo, isto é

b CF J = − 1 Fµν F µν + 1 θαβ Fαβ Fµν F µν + 1 θαβ Fµα Fβν F µν − 1 µνρσ Pµ Aν Fρσ


L
4 8 2 4
1 µνρσ αβ 1 µνρσ αβ 1
−  θ Pµ Aα (∂β Aν )Fρσ +  θ Pµ Aα Fβν Fρσ + µνρσ θαβ Pµ Aν Fαβ Fρσ
8 8 8
1 µνρσ αβ
+  θ Pµ Aν Fρα Fβσ . (5.4)
4
onde podemos observar facilmente que o modelo original de Carroll field Jackiw, obtemos
fazendo θ = 0.

Para encontrar as equações de movimento, podemos utilizar as equações de Euler


Lagrange
∂L
b CF J ∂L
b CF J
∂µ − = 0, (5.5)
∂(∂µ Aν ) ∂Aν
Aproveitando as equações de Euler Lagrange, definimos o momento canônico gene-
ralizado
∂Lb CF J
Πµν = −Πνµ = , (5.6)
∂µ A ν
Assim, o momento canônico generalizado para a densidade lagrangiana Maxwell CFJ é
1 1 1
Πµν = −F µν + θαβ Fαβ F νµ + θµν Fαβ F αβ − θαβ Fαµ Fβν + θµβ Fαβ F να + ρσµν θαβ Pρ Aα Fβσ
2 4 4
1 αβµν 1 ρσµν αβ 1 ρσµν αβ 1 ρσµν αβ
−  Pα A β −  θ Pρ (∂σ Aβ ) +  θ Pρ Aα Fβσ +  θ Pρ Aσ Fαβ
2 4 4 4
1 1 1 1
+ αµρσ θνβ Pα Aβ Fρσ + αβρσ θµν Pα Aβ Fρσ − αµρσ θνβ Pα Aρ Fβσ + ανρσ θµβ Pα Aρ Fβσ
8 4 2 2
νβ µα
−θ Fαβ F . (5.7)

Também temos que

∂L
b CF J 1 1 1
= − µνρσ Pµ Fρσ − αµρσ Pα θνβ (∂β Aµ )Fρσ + αµρσ θνβ P αFβµ Fρσ
∂Aν 4 8 8
1 µνρσ αβ 1 µνρσ αβ
+  θ Pµ Fαβ Fρσ +  θ Pµ Fρα Fβσ . (5.8)
8 4
36

Portanto, de (5.7) e (5.8) encontramos as equações de movimento


1 1 1
0 = −∂µ F µν + µναβ Pµ Fαβ + θαβ ∂µ (Fαβ F µν ) + θµν ∂µ (Fαβ F αβ ) − θαβ ∂µ (Fαµ Fβν )
2 2 4
1 1
+θµβ ∂µ (Fαβ F νβ ) − θνβ ∂µ (Fαβ F µα ) − ρσµν Pρ θαβ ∂µ (Aα (∂σ Aβ )) + ρσµν θαβ Pρ ∂µ (Aα Fβσ )
4 4
1 ρσµν 1 1
+  Pρ θαβ Aσ (∂µ Fαβ ) + αµρσ Pα θνβ ∂µ (Aβ Fρσ ) + αβρσ Pα θµν ∂µ (Aβ Fρσ )
4 8 4
1 αµρσ 1 1
−  Pα θνβ Pµ (Aρ Fβσ ) + ανρσ Pα θµβ ∂µ (Aρ Fβσ ) + ανρσ Pα θνβ (∂β Aµ )Fρσ
2 2 8
1 αµρσ 1
−  Pα θνβ Fβµ Fρσ − µνρσ Pµ θαβ Fρα Fρσ . (5.9)
8 4

Voltando ao Lagrangeano expressado em (5.4), e utilizando as relações: Feij = ijk E k ,


Fe0j = −B j , F 0k = −E k , F ij = −ijk B k , θi = 12 ijk θjk , é possı́vel escrever

b CF J = 1 (E 2 − B 2 ) + 1 (E 2 − B 2 )(θ~ · B)
L ~ − (θ~ · B)(
~ E ~ − 1 P0 A
~ · B) ~·B ~ + 1 A0 P~ · B ~
2 2 2 2
1 ~ + 1 (P~ × A) ~ − 1 P0 θkl Ak B i (∂l Ai ) − 1 θkl Ak (P~ · B)(∂
− (P~ × A)~ ·E ~ · θ(E~ · B) ~ l A0 )
2 4 4 4
1
+ ijm θkl Pi E m Ak (∂l Aj ). (5.10)
4
Se vê claramente que, como é esperado no espaço-tempo NC, a introdução do parâmetro
de não-comutatividade quebra explicitamente a invariância de Lorentz. Mas a discussão
desse tema está fora de nosso interesse.

Nosso objetivo aqui é encontrar o Hamiltoniano, neste contexto, o próximo passo é


calcular o momento canônico conjugado a A0 e Ai respectivamente

∂L
b CF J
π0 = = 0. (5.11)
∂∂0 A0
Seguindo o formalismo de vı́nculos de Dirac, podemos ver claramente que a equação.
(5.11) é um vı́nculo primário.
φ1 = π0 ≈ 0. (5.12)

Logo, o momento canônico conjugado a Ai , é

∂L
b CF J
πi = . (5.13)
∂∂0 Ai
37

Assim,
1 1 1
π i = −F oi + θkl Fkl F 0i − θkl F k0 F li − θil Fkl F ok − 0kli Pk Al − 0mri θkl Pm Ak (∂l Ar )
2 2 4
1 0mri kl 1 0mri kl 1 0mri kl 1
+  θ Pm Ak Flr +  θ Pm Ak Flr +  θ Pm Ar Fkl − θki Pl Ak Fel0
4 4 4 4
1 0mrs ik
+  θ Pm Ar Fks , (5.14)
2
ou também,

π i = E i + (θ~ · B)E
~ i − (θ~ · E)B
~ i − (E ~ θ~i − 1 (P~ × A)
~ · B) ~ i + 1 rsi θkl Pr Ak (∂l As )
2 4
1 ~ ~ θ~ · B) 1
~ + (P~ × θ) ~ i (A 1
~ + (θ~ × A)
~ · B) ~ + 1 (P~ × A)
~ i (P~ · B) ~ · θB~ i.
− (P × A)(
4 4 4 2
(5.15)

Da equação (5.15), o campo elétrico é possı́vel escrever, como


1
E i = π i + (P~ × A) ~ i + f (θ), (5.16)
2
onde, f (θ) são os componentes de deformação em θ de momento canônico π i , isto é

f (θ) = (θ~ · B)E


~ i − (θ~ · E)B
~ i − (E ~ · B) ~ θ~i + 1 rsi θkl Pr Ak (∂l As ) − 1 (P~ × A)(~ θ~ · B)
~
4 4
1 ~ i (A ~ + 1 (θ~ × A) ~ + 1 (P~ × A) ~ i,
+ (P~ × θ) ~ · B) ~ i (P~ · B) ~ · θB (5.17)
4 4 2
claramente de (5.17), θf (θ) = 0. Portanto, a equação (5.15), é
~ i + 1 (P~ × A)
π i = E i + (θ~ · B)π ~ − (θ~ · ~π )B i − 1 (P~ × A)
~ i (θ~ · B) ~ i − (~π · B)θ
~ · θB ~ i
2 2
1 ~ i − 1 (P~ × A) ~ + 1 rsi θkl Pr Ak (∂r As ) − 1 (P~ × A) ~ i (θ~ · B)
− (P~ × A) ~ · Bθ ~
2 2 4 4
1 ~ i (A ~ + 1 (θ~ × A) ~ + 1 (P~ × A) ~ i,
+ (P~ × θ) ~ · B) ~ i (P~ · B) ~ · θB (5.18)
4 4 2
onde, o campo elétrico é definido como E i = F0i = ∂0 Ai − ∂i A0 .

Utilizando a definição de Hamiltoniano Hc = π i ∂0 Ai − L


b CF J e as equações (5.10),
(5.18), temos
1 1 ~ + 1 P0 (A ~ − 1 A0 (P~ · B)
Hc = −πi ∂i A0 + (π 2 + B 2 ) + (B 2 − π 2 )(θ~ · B)~ + (θ~ · ~π )(~π · B) ~ · B) ~
2 2 2 2
1 ~ · ~π + 1 (1 − θ~ · B)( ~ 2 + 1 (P~ × A) ~ + 1 θ(~
~ θ~ · ~π ) − ~π (θ~ · B) ~ π · B)]
+ (P~ × A) ~ P~ × A) ~ · [B( ~
2 8 2 2
1 ~ P~ × A) ~ + 1 rsi θkl Pr Ak (∂l As )πi + 1 θrsi θkl Pr Ak (P~ × A)
+ (P~ × A)~ · θ( ~ ·B ~ i (∂l As )
8 4 8
1 ~ l A0 ) − 1 P0 θkl Ak Bi (∂l Ai ).
+ θkl Ak (P~ · B)(∂
4 4
(5.19)
38

5.2 Vı́nculos para eletrodinâmica de CFJ em NC


Os vı́nculos serão estudados utilizando o método de Dirac, fundamentado em capitulo 2
e con ajuda de parênteses de Poison fundamentais representados em equação (3.4).

Na equação (5.12) temos um vı́nculo primário,

φ1 ≈ π 0 . (5.20)

Os vı́nculos secundários serão determinados utilizando a condição de consistência.


Para tal, precisamos construir a Hamiltoniana HE , assim
Z
HE = HC + λ1 φ1 d3 x. (5.21)

Então, por condição de consistência e as propriedades de função delta


Z
f (x)δ(x − a)dx = f (x) (5.22)

f (x)δ 0 (x) = −f 0 (x)δ(x), (5.23)

temos,

φ̇1 = {φ1 , HE }
Z
= {φ1 , HC } + λ1 d3 x{φ1 , φ1 }
1 ~ + 1 θkl ∂l [Ak (P~ · B)].
= −∂i πi + (P~ · B) ~ (5.24)
2 2
Daqui, fazendo φ̇1 = {φ1 , HE } ≈ 0, temos o vı́nculo secundário
1 ~ + 1 θkl ∂l [Ak (P~ · B)],
φ2 = −∂i πi + (P~ · B) ~ (5.25)
2 2
logo, de forma parecida intentamos obter outro vinculo utilizando a condição de con-
sistência. Assim, construı́mos um Hamiltoniano em função dos vı́nculos φ1 e φ2 , o qual
é Z Z
3
H = HC + λ1 φ1 d x + λ1 φ1 d3 x, (5.26)

onde, λ1 e λ2 são os multiplicadores de lagrange.


39

Assim, utilizando a condição de consistência novamente, temos

φ̇2 = {φ2 , HE }
Z Z
3
= {φ2 , HC } + λ1 d x{φ2 , φ1 } + λ2 d3 x{φ2 , φ2 }
1 1 ~ × P~ ] + 1 P~ · (∇ × ~π ) + 1 P~ · [∇ × (P~ × A)]
= − ∇ · (~π × P~ ) − ∇ · [(P~ × A) ~ + F (θ),
2 4 2 4
(5.27)

onde, F (θ) são os componentes que contem como factor o parâmetro de não comutati-
vidade θ.

Da equação (5.17), temos que


1
π i = E i − (P~ × A)
~ i − f (θ). (5.28)
2
Assim, substituindo (5.28) em (5.27), temos
1 ~ − 1 (P~ ~ − f (θ)) × P~ ] − 1 ∇ · [(P~ × A)
~ × P~ ]
{φ2 , HE } = − ∇ · [(E × A)
2 2 4
1~ ~− 1 ~ ~ − f (θ))] + 1 P~ · [∇ × (P~ × A)]
~ + F (θ).
+ P · [∇ × (E (P × A)
2 2 4
(5.29)

~ = 0, obtemos de (5.29)
Utilizando a definição ∇ × E
1 1
{φ2 , HE } = ∇ · [f (θ) × P~ ] − P~ · [∇ × f (θ)] + F (θ). (5.30)
2 2
Assim, {φ2 , HE } não é um vı́nculo. Portanto este modelo não tem mais vı́nculos.

Avaliando os parênteses de Poisson para os vı́nculos φ1 e φ2 , temos que

{φ1 , φ2 } = {φ1 , φ1 } = {φ2 , φ2 } = 0. (5.31)

Portanto, os vı́nculos φ1 e φ2

φ1 = π 0 ≈ 0, (5.32)
1 ~ + 1 θkl ∂l [Ak (P~ · B)],
φ2 = −∂i πi + (P~ · B) ~ (5.33)
2 2
são de primeira classe.
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