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HIDRÁULICA E

TÉCNICAS DE COMANDO
José Fernando Xavier Faraco
Presidente da FIESC

Sérgio Roberto Arruda


Diretor Regional do SENAI/SC

Antônio José Carradore


Diretor de Educação e Tecnologia do SENAI/SC

Marco Antônio Dociatti


Diretor de Desenvolvimento Organizacional do SENAI/SC
HIDRÁULICA E
TÉCNICAS DE COMANDO

Florianópolis 2005
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desde que a fonte seja citada

Equipe Técnica:
Or ganização:
Organização:
Adagir Saggin
Adalberto Silveira
Guilherme de Oliveira Camargo
Irineu Parolin
Natalino Uggioni
Sandro Feltrin
Vilmar Loshstein

Revisão Técnica:
Natalino Uggioni

Revisão Ortográfica:
Ana Lúcia Pereira do Amaral

Projeto Gráfico:
Rafael Viana Silva

Capa:
Rafael Viana Silva
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SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

ÍNDICE DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO A HIDRÁULICA................................13
1.1 Lei de Pascal..................................................................................................14
1.2 Princípio de compensação de energia................................................................14
1.3 Vazão...........................................................................................................15
1.4 Coluna do fluido.............................................................................................16
1.5 Fluxo laminar e fluxo turbulento.......................................................................17
1.6 Tabela de velocidades de fluxo recomendadas no sistema oleodinâmico..................18
1.7 Tabela de comprimentos equivalentes a perdas localizadas (em polegadas de cana-
lização retilínea.................................................................................................21

2 FA TORES RESUL
FATORES RESULT TANTES D DAA PRESSÃO NUM
SISTEM A...............................................................24
SISTEMA...............................................................24
2.1 Carga sobre o atuador.....................................................................................24
2.2 Restrição na tubulação....................................................................................25

3 UNID ADES
UNIDADES FUND AMENT
FUNDAMENT
AMENTAIS AIS DO SISTEMA
INTERNACIONAL.................................................26
3.1 Quadro das unidades fundamentais do SI...........................................................26
3.2 Tabela de conversão das principais unidades de pressão........................................26
3.3 Quadro de unidades de pressão mais utilizados em sistema hidráulicos...................26
3.4 Quadro das principais unidades de capacidade ou volume....................................27
3.5 Quadro das principais unidades de força............................................................27
3.4 Quadro das principais unidades de vazão...........................................................27

4 COMPOSIÇÃO DOS SISTEMAS HIDRÁULICOS..........28


4.1 Posição do reservatório em relação à bomba.......................................................28

5 SIMBOLOGIA/RESUMO
SIMBOLOGIA/RESUMO ..........................................29
OGIA/RESUMO..........................................29
5.1 Quadro dos símbolos das linhas de fluxo............................................................29
5.2 Quadro de símbolos funcionais.........................................................................29
5.3 Quadro de símbolos das fontes de energia.........................................................29
5.4 Quadro dos símbolos das válvulas direcionais......................................................30
5.5 Quadro dos símbolos dos métodos de acionamento............................................30
5.6 Quadro dos símbolos das válvulas controladoras de vazão.....................................30
5.7 Quadro dos símbolos das válvulas de retenção....................................................31
5.8 Quadro dos símbolos das válvulas reguladoras de pressão.....................................31
5.9 Quadro dos símbolos de reservatório.................................................................31
5.10 Quadro dos símbolos de bombas....................................................................32
5.11 Quadro dos símbolos de cilindros...................................................................32
5.12 Quadro dos símbolos de motores...................................................................33
5.13 Quadro dos símbolos de intrumentos e acessórios............................................33

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 5


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

6 BOMBAS HIDRÁULICAS.........................................34
6.1 Bombas hidráulicas.........................................................................................34
6.2 Bombas de engrenagens.................................................................................34
6.3 Bombas de engrenagens internas......................................................................35
6.4 Bombas de engrenagens espinha de peixe.........................................................36
6.5 Bombas de vazão fixa (balanceada)....................................................................36
6.6 Esquema do princípio de funcionamento...........................................................37
6.7 Funcionamento na pressão mínima de trabalho...................................................37
6.8 Funcionamento na pressão máxima de trabalho...................................................37
6.9 Bomba de pistões axiais de eixo inclinado ou desalinhado.....................................38
6.10 Bombas de pistões radiais..............................................................................38
6.11 Bombas de pistões axiais de placa ou disco inclinado..........................................38
6.12 Bombas em série.........................................................................................39
6.13 Bombas em paralelo.....................................................................................39
6.14 Bombas de pistões radiais..............................................................................39

7 VÁLVULAS DIRECIONAIS.......................................41
VÁLVULAS
7.1 Válvula carretel..............................................................................................42
7.2 Válvula direcional com êmbolo deslizante..........................................................43
7.3 Válvula direcional de assento esférico................................................................43
7.4 Sobreposição positiva......................................................................................44
7.5 Sobreposição negativa....................................................................................44
7.6 Esquema de solenóide....................................................................................45
7.7 Quadro de defeito, causas possíveis e soluções...................................................45
7.8 Válvula de duplo acionamento.........................................................................46
7.9 Válvula direcional 4/3 vias, pré-acionada por solenóide, acionada por pressão hi-
dráulica, centrada por mola; de piloto e dreno interno...............................................46

8 REGISTROS............................................................47
8.1 Registros.......................................................................................................47

9 ATUADORES LINEARES.........................................48
9.1 Componentes do cilindro................................................................................48
9.2 Amortecimento.............................................................................................49
9.3 Anéis...........................................................................................................50
9.4 Anéis tipo “O”..............................................................................................50
9.5 Anéis tipo lábio de dupla ação..........................................................................51

10 ATU ADORES ROT


ATUADORES ATIV
ROTA OS.....................................52
TIVOS.....................................52
10.1 Comparação entre uma bomba e um motor de engrenagem..............................52
10.2 Pinhão cremalheira.......................................................................................53
10.3 Motores oscilantes ou osciladores...................................................................54
10.4 Oscilador com cilindro...................................................................................54
10.5 Oscilador com rosca sem-fim.........................................................................54
10.6 Oscilador de palhetas...................................................................................69

11 VÁLVULA DE BL
VÁLVULA OQUEIO
BLOQUEIO.......................................56
OQUEIO.......................................56
11.1 Válvula de retenção simples..........................................................................56

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 6


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

11.2 Válvula de retenção pilotada geminada............................................................56


11.3 Válvula de retenção pilotada..........................................................................57
11.4 Válvula de preenchimento............................................................................57

12 RESER
RESERVVATÓRIO...................................................58
TÓRIO...................................................58
12.1 O reservatório e seus componetes..................................................................58
12.2 Posicionamento das linhas de sucção e retorno..................................................59
12.3 Bocal de enchimento com filtro.......................................................................59
12.4 Uso da chicana horizontal..............................................................................60
12.5 Uso da chicana vertical..................................................................................60

13 FLUIDOS HIDRÁULICOS........................................61
13.1 Transmição de energia através de fluidos..........................................................61
13.2 Lubrificação e vedação das partes móveis.........................................................62
13.3 Resfriando e dissipando calor no reservatório....................................................62
13.4 Viscosímetro de Saybolt................................................................................64
13.5 Tabela de comparação entre um fluido de IV50 e um de IV 90............................65
13.6 Tabela de conversão de viscosidade.................................................................66

14 FILTROS...............................................................67
FILTROS...............................................................67
14.1 Filtro de sucção............................................................................................67
14.2 Filtro de pressão...........................................................................................67
14.3 Filtro de retorno...........................................................................................68
14.4 Filtro de retorno com indicador óptico (mecânico).............................................68
14.5 Filtro de retorno com indicador eletro-óptico de saturação..................................68
14.6 Alguns tipos de elementos filtrantes...............................................................69

15 VÁLVULAS CONTROLADORAS DE V
VÁLVULAS AZÃO (FL
VAZÃO UX
(FLUXO).
O)....70
UXO).
15.1 Válvulas controladoras de vazão sem compensação de pressão...........................70
15.2 Válvula controladora bidirecional e tipos de elementos controladores...................70
15.3 Válvulas redutoras de vazão com retenção (controle unidirecional).......................71
15.4 Válvula controladora de vazão com compensação de pressão..............................71
15.5 Construção tipo “A”, estreitamento antes do compensador.................................72
15.6 Construção tipo “B”, estreitamento antes do compensador................................72
15.7 Método de controle de fluxo: na entrada, na saída e em desvio............................74
15.8 Exemplo de circuito hidráulico industrial com duas velocidades de avanço............75
15.9 Exemplo de circuito hidráulico industrial com três velocidades de avanço.............75

16 VÁLVULAS REGULADORAS DE PRESSÃO


VÁLVULAS ...........
...............76
PRESSÃO...........
16.1 Princípio básico de funcionamento das válvulas reguladoras de pressão.................76
16.2 Válvula de alívio...........................................................................................77
16.3 Válvula de descarga.....................................................................................77
16.4 Circuito com bombas em paralelo, aplicação de válvula de alívio e de descarga.........78
16.5 Aplicação de uma bomba de pistões radiais......................................................78
16.6 Válvula de seqüência de ação direta................................................................79
16.7 Circuito hidráulico seqüencial.........................................................................79
16.8 Circuito regenerativo seqüencial.....................................................................80
16.9 Válvula redutora de pressão..........................................................................80

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 7


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

16.10 Válvula redutora de pressão de operação direta...............................................81


16.11 Ventagem e controle remoto.......................................................................81
16.12 Controle de pressão remoto, posição central da válvula direcional......................82
16.13 Controle de pressão remoto, solenóide “b” energizado...................................82
16.14 Controle de pressão remoto, solenóide “a” energizado...................................83

17 ELEMENTO LÓGICO...........................................
...............................................84
LÓGICO...........................................
17.1 Princípio de funcionamento do elemento lógico...............................................84
17.2 Retenção de A para B....................................................................................85
17.3 Retenção de B para A....................................................................................85
17.4 Possibilidade de comando por B......................................................................85
17.5 Possibilidade de comando por A......................................................................85
17.6 Possibilidade de comando por A e B................................................................86
17.7 Válvula de retenção pilotada..........................................................................86
17.8 Integração entre válvula direcional e válvula de retenção....................................86
17.9 Retenção em uma direção e controle de fluxo no sentido contrário.......................87
17.10 Integração entre válvula direcional e reguladora de vazão.................................87
17.11 Dupla retenção..........................................................................................87
17.12 Válvula limitadora de pressão.......................................................................88
17.13 Exemplo de circuito com aplicação do elemento lógico....................................88

18 TROCADOR DE CALOR.......................................
OR...........................................89
CALOR.......................................
18.1 Trocador de calor a ar.....................................................................................89
18.2 Trocador de calor a água................................................................................89

19 ACUMULADORES..............................................
ACUMULADORES..................................................90
19.1 Acumuladores.............................................................................................90
19.2 Ciclo de trabalho de um acumulador de membrana...........................................91
19.3 Ciclo de trabalho de um acumulador de bexiga.................................................92
19.4 Exemplo de circuito com aplicação de acumulador hidráulio................................92

20 INTENSIFICADORES DE PRESSÃO - “BOOSTERS”..9


“BOOSTERS”..933
20.1 Intensificadores de pressão “boosters”............................................................93

21 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO...........................
...............................94
MEDIÇÃO...........................
21.1 Manômetro de Bourdon...............................................................................94
21.2 Manômetro com sinal elétrico........................................................................94
21.3 Válvula isoladora de manômetro....................................................................95
21.4 Pressostato de êmbolo..................................................................................96
21.5 Pressostato tipo Bourdon...............................................................................96

22 ELEMENTOS DE INTERLIGAÇÃO INTERLIGAÇÃO,, CONEXÃO E


VEDAÇÃO
O.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 7
22.1 Tipos de mangueiras.....................................................................................98
22.2 Esquema interno de um bloco manifold...........................................................98
22.3 Conexões por roscas.....................................................................................99

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 8


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO À HIDRÁULICA................................13
1.1 Histórico..................................................................................................13
1.2 Princípio de Pascal..................................................................................14
1.3 Transmição de força hidráulica..............................................................14
1.3.1 Leis de vazão (hidrodinâmica e mecânica dos fluidos)........................15
1.3.2 Conservação de energia...................................................................16
1.3.3 Perdas de energia por atrito..............................................................17
1.3.4 Regimes de fluxos.............................................................................17
1.3.5 Números de Reynolds (Re)................................................................17
1.3.6 Resistência à passagem de fluido.......................................................18
1.3.7 Dimensionamento de tubos em função da velocidade......................18
1.3.8 Dimensionamento em função da perda de carga..............................19
1.4 Vantagens e desvantagens dos sistemas hidráulicos..........................22
1.4.1 Vantagens.........................................................................................22
1.4.2 Conservação de energia...................................................................22
1.5 Potência..................................................................................................22
1.5.1 Potência hidráulica.............................................................................22

2 FA TORES RESUL
FATORES RESULT T ANTES D DA A PRESSÃO NUM
SISTEMA...............................................................24

2.1 Tipos de pressão, unidade de pressão e outras grandezas.................25

3 UNID ADES
UNIDADES FUND AMENT
FUNDAMENT
AMENTAIS AIS DO SISTEMA
INTERNACIONAL...............................................26
3.1 Conversão das principais unidades de pressão...................................26
3.2 Unidades de pressão mais utilizadas em sistemas hidráulicos...........26
3.3 Principais unidades de capacidade ou volume...................................27
3.4 Principais unidades de força..................................................................27
3.5 Principais unidades de vazão................................................................27

4 COMPOSIÇÃO DOS SISTEMAS HIDRÁULICOS..........28


4.1 Posição do reservatório.........................................................................28

5 SIMBOLOGIA/RESUMO
SIMBOLOGIA/RESUMO ..........................................29
OGIA/RESUMO..........................................29

6 RESERVATÓRIO DE AR COMPRIMIDO
RESERV .....................34
COMPRIMIDO.....................34

6.1 Conversão das principais unidades de pressão...................................34


6.1.1 Tipos.................................................................................................34

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 9


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

6.1.2 Bombas de deslocamentos positivo..................................................34


6.1.3 Bombas de palhetas..........................................................................36
6.1.4 Bombas de pistões............................................................................37
6.2 Montagem e instalação de bombas.....................................................38
6.1.1 Cuidados na instalação de bombas....................................................40
6.1.2 Cativação..........................................................................................40
6.1.3 Aeração.............................................................................................40

7 VÁLVULAS DIRECIONAIS.......................................41
VÁLVULAS
7.1 Sobreposição das válvulas direcionais.................................................42
7.1.1 Tipos construtivos para válvulas.........................................................42
7.1.2 Tipos de solenóides...........................................................................45
7.1.3 Válvulas direcionais pré-operadas (sanduiche de válvulas)................46

8 REGISTROS............................................................47
8.1 Tipos de registros...................................................................................47

9 ATU
ATU ADORES LINEARES.........................................48
TUADORES
9.1 Amortecimento do fim de curso nos cilindros hidráulicos................48
9.2 Vedações para cilindros e demais componentes................................49

10 ATU ADORES ROT


ATUADORES ATIV
ROTA OS.....................................52
TIVOS.....................................52

11 VÁLVULAS DE BL
VÁLVULAS OQUEIO
BLOQUEIO .....................................56
OQUEIO.....................................56
11.1 Válvula de preenchimento ou de sucção.........................................57

12 RESER
RESERVVATÓRIO...................................................58
TÓRIO...................................................58
12.1 Componentes do reservatório...........................................................58
12.2 Montagem das linhas..........................................................................59
12.3 Chicanas...............................................................................................60

13 FLUIDOS HIDRÁULICOS........................................61
13.1 Principais fluidos hidráulicos..............................................................62
13.2 Viscosidade..........................................................................................63
13.2.1 Importância do controle de viscosidade...........................................63
13.2.2 Métodos para definição da viscosidade...........................................64

14 FILTROS...............................................................67
FILTROS...............................................................67
14.1 Tipos de filtros quanto à posição de montagem...............................67
14.1.1 Materiais dos elementos filtrantes..................................................63

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 10


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

15 VÁLVULAS CONTROLADORAS DE V
VÁLVULAS AZÃO (FL
VAZÃO UX
(FLUXO)...
UXO)...70
O)...70
15.1 Controlar velocidade dos atuadores.................................................74
15.1.1 Exemplo de circuito hidráulico industrial com duas velocidades de
avanço.........................................................................................75
15.1.2 Exemplo de circuito hidráulico industrial com três velocidades de
avanço.........................................................................................75

16 VÁLVULAS REGU
VÁLVULAS LADORAS DE PRESS
REGULADORAS ÃO
ÃO..............
PRESSÃO ..
.............. 76
..76
16.1 Princípio básico de funcionamento das válvulas reguladoras de
pressão..................................................................................................76
16.1.1 Válvula de seqüência de ação direta...............................................79
16.1.2 Válvula redutora de pressão............................................................80
16.1.3 Válvula redutora de pressão de operação direta..............................80
16.2 Ventagem e controle remoto.............................................................81

17 ELEMENTO LÓGICO...............................
.............................................
LÓGICO............................... ..
.............. 84
..84
17.1 Alguns exemplos de aplicação...........................................................85

18 TROCADOR DE CALOR...........................
OR.........................................
CALOR........................... ..
.............. 89
..89
18.1 Trocador de calor a ar...........................................................................89
18.2 Trocador de calor a água.....................................................................89

19 ACUMULADORES..................................
ACUMULADORES................................................ ..
.............. 90
..90
19.1 Comentário sobre acumuladores......................................................91

20 INTENSIFICADORES DE PRESSÃO “BOOSTER”... ..


“BOOSTER”..... 93
..93

21 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO............................
MEDIÇÃO............................ ..
.............................. 94
..94
21.1 Manômentro com sinal elétrico.........................................................94
21.2 Termômetros........................................................................................95

22 ELEMENTOS DE INTERLIGAÇÃOINTERLIGAÇÃO,, CONEXÃO E


VED AÇÃO
VEDAÇÃO ...........................................................
AÇÃO........................................................... ..
............................................................. 97
..97
22.1 Tubos.....................................................................................................97
22.2 Mangueiras..........................................................................................97
22.3 Placas de ligação e blocos manifold..................................................98
22.4 Elementos de conexão.......................................................................98
22.4.1 Conexão por roscas.........................................................................99

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................100

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 11


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
A finalidade deste material é proporcionar aos interessados uma visão do
mundo da hidráulica. As experiências têm revelado que atualmente a hidráu-
lica é indispensável como um método moderno de transmissão de energia.
O termo hidráulica deriva da raiz grega hidro que significa água. Hoje,
entende-se por hidráulica a transmissão, controle de forças e movimentos
por meio de fluidos líquidos (óleos minerais e sintéticos). Fluido é toda a
substância que flui e toma a forma do recipiente no qual está confinado.
Com a automatização, os acionamentos e comandos hidráulicos ganha-
ram importância através do tempo. Grande parte das modernas e mais pro-
dutivas máquinas e instalações são hoje parcial ou totalmente comandadas
por sistemas hidráulicos. Apesar da multiplicidade dos campos de aplicação
da hidráulica, o conhecimento dessa matéria ainda não está totalmente di-
fundido. Como resultado disso, a aplicação do sistema hidráulico tem sido
restrita.
O conteúdo inclui a descrição de sistemas hidráulicos para a transferência
de forças ou movimentos, seus princípios de funcionamento, detalhes cons-
trutivos dos componentes e a montagem de comandos hidráulicos na banca-
da, fazendo com que haja um relacionamento entre teoria e prática.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 12


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

CAPÍTULO
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO À
HIDRÁULICA
1.1 HISTÓRICO
Existem apenas três formas de transmissão de energia na esfera comerci-
al: a elétrica, a mecânica e a fluídica (hidráulica e pneumática).
Naturalmente a mecânica é a mais antiga de todas, por conseguinte é a
mais conhecida. Hoje utilizada de muitos outros artifícios mais apurados como
engrenagens, cames, polias e outros.
A elétrica, que usa geradores, motores elétricos, condutores e uma gama
muito grande de outros componentes, é uma forma de transmissão desen-
volvida nos tempos modernos. É o único meio de transmissão de energia que
pode ser transportado a grandes distâncias.
A força fluídica tem origem, por incrível que pareça, a milhares de anos. O
marco inicial que se tem conhecimento é a utilização da roda d’água, que
emprega a energia potencial da água armazenada a uma certa altura, para a
geração de energia mecânica.
O uso do fluido sob pressão, como meio de transmissão de potência, já é
mais recente, sendo que o seu desenvolvimento ocorreu, mais precisamen-
te, após a Primeira Grande Guerra Mundial.
Os fatos mais marcantes da história da energia fluídica poderiam ser rela-
cionados como os seguintes:

ƒ Em 1795, um mecânico inglês, Joseph Bramah, construiu a primeira


prensa hidráulica, usando como meio de transmissão a água.

ƒ Em 1850, Armstrong desenvolveu o primeiro guindaste hidráulico e, para


construí-lo, também desenvolveu o primeiro acumulador hidráulico.

ƒ Em 1900, foi construída a primeira bomba de pistões axiais nos Es-


tados Unidos e, nesta mesma época, ocorreu a substituição da água
por óleo mineral, com muitas vantagens.

Atualmente, com o desenvolvimento de novos metais e fluidos obtidos


sinteticamente, a versatilidade e a dependência do uso da transmissão de
força hidráulica ou pneumática tornam-se evidentes desde o seu uso para
um simples sistema de frenagem em veículos até a sua utilização para com-
plexos sistemas das eclusas, aeronaves e mísseis.
Vamos pensar um pouco: sem a energia fluídica, a tecnologia moderna
seria capaz de uma potência para elevar um contêiner de grande tonelagem,

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 13


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

ou potência suficientemente pequena para prender um ovo sem quebrar a


casca?

1.2 PRINCÍPIO DE PASCAL


Blaise Pascal, em 1648, enunciou a lei que rege os princípios hidráulicos:
A pressão exercida em um ponto qualquer de um líquido estático é a
mesma em todas as direções, exercendo forças iguais em áreas iguais e sem-
pre perpendiculares à superfície do recipiente.

Figura 1.1: Lei de Pascal


Fonte: RACINE, 1994, 9.ed., p. 13

Caso uma força “F” atue sobre uma área “A” e sobre um fluido confina-
do, ocorrerá nesse fluido uma pressão “P”.

Pressão, conceitualmente, é a força exercida por unidade de área.

1.3 TRANSMISSÃO DE FORÇA HIDRÁULICA


Em 1795, Joseph Bramah criou a primeira prensa hidráulica manual apli-
cando o princípio de Pascal.

Figura 1.2: Princípio de compensação da energia


Fonte: RACINE, 1994, 9.ed., p. 14

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 14


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Como a pressão se distribui uniformemente em todas as direções e age


com a mesma intensidade em todos os pontos, podemos afirmar que ela é
igual nas áreas A e B do sistema.
Portanto, podemos afirmar que:

Além da possibilidade de calcular as forças ou áreas que envolvem o siste-


ma, também é possível calcular o deslocamento “S” dos êmbolos.

1.3.1 LEIS D
DAA VAZÃO (HIDRODINÂMICA E MECÂNICA
VAZÃO
DOS FLUIDOS)

Se um fluido flui por um tubo com vários diâmetros, o volume que passa
em uma unidade de tempo é o mesmo independente da seção. A velocidade
do fluxo varia.

Figura 3.1: Vazão


Fonte: REXROTH, 1994, p.31

onde: Q = vazão em litros por minutos;


V = volume em litros ou dm3 ;
A = área da seção transversal;
s = curso ou comprimento.

O curso “S” na unidade de tempo “t” é:

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 15


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

ƒ Equação da continuidade:

Q1 = Q2 J A1 . v1 = A2 . v2

1.3.2 CONSER
CONSERVVAÇÃO D
DAA ENERGIA

A lei da conservação da energia nos diz que, em um fluxo, a energia


permanece constante enquanto não houver troca de energia com o exterior.
Podemos dividir a energia total desta forma:

ƒ Energia de posição (energia potencial), que está em função da altu-


ra da coluna do fluido.
ƒ Energia de pressão, que é a pressão estática.
ƒ Energia cinética, que é a energia de movimento em função da velo-
cidade do fluxo ou pressão dinâmica.

Equação de Bernoulli para um sistema estacionário:

Pela equação de Bernoulli, é possível comprovar que um fluido, ao passar


por uma seção transversal reduzida, provocará um aumento da velocidade e,
como conseqüência, um aumento da energia cinética.
Com a figura abaixo, podemos observar as diferenças de pressão em um
tubo que possui um estrangulamento; a pressão é representada por uma
coluna de fluido.

Figura 1.4: Coluna do fluido


Fonte: REXROTH, 1987, p.15

A altura das colunas representa pressão; portanto, observem no estran-


gulamento.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 16


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Em uma instalação hidráulica, é importante a energia de pressão ou pres-


são estática. A energia de posição e a energia cinética são muito pequenas;
portanto, podemos desprezá-las.

1.3.3 PERD AS DE ENERGIA POR A


PERDAS TRITO
ATRITO

Quando um fluido movimenta-se em um sistema, produzindo calor por


atrito, perde-se uma parte da energia em forma de energia térmica, causan-
do perda de pressão.
A energia hidráulica não pode ser transmitida sem perdas. A quantidade
de energia perdida por atrito depende de:

ƒ Comprimento da tubulação;
ƒ Rugosidade interna da tubulação;
ƒ Números de conexões e derivações;
ƒ Diâmetro da tubulação;
ƒ Velocidade do fluxo.

1.3.4 REGIMES DE FL UX
FLUX OS
UXOS

O fluxo em um sistema hidráulico pode ser laminar ou turbulento.

Figura 1.5: Fluxo laminar e fluxo turbulento


Fonte: REXROTH, 1987, p.16-17

1.3.5 NÚMERO DE REYNOLDS (RE)

Para se saber quando o fluxo é laminar ou turbulento, devemos definir o


número de Reynolds, que se obtém através da seguinte fórmula:

Onde: Re = Número de Reynolds;


=Densidade do fluido;

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 17


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

v = Velocidade [cm/s];
D = Diâmetro interno do tubo [cm];
= Viscosidade absoluta em [poise];
= Viscosidade cinética [cSt], para um óleo a 220SSU e 38ºC =
0,475Stokes.

Número de Reynolds:

ƒ De 0 até 2.000 Re – fluxo laminar.


ƒ De 2.000 até 3.000 Re – fluxo transitório.
ƒ Maior que 3.000 Re – fluxo turbulento.

1.3.6 RESISTÊNCIA À PASSA


PASSA GEM DE FL
ASSAGEM UIDO
FLUIDO

Se um fluido escoa por um tubo, a pressão vai se tornando cada vez me-
nor em virtude da resistência à passagem.
A queda de pressão depende do atrito interno do fluido e do atrito do
fluido com as paredes. Mas existem alguns fatores que influênciam, como:
velocidade, regime de fluxo, viscosidade, acabamento interno do tubo,
conexões, válvulas, diâmetro e comprimento do tubo.
Por exemplo, em um tubo de 1 m de comprimento escoa uma vazão de
10L/min e se lê a diferença de pressão de 50 kPa, conforme segue:

1.3.7 DIMENSIONAMENTO DE TUBOS EM FUNÇÃO DA


VEL OCID
VELOCID ADE
OCIDADE

Figura 1.6: Tabela de velocidades de fluxo recomendadas no sistema oleodinâmico

Partindo-se da velocidade recomendada e sabendo-se a vazão do siste-


ma, podemos dimensionar o diâmetro da tubulação.

onde: D = diâmetro interno do tubo;


Q = vazão;
v = velocidade do fluido.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 18


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Exemplo em função da velocidade

Dimensionar o tubo de uma linha que trabalha com uma pressão de 80


Bar e vazão de 50 L/min. A velocidade recomendada é a da tabela acima.
Dados: Q = 50 L/min ou Q = 833,3 cm3/s; P = 80 Bar, então adotaremos
velocidade v = 4,5 m/s ou v = 450 cm/s.

O diâmetro interno do tubo recomendado será de 1,536 cm ou 15,36


mm; comercialmente, 5/8 de polegada.

1.3.8 DIMENSIONAMENTO EM FUNÇÃO DA PERDA DE


CARGA

Na linha de pressão de um sistema hidráulico, durante o escoamento do


fluido através do sistema hidráulico, pode ocorrer uma perda de carga, que é
dividida em vários fatores, que entram no cálculo da perda de carga da se-
guinte forma:

onde: ∆P = perda de carga na linha (Bar);


f = fator de fricção [adimensional];
L = L1 + Ls = comprimento total [cm];
L1 = comprimento da tubulação retilínea[cm];
Ls = comprimento equivalente das singularidades [cm];
D = diâmetro interno da tubulação [cm];
V = velocidade de escoamento do fluido [cm/s];
γ = densidade do fluido [Kg/m3] (para o óleo SAE10 igual a 881,1Kg/m3);
21591 e 9266 = fator de conversão para a uniformização das unidades.

Fator de fricção “f”

onde: X = 64 para tubos rígidos e temperaturas constantes;


X = 75 para tubos rígidos e temperaturas variáveis ou para tubos
flexíveis e temperaturas constantes;
X = 90 para tubos flexíveis e temperaturas variáveis

Exemplo em função da perda de carga

a) Determinar a vazão necessária no sistema em função dos atuadores:

assumiremos uma vazão de Q = 50 L/min.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 19


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

b) Determinar a velocidade em função do tipo de linha e pressão:

assumiremos uma pressão na linha de 80 Bar, portanto uma velocidade de


v = 450 cm/s, conforme tabela de velocidade recomendável.

c) Determinar o diâmetro em função da velocidade e da vazão:

diâmetro interno do tubo D = 1,536 cm, calculado no exemplo anterior.

d) Determinar número de Reynolds, conforme fórmula anterior:

e) Determinar o fator de fricção “f”:

para um tubo flexível e temperatura variável - X = 90

f) Determinar o comprimento total “L” em função da planta e da tabela de


comprimentos equivalentes para as perdas localizadas.

Em nosso caso, considerar:

ƒ 4 mangueiras flexíveis;
ƒ 2 cotovelos de 90º raio curto;
ƒ 2 cotovelos de 90º raio longo.

L1 = 320 cm, comprimento das 4 mangueiras do sistema conforme tabe-


la de perdas localizadas nas conexões, respectivamente: comprimento de 40
e 20 cm/unidade.

Resultando:

Ls = 2 . 40 cm + 2 . 20 cm = 120 cm
L = L1 + Ls = 320 cm + 120 cm J L = 440 cm.

g) Determinar DP = perda de carga na linha de pressão:

h) Determinar as perdas localizadas nas válvulas especiais (catálogo de fabricante):

Uma válvula especial de retenção pilotada de 5/8" montada em linha per-


de, conforme catálogo de fabricante, dP = 1,10 Bar.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 20


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO


Figura1.7: Tabela de comprimentos equivalentes a perdas localizadas (em polegadas de canalização retilínea)

21
SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

i) Determinar a perda total, subtrair da pressão fornecida e verificar se a


pressão efetiva será ou não suficiente para o sistema.

∆PTOTAL = ∆P + dP = 1,58 +1,10 = 2,68 Bar;


Pressão fornecida: P = 80 bar;
Pressão efetiva (PE ) entre os dois pontos: PE = P - ∆PTOTAL= 80 – 2,68 = 77,32 bar

Conclusão

O que podemos concluir é que o cálculo da perda de carga no sistema


hidráulico é importantíssimo, pois a partir dele saberemos se a pressão que
fornecemos ao sistema é suficiente para aquilo que se propõe fazer.

1.4 VANTAGENS E DESV


VANTA ANT
DESVANTAGENS DOS
ANTA
SISTEMAS HIDRÁULICOS
Os sistemas hidráulicos são utilizados quando não é possível empregar
outros sistemas como: mecânico, elétrico ou pneumático.

1.4.1 VANTA GENS


VANTA

ƒ d¡mensões reduzidas e pequeno peso com relação à potência instalada;


ƒ reversibilidade instantânea;
ƒ parada instantânea;
ƒ proteção contra sobre carga;
ƒ variação de velocidade com facilidade;
ƒ possibilidade de comando por apalpador em copiadores hidráulicos.

1.4.2 DESV ANT


DESVANT
ANTAA GENS

ƒ seu custo é mais elevado que o elétrico e o mecânico;


ƒ baixo rendimento devido a fatores como: a transformação da ener-
gia elétrica em mecânica, mecânica em hidráulica, para posterior-
mente ser transformada em mecânica novamente; além do atrito
interno e externo nos componentes e os vazamentos.

Comparando-se com o pneumático, os sistemas hidráulicos possuem um con-


trole mais apurado na força e na velocidade, além de poderem trabalhar com
pressões bem maiores, possibilitando assim uma transmissão de potência maior.
Perdem no custo de instalação do sistema, que é bem mais caro que a pneumática.

1.5 POTÊNCIA
1.5.1 POTÊNCIA HIDRÁULICA

Em um sistema hidráulico, é convertida a energia mecânica (proveniente


de um motor elétrico ou térmico) em uma energia hidráulica. Então temos:

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 22


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

ƒ potência no motor elétrico: Pel . ( Watts ) = V (Volts) . I (Ampère);


ƒ potência no acoplamento ou mecânica: Pm = M (Nm). w (1/s);
ƒ potência hidráulica: Ph = P (N/m2). Q (m3/s).

Rendimento: Como já vimos, existem perdas por atritos, vazamentos e etc.;


portanto, nem toda a energia fornecida ao sistema é transformada na aplica-
ção desejada.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 23


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

CAPÍTUL
CAPÍTULOO 2
FATORES RESULTANTES D
RESULT A
DA
PRESSÃO NUM SISTEMA
Em um sistema hidráulico, a função da bomba é fornecer vazão ao siste-
ma, a pressão resultará de dois fatores:

Figuras 2.1: Carga sobre o atuador


Fonte: SENAI/SP, p.21

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 24


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Figura 2.2: Restrição na tubulação


Fonte: SENAI, SP, p.21

À medida que a torneira começa a ser fechada, a pressão aumenta


gradativamente devido à dificuldade de passagem pelo estrangulamento até
atingir a pressão máxima, quando ocorrerá a abertura da válvula de alívio e
toda a vazão será desviada para o reservatório.

2.1 TIPOS DE PRESSÃO


PRESSÃO,, UNID ADES DE
UNIDADES
PRESSÃO E OUTRAS GRANDEZAS
ƒ Pressão atmosférica: É o peso da coluna de ar da atmosfera em 1
cm2 de área
ƒ Pressão relativa: É a pressão registrada no manômetro
ƒ Pressão absoluta: É a soma da pressão manométrica com a pressão
atmosférica

Para melhor compreender as leis e o comportamento dos fluidos, devemos


considerar as grandezas físicas e sua classificação nos sistemas de medidas,
sendo adotado nesta apostila o Sistema Internacional de Medidas - “SI”.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 25


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

CAPÍTULO
CAPÍTULO 3
UNIDADES FUND
UNIDADES AMENT
FUNDAMENT AIS
AMENTAIS
DO SISTEMA INTERNACIONAL
INTERNACIONAL

Figura 3.1: Quadro das unidades fundamentais do SI

3.1 CONVERSÃO D AS PRINCIP


DAS AIS
PRINCIPAIS
UNIDADES DE PRESSÃO
A utilização da tabela de conversão de unidades de pressão consiste em
tomar o valor do módulo da unidade conhecida na coluna e multiplicar pelo
valor da unidade solicitada na linha.

Figura 3.2: Tabela de conversão das principais unidades de pressão

3.2 UNIDADES DE PRESSÃO MAIS


UTILIZADAS EM SISTEMAS HIDRÁULICOS

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 26


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Figura 3.3: Quadro de unidades de pressão mais utilizadas em sistemas hidráulicos

Exemplo: a pressão atmosférica ao nível do mar corresponde aproxima-


damente a uma coluna de água com 10,13 metros de altura.

3.3 PRINCIPAIS UNID


PRINCIPAIS ADES DE
UNIDADES
CAP
CAPAACID ADE OU V
CIDADE OL
VOL UME
OLUME

Figura 3.4: Quadro das principais unidades de capacidade ou volume

Exemplo: 1 m³ = 35,3147 ft3

3.4 PRINCIPAIS UNID


PRINCIPAIS ADES DE FORÇA
UNIDADES

Figura 3.5: Quadro das principais unidades de força

Nós podemos utilizar na prática: 1 Kgf = 10 N

3.5 PRINCIPAIS UNID


PRINCIPAIS ADES DE V
UNIDADES AZÃO
VAZÃO

Figura 3.6: Quadro das principais unidades de vazão

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 27


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

CAPÍTULO
CAPÍTULO 4
COMPOSIÇÃO DOS
SISTEMAS HIDRÁULICOS
Os sistemas hidráulicos compõem-se das seguintes etapas:

A geração é constituída pelo reservatório, filtros, bombas, motores, acu-


muladores entre outros acessórios. O controle é constituído por válvulas
controladoras de vazão, pressão e direcionais. No sistema de atuação en-
contram-se os atuadores, que podem ser os cilindros, osciladores e motores.

aaaa
4.1 POSIÇÃO DO RESERVATÓRIO EM
RESERV
RELAÇÃO À BOMBA
O reservatório de fluido poderá ser montado acima e abaixo da bomba,
conforme mostra a figura a seguir.

Figura 4.1: Posição do reservatório em relação à bomba


Fonte: SENAI,SP, p.17

Se o nível de óleo é de 30 dm acima da bomba, então a pressão na entra-


da da bomba é igual a 30dm. 0,96 Kgf/dm3 = 27 Kgf/dm2 = 0,27 Kgf/cm2.
A bomba está sendo alimentada com uma pressão positiva.

Se o nível de óleo é de 30 dm abaixo da bomba, o mecanismo da bomba


gera um vácuo na sua entrada para sucçionar o óleo. O vácuo gerado é igual
a 30dm. 0,96 Kgf/dm3 = 27 Kgf/dm2 = 0,27 Kgf/cm2.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 28


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

CAPÍTULO
CAPÍTULO 5
SIMBOLOGIA/RESUMO
SIMBOLOGIA/RESUMO
Símbolos gráficos mais utilizados para componentes de sistemas hidráulicos.

Figura 5.1: Quadro de símbolos de linhas de fluxo

Figura 5.2: Quadro de símbolos funcionais

Figura 5.3: Quadro de símbolos de fontes de energia

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 29


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Figura 5.4: Quadro de símbolos de válvulas direcionais

Figura 5.5: Quadro de símbolos de métodos de acionamento

Figura 5.6: Quadro de símbolos de válvulas controladoras de vazão

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 30


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Figura 5.7: Quadro de símbolos de válvulas de retenção

Figura 5.8: Quadro de símbolos de válvulas reguladoras de pressão

Figura 5.9: Quadro de símbolos de reservatório

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 31


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Figura 5.10: Quadro de símbolos de bombas

Figura 5.11: Quadro de símbolos de cilindros

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 32


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Figura 5.12: Quadro de símbolos de motores

Figura 5.13: Quadro de símbolos de instrumentos e acessórios

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 33


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

CAPÍTULO
CAPÍTULO 6
BOMBAS HIDRÁULICAS
Bombas hidráulicas são componentes utilizados para fornecer vazão ao
sistema, fornecendo energia necessária ao fluido.

6.1 TIPOS
6.1.1 BOMBA DE DESLOCAMENTO NÃO POSITIV
DESLOCAMENTO POSITIVOO

Nestas bombas não existe vedação entre a entrada e a saída; um peque-


no aumento da pressão reduz a vazão na saída. Exemplo: bombas centrífu-
gas que possuem fluxo radial. Existem também as que possuem fluxo axial,
são constituídas por uma hélice rotativa.

Figura 6.1: Bombas hidráulicas


Fonte: VICKERS, 1983, p.11-1

6.1.2 BOMBA DE DESLOCAMENTO POSITIV


DESLOCAMENTO POSITIVOO

Bomba de engrenagens

Figura 6.2: Bomba de engrenagens


Fonte: RACINE, 1981, p.130

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 34


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Simbologia

Figura 6.3: Simbologia de bomba de engrenagens

Princípio de funcionamento das bombas de engrenagem

Com o desengrenamento das engrenagens motora e movida, o fluido é


conduzido da entrada para a saída nos vãos formados pelos dentes das en-
grenagens e as paredes internas da carcaça da bomba; com o
reengrenamento das engrenagens, o fluido é “espremido” e forçado para a
saída.

Características

ƒ Possuem construção bem simples, pois existem, normalmente, so-


mente duas peças móveis;
ƒ São de fácil manutenção;
ƒ São de vazão fixa;
ƒ Preço mais baixo em relação aos outros tipos de bombas;
ƒ Pressão de operação até 250 Kgf/cm²;
ƒ Rendimento de 80 a 85%;
ƒ Elevado ruído (reduzido nas bombas de engrenagens helicoidais);
ƒ Tolerância à impurezas maior que as demais bombas.

Bomba de engrenagens internas

Figura 6.4: Bomba de engrenagens internas


Fonte: RACINE, 1981, p. 132

Simbologia

Figura 6.5: Simbologia de bomba de engrenagens internas

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 35


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Bomba de engrenagens helicoidais

Figura 6.6: Bomba de engrenagens espinha de peixe


Fonte: RACINE, 1981, p.131

6.1.3 BOMBAS DE PALHET


PALHET AS
ALHETAS

Características

ƒ Construção simples, porém possui maior número de peças móveis


(palhetas);
ƒ São de fácil manutenção;
ƒ Podem ser de vazão fixa ou variável;
ƒ Pressão de trabalho: até 210 Kg/cm² para bombas de anel elíptico
(balanceadas);
ƒ 70 Kg/cm² para bombas autocompensadoras;
ƒ Rendimento 75 a 80%;
ƒ Baixo ruído;
ƒ Pouca tolerância às impurezas.

Tipos

De vazão fixa (balanceada)

Figura 6.7: Bomba de vazão fixa (balanceada)


Fonte: REXROTH, 1987, p.40

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 36


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

De vazão variável com compensação de pressão

Figuras 6.8: Esquema do princípio de funcionamento


Fonte: RACINE, 1981, p. 137

Figuras 6.9: Funcionamento na pressão mínima de trabalho


Fonte: RACINE, 1981, p. 137

Figuras 6.10: Funcionamento na pressão máxima de trabalho


Fonte: RACINE, 1981, p. 137

6.1.4 BOMBAS DE PISTÕES

Características

ƒ Possuem construção muito precisa;


ƒ São de difícil manutenção;
ƒ Podem ser de vazão fixa ou variável (variáveis somente as de pis-
tões axiais);

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 37


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

ƒ Pressão de operação até 700 Kg/cm²;


ƒ São as que têm melhor rendimento; em torno de 95%;
ƒ Baixo ruído;
ƒ São as que menos toleram impurezas.

Tipos

Figura 6.11: Bomba de pistões axiais de eixo inclinado ou desalinhado


Fonte: REXROTH, 1987, p.56

Figura 6.12: Bomba de pistões radiais


Fonte: REXROTH,1987, p. 46

Figura 6.13: Bomba de pistões axiais de placa ou disco inclinado


Fonte: REXROTH, 1987, p.52

6.2 MONTAGEM E INST


MONTA ALAÇÃO DE
INSTALAÇÃO
BOMBAS
Bombas em série - quando a bomba hidráulica tem baixo poder de sucção,
instala-se uma bomba auxiliar (bomba de carga) cuja função é alimentar a
bomba principal.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 38


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Figura 6.14: Bombas em série

Bombas em paralelo - são utilizadas em casos em que se necessita de duas


velocidades em atuadores, uma rápida e outra lenta. O rápido com pouca
força e o lento com grande força, aplica-se também em casos de sistemas
com circuitos independentes.

B1 = Bomba número 1; B2 = Bomba número 2; Q1 = Baixa vazão;


Q2= Alta vazão; P1 = Alta pressão; P2 = Baixa pressão.
Figura 6.15: Bombas em paralelo

Sistema com vazão Q1 + Q2, a pressão é menor que P2.; Sistema com
pressão maior que P2, a vazão do sistema igual a Q1 até atingir a pressão P1.

Figura 6.16: Bombas de pistões radiais

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 39


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

6.2.1 CUID ADOS NA INST


CUIDADOS ALAÇÃO DE BOMBAS
INSTALAÇÃO

Como qualquer equipamento elétrico ou mecânico, as bombas requerm


uma série de cuidados para garantir uma vida útil mais longa. Para isso, deve-
mos alinhar corretamente o motor de acionamento à bomba, tanto no senti-
do axial como no angular indicando-se a utilização de acoplamentos flexí-
veis, porque, mesmo com instrumentos de precisão, sempre haverá um pe-
queno desalinhamento.
O sentido de rotação e a escorva (preencher a bomba) deverão ser ob-
servados com atenção, pois, se instalados com rotação contrária e sem óleo,
irão aquecer rapidamente, levando à inutilização da bomba.

6.2.2 CA VIT
CAVIT AÇÃO
VITAÇÃO

Entende-se por cavitação a formação temporária de espaços vazios ou


bolhas, devido a quedas de pressão no fluido, chegando a ponto de vapori-
zação. Com aumento da pressão, as bolhas desfazem-se repentinamente,
implodindo e cavando material das superfícies (estalando como pipocas) que
estava em contato com a bolha. Ocorre o “efeito diesel”, além de interferir
na lubrificação.
Quando há cavitação, as medidas a ser tomadas são:

ƒ verificar filtros e respiro do reservatório, se não estão entupidos;


ƒ verificar se a viscosidade é a recomenda pelo fabricante;
ƒ verificar se as dimensões das linhas estão corretas;
ƒ escorvar (preencher) a bomba com óleo no princípio do funcionamento;
ƒ se a pressão barométrica está conforme especificação do fabricante.

6.2.3 AERAÇÃO

O fenômeno da aeração é similar ao da cavitação, inclusive seus efeitos


sobre a bomba e demais componentes do sistema.
A condição de aeração também é detectada pelo elevado ruído metálico.
Sua causa, entretanto, é distinta, ocorre em função da entrada de ar pela
linha de sucção, e não em função da evaporação.

Quando há aeração, as medidas a ser tomadas são:

ƒ Verificar se estão bem vedadas as ligações entre os componentes


da linha de sucção;
ƒ Evitar que a bomba arraste fluido com bolhas de ar do reservatório
(pseudocavitação), por não estar associado com a pressão de vapor.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 40


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

CAPÍTULO
CAPÍTULO 7
VÁLVULAS DIRECIONAIS
VÁLVULAS
Válvulas direcionais são responsáveis pelo direcionamento do fluido. Suas
características principais são:

ƒ Número de posições: contadas a partir do número de quadrados


da simbologia.

ƒ Número de vias: contadas a partir do número de tomadas que a


válvula possui (em apenas uma posição).

Tipos de acionamento: podem ser manual ou automático.

Tipos de centro: podem ser aberto ou fechado.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 41


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

As vantagens do centro aberto são:

ƒ Menor desgaste da bomba;


ƒ Menor aquecimento do óleo;
ƒ Menor consumo de energia.

Exemplo de operação de uma válvula de carretel (Spool) deslizante:

Figura 7.1: Válvula carretel


Fonte: RACINE, 1981, p.174

7.1 SOBREPOSIÇÃO D AS VÁL


DAS VULAS
VÁLVULAS
DIRECIONAIS
7.1.1 TIPOS CONSTRUTIV OS P
CONSTRUTIVOS ARA VÁL
PARA VULAS
VÁLVULAS

As válvulas direcionais, conforme aplicação, são válvulas de assento ou de


corrediça (com êmbolo ou placas deslizantes).

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 42


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Figura 7.2: Válvula direcional com êmbolo deslizante


Fonte: RACINE, 1981, p.

Na hidráulica, são predominantes as válvulas de êmbolo deslizante, para


pressão até 300 Bar. Porém, os êmbolos metálicos com o corpo da válvula
apresentam uma folga de poucos mícrons (mm); mesmo assim, há ocorrência
de vazamento interno da conexão de maior pressão para a de menor pressão.
As válvulas direcionais de assento diferem fundamentalmente das válvu-
las de êmbolo, pela sua vedação isenta de vazamentos. Na ilustração abaixo,
o elemento esférico representa uma válvula direcional de assento esférico e
o elemento cônico uma válvula direcional de assento cônico, ambas V.D 3/2
vias, que associadas representam uma V.D 4/2 vias.

Figura 7.3: Válvula direcional de assento esférico

Conforme a figura acima, a força externa desloca o êmbolo superior con-


tra a mola mantendo a esfera encostada ao assento da direita, como isso
temos a passagem de P para B e de A para T. Se eliminarmos a força externa,
a força da mola afastará a esfera, deslocando-a para a esquerda; então, tere-
mos a passagem de P para A e no mesmo instante pilotará o elemento cônico,
permitindo que haja a passagem de B para T.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 43


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Sobreposição de comando nas válvulas direcionais de pistão

Conforme o tipo de êmbolo de comando, ao serem comutadas as válvulas


para uma outra posição de comando, as conexões são fechadas ou interliga-
das durante um determinado tempo. Isto é denominado sobreposição posi-
tiva ou negativa de comando.
A sobreposição positiva é onde todas as conexões fecham-se durante a
comutação, por um pequeno tempo, formando CF; neste caso, não existe
perda de pressão, mas conseqüentemente existe o surgimento de golpes de
comando por causa do pico de pressão.

Figura 7.4: Sobreposição positiva


Fonte: REXROTH, 1987, p.97

A sobreposição negativa é quando durante a comutação todas as cone-


xões estão interligadas durante um pequeno tempo, formando um H; neste
caso, não temos a formação de golpes de comando e picos de pressão, mas
porém há queda de pressão, onde se esvazia os acumuladores de pressão e,
se existir cargas nos atuadores, estes podem ser acionados.

Figura 7.5: Sobreposição negativa


Fonte: REXROTH, 1987, p. 97

Solenóides - Nas válvulas direcionais, os solenóides acionam o spool das


válvulas direcionais, possibilitando a passagem do fluxo. O solenóide consiste
basicamente de três elementos: a armadura, o “T” ou martelo e a bobina.
Quando passamos uma corrente elétrica na bobina, é gerado um campo
magnético que empurra o martelo para baixo e que, por sua vez, deslocará
o carretel da válvula direcional, dando nova direção ao fluxo do fluído.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 44


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Figura 7.6: Esquema de solenóide


Fonte: RACINE, 1981, p.177

7.1.2 TIPOS DE SOLENÓIDES

ƒ De corrente alternada (220V) - alta velocidade do núcleo; po-


rém, se este não chegar ao final do curso, queima-se rapidamente
(1 a 1,5 horas para os imersos em óleo e 10 a 15 minutos para os
secos). Há também solenóides com voltagem de 110 V.
ƒ De corrente contínua (24V) - é mais lento que o anterior.
ƒ Solenóide em banho de óleo - movimenta-se suavemente e deve
ter preferência no caso de clima úmido ou ao ar livre.

Solenóides em eletroválvulas

Figura 7.7: Quadro de defeitos, causas possíveis e solução

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 45


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

7.1.3 VÁLVULAS DIRECIONAIS PRÉ- OPERAD


VÁLVULAS AS (SAN-
OPERADAS
DUÍCHE DE VÁLVULAS)
VÁLVULAS)

São válvulas de tamanho nominal grande e de elevada potência hidráulica


(P. Q). Funciona da seguinte forma: uma válvula pequena comandada por
solenóides é acionada, deslocando o spool que permitirá a passagem do óleo
que irá para o êmbolo da válvula principal. Por esse motivo são chamadas de
válvulas de duplo acionamento ou eletro-hidráulicas.

Figura 7.8: Válvula de duplo acionamento


Fonte: REXROTH, 1983, p. 106

Exemplo prático:

Figura 7.9: Válvula direcional 4/3 vias, pré-acionada por solenóide, acionada por pressão
hidráulica, centrada por mola; de piloto e dreno interno.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 46


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

CAPÍTULO
CAPÍTULO 8
REGISTROS
Os registros têm como função isolar parte do circuito hidráulico. São de
acionamento demorado e cansativo na grande maioria, não podendo ser usa-
dos quando a resposta a um acionamento tem que ser rápida e precisa.

8.1 TIPOS DE REGISTROS

Figura 8.1: Registros


Fonte: RACINE, 1981, p.167-168

Simbologia

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 47


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

CAPÍTUL
CAPÍTULOO 9
ATUADORES LINEARES
TUADORES
Atuadores lineares são chamados de cilindros e têm como função trans-
formar força, potência ou energia hidráulica em força, potência ou energia
mecânica. A figura abaixo representa um cilindro de dupla ação.

Figura 9.1: Componentes do cilindro


Fonte: RACINE, 1981, p.73

Simbologia

9.1 AMORTECIMENTO DO FIM DE CURSO


NOS CILINDROS HIDRÁULICOS
Tem como função a frenagem ou desaceleração até a parada final, evitan-
do o impacto no fim do curso. Este tipo de amortecimento faz parte dos
cilindros que não podem ter impactos ao chegar ao fim de curso, principal-

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 48


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

mente quando trabalham com velocidades elevadas; estes efeitos normal-


mente são prejudiciais ao sistema.
O amortecimento consiste de coxins junto ao êmbolo, os quais, ao che-
garem próximo do fim do curso, encontrarão uma câmara reduzida, associa-
da a uma válvula de estrangulamento para a regulagem, e mais uma válvula
de retenção para facilitar o arranque do cilindro, conforme figura abaixo:

Figura 9.2: Amortecimento


Fonte: RACINE, 1981, p. 116

9.2 VEDAÇÕES P
VEDAÇÕES ARA CILINDROS E DEMAIS
PARA
COMPONENTES
Além das vedações estáticas entre as partes firmes ligadas, necessita-se,
no cilindro hidráulico, gaxetas dinâmicas entre as peças móveis, que devem
ter boa vedação entre as partes, boa resistência ao desgaste e pouco atrito.
Para selecionar a vedação dos elementos, devemos verificar a compatibi-
lidade com o fluido, a relação de pressão, o tipo de aplicação e a construção
dos componentes.

ƒ Juntas - são dispositivos para vedar superfícies planas. Os projetos


mais antigos de flanges e válvulas montadas em subplacas usam esse
tipo de vedação. Atualmente os equipamentos hidráulicos usam com
mais freqüência os anéis “O’ring” retentores torneados ou gaxetas
de compressão. Os principais tipos de vedação para cilindros são:

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 49


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

ƒ Anéis de segmento - tipo de vedação que também é comumente


encontrado nos pistões dos motores a explosão. É excelente para a
garantia de uma vida longa e aplicações de cargas instantâneas. Este
tipo de vedação apresenta um bom rendimento, devido ao baixo atri-
to, principalmente em cilindros que trabalham com altas velocidades
e grandes pressões, conforme figura número 9.3.

ƒ Anéis em V - são usados em grupos de 2,4 ou 6 anéis, de acordo


com a pressão de trabalho. Em cilindros de dupla ação, é utilizado
um jogo de cada lado do pistão. Para se determinar o número de
anéis a ser utilizados, a regra é que, para cada 45 Bar, coloca-se um
anel, levando em conta sempre um número mínimo de dois anéis.

ƒ Anéis tipo copo - tipo de vedação que trabalha em faixa de pres-


são baixa, portanto mais usado em cilindros pneumáticos. Provavel-
mente, foi um dos primeiros a ser utilizados.

Figura 9.3: Anéis


Fonte: RACINE, 1981, p.79-81

ƒ Anéis do tipo “O” (“O” Ring) - sistema de vedação simples, efetu-


ada com um anel de borracha. Porém, com atrito elevado causa danos
ao anel quando submetido à pressão, é possível melhorar utilizando-se
do sistema de backup, que consiste na colocação de dois anéis limita-
dores de teflon ou material similar, que evitam danos ao anel.

Figuras 9.4: Anéis tipo “O”


Fonte: RACINE, 1981, p.79

ƒ Anéis U e Block V - os anéis U são mais econômicos em relação ao


tipo lábio de dupla ação. São originalmente de borracha e de fácil
reposição, não necessitam de qualquer adaptador. Para sistemas que
trabalham com pressões elevadas, recomenda-se a utilização dos anéis
Block V para obter um melhor rendimento.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 50


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

ƒ Anéis tipo lábio de dupla ação - o anel de borracha sintética é


colocado no pistão e cargas laterais são evitadas pela adição de um
prato guia. Tem funcionamento semelhante ao anel tipo copo, que
trabalha em sistemas de baixa pressão.

Figuras 9.5: Anéis tipo labio de dupla ação


Fonte: RACINE, 1981, p.80-81

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 51


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

CAPÍTULO
CAPÍTULO 10
ATU ADORES ROT
TUADORES ATIV
ROTA OS
TIVOS
Os atuadores rotativos têm como função transformar energia hidráulica
em energia mecânica rotativa e apresentam construção semelhante à das
bombas. Classificam-se em:

a) Motor hidráulico

Figuras 10.1: Comparação entre uma bomba e um motor de engrenagem


Fonte: RACINE, 1981, p.204

Simbologia

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 52


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Os motores hidráulicos assim como as bombas possuem um limite para o


volume de admissão (fluxo) máximo, bem como de uma pressão máxima de
trabalho.
Os componentes internos do motor trabalham submersos em óleo que é
continuamente retirado por um dreno cujas funções são:

ƒ lubrificar;
ƒ refrigerar;
ƒ impedir a entrada de ar.

Simbologia

b) Motores oscilantes ou osciladores

São usados para transmitir movimento rotativo, alternado com ângulo de


rotação limitado.

Tipos:

Pinhão cremadeira

Figura 10.2: Pinhão cremalheira


Fonte: REXROTH, 1987, p.77

Motores oscilantes ou osciladores

São para transmitir movimento rotativo alternado com ângulo de rotação


limitado.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 53


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Figuras 10.3: Motores oscilantes ou osciladores


Fonte: RACINE, 1981, p.219

Oscilador com cilindro

Figura 10.4: Oscilador com cilindro


Fonte: RACINE, 1981, p.220

Oscilador com rosca sem-fim

Figura 10.5: Oscilador com rosca sem fim


Fonte: RACINE, 1981, p.220

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 54


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Oscilador de palhetas

Figuras 10.6: Oscilador de palheta simples e dupla


Fonte: RACINE, 1981, p.219

Simbologia

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 55


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

CAPÍTULO
CAPÍTULO 11
VÁLVULAS DE BL
VÁLVULAS OQUEIO
BLOQUEIO
É também chamada válvula de retenção e bloqueia a passagem do fluxo
num sentido, permitindo fluxo reverso livre.

Tipos

Válvula de retenção simples

Figura 11.1: Válvula de retenção simples


Fonte: REXROTH, 1987, p.81

Simbologia

Válvula de retenção pilotada geminada

Figura 11.2: Válvula de retenção pilotada geminada


Fonte: REXROTH, 1987, p.81

Simbologia

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 56


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Válvula de retenção pilotada

Figura 11.3: Válvula de retenção pilottada


Fonte: REXROTH, 1987, p.83

Simbologia

11.1 VÁLVULA DE PREENCHIMENTO OU


VÁLVULA
DE SUCÇÃO
Quando um sistema requer cilindro de grandes dimensões, usa-se válvula
de preenchimento ou de sucção, o que possibilita grandes vantagens ao sis-
tema, sendo a principal a maior velocidade a máquina.

Figuras 11.4: Válvula de preenchimento


Fonte: REXROTH,1987, p.86

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 57


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

CAPÍTULO
CAPÍTULO 12
RESERVATÓRIO
RESERV
São recipientes onde o óleo é armazenado. Suas principais funções são:

ƒ Armazenar o fluido até que seja succionado pela bomba;


ƒ Auxiliar na dissipação do calor;
ƒ Permitir o assentamento das impurezas insolúveis.

Como regra geral, o reservatório deve conter de duas a três vezes a vazão da
bomba, isto é, deve garantir o fornecimento de óleo para a bomba por mais dois
a três minutos, mesmo que ocorra o rompimento da tubulação de saída desta.

Os reservatórios podem ser:

ƒ Aberto - quando a pressão no seu interior for igual à pressão atmosférica;


ƒ Pressurizado - quando a pressão no seu interior for maior que a
pressão atmosférica.

12.1 COMPONENTES DO RESERVATÓRIO


RESERV

Figura 12.1: O reservatório e seus componentes


Fonte: RACINE, 1994, 9.ed., p.64

Simbologia

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 58


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

12.2 MONTAGEM D
MONTA AS LINHAS
DAS
Para o perfeito funcionamento do sistema hidráulico, é importante a ob-
servação do posicionamento das linhas de sucção e retorno.

Figura 12.2: Posicionamento das linhas de sucção e retorno


Fonte: RACINE, 1994, 9.ed., p. 60

ƒ h = 1,5 x o diâmetro da sucção, para evitar que o filtro fique exposto


à parte livre do interior do reservatório quando em funcionamento.
ƒ h1 = no mínimo 75mm acima do fundo do reservatório, para evitar
a sucção de impurezas depositadas neste.

A linha de retorno deve ficar aproximadamente no ponto médio do nível do


fluido. Caso termine acima do nível, causará a formação de espuma e, se mon-
tado muito próximo do fundo, poderá remexer as impurezas ali depositadas.
Quando as linhas não possuírem filtros nas extremidades, devem ser cor-
tadas a 45º e montadas para a parede do reservatório, facilitando o fluxo
normal do fluido.

Bocal de enchimento com filtro - tem a finalidade de impedir a entrada de


impurezas quando da alimentação de fluido e durante a operação, pois o
nível de fluido diminui e ocorre a entrada de ar no reservatório.

Figura 12.3: Bocal de enchimento com filtro


Fonte: REXROTH, 1987, p.166

Simbologia

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 59


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

12.3 CHICANAS
São paredes (verticais ou horizontais) montadas no interior do reservató-
rio cujas funções são:

ƒ Evitar turbulência do fluido no tanque;


ƒ Permitir o assentamento de materiais insolúveis;
ƒ Auxiliar na dissipação de calor.

Tipos

Chicana horizontal - usada em reservatórios de altura limitada para evitar a


entrada de ar na bomba através do redemoinho (vórtice) que se forma quan-
do a bomba entra em funcionamento.

Figura 12.4: Uso de chicana horizontal


Fonte: RACINE, 1994, 9.ed., p.61

Chicana vertical - usada em reservatórios de maior profundidade. Note


que o percurso percorrido pelo óleo no interior do reservatório seria bem
menor se não houvesse as chicanas.

Figura 12.5: Uso de chicana vertical


Fonte: RACINE, 1994, 9.ed., p.62

Magnetos - são ímãs estrategicamente posicionados nas paredes do reser-


vatório para retirar do fluido as partículas metálicas.

Respiros - são necessários para permitir a entrada de ar da atmosfera, man-


tendo a pressão interna nos reservatórios abertos.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 60


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

CAPÍTULO
CAPÍTULO 13
RESERVATÓRIO
RESERV
O fluido hidráulico é o elemento mais importante na durabilidade dos com-
ponentes dos sistemas hidráulicos, uma vez que ele circula por todo o siste-
ma, contaminando-o e atingindo a todos os pontos deste. Um bom fluido
hidráulico, com uma filtragem bem apurada, contribuirá sobremaneira para o
aumento na vida útil dos componentes.
As principais funções dos fluidos hidráulicos são:

Transmitir energia - a energia sofre diversas transformações até ser trans-


formada em energia hidráulica, a qual será transmitida pelo fluido e nova-
mente transformada em energia mecânica através da realização de trabalho.

Figura 13.1: Transmissão de energia através de fluidos


Fonte: VICKERS, 1980, 6.ed., p. 1-123

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 61


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Lubrificar e vedar partes móveis - o fluido deve possuir a característica de


ser bom lubrificante, pois os componentes dinâmicos necessitam ser lubrifi-
cados durante o funcionamento.

Figura 13.2: Lubrificação e vedação das partes móveis


Fonte: VICKERS, 1994,12.ed., p. 3-1

Resfriar ou dissipar de calor - através do fluido, o calor é conduzido às


paredes do reservatório e destas para a atmosfera.

Figura 13.3: Resfriando e dissipando calor no reservatório


Fonte: VICKERS, 1994,12.ed., p. 3-2

13.1 PRINCIPAIS FL
PRINCIPAIS UIDOS HIDRÁULICOS
FLUIDOS
Óleos minerais - são fluidos hidráulicos derivados do petróleo. Embora o
petróleo não seja um minério, estes óleos são chamados de minerais para
diferenciá-los dos óleos vegetais e demais óleos industriais.

Óleos sintéticos - são óleos produzidos para atender a determinadas condi-


ções e especificações as quais os óleos minerais não atendem.

Fluidos resistentes ao fogo - são combinações de óleo mais água de modo


que não propaguem fogo em caso de incêndio. Não significa dizer que não
queimam e sim que não dispersam o fogo em sua superfície, como ocorre
com os óleos lubrificantes.

A compressibilidade dos fluidos hidráulicos em geral é de 0,5% na pres-


são de 70 Kgf/cm². Para sua utilização, há necessidade de ficar atento quan-
to a certas situações:

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 62


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

ƒ Nunca se deve misturar dois fluidos de fabricantes diferentes, pois


os aditivos podem reagir entre si, deteriorando o óleo e envelhecen-
do-o precocemente;
ƒ A limpeza do sistema deve ser bem feita, pois testes precisos reve-
laram que 10% do óleo “velho” deixado no interior do sistema re-
duz 70% das qualidades do óleo novo;
ƒ Não utilizar método de somente completar o nível;
ƒ Quando o fluido hidráulico ficar parado pelo período aproximado de
dois meses após ter sido usado, convém substituí-lo;
ƒ O tipo de óleo bem como o período da troca são recomendados
pelo fabricante;
ƒ Para determinar precisamente as condições de um fluido (grau de
oxidação e quantidade de contaminantes), devem ser realizados tes-
tes de laboratórios;
ƒ Existem formas de se fazer um controle rotineiro na própria máqui-
na durante a operação; isto tem permitido a prorrogação da data da
troca. Alguns fabricantes prestam esse tipo de serviço;
ƒ Guarde o óleo sempre em recipientes limpos e protegidos contra
as intempéries;
ƒ Mantenha as tampas dos recipientes hermeticamente fechadas.

13.2 VISCOSIDADE
Viscosidade é a resistência do fluido a escoar, ou seja, uma medida inver-
sa da fluidez.
Se um fluido escoa facilmente, sua viscosidade é baixa. Pode-se dizer que
o fluido é fino ou pouco encorpado.
Um fluido que escoa com dificuldade tem alta viscosidade, é grosso ou
muito encorpado, por isso é importante o controle de sua viscosidade.

13.2.1 IMPORTÂNCIA DO CONTROLE D


IMPORTÂNCIA DAA VISCOSID ADE
VISCOSIDADE

A viscosidade para os equipamentos hidráulicos é de importância fundamental:


Para qualquer máquina hidráulica, a viscosidade efetiva do fluido deve ser um
compromisso. É desejável uma alta viscosidade para manter a vedação entre
superfícies justapostas.
Entretanto, uma viscosidade muito alta aumenta o atrito, resultando o
seguinte:

ƒ Alta resistência ao fluxo;


ƒ Aumento do consumo de energia devido a perdas por atrito;
ƒ Aumento da temperatura causada pelo atrito;
ƒ Maior queda de pressão devido à resistência (aumento da perda de
carga);
ƒ Possibilidade de operação vagarosa (velocidade reduzida);
ƒ Dificuldade da separação do ar do óleo.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 63


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Se a viscosidade for baixa demais:

ƒ Os vazamentos internos aumentam;


ƒ Haverá gasto excessivo ou talvez engripamento, sob carga pesada,
devido à decomposição da película de óleo entre as peças móveis;
ƒ Pode reduzir o rendimento da bomba, com uma operação mais len-
ta do atuador;
ƒ Aumento de temperatura devido a perdas por vazamentos.

13.2.2 MÉTODOS PARA DEFINIÇÃO D


PARA DAA VISCOSID ADE
VISCOSIDADE

Alguns métodos para definir a viscosidade em ordem de exatidão decres-


cente são: viscosidade absoluta ( poise ); viscosidade cinemática em
centistokes; viscosidade relativa em SUS e SAE.

ƒ Viscosidade relativa SUS

Para efeito prático, na maioria dos casos a viscosidade relativa já é sufici-


ente. Determina-se a viscosidade relativa cronometrando-se o escoamento
de uma dada quantidade de fluido, através de um orifício calibrado, a uma
determinada temperatura.
Há vários métodos em uso. O método mais aceito é o do Viscosímetro de
Saybolt, que mede o tempo em que determinada quantidade de líquido es-
coa através de um orifício. A viscosidade em Saybolt Universal Seconds (SUS)
é igual ao tempo gasto (em segundos) para este escoamento.
Obviamente, um líquido espesso escoará mais lentamente, e a viscosida-
de SUS será mais alta do que para um líquido fino, que escoará mais rápido.
Como o óleo é mais espesso à baixa temperatura e mais fino quando aqueci-
do, a viscosidade deve ser representada como tantos SUS naquela temperatura.
Geralmente, os testes são feitos a 100ºF (37,5ºC) e 212ºF (100ºC).
Para as aplicações industriais, a viscosidade de óleo hidráulico geralmente
está em torno de 150 SUS a 100ºF (37,5ºC). É uma regra geral que a visco-
sidade dos fluidos hidráulicos nunca deve estar abaixo de 45 SUS ou acima
de 4.000 SUS, independentemente da temperatura. Onde se encontram
temperaturas extremas, o fluido deve ter um alto índice de viscosidade (IV).

Figura 13.4: Viscosímetro de Saybolt


Fonte: RACINE, 1994, 9.ed., p. 51

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 64


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

ƒ Número SAE

Os números SAE foram estabelecidos pela Sociedade Americana dos En-


genheiros Automotivos para especificar as faixas de viscosidade SUS do óleo
às temperaturas de testes SAE. Os números de inverno (5W, 10W, 20W) são
determinados pelos testes a 0ºF (-17ºC). Os números para óleo de verão
(20, 30, 40, 50, etc.) designam a faixa SUS a 212ºF (100ºC).

ƒ Índice de viscosidade – IV

O índice de viscosidade é uma medida relativa da mudança de viscosida-


de de um fluido como conseqüência das variações de temperatura.
Um fluido que tem uma viscosidade relativamente estável a temperaturas
extremas tem um alto índice de viscosidade (IV). Um fluido que é espesso
quando frio e fino quando quente tem um baixo (IV).
A tabela abaixo mostra uma comparação entre um fluido de IV 50 e um
de IV 90. Compare essas viscosidades efetivas em três temperaturas:

Figura 13.5: Tabela de comparação entre dois indices de viscosidade diferentes

A 37°C as viscosidades são iguais; 100°C são aproximadas; porém, a -


17°C elas são bem diferenciadas. O óleo com IV mais alto sofre menor alte-
ração na viscosidade.

ƒ Viscosidade ISO VG

O sistema ISO estabelece o número médio para uma determinada faixa


de viscosidade cinemática (cSt) à temperatura de 40° C.
Existem outras unidades de viscosidade usadas em alguns países como o
grau Engler (°E), porém não vemos necessidade de abordá-los no nosso con-
texto.
Usando a tabela seguinte, podemos converter um valor qualquer de uni-
dade de viscosidade em outra unidade. Para isso, com a ajuda de uma régua,
na horizontal, faz-se a leitura nas diferentes escalas.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 65


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Figura 13.6: Tabela de conversão de viscosidade

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 66


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

CAPÍTUL
CAPÍTULOO 14
FILTROS
FILTROS
Tem a função de reter as partículas insolúveis do fluido. Os filtros, bem
como os elementos filtrantes, podem ser de diversos tipos e modelos.
É recomendável que o filtro seja dimensionado para permitir a passagem
do triplo da vazão do sistema.
Se um determinado filtro comercial não suporta a vazão máxima de um
sistema, pode-se montar dois ou mais deles em paralelo.

14.1 TIPOS DE FILTROS QU


FILTROS ANTO À
QUANTO
POSIÇÃO DE MONT
MONTA AGEM
Filtro de sucção - chamamos assim para os filtros montados entre o reservató-
rio e a bomba. (A algum tempo atrás se usava filtros de 130/150 mm, hoje o
padrão já é de 60mm para filtragem na sucção, e a tendência é reduzir ainda mais.)

Figura 14.1: Filtro de sucção


Fonte: REXROTH, p.164

Filtro de pressão - são os filtros montados antes de alguns componentes


que requeiram um grau de filtragem mais apurado como: servo-válvulas,
motores de pistões axiais, válvulas proporcionais, entre outros (01 a 10 mm).

Figura 14.2: Filtro de pressão


Fonte: REXROTH, 1987, p.165

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 67


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Filtro de retorno - são os filtros montados na linha de retorno do fluido para


o reservatório (20 a 40 mm).

Figura 14.3: Filtro de retorno


Fonte: REXROTH, 1987, p.165

Filtro com indicadores de impurezas - são filtros que possuem um sistema


de visualização de modo a facilitar a manutenção; uma vez saturado o ele-
mento filtrante, os técnicos visualizam facilmente essa saturação.

Figura 14.4: Filtro de retorno com indicador óptico (mecânico) de saturação

À medida que o fluido passa pelo filtro e as impurezas vão se acumulando


no elemento filtrante, a dificuldade de passagem faz a pressão na linha au-
mentar e isso causa o deslocamento do êmbolo; a extremidade do êmbolo
está ligada a um dispositivo colorido que mostra, dependendo da condição
do elemento filtrante, uma determinada cor no seu visor.

Figura 14.5: Filtro de retorno com indicador eletro-óptico de saturação

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 68


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Semelhante ao anterior, porém aqui o deslocamento do êmbolo irá acio-


nar um contato elétrico que emitirá um sinal de comando, podendo, por
exemplo, acender uma lâmpada ciclicamente ou acionar um dispositivo so-
noro.
A válvula de retenção que aparece montada ao lado do filtro (montagem
em by- pass) tem a função de permitir a passagem do fluido quando ocorrer
a saturação do elemento filtrante. É importante que se observe a pressão de
abertura dessa retenção para cada tipo de filtro. Esse dado é fornecido em
catálogos de fabricantes. O by-pass normalmente acompanha o elemento
filtrante.
Pela posição de montagem da válvula de retenção em by-pass, identifica-
se facilmente o tipo de filtro.

14.1.1 MATERIAIS DOS ELEMENTOS FIL


MATERIAIS TRANTES
FILTRANTES

Os materiais mais comumente utilizados na fabricação de elementos


filtrantes são:

ƒ Tela metálica – feita de aço inoxidável;


ƒ Papel - os filtros de papel filtram bem, porém não podem ser lavados;
ƒ Fibra metálica – apresenta algumas vantagens como: boa capacidade
de absorção; longa vida útil; independente da temperatura; admite
grande diferença de pressão.

A figura seguinte mostra alguns tipos de elementos filtrantes.

Figura 14.6: Alguns tipos de elementos filtrantes


Fonte: REXROTH, 1987, p.164

Os materiais mostrados na figura acima são, da esquerda para a direita:


tela metálica, papel, “fibra” metálica.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 69


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

CAPÍTULO
CAPÍTULO 15
VÁLVULAS CONTROLADORAS
VÁLVULAS
DE VAZÃO (FL
VAZÃO UX
(FLUXO)
UXO)
As válvulas controladoras de vazão são utilizadas para influenciar na velocidade
de movimento dos atuadores, variando-se a área da seção transversal de passa-
gem do fluido. A área do orifício e o elemento controlável são responsáveis pelo
controle, mas existem outros fatores que afetam o controle da velocidade, como o
diferencial de pressão e a viscosidade do fluido; portanto, estes fatores merecem
cuidados quando o movimento exigido for de precisão. Seus principais tipos são:

ƒ Válvulas controladoras de vazão sem compensação de pressão - este


tipo é o mais simples que existe para controle de vazão; conhecidas como
redutoras de vazão, podem ser comparadas a uma torneira comum, pois
controlam, restringindo ou aumentando, a passagem do fluido em seu inte-
rior. Com a mesma secção transversal varia a vazão em função da alteração
da pressão no local do estrangulamento.
Os elementos controladores e assento variam na sua forma de projeto
para projeto, como podemos verificar:

Figura 15.1: Válvulas controladoras de vazão sem compensação de pressão


Fonte: RACINE, 1981, p.190

Estas válvulas são bidirecionais, isto é, controlam nos dois sentidos, mas,
se acrescentarmos uma retenção em paralelo, passam a ser válvulas de con-
trole unidirecional, um único sentido.

ƒ Válvula controladora bidirecional e tipos de elementos controladores

Figura 15.2: Válvula controladora bidirecional e tipos de elementos controladores


Fonte: SENAI – CTAI

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 70


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

ƒ Válvulas redutoras de vazão com retenção (controle unidirecional)

Figura 15.3: Válvulas redutoras de vazão com retenção


Fonte: RACINE, 1981, p.191

ƒ Válvula controladora de vazão com compensação de pressão

Figura 15.4: Válvula controladora de vazão com compensação de pressão


Fonte: RACINE, 1977, p.191

Com a mesma seção do estrangulamento, a vazão permanece constante,


independente da diferença de pressão na válvula controladora de vazão. Es-
tas válvulas são utilizadas em sistemas hidráulicos que necessitam de contro-
le rigoroso da velocidade nos atuadores.
A vazão em uma seção de estrangulamento para um fluxo laminar é cal-
culada de acordo com a seguinte equação:

onde:

Q = vazão;
A = área da seção do estrangulamento;
∆P = perda de pressão (Diferença de pressão entre A e B)
ϕ = coeficiente de fluxo;
ρ = densidade do fluido;
ζ = coeficiente de resistência (atrito);
L = comprimento do estrangulamento;
ν = viscosidade;
V = velocidade do fluxo;
dH = diâmetro hidráulico = 4 . A , onde U é o perímetro da seção.
U

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 71


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

O valor para o coeficiente de fluxo (j) depende da configuração do es-


trangulamento; para cálculo, podemos tomar entre 0,6 a 0,9.
Obs.: Para a utilização prática no nosso caso, é importante saber que a
vazão é proporcional à diferença de pressão, pois esta é a energia propulsora.

ƒ Válvulas reguladoras de fluxo de 2 vias - Estas válvulas possuem um


estrangulamento (redutora de fluxo), um êmbolo compensador, mais uma
mola calibrada para manter um diferencial de pressão (DP) constante no
estrangulamento. Elas, para trabalharem perfeitamente, necessitam de uma
pressão mínima de trabalho.

Figura 15.5: Construção tipo “A”, estreitamento antes do compensador


Fonte: SENAI – CTAI

Figura 15.6: Construção tipo “B”, estreitamento depois do compensado


Fonte: SENAI – CTAI

Explicações e provas matemáticas de como o balanceamento da pressão


compensa as flutuações de pressões e mantém constante a vazão, compro-
vam que estas flutuações podem ocorrer na entrada P1 e na saída P3.

Na construção tipo “A”, pelo lado direito, a pressão P1 atua sobre a


área do êmbolo A1; o produto da pressão e da área resulta numa força F1.
Pelo lado esquerdo, a pressão P2 atua sobre a outra área do êmbolo A2,

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 72


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

resultando uma força que somada à força da mola calibrada Fm, que é prati-
camente constante devido ao seu pequeno curso, originam a força F2.

As forças atuantes sobre o êmbolo de regulagem devem estar em equilíbrio.

F1 = F2 P1 . A1 = P2. A2 + Fm

Como a Fm e A1 são constantes, a diferença P1 e P2 devem ser constante.

P1 - P2 = ∆P = constante

ƒ Quando há flutuação da pressão na saída, no caso aumento da pres-


são P3, instantaneamente há um aumento de P2, tornando maior a
força F2 que desloca o êmbolo, aumentando o orifício do estrangula-
mento entre P2 e P3. No caso de queda de pressão P3, instantanea-
mente reduz P2 que por conseqüência reduz a força F2, havendo
deslocamento do êmbolo que reduz o orifício do estrangulamento.

ƒ Quando há flutuação da pressão na entrada, no caso aumento de pres-


são P1, a forca F1 aumenta, provocando o deslocamento do êmbolo,
reduzindo o estrangulamento. Com a queda de P1, ocorre o inverso.

ƒ Na construção tipo “B”, o líquido sob pressão P1 passa pelo estrangu-


lamento formado pelo êmbolo compensador, pelo estrangulamento da agu-
lha, no qual passa a vazão ajustada. A mola e o êmbolo constituem um
balanceamento de pressão que mantém constante a vazão independente
das respectivas pressões de entrada e de saída.

ƒ Quando há flutuação da pressão na saída, no caso aumento da pres-


são P3, instantaneamente há um aumento da força F2 que desloca o
êmbolo para tornar maior o orifício do estrangulamento entre P1 e
P2. No caso de queda de pressão P3, instantaneamente reduz F2,
provocando deslocamento do êmbolo, reduzindo o orifício do es-
trangulamento entre P1 e P2;

ƒ Quando há flutuação da pressão na entrada, no caso aumento de


pressão P1, aumenta também P2 que conseqüentemente aumenta
forca F2, provocando o deslocamento do êmbolo, reduzindo o es-
trangulamento entre P1 e P2. Com a queda de P1, ocorre o inverso.

É conhecido o fato de que a variação da temperatura no fluido influencia


na viscosidade e conseqüentemente na vazão. Para as válvulas controladoras
de vazão compensarem este diferencial de vazão, devido à viscosidade, uti-
lizam-se sistemas compensadores de temperatura. Um deles é o princípio
do canto vivo ou Sharp-Edge, que experimentalmente demonstrou-se efici-
ente, quando observado a relação entre o comprimento do orifício e o seu
diâmetro menor que 1.
Existem também outras maneiras de compensar a temperatura, como
aproveitando a diferença de dilatação térmica de certos metais.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 73


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15.1 COMO CONTROLAR VELOCID


VELOCID ADE DOS
OCIDADE
ATU ADORES
TUADORES
Para controlar a velocidade dos atuadores, existem três maneiras distintas
de se utilizar uma válvula controladora de vazão. Elas podem ser montadas
na entrada, na saída ou em desvio tipo sangria.

ƒ Na entrada é quando controlamos, através de uma válvula regula-


dora de fluxo, o fluido que entra no atuador. Este método é utiliza
do quando a carga resiste ao movimento do atuador;

ƒ Na saída é quando controlamos, através de uma válvula de regula-


dora de fluxo, o fluido que sai do atuador. Este método é utilizado
quando a carga tende a fugir do atuador, é recomendado também
para os casos onde existem vazios durante o movimento e não se
deseja a interferência no funcionamento de válvulas de seqüência
e pressostatos;

ƒ Os dois métodos citados acima podem também ter a válvula mon-


tada antes da direcional, com isto teremos o controle do fluxo nos
dois sentidos e não de forma independente.

ƒ No desvio é quando controlamos a velocidade do atuador, através


de uma válvula reguladora de fluxo, colocando parte do fluxo para
tanque. Este método é utilizado onde a carga é constante.

Figura 15.7: Método de controle de fluxo: na entrada, na saída e em desvio

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 74


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Exemplos

Figura 15.8: Exemplo de circuito hidráulico industrial com duas velocidades de avanço

Figura 15.9: Exemplo de circuito hidráulico industrial com três velocidades de avanço

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 75


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

CAPÍTULO
CAPÍTULO 16
VÁLVULAS REGULADORAS
VÁLVULAS
DE PRESSÃO
As válvulas reguladoras de pressão controlam a pressão do sistema. A
maioria é de posicionamento infinito, ou seja, pode assumir diversas posi-
ções desde totalmente aberta até totalmente fechada.

Podem ser:

ƒ Válvula de alívio ou limitadora de pressão (segurança);


ƒ Válvula de descarga;
ƒ Válvula de seqüência;
ƒ Válvula redutora de pressão;
ƒ Válvula de contrabalanço, entre outras.

16.1 PRINCÍPIO BÁSICO DE FUNCIONAMENTO


DAS VÁL VULAS REGULADORAS DE PRESSÃO
VÁLVULAS

Figura 16.1: Princípio básico de funcionamento das válvulas reguladoras de pressão


Fonte: REXROTH, 1987, p.113

A pressão de trabalho age contra o elemento de vedação poppet, que é


mantido pressionado contra a sede por meio de uma mola.
Quando a pressão de trabalho for maior do que a força da mola, o poppet
se afasta da sede, deslocando o excesso de vazão que ocasiona a elevação
da pressão para tanque.

ƒ Válvula de alívio - regula a pressão máxima do sistema. Pode ser de


ação direta ou indireta.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 76


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Figura 16.2: Válvula de alívio


Fonte: RACINE, 1981, p.153

Simbologia

ƒ Válvula de descarga - descarrega o sistema numa pressão menor que


válvula de alívio

Figura 16.3: Válvula de descarga


Fonte: RACINE, 1981, p.158

Simbologia

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 77


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Exemplos:

Figura 16.4: Circuito com bombas em paralelo, aplicação de válvula de alívio e de descarga

Figura 16.5: Aplicação de uma bomba de pistões radiais

ƒ Válvulas de seqüência - são usadas no sistema para determinar uma


seqüência de movimentos entre dois atuadores.

Simbologia

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 78


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16.1.1 VÁLVULA DE SEQÜÊNCIA DE AÇÃO DIRET


VÁLVULA A
DIRETA

Figura 16.6: Válvula de seqüência de ação direta


Fonte: REXROTH, 1987, p.118

Simbologia

Circuito hidráulico seqüencial

Figura 16.7: Circuito hidráulico seqüencial

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 79


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Circuito regenerativo seqüencial

Figura16.8: Circuito regenerativo seqüencial

16.1.2 VÁLVULA REDUTORA DE PRESSÃO


VÁLVULA

Tem como função reduzir a pressão em determinadas partes do circuito.

Figura 16.9: Válvula redutora de pressão


Fonte: RACINE, 1977, p.173

Simbologia – Válvula redutora de pressão com retenção integral

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 80


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16.1.3 VÁLVULA REDUTORA DE PRESSÃO DE OPERAÇÃO


VÁLVULA
DIRET
DIRETAA

Figura 16.10: Válvula redutora de pressão de operação direta


Fonte: REXROTH, 1987, p.122

Simbologia

16.2 VENTAGEM E CONTROLE REMOTO


VENTA
Fazer a ventagem de um sistema hidráulico é despressurizá-lo por meio
de uma conexão ligada na câmara de ventagem da válvula de alívio.

Figura 16.11: Ventagem


Fonte: RACINE, 1981, p.117

Simbologia

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 81


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

É possível ainda juntar esta conexão a outra válvula de alívio, a fim de se


controlar a pressão remotamente.

Exemplo de ventagem e controle remoto

Figura 16.12: Controle de pressão remoto, posição central da válvula direcional

Com os solenóides “a” e “b” desativados temos a ventagem do sistema.

Figura 16.13: Controle de pressão remoto, solenóide “b” energizado

Acionando-se o solenóide “b”, a pressão do sistema será controlada re-


motamente através da válvula E.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 82


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Figura 16.14: Controle de pressão remoto, solenóide “a” energizado.

Ativando-se o solenóide “a”, a pressão do sistema será controlada atra-


vés da válvula C.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 83


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

CAPÍTULO
CAPÍTULO 17
ELEMENTO LÓGICO
É um elemento versátil, pois pode ser usado como:

ƒ Válvula direcional;
ƒ Válvula reguladora de vazão;
ƒ Válvula de retenção simples ou pilotada;
ƒ Válvula reguladora de pressão; entre outras funções combinadas.

Figura 17.1: Príncipio de funcionamento do elemento lógico


Fonte: REXROTH, 1987, p.87

Características

ƒ Não apresenta vazamentos;


ƒ Possui rapidez nas respostas;
ƒ Pode trabalhar lentamente;
ƒ Possui comandos suaves;
ƒ É versátil;
ƒ Possui vários tamanhos.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 84


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17.1 ALGUNS EXEMPLOS DE APLICAÇÃO


EXEMPLOS

Figura 17.2: Retenção de A para B

Figura 17.3: Retenção de B para A

Figura 17.4: Possibilidade de comando por B

Figura 17.5: Possibilidade de comando por A

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 85


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Figura 17.6: Possibilidade de comando por A e B

Figura 17.7: Válvula de retenção pilotada

Figura 17.8: Integração entre válvula direcional e válvula de retenção

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 86


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Limitando-se a elevação do cone principal, o elemento lógico passa a exer-


cer a função de uma válvula reguladora de vazão.

Figura 17.9: Retenção em uma direção e controle de fluxo no sentido contrário

Figura 17.10: Integração entre válvula direcional e reguladora de vazão

Figura 17.11: Dupla retenção

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 87


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Figura 17.12: Válvula limitadora de pressão.

Figura 17.13: Exemplo de circuito com aplicação de elementos lógico

Seqüência de funcionamento elétrico:

ƒ posição de repouso: S1, S2 e S3 desligados;


ƒ avanço: S2 e S3 ligados;
ƒ retorno: S1 e S3 ligados.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 88


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CAPÍTULO
CAPÍTULO 18
TROCADOR DE CAL OR
CALOR
São dispositivos utilizados para refrigerar o óleo, com objetivo de manter
sua viscosidade constante. Refrigeram o sistema hidráulico. Seus principais
tipos são:

18.1 TROCADOR DE CALOR A AR


CALOR

Figura 18.1: Trocador de calor a ar


Fonte: RACINE,1981, p.260

18.2 TROCADOR DE CALOR A ÁGU


CALOR A
ÁGUA

Figura 18.2: Trocador de calor a água


Fonte: RACINE, 1981, p.262

Simbologia

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 89


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

CAPÍTULO
CAPÍTULO 19
ACUMULADORES
Os acumuladores armazenam certo volume de fluido sob pressão para
fornecê-lo ao sistema quando necessário.

Podem cumprir ainda as seguintes funções:

ƒ como equipamento auxiliar de emergência;


ƒ como amortecedor de pancadas hidráulicas;
ƒ para aumentar a velocidade de um atuador; entre outras.

Tipos

De peso, de mola, de pistão, de membrana e de bexiga.

Figura 19.1: Acumuladores


Fonte: REXROTH, 1987, p.157

Simbologia

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 90


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

19.1 COMENTÁRIO SOBRE ACUMULADORES


Destes acumuladores, os de peso e os de mola são pouco aplicáveis na
indústria; os mais aplicáveis são os que utilizam o gás nitrogênio. O nitrogê-
nio é utilizado devido as suas características de estabilidade com relação à
pressão, isto é, ser inerte, não oferecer perigo de explosão e não atacar os
diversos tipos de elastômeros.
Quando há necessidade de acumular grandes quantidades de óleo, 15 a
80 litros, utilizam-se acumuladores de êmbolo. O êmbolo móvel que se des-
loca livremente ao longo da camisa é o elemento que separa o óleo do gás
nitrogênio.
Para volumes menores, de 1 a 30 litros, utilizam-se acumuladores flexíveis
ou elásticos de bexiga, e a energia é acumulada pelo gás nitrogênio dentro
desta. A bexiga é um balão de borracha, colocado no interior de um recipi-
ente de aço com formato cilíndrico e extremidades arredondadas. Estes acu-
muladores se caracterizam por possuírem estanqueidade absoluta, resposta
rápida e praticamente sem inércia.

Ciclo de trabalho de um acumulador de membrana

Figura 19.2: Ciclo de trabalho de um acumulador de membrana


Fonte: RACINE, 1981, p.227

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 91


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Ciclo de trabalho de um acumulador de bexiga

Figura 19.3: Ciclo de trabalho de um acumulador de bexiga


Fonte: RACINE, 1981, p.228

Figura 19.4: Exemplo de circuito com aplicação de acumulador hidráulico

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 92


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

CAPÍTULO
CAPÍTULO 20
INTENSIFICADORES DE
PRESSÃO - “BOOSTERS”
Os intensificadores de pressão (boosters) são dispositivos que convertem
fluido à baixa pressão em fluido à alta pressão, isto é, intensificam a pressão
de um sistema hidráulico.

Figura 20.1: Intensificadores de pressão “boosters”

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 93


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

CAPÍTULO
CAPÍTULO 21
INSTRUMENTOS DE
MEDIÇÃO
São acessórios usados para avaliar o rendimento dos sistemas hidráulicos
(pressão, temperatura, vácuo e vazão, entre outros). Os principais instru-
mentos empregados na hidráulica são:

Manômetro de Bourdon - pode ser a seco ou em banho de glicerina para


amortecer as vibrações e lubrificar o manômetro, aumentando sua vida útil.

Figuras 21.1: Manômetro de Bourdon


Fonte: RACINE, 1981, p.275

Simbologia

21.1 MANÔMETRO COM SINAL ELÉTRICO

Figura 21.2: Manômetro com sinal elétrico


Fonte: RACINE, 1981, p.277

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 94


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

Válvula isoladora de manômetro - usada quando não houver necessidade


de leituras constantes de pressão, proporcionando vida útil mais longa ao
manômetro.

Figuras 21.3: Válvula isoladora de manômetro


Fonte: RACINE, 1981, p.276

21.2 TERMÔMETROS
Registram a temperatura do fluído. Classificam-se em:

ƒ Termômetros de gás líquido;


ƒ Termômetro industrial. (princípio termopar).

Termostato - limitam a temperatura em níveis máximo e mínimo. Quando


esses valores são atingidos, um sinal elétrico é enviado ou cortado para o
painel de controle elétrico.

Simbologia

Pressostato - é um elemento eletro-hidráulico que limita níveis máximo e


mínimo de pressão.

Pode atuar de três maneiras:

ƒ Enviar um sinal elétrico;


ƒ Cortar um sinal elétrico;
ƒ Cortar um sinal elétrico de um ponto e enviar um outro para um
ponto diferente.

Simbologia

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 95


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Tipos

Figura 21.4: Pressostato de êmbolo


Fonte: REXROTH, 1987, p.167

Figura 21.5: Pressostato tipo Bourdon


Fonte: REXROTH, 1987, p.168

Simbologia

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 96


SÉRIE RECURSOS DIDÁTICOS

CAPÍTUL
CAPÍTULOO 22
ELEMENTOS DE
INTERLIGAÇÃO
INTERLIGAÇÃO,,
CONEXÃO E VED AÇÕES
VEDAÇÕES
O transporte do fluido no sistema hidráulico é feito por meio de pressão e
através de elementos de interligação, ou seja, tubos, mangueiras e placas de
ligação e até mesmo os blocos manifold.

Considerações para selecionar os elementos de ligação:

ƒ Tubulações estreitas provocam cavitação na bomba, perdas de efi-


ciência e superaquecimento do circuito interno;
ƒ Paredes demasiadamente finas estão sujeitas a quebrar; paredes
grossas demais provocarão um acréscimo inútil no peso e no preço
da instalação.

22.1 TUBOS
Nas instalações rígidas são os elementos mais usados nos sistemas hidrá-
ulicos, para este tipo de ligação devemos considerar:

ƒ Dimensionamento em função da vazão e da pressão;


ƒ Conexões galvanizadas devem ser evitadas, pois o zinco reage com
certos aditivos do óleo;
ƒ Tubulações de cobre devem ser evitadas, pois, com a vibração do
sistema hidráulico, o cobre endurece e se torna quebradiço, além
do mais reage com o óleo diminuindo a vida útil;
ƒ Onde as máquinas vibram muito, estão sujeitas a trincas.

22.2 MANGUEIRAS
São utilizadas com interligação flexível entre unidades hidráulicas móveis
ou ainda onde as interligações rígidas são difíceis de serem executadas.
Para a escolha da mangueira, deve-se considerar a pressão de trabalho e
o diâmetro nominal da mangueira que são indicados pelo fabricante.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 97


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Figura 22.1: Tipos de mangueiras


Fonte: Catálogo da aeroquip

22.3 PLA CAS DE LIGAÇÃO E BL


PLACAS OCOS
BLOCOS
MANIFOLD
São elementos de ligação atualmente muito utilizados para interligar vál-
vulas. A vedação entre as válvulas e a placa é feita através de anéis O’ring.
A face de apoio da válvula é retificada e pressa com parafusos à placa de
ligação, facilitando a montagem e desmontagem, deixando o sistema mais
compacto.

Figura 22.2: Esquema interno de um bloco manifold


Fonte: RACINE, 1994, p.277

22.4 ELEMENTOS DE CONEXÃO


A ligação entre os tubos, ou entre as mangueiras, ou ainda entre esses
elementos e as válvulas, cilindros ou bombas, é feita pelos elementos de
conexão, quais sejam: conexões por roscas e conexões por flanges.
As conexões hidráulicas são sujeitas a grandes esforços. Devem estar
sempre vedadas hermeticamente devido às altas pressões e solicitações
mecânicas, tais como vibrações, dilatação ou contração térmica entre outras.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 98


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22.4.1 CONEXÕES POR ROSCAS

Figuras 22.3: Conexões por roscas


Fonte: Catálogo da aeroquip

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 99


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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
RACINE HIDRAULICA. Manual de hidráulica básica. 3. ed. Porto Alegre, 1981.
323 p. il.

REXROTH. Treinamento hidráuico THR: curso básico de óleo-hidráulica in-


dustrial para engenheiros e técnicos. São Paulo, 1987. 132 p. Il.

REXROTH. Treinamento hidráulico MHR: curso básico de óleo-hidráulica in-


dustrial para mecânicos de manutenção. 3. Revisão. São Paulo, 1987. 182 p. Il.

SENAI-SP. Comandos hidráulicos: informações tecnológicas. São Paulo, 1987.


452 p. il.

HIDRÁULICA E TÉCNICAS DE COMANDO 100

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