Para muitos, a felicidade tem a ver com a satisfação de anseios, projetos e
sonhos. Tais elementos estão associados à realização pessoal e profissional, que vai desde à construção de padrão estético aceitável até o sucesso dentro de uma área do conhecimento ou do exercício de uma profissão. Cada pessoa tem em sua mente a ideia daquilo que a fará realmente feliz. O problema é que, ao alcançar o sonho, ou as pessoas perdem a justificativa para a sua existência ou se tornam escravas de seus sonhos, fazendo de tudo para não perder aquilo que se alcançou com tanto esforço pessoal. Isso é uma verdade desde que os nossos primeiros pais pecaram e foram expulsos do Éden (Gn 3). Todos os seres humanos tentam justificar a sua existência na busca descontrolada e frenética por satisfação pessoal. Porém, Jesus ensinou que a verdadeira felicidade repousa sobre um tipo de insatisfação crônica, que tem a ver com a justiça de Deus (Mt 5.6). Esta insatisfação é descrita como “fome e sede”, que são justamente a não satisfação das necessidades mais básicas para a vida humana. Contudo, há algo maior e superior a todas as necessidades humanas. Este algo é a justiça de Deus. Mas, o que é esta justiça? Nas Escrituras, os justos são aqueles que têm a sua vida conformada à vontade revelada de Deus e se tornam justos pela ação divina, sendo cuidado e guardado em seu relacionamento com o Senhor (cf. Sl 5.12; 37.25; 64.10; Pv 11.8; 13.5; 20.7; Rm 3.21-26; 4.5-8; 5.1; 8.33). Ele é totalmente distinto do ímpio em sua vida com Deus e em seu destino eterno (cf. Gn 18.23,25; Sl 1.4-6; 10.1-4,13; Pv 10.3,25,30). As pessoas verdadeiramente felizes anseiam pela justiça que vem de Deus. Isso implica que o maior anseio destas pessoas é estarem aconchegadas em Deus, tendo nele todo o seu prazer, estando plenamente submissas e devotas à sua vontade (Sl 37.4,5). Somente seremos verdadeiramente felizes quando entendermos que a felicidade terrena e humana não é comparáveis à da plena satisfação de repousar apenas em Deus. Somente Deus é a fonte na qual a nossa alma se satisfaz (cf. Sl 36.6- 10; Jr 2.13). Por isso, deixemos nossa justiça própria de lado e abandonemos a idolatria dos sonhos e dos desejos de um coração desvinculados da vontade soberana de Deus. Sejamos felizes em encontrar apenas em Deus a satisfação para nossa alma, e, igualmente felizes por estarmos continuamente insatisfeitos até que Cristo seja plenamente formado em nós (cf. Gl 4.19; Rm 8.29; Cl 1.27,28).