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Felizes são os insatisfeitos

Mateus 5.6

Para muitos, a felicidade tem a ver com a satisfação de anseios, projetos e


sonhos. Tais elementos estão associados à realização pessoal e profissional, que vai
desde à construção de padrão estético aceitável até o sucesso dentro de uma área do
conhecimento ou do exercício de uma profissão. Cada pessoa tem em sua mente a ideia
daquilo que a fará realmente feliz. O problema é que, ao alcançar o sonho, ou as pessoas
perdem a justificativa para a sua existência ou se tornam escravas de seus sonhos,
fazendo de tudo para não perder aquilo que se alcançou com tanto esforço pessoal.
Isso é uma verdade desde que os nossos primeiros pais pecaram e foram
expulsos do Éden (Gn 3). Todos os seres humanos tentam justificar a sua existência na
busca descontrolada e frenética por satisfação pessoal. Porém, Jesus ensinou que a
verdadeira felicidade repousa sobre um tipo de insatisfação crônica, que tem a ver com
a justiça de Deus (Mt 5.6). Esta insatisfação é descrita como “fome e sede”, que são
justamente a não satisfação das necessidades mais básicas para a vida humana.
Contudo, há algo maior e superior a todas as necessidades humanas. Este algo é a justiça
de Deus.
Mas, o que é esta justiça? Nas Escrituras, os justos são aqueles que têm a sua
vida conformada à vontade revelada de Deus e se tornam justos pela ação divina, sendo
cuidado e guardado em seu relacionamento com o Senhor (cf. Sl 5.12; 37.25; 64.10; Pv
11.8; 13.5; 20.7; Rm 3.21-26; 4.5-8; 5.1; 8.33). Ele é totalmente distinto do ímpio em sua
vida com Deus e em seu destino eterno (cf. Gn 18.23,25; Sl 1.4-6; 10.1-4,13; Pv
10.3,25,30). As pessoas verdadeiramente felizes anseiam pela justiça que vem de Deus.
Isso implica que o maior anseio destas pessoas é estarem aconchegadas em Deus, tendo
nele todo o seu prazer, estando plenamente submissas e devotas à sua vontade (Sl
37.4,5).
Somente seremos verdadeiramente felizes quando entendermos que a
felicidade terrena e humana não é comparáveis à da plena satisfação de repousar
apenas em Deus. Somente Deus é a fonte na qual a nossa alma se satisfaz (cf. Sl 36.6-
10; Jr 2.13). Por isso, deixemos nossa justiça própria de lado e abandonemos a idolatria
dos sonhos e dos desejos de um coração desvinculados da vontade soberana de Deus.
Sejamos felizes em encontrar apenas em Deus a satisfação para nossa alma, e,
igualmente felizes por estarmos continuamente insatisfeitos até que Cristo seja
plenamente formado em nós (cf. Gl 4.19; Rm 8.29; Cl 1.27,28).

Gladston Cunha

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