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1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS:
Dessa forma, o referido estudo consiste em um documento técnico com o fim de subsidiar a
concessão da licença ambiental dos empreendimentos que efetiva ou potencialmente são capazes de
causar degradação ambiental. Segundo a Resolução 237/97 do CONAMA:
Art. 1º, III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos
ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou
empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida, tais como: relatório
ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico
ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco.
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As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de
diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos,
porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do
material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas
jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos
eventos anteriormente citados.
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O Estudo de Impacto Ambiental é PRÉVIO, pois é elaborado antes da concessão da licença
prévia. Somente após o órgão licenciador poderá aferir a viabilidade ambiental do empreendimento
para conceder ou negar a licença. O EIA deve ser prévio, à luz dos princípios da precaução e prevenção,
de forma que um estudo posterior é considerado anômalo.
A PUBLICIDADE é a segunda característica, pois o EIA sigiloso é inconstitucional. Porém, a
publicidade é mitigada pelo sigilo industrial. Vale ressaltar que falta legislação para regulamentar este
estudo. O tema é disciplinado pela Resolução CONAMA 01/86, sendo esta recepcionada pela
Constituição, devendo ser conhecida.
Por fim, a característica derradeira é a de que a realização desse estudo prévio só será exigida
em casos de SIGNIFICATIVA degradação ambiental (efetiva ou potencial). Ou seja, não sendo o
empreendimento apto a gerá-la, não será caso de se exigir o EIA/EPIA, demandando a realização de
um estudo ambiental simplificado. Portanto, sua realização só será constitucional quando estiverem
presentes estas características.
Portanto, outros casos além desses podem ser de significativa degradação. Essa não é uma
listagem de fácil memorização, devido à especificidade de seus incisos e do extenso rol elencado. 2
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Rol cobrado, diversas vezes, pela FCC e VUNESP
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Importante saliente que as conclusões do RIMA não vinculam o órgão ambiental.
ATENÇÃO: A equipe técnica poderá ter responsabilidade ulterior e solidária com o
empreendedor nas esferas civil, administrativa e criminal pelas informações apresentadas, nos termos
do artigo 11, parágrafo único, da Resolução CONAMA 237/1997.
O mesmo não foi o que se decidiu com a implantação da usina de Belo Monte, pois,
ponderando os impactos com o seu tamanho e com a necessidade de geração de energia elétrica, o
saldo para aquela atividade foi positivo, devido à necessidade de fornecimento de energia elétrica para
o Brasil, no sentido de propiciar o desenvolvimento em suas regiões mais remotas.
Como já salientado, essa conclusão do estudo pela viabilidade ou não do projeto NÃO vincula
o órgão responsável pela concessão da licença. Em tese, mesmo que o estudo aponte pela viabilidade
do empreendimento, o órgão ambiental pode entender o contrário no sentido de negar a concessão
da licença.
Existia uma disposição da Resolução CONAMA 01/86 que dizia que a equipe técnica
multidisciplinar não poderia estar vinculada ao proponente do projeto. Por este dispositivo, ela não
podia estar vinculada a ele, para garantia de sua autonomia. No entanto, em um grave retrocesso, este
dispositivo foi expressamente revogado por um dispositivo da Resolução CONAMA 237/97.
De lá pra cá é possível essa atuação vinculada, até mesmo por empregados do proponente do
projeto. Grandes empresas, a exemplo da Vale, podem elaborar esse estudo apenas com os seus
empregados. Isso gera uma quebra da autonomia da equipe multidisciplinar que age de acordo com os
interesses daquele que lhe emprega e que busca o empreendimento.
Costuma-se utilizar o termo EIA-RIMA, fazendo-se menção a estes dois instrumentos juntos.
Esse documento não consta do texto da Constituição, mas tão somente da Resolução CONAMA 01/86.
Assim, o Relatório de Impacto Ambiental não se mistura com o Estudo de Impacto Ambiental. O
documento técnico, complexo e com uma linguagem de maior dificuldade de compreensão é o EIA.
Já o RIMA é outro documento que decorre do EIA, dessa forma, o RIMA é consectário lógico
do EIA. Aquele é um documento simples, de linguagem acessível para quem quer que queira consultá-
lo, contando apenas com as conclusões extraídas daquele estudo realizado.
Infelizmente não. Em tese, é possível que haja um EIA-RIMA sem a realização de uma
audiência pública. Isso ocorre porque a resolução que faz a previsão destas audiências diz que elas
ocorrerão quando o órgão ambiental entender necessário e designá-las ou quando houver
requerimento de entidade civil (em tese, qualquer pessoa jurídica), requerimento do Ministério
Público, ou houver um abaixo assinado subscrito por, ao menos, cinquenta cidadãos. Na prática, pelo
menos uma destas situações se realiza, mas, caso nenhuma delas se façam presentes, é possível que
ela seja preterida.
Supondo agora que, havendo o abaixo assinado, o órgão ambiental, devido a sua pressa,
concede a licença ambiental sem realizá-la. Diante disso, a Res. CONAMA 09/87 prevê que a licença
concedida desrespeitando este preceito deverá ser cancelada.
Portanto, quando obrigatória, a audiência pública funciona como uma condição de
regularidade do licenciamento que eventualmente vier a ser concedido.
Por fim, nos termos da ADI 1505/STF, é de competência do executivo e não do legislativo
analisar sobre a necessidade ou não de realização de audiência pública para discussão sobre o RIMA.
DIPLOMA DISPOSITIVO
Constituição Federal Artigo nº 225
Resolução 01 – CONAMA Leitura Integral
Resolução 09 – CONAMA Leitura Integral
5. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA