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Impedimento
Impedimento
Impeachment na História
O termo impeachment significa “impedimento”e apareceu pela primeira vez na segunda
metade do século XIV, já nos fins da Idade Média. Em 1376, o Lord Latimer foi alvo
de um processo da Câmara dos Comuns (Parlamento Inglês), o que se configurou como
o primeiro processo de impeachment do mundo. Nesse processo foram definidos os
primeiros trâmites que seriam aperfeiçoados no decorrer dos séculos.
O modelo inglês logo foi incorporado pela maioria das nações em que passou a vigorar
a democracia representativa. Os Estados Unidos foram uns dos primeiros a incluir a
noção de impeachment em seu ordenamento jurídico. O uso dessa prerrogativa foi posto
em execução na década de 1970, quando o então presidente Richard Nixon foi afastado
do cargo em razão escândalo deWatergate.
Entre nós, brasileiros, o único presidente a sofrer impeachment, até então, foiFernando
Collor de Melo, em 1992. Mas a previsão de impedimento do cargo para presidentes da
República estava inclusa na legislação brasileira desde a primeira constituição
republicana, outorgada em 1891. Com o processo deredemocratização do Brasil,
iniciado em 1985, após a vigência dos Governos Militares, foi elaborada e aprovada
uma nova Constituição em 1988. Essa Constituição (vigente até hoje), além de
assegurar as liberdade individuais e as eleições diretas, também conservou em sua
estrutura a possibilidade deimpeachment para o Presidente da República. Quaisquer
atitudes que o Presidente faça que atentem contra os itens elencados abaixo podem
desencadear um processo de impeachment.
1) a existência da União; 2) o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder
Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da
Federação; 3) o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; 4) a segurança
interna do País; 5) a probidade na administração; 6) a lei orçamentária; 7) o
cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Como acontece um impeachment?
Se houve alegações contra o presidente da República, o processo de impeachment
desenrolar-se-á em seis fases: 1) Pedido, 2) Acolhimento, 3) Primeira votação (na
Câmara), 4) Envio para o Senado, 5) Segunda votação (no Senado) e 6) Penalização.
Entenda melhor como essas fases ocorrem:
O pedido do impeachment pode ser apresentado à Câmara dos Deputados (uma das
casas do Parlamento Brasileiro) por qualquer cidadão que goze plenamente de seus
direitos políticos. No pedido, é necessário que haja a devida caracterização do crime
cometido pelo presidente. A partir daí, o presidente da Câmara tem o poder de decidir se
há procedência no pedido e se ele será arquivado ou encaminhado aos parlamentares. Se
o acolhimento for favorável ao andamento do pedido, o presidente da Câmara o
encaminhará aos deputados federais.
http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/artigobd.asp?item=%20950
“O impeachment na Constituição de 1988, no que concerne ao presidente da República:
autorizada pela Câmara dos Deputados, por 2/3 de seus membros, a instauração do processo
(CF, art. 51, I), ou admitida a acusação (CF, art. 86), o Senado Federal processará e julgará o
presidente da República nos crimes de responsabilidade. É dizer: o impeachment do
presidente da República será processado e julgado pelo Senado Federal. O Senado e não
mais a Câmara dos Deputados formulará a acusação (juízo de pronúncia) e proferirá o
julgamento. CF/1988, art. 51, I; art. 52; art. 86, § 1º, II, § 2º, (MS 21.564-DF). A lei estabelecerá
as normas de processo e julgamento. CF, art. 85, parágrafo único. Essas normas estão na
Lei 1.079, de 1950, que foi recepcionada, em grande parte, pela CF/1988 (MS 21.564-DF).
O impeachment e o due process of law: a aplicabilidade deste no processo de impeachment,
observadas as disposições específicas inscritas na Constituição e na lei e a natureza do
processo, ou o cunho político do juízo. CF, art. 85, parágrafo único. Lei 1.079, de 1950,
recepcionada, em grande parte, pela CF/1988 (MS 21.564-DF).” (MS 21.623, rel. min. Carlos
Velloso, julgamento em 17-12-1992, Plenário, DJ de 28-5-1993.)
Porém, apesar de já nos tempos do Império do Brasil (1822-1889) existirem leis que
permitiam o afastamento e até a punição de funcionários considerados irresponsáveis ou
incompetentes para o exercício da função pública, o impeachment somente foi adotado no
Brasil depois da proclamação da República.[5]
Após o processo de impeachment, além da perda do cargo, a pessoa que foi cassada
também fica inabilitada de exercer qualquer função pública durante cinco anos e fica
impedida de se candidatar a qualquer cargo por oito anos a partir da data em que seu
mandato for encerrado. Além disso, ela ainda pode ser julgada pela Justiça ordinária no
caso de crimes comuns.[7]
A Constituição de 1988 diz que "o presidente da República, na vigência de seu mandato,
não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções".[8]
Baseado nisso, muitos juristas sustentam que um presidente só pode sofrer impedimento
por crimes cometidos no atual mandato, em caso de reeleição. Ou seja, eventuais
irregularidades do mandato anterior não poderiam justificar seu impeachment no novo
mandato. Outros estudiosos do direito, porém, argumentam que a reeleição torna o
segundo mandato uma continuidade do primeiro e, por isso, seria sim possível iniciar um
processo com base em crimes cometidos nos primeiros quatro anos de governo.[8]
1- A caracterização do crime;
2- A admissão do pedido;
3- Defesa do acusado;
4- Julgamento;
5- Absolvição ou Condenação;
1- A caracterização do crime[editar | editar código-fonte]
Se cumprir os requisitos mínimos, o requerimento vai ser analisado por uma composição
composta por integrantes de todas as bancadas da Câmara dos Deputados. Em até dez
dias, a comissão precisa emitir um parecer favorável ou contrário à continuidade do
processo;[4]
Após a admissão do pedido, abre-se prazo de 20 dias para o presidente se defender. Para
prosseguir, o pedido precisa ser colocado em votação pelo presidente da Câmara e aceito
pela Maioria qualificada, ou seja, por dois terços ou mais dos deputados;[4]
Após o pedido ser aceito pelo presidente da Câmara dos Deputados, o requerimento
passa por análise da comissão composta por parlamentares de todas as bancadas da
Câmara. Abre-se um prazo de 10 dias a deliberação de um parecer favorável ou contrário
à continuidade do processo. Com o relatório pronto, o Presidente da República tem 10
sessões para apresentar uma defesa. A comissão terá mais 5 sessões para votar um
relatório final.
A Constituição prevê que os votos sejam nominais, ou seja, que todos os deputados
profiram os seus individualmente.
Depois de ter a admissibilidade aprovada pela Maioria qualificada, ou seja, por pelo menos
2/3 da Câmara dos Deputados, o processo de impeachment deve ser analisado pelo
Senado.
Lá será montada outra comissão para apreciação, repetindo-se o trâmite com três
votações. Primeiro há o recebimento da denúncia. Nessa fase não há previsão de defesa
do acusado. O parecer precisa ser votado pelos integrantes do colegiado, e a aprovação
se dá por maioria simples.
Qualquer que seja o resultado da votação na comissão, a decisão final cabe ao plenário do
Senado, que é soberano. No plenário, o parecer da comissão será lido e, após 48 horas,
há a segunda votação, com os senadores votado nominalmente. Para ser aprovado é
necessário a metade mais um dos votos dos senadores presentes, desde que votem pelo
menos metade mais um de todos os senadores da Casa.[10]
Se a maioria simples dos votos for alcançada, o acusado é afastado por 180 dias. Se não,
o processo é arquivado.
Caso o acusado seja afastado, ele será notificado da decisão para que seja formalizado o
seu afastamento temporário do cargo. Cabe ao primeiro secretário da casa levar até o
acusado uma citação. O acusado só estará oficialmente suspenso de seu cargo a partir do
momento em que assinar o documento.[11]
Se após 180 dias o julgamento não for concluído, o processo continua acontecendo, mas o
acusado pode voltar ao comando do seu cargo.[8]
No Senado o processo foi aberto no dia 12 de maio de 2016 pelo seguinte resultado de
votação em plenário: a favor: 55 (mais de 2 terços), contra: 22.
Se condenada, Dilma Rousseff perderá o mandato e ficará inelegível por 8 anos e o Vice-
presidente assume definitivamente.