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Nathan Hogan

Português 339 - Seção 1

A cadeia alimentar da sociedade brasileira: Análise textual da apresentação da situação


socioeconômica no conto “Falta d’água” de Regina Rheda

Para todas as criaturas vivas, a água é a fonte da vida. Sem água, todos os animais, sejam

eles grandes ou pequenos, irão morrer. Por todos dependerem tão completamente deste recurso, a

água é o grande equalizador. Portanto, a crise que ocorre quando há uma quantidade limitada de

água pode enfatizar a desigualdade de poder entre criaturas e homens. O poder dos animais é

definido pela sua força, sua astúcia, a nitidez de seus dentes ou a maneira que conseguem se

camuflar. Do mesmo modo que o poder das criaturas é definido por estas características na

situação da seca, o poder dos homens é definido por características como sua riqueza,

descendência e força. No seu conto “Falta d’água, Regina Rheda emprega descrições dos

moradores, alusões a história brasileira e a metáfora do Edifício Copan para representar a

sociedade brasileira. Assim, ela enfatiza a desigualdade, discriminação e insucessos

socioeconômicos e políticos no Brasil.

Primeiro, Rheda utiliza descrições que mostram a divisão entre os moradores ricos e

pobres do Edifício Copan. Na primeira frase, a autora distingue os moradores que têm um

emprego do qual voltar dos que não têm. Os que têm veem o bilhete nas portas dos elevadores,

enquanto os que não têm não o veem. Também, as pessoas que têm as condições de viajar no

final da semana para escapar a falta de água saem, deixando os mais pobres para sofrer. Rheda

destaca a divisão entre esses dois grupos de pessoas para comentar na injustiça do fato que os

ricos possam escapar as condições que os outros têm que sofrer. Rheda também usa a

circunstancia da falta de água para comparar as situações econômicas das personagens do

Edifício Copan. Ela descreve as pessoas que compram baldes novos porque elas têm vergonha de
usar seus baldes velhos. A falta de água faz com que essas pessoas sentam vergonha de sua

pobreza e as separam dos outros que já têm mais dinheiro para comprar baldes novos. O conto

também descreve a situação de algumas das mulheres velhas que lavam camisas puídas. Essa

descrição da roupa enfatiza as pobreza dessas mulheres em comparação as que têm condições de

comprar roupas novas e bonitas. Este conto também enfatiza a pobreza das pessoas que moram

fora do Edifício Copan. Os moleques da rua, que são mais pobres que os moradores do prédio,

tomam a oportunidade da falta de água para ganhar um pouco de dinheiro ajudando as pessoas

levar a água para seus apartamentos. Por meio dessas descrições, Rheda defina o poder das

pessoas por sua riqueza e destaca as desigualdades econômicas da sociedade brasileira.

Rheda também emprega alusões históricas para comentar sobre a discriminação na

sociedade brasileira e a injustiça do governo. O nome do síndico do prédio é Peixoto. Esse

nome vem de uma família rica de Portugal. O fato que o síndico tem um nome da classe alta do

Brasil mostra a estratificação da sociedade brasileira. Essa pessoa de uma família nobre tem a

posição de liderança mais alta no prédio. Hoje em dia no Brasil, as pessoas de famílias nobres

ainda têm muitos dos cargos políticos e são os donos das empresas maiores (Bills and Haller 4).

Também, a pessoa mais famosa com o sobrenome de Peixoto na história brasileira é o presidente

Floriano Peixoto, que foi conhecido como o “Marechal de Ferro”. Seu governo se definiu como

um regime autoritário e injusto pela maneira que governou e sufocou as rebeliões contrárias

(Hahner 2). Portanto, Rheda deu o nome de Peixoto para o síndico para mostrar que o poder vem

da ascendência e porque queria aludir a esse defeito da sociedade de elevar os que têm

descendência nobre e discriminar contra os que não a têm. Ela também queria associar os que

têm posição de liderança na sociedade brasileira com a injustiça do regime de Floriano Peixoto.
Além de criar as imagens da contradição entre a pobreza e a riqueza e aludir à história

no seu conto, Rheda usa o Edifício Copan como um símbolo da desigualdade econômica e

política da sociedade brasileira. Originalmente, o Edifício Copan era para ser um ícone do

urbanismo, modernismo e o nível de progresso econômico que o Brasil tinha alcançado. Foi

concebido pelo arquiteto famoso Oscar Niemeyer, e é a maior estrutura de concreto do Brasil

(Ribeiro 1). Embora o Edifício Copan seja um exemplo marcante do progresso do Brasil, o

edifício também representa algumas das falhas do Brasil e sua sociedade. Primeiro, os planos

originais que Oscar Niemeyer projetaram foram ainda mais ambiciosos dos que foram finalmente

usados na construção. Esses planos incluíram um hotel luxuoso ao lado do Edifício Copan, um

terraço grande que ligava o Edifício Copan e o hotel, e uma marquise aberta no andar mais alto.

Portanto, por causa de várias complicações no processo da construção, os planos foram

simplificados e diminuídos (Ducroquet, Miraglia, e Tonglet 3). Este caso do Edifício Copan não

cumprir as expectativas iniciais pode ser um símbolo das expectativas grandes que o Brasil

também não alcançou. No começo do século XXI, Brasil estava prestes a se tornar um pais forte,

com uma economia bem sucedida e indústrias modernas. O Brasil passou pela crise econômica

de 2008 com menos dificuldade e recuperou mais rápido que a maioria dos outros países. Teve a

segunda melhor bolsa de valores do mundo e alcançou um nível de investimento estrangeiro

muito alto. Este rápida ascensão do Brasil colocou o país no grupo de países BRIC, que

juntamente com a Rússia, a Índia, e a China se definiu como um país no processo de

possivelmente eclipsar as economias dos países mais ricos do presente (Sharma 1).

Portanto, semelhante à falha do Edifício Copan de realizar suas expectativas altas, o

Brasil também não foi capaz de atender a estas expectativas. Desde 2014, mais de seis milhões

de brasileiros têm descidos abaixo da linha de pobreza. A economia brasileira está enfrentando
muitas dificuldades, incluindo a falha do mercado de petróleo, o aumento da inflação e um

escândalo de corrupção que tem paralisado o governo (Romero 3). Semelhante a essa grande

queda do Brasil, o Edifício Copan também está caindo. Foi anunciado que o prédio havia

afundado 33 centímetros desde a sua construção. Também, as pastilhas do edifício começaram a

cair nas ruas ao redor do Edifício Copan (Ducroquet, Miraglia, e Tonglet 3). A falta de água que

acontece ao resultado da quebra da bomba de água no conto é simplesmente um exemplo das

inúmeras falhas arquitetônicas do Edifício Copan. Rheda usa a maneira semelhante que o

Edifício Copan e o Brasil falharam de realizar suas expectativas grandiosas de sucesso para fazer

uma comparação entre os dois entidades. No seu conto, o Edifício Copan é um símbolo do

fracasso maior do pais inteiro. Rheda usa o afundamento físico do Edifício Copan como um

símbolo da queda figurativa do Brasil da altura de seu sucesso econômico.

Em conclusão, Regina Rheda usa a situação da falta de água no Edifício Copan para

enfatizar as desigualdades econômicas, a discriminação e a estratificação da sociedade brasileira.

Ela também a emprega como uma metáfora para aludir ao insucesso em realizar as expectativas

altas que haviam para o Brasil. Na mesma maneira que a necessidade de água causa uma disputa

de poder entre os animais, a falta de água no conto de Regina Rheda mostra a desigualdade de

poder entre as pessoas de diferentes níveis de riqueza e descendência ao mesmo tempo de

simbolizar a queda figurativa do Brasil na cadeia alimentar dos países.

Contagem de palavras: 1,244


Obras Citadas

Bills, David B. and Archibald O. Haller "Socioeconomic Development and Social Stratification:
Reassessing the Brazilian Case." The Journal of Developing Areas 19.1 (1984): 59-
70. JSTOR. Web. 13 June 2016.

da Silva, Aldy Fernandes, Elionor Farah, Jreige Weffort, Eduardo da Silva Flores, and Glauco
Peres da Silva. "Earnings Management and Economic Crises in the Brazilian Capital
Market.” EBSCO Host. Revista de Administração de Empresas, 1 June 2014. Web. 13 June
2016.

Ducroquet, Simon, Paula Miraglia, and Ariel Tonglet. "Copan, 50 Anos." Nexo Jornal. 29 May
2016. Web. 10 June 2016.

Hahner, June E. "Floriano Peixoto, Brazil's "Iron Marshall": A Re-Evaluation." The


Americas 31.3 (1975): 252. JSTOR. Web. 13 June 2016.

Ribeiro, Tatiane. "Edifício Copan." Cidade De São Paulo, 30 Apr. 2014. Web. 10 June 2016.

Romero, Simon. "After Living Brazil’s Dream, Family Confronts Microcephaly and Economic
Crisis." The New York Times. 08 Mar. 2016. Web. 13 June 2016.

Sharma, Ruchir. "Bearish on Brazil: The Commodity Slowdown and the End of the Magic
Moment." Foreign Affairs 91.3 (2012): 80-87. JSTOR. Web. 13 June 2016.
Trabalho Precisa Melhorar Satisfaz as Excede as
Insatisfatório Expectativas Expectativas
Quase nada de Desenvolvimento fraco Desenvolvimento Desenvolvimento forte,
explicação, organização e/ou incerto; adequado com algumas criativo e exato;
Análise Geral e/ou desenvolvimento observações óbvias boas observações, mas compreensão profunda
50% e/ou fáceis às vezes incertas e iluminadora; abre
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críticas

Não há título; falta de Título tedioso; tese, Título, tese, Título atraente; tese
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introdução fraca; corpo conclusão não conclusão razoáveis; introdução forte;
Estrutura
sem organização; desenvolvidas organização às vezes organização perfeita do
30% conclusão fraca incerta corpo; conclusão que
tece todos os fios
críticos

Muitos erros de Vários erros de Pouquíssimos erros de Quase nenhum erro de


ortografia, gramática, ortografia e/ou ortografia e/ou escrita; léxico, dicção e
Escrita
léxico e sintaxe que gramática; léxico fácil e gramática; bom uso de sintaxe exatos
20% impedem a básico léxico e dicção
compreensão da leitura

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