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GSM

Capítulo 3

OBJETIVOS:
Este capítulo tem como objetivo passar informações básicas sobre a
camada física descrita no padrão da tecnologia GSM, com foco na
interface aérea. Traz conceitos de canal, freqüência, formatação do
quadro, codificações e modulação.
Também introduz o conceito de canais lógicos, listando-os e
indicando suas funções e tráfego de usuário e sinalização. Este
entendimento é base para o estudo das mensagens da camada de
rede, que comandam a rede de células da tecnologia GSM.

PB/LZT 123 3321 R3A


3 Resumo da Tecnologia GSM

Índice

Tópico Página
CONCEITOS DE FREQÜÊNCIA..................................................................................... 1

FREQÜÊNCIA ...............................................................................................................................................1

COMPRIMENTO DE ONDA ..........................................................................................................................2


Exemplo de Alocação de Freqüência – PCS1900 dos EUA ................................................................................. 3

LARGURA DE BANDA ..................................................................................................................................4

CANAIS .........................................................................................................................................................4
Distância Duplex ................................................................................................................................................... 5
Separação de Portadora ......................................................................................................................................... 5
Capacidade e Reutilização de Freqüência ............................................................................................................. 6

TAXA DE TRANSMISSÃO ............................................................................................. 7

MÉTODO DE MODULAÇÃO .......................................................................................... 7

MÉTODO DE ACESSO: ACESSO MÚLTIPLO POR DIVISÃO DE TEMPO (TDMA) .... 8

PROCESSO DE TRANSMISSÃO DO GSM ................................................................... 9

ESTÁGIO 1: CONVERSÃO ANALÓGICO PARA DIGITAL (A/D).................................................................9


Passo 1: Amostragem ................................................................................................................................................ 9
Passo 2: Quantização .............................................................................................................................................. 10
Passo 3: Codificação ............................................................................................................................................... 11
Compactação após a Conversão A/D ...................................................................................................................... 11

ESTÁGIO 2: SEGMENTAÇÃO / ESTÁGIO 3: CODIFICAÇÃO DA VOZ ................................................... 12


Resumo da Segmentação e Codificação da Voz ..................................................................................................... 13

ESTÁGIO 4: CODIFICAÇÃO DO CANAL .................................................................................................. 14

ESTÁGIO 5: INTERCALAÇÃO................................................................................................................... 15
Primeiro nível de intercalação ................................................................................................................................. 15
Segundo nível de intercalação ................................................................................................................................. 16

ESTÁGIO 6: CIFRAGEM/CRIPTOGRAFIA ............................................................................................... 17

ESTÁGIO 7: FORMATAÇÃO DA RAJADA ................................................................................................ 17

ESTÁGIO 8: MODULAÇÃO E TRANSMISSÃO......................................................................................... 18

INTRODUÇÃO A CANAIS FÍSICOS E LÓGICOS ........................................................ 19


3 Resumo da Tecnologia GSM

CANAIS LÓGICOS ..................................................................................................................................... 20

CANAIS DE CONTROLE ........................................................................................................................... 21

CANAIS DE TRÁFEGO .............................................................................................................................. 23

RAJADAS ..................................................................................................................... 24

TIPOS DE RAJADAS ................................................................................................................................. 24

A RELAÇÃO ENTRE RAJADAS E QUADROS ......................................................................................... 25

MAPEAMENTO DE CANAIS LÓGICOS PARA CANAIS FÍSICOS ............................. 27

PORTADORA 0, TIMESLOT 0 ................................................................................................................... 27

PORTADORA 0, TIMESLOT 2 ................................................................................................................... 28

PORTADORA 0, TIMESLOT 1,3-7 E TODOS TIMESLOTS NAS OUTRAS PORTADORAS NA MESMA


CÉLULA ...................................................................................................................................................... 28

CASO DE TRÁFEGO: CHAMADA PARA UMA MS .................................................... 29


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CONCEITOS DE FREQÜÊNCIA
A tabela a seguir resume as especificações para as faixas de freqüência adotadas
na padronização dos sistemas GSM.

Sistema GSM P-GSM E-GSM GSM 1800 GSM 1900


850 900 900
Freqüências (MHz)
 Enlace de subida 824-849 890-915 880-915 1710-1785 1850-1910
 Enlace de descida 869-894 935-960 925-960 1805-1880 1930-1990

Comprimento de onda (cm) ~ 35 ~ 33 ~ 33 ~ 17 ~ 16

Largura de banda (MHz) 25 25 35 75 60

Distância Duplex (MHz) 45 45 45 95 80

Separação de Portadora (kHz) 200 200 200 200 200

Canais de Rádio 122 125 175 375 300

Taxa de Transmissão (kbit/s) 270 270 270 270 270

Tabela 3-1 Especificações GSM para faixas de freqüência

FREQÜÊNCIA
Uma MS comunica-se com um BTS transmitindo ou recebendo ondas de
Você sabia? rádio, que consistem de energia eletromagnética. As freqüências de rádio
são utilizadas para muitas aplicações no mundo de hoje, por exemplo:
Devido a freqüência,
uma BTS Televisão: 300 MHz aprox.
transmitindo
informação a 1800 Rádio FM: 100 MHz aprox.
MHz com uma
potência de saída de Rádios de polícia: Dependente de país
10 Watts (W) irá Redes móveis: 300 – 2000 MHz
cobrir somente
metade da área de As freqüências utilizadas pelas redes móveis variam de acordo com o
uma BTS similar,
transmitindo a 900
padrão sendo utilizado2. Uma operadora aplica requer o uso das freqüências
MHz. Para disponíveis ou, como nos Estados Unidos, a operadora faz proposta de uso
contrapor isso, as de bandas de freqüência durante uma licitação. O diagrama a seguir mostra
BTSs utilizando 1800 as freqüências utilizadas pelos padrões móveis principais:
MHz podem utilizar
uma potência de
saída mais alta,
assim como antenas
de mais alto ganho..

Figura 3-1 Freqüências para principais padrões de rede móvel


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COMPRIMENTO DE ONDA
Há muitos tipos diferentes de ondas eletromagnéticas. Essas ondas
eletromagnéticas podem ser descritas por uma função senoidal, que é
caracterizada por comprimento de onda. O comprimento de onda () é a duração
de uma oscilação completa e é medido em metros (m).
A freqüência e comprimento de onda estão relacionados via a velocidade de
propagação, que para ondas de rádio é a velocidade da luz (3 x 108 m/s).
O comprimento de onda de uma freqüência pode ser determinado utilizando-se a
seguinte fórmula:
Comprimento de onda = Velocidade
Freqüência
Assim, para o GSM 900 o comprimento de onda é:
Comprimento de onda = 3 x 108 m/s
900 MHz
Comprimento de onda = 300.000.000 m/s
900.000.000
Comprimento de onda = 0,33 m (ou 33 cm)
A partir dessa fórmula pode ser determinado que quanto mais alto a freqüência,
menor o comprimento de onda. Freqüências mais baixas, com comprimentos de
onda maiores, são mais adequadas para transmissão através de grandes distâncias,
porque estas refletem na superfície da terra e na atmosfera. A televisão e rádio FM
são exemplos de aplicações, que utilizam freqüências mais baixas.
Freqüências mais altas, com comprimentos de onda mais curtos, são mais
adequadas para transmissão através de pequenas distâncias, porque estas são
sensíveis a problemas como obstáculos na linha da via de transmissão.
Freqüências mais altas são adequadas a pequenas áreas de cobertura, onde o
receptor está relativamente perto do transmissor.
As freqüências utilizadas pelos sistemas móveis ajustam-se entre as vantagens de
grande cobertura oferecidas pelas freqüências mais baixas e as vantagens da
proximidade do receptor oferecidas pelo uso de freqüências mais altas.

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Exemplo de Alocação de Freqüência – PCS1900 dos EUA


Em 1994, a Comissão Federal de Comunicações (FCC) nos Estados Unidos (US)
licitou licenças para operadoras de rede móvel prospectivas. Cada operadora de
rede possui os direitos para a licença por dez anos. As licitações adicionais serão
mantidas seguindo aquele período para as mesmas licenças. O FCC especificou
seis blocos dentro da banda de freqüência: três blocos duplex A, B, e C (30 MHz
cada) e três outros blocos duplex D, E, e F (10 MHz cada).

Não licenciado

Enlace de Enlace de
subida descida

Figura 3-2 Alocação de espectro para PCS 1900 nos Estados Unidos

Para propósitos de telecomunicação, os E.U.A. estão divididos em 51 regiões ou


Áreas Comerciais Principais (MTA) e 493 Áreas Comerciais Básicas (BTA). Uma
MTA pode ser do tamanho de uma área geográfica de um estado, enquanto que
uma BTA pode ser cerca do tamanho de uma cidade grande. A FCC emitiu duas
licenças de PCS 1900 para cada MTA e quatro licenças para cada BTA3. Assim,
se uma cidade como Los Angeles for servida por 6 operadoras: 2 companhias
MTA operam na Califórnia e 4 companhias BTA operam em Los Angeles.

3
Nota: A escolha de tecnologia para uso com freqüências de 1900 MHz é feita por companhias de sucesso. Tanto o
D-AMPS 1900 como GSM 1900 têm sido escolhas populares.

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LARGURA DE BANDA
Largura de banda é o termo usado para descrever qual a faixa de
freqüência alocada para uma aplicação. A largura de banda determinada
para uma aplicação depende da quantidade de espectro de freqüência
disponível. A quantidade de largura de banda disponível é um fator
importante na determinação da capacidade de um sistema móvel, ou seja,
do número de chamadas que podem ser tratadas.

CANAIS
Um outro fator importante na determinação da capacidade de um sistema
móvel é o canal. Um canal é a freqüência ou o conjunto de freqüências que
podem ser alocadas para a transmissão, e quando possível na recepção, de
informação. Os canais de comunicação de qualquer formato podem ser um
dos seguintes tipos:

Tipo Descrição Exemplos


Simplex Somente uma direção Rádio FM, televisão
Semiduplex Duas direções, somente uma Rádio de polícia
por vez
duplex Duas direções, ambas ao Sistemas móveis.
simultâneo mesmo tempo
Um canal simplex, como uma estação de música de rádio FM, utiliza uma
única freqüência, somente em uma direção. Um canal duplex (bilateral),
Você sabia? como aquele usado durante uma chamada móvel, utiliza duas freqüências:
uma que chega na MS e outra que sai da MS. A direção da MS para a rede
Pelo fato de que se é chamada de uplink ou enlace de subida. A direção da rede até a MS é
requer menos
potência para chamada de downlink ou enlace de descida.
transmitir uma
frequência mais
baixa através de uma
determinada
distância, as
frequências de uplink
nos sistemas móveis
são sempre a banda
mais baixa de
frequências – isso
preserva
razoavelmente a
potência de bateria
das MSs.
Figura 3-3 Enlaces de subida e de descida em um canal de rádio

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Distância Duplex
O uso de duplex simultâneo requer que as transmissões de uplink e downlink
sejam separadas em freqüência por uma distância mínima, que é chamada de
distância duplex. Sem esta, as freqüências de uplink e downlink iriam interferir
uma na outra.

Distância Duplex (45 MHz)

Largura de banda (2 x 25 MHz)

Figura 3-4 Distância Duplex

Separação de Portadora
Além da distância duplex, cada sistema móvel inclui uma separação portadora4.
Essa é a distância na banda de freqüência entre os canais que são transmitidos na
mesma direção. Isso é requerido de modo a evitar a sobreposição de informação
em um canal em um canal adjacente.
A distância de separação entre dois canais é dependente da quantidade de
informação que vai ser transmitida dentro do canal. Quanto maior a quantidade de
informação a ser transmitida, maior a separação necessária.

Separação de Portadora (200 KHz)

Figura 3-5 Separação de portadora

A partir da figura acima, pode ser visto que a informação a ser enviada é
modulada em torno da freqüência de portadora de 895,4 MHz. O mesmo acontece
para a informação a ser enviada em 895,6 MHz. Para evitar interferência entre
dois conjuntos de informação, é necessária uma distância de separação de
200 KHz. Se for utilizado menos separação, será gerada uma interferência e um
chamador em 895,4 MHz pode experimentar diafonia ou ruído do chamador a
895,6 MHz.
4
A separação da portadora é referida algumas vezes como largura de banda de portadora.

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Capacidade e Reutilização de Freqüência


É o número de freqüências em uma célula que determina a capacidade da célula.
Para cada companhia com uma licença para operar uma rede móvel é alocado um
número limitado de freqüências. Essas são distribuidas através das células em sua
rede. Dependendo da carga de tráfego e da disponibilidade de freqüências, uma
célula pode ter uma ou mais freqüências alocada para esta.
É importante quando da alocação de freqüências que a interferência seja evitada.
A interferência pode ser causada por uma variedade de fatores. Um fator comum é
o uso de freqüências similares próximas umas das outras. Quanto maior a
interferência, menor a qualidade da chamada.
Para cobrir um país inteiro, por exemplo, freqüências devem ser reutilizadas
muitas vezes em diferentes localizações geográficas de modo a prover-se uma
rede com capacidade suficiente. As mesmas freqüências não podem reutilizadas
em células vizinhas visto que estas iriam interferir uma na outra e dessa forma
padrões especiais de utilização de freqüência são determinados durante o
planejamento da rede.

Figura 3-6 Células vizinhas não podem ter a mesma freqüência (simplificado)

Esses padrões de reutilização de freqüência garantem que quaisquer freqüências


que sejam reutilizadas estejam localizadas a uma distância suficiente umas das
outras para garantir que haja uma interferência mínima entre elas. O termo
“distância para reutilização de freqüência” é utilizado para descrever a distância
entre duas freqüências idênticas em um padrão de reutilização. Quanto menor a
distância para reutilização de freqüência, maior a capacidade disponível para a
rede.

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TAXA DE TRANSMISSÃO
A quantidade de informação transmitida através de um canal de rádio por um
período de tempo é conhecida como a taxa de transmissão. A taxa de transmissão
é expressa em bits por segundo ou bit/s. No GSM a taxa de bit da rede através da
interface de ar é de 270 kbit/s.

MÉTODO DE MODULAÇÃO
No GSM 900, a freqüência que é usada para transferir a informação através da
interface de ar é de cerca de 900 MHz. Uma vez que esta não é a freqüência na
qual a informação foi gerada, são utilizadas técnicas de modulação para converter
a informação para a banda de freqüência utilizável. A conversação de freqüência é
implementada por modulação em amplitude, em freqüência ou em fase da assim
chamada onda portadora, de acordo com a forma de onda do sinal de entrada
(p.ex. conversação). Qualquer esquema de modulação aumenta a largura de banda
da portadora e em conseqüência disso há um limite na capacidade da banda de
freqüência disponível. No GSM, a largura de banda da portadora é de 200 kHz.
A técnica de modulação utilizada no GSM é da Codificação por Deslocamento
Mínimo Gaussiano (GMSK) GMSK permite a transmissão de 270 kbit/s dentro de
um canal de 200 kHz. Isso permite uma taxa de bit de 1,3 bit/s por Hz. Essa é uma
taxa de bit ainda baixa, mas aceitável visto que o canal estará sujeito a condições
severas de relação sinal ruído. Esta taxa é adequada a transmissão de voz; para
transmissão de dados pela interface aérea, no entanto, resulta em uma
comunicação com baixa taxa de transferência de bits e percepção de lentidão na
utilização dos serviços.
A capacidade do canal no GSM não se compara de forma favorável com outros
padrões móveis digitais, os quais podem alojar mais bit/s em um canal. Dessa
forma a capacidade de outros padrões de rede móvel é superior. Entretanto o
GMSK do GSM oferece mais tolerância a interferências. Isso por sua vez permite
a reutilização mais apertada das freqüências, o que leva a um ganho geral na
capacidade.

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MÉTODO DE ACESSO: ACESSO MÚLTIPLO POR DIVISÃO


DE TEMPO (TDMA)
Você sabia?
Alguns sistemas celulares digitais utilizam a técnica de Acesso Múltiplo
por Divisão de Tempo (TDMA) para transmitir e receber sinais de
TDMA não é o único conversação. Com TDMA, uma portadora é utilizada para transportar um
método de acesso número de chamadas, cada chamada utilizando aquela portadora em
possível para períodos de tempo designados. Esses períodos de tempo são referidos
sistemas móveis. Os
sistemas analógicos
como timeslots. Cada MS em uma chamada recebe um time slot na
utilizam a freqüência de uplink e um na freqüência de downlink. A informação
Frequência DMA enviada durante um timeslot é chamada de rajada.
(FDMA), enquanto
que alguns sistemas No GSM, um quadro TDMA consiste de 8 timeslots. Isso significa que
utilizam o Código uma portadora de rádio GSM pode transportar 8 chamadas.
DMA (CDMA).

Frequência 1

Figura 3-7 TDMA

Nota: É mostrada somente a direção de downlink. Há também um quadro


correspondente na direção de uplink.

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PROCESSO DE TRANSMISSÃO DO GSM

ESTÁGIO 1: CONVERSÃO ANALÓGICO PARA DIGITAL (A/D)


Uma das funções principais de uma MS é a conversão da informação de
conversação analógica para o formato digital, para transmissão utilizando-se um
sinal digital. O processo de conversão de analógico para digital (A/D) gera uma
coleção de bits: binários uns e zeros que representam a entrada de conversação.

Analógico Digital

Conversão A/D

Figura 3-23 Conversão A/D

A conversão A/D é efetuada utilizando-se um processo chamado Modulação por


Código de Pulso (PCM). O PCM envolve três passos principais:
Amostragem
Quantização
Codificação

Passo 1: Amostragem

A amostragem envolve a medição de sinal analógico a intervalos de tempo


específicos.

Sinal analógico Amostragem Sinal amostrado

Figura 3-24 Amostragem de sinal analógico

A precisão da conversão do sinal analógico em digital depende muitas vezes da


freqüência de amostragem. A teoria de amostragem estabelece que:
Para reproduzir-se um sinal analógico sem distorção, o sinal deve ser amostrado
com pelo menos duas vezes a freqüência do componente de freqüência mais alta
no sinal digital.

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3 Resumo da Tecnologia GSM

A conversação normal contém principalmente componentes de freqüência mais


baixos do que 3400 Hz. Os componentes mais altos têm baixa energia e podem
ser omitidos sem afetar-se muito a qualidade da conversação. Aplicando-se a
teoria de amostragem a sinais de conversação analógicos, a freqüência de
amostragem deverá ser de pelo menos 2 x 3,4 kHz = 6,8 kHz.
Os sistemas de telecomunicação utilizam uma freqüência de amostragem de
8 kHz, o que é aceitável baseado na teoria de amostragem.

Passo 2: Quantização

O próximo passo é dar a cada amostra um valor. Por essa razão, a amplitude do
sinal no momento da amostragem é medida e aproximada para um entre um
conjunto finito de valores. A figura abaixo mostra o princípio de quantização
aplicado a um sinal analógico. Pode ser visto que um ligeiro erro é introduzido
nesse processo quando o sinal é quantizado ou aproximado. O grau de precisão
depende do número de níveis de quantização utilizados. Dentro da telefonia
comum, são utilizados 256 níveis, enquanto que no GSM são usados 8.192 níveis.

Valor Valor
amostrado quantizado

D= erro
quantizado

tempo

Figura 3-25 Quantização

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3 Resumo da Tecnologia GSM

Passo 3: Codificação

A codificação envolve a conversação dos valores quantizados em binário.


Cada valor é representado por um código binário de 13 bits (213 =8192). Por
exemplo, um valor quantizado de 2.157 iria ter um padrão de bit de
0100001101101:

Bit 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Total

Pos.p/ 0 1 0 0 0 0 1 1 0 1 1 0 1

Valor 0 2048 0 0 0 0 64 32 0 8 4 0 1 2157

Tabela 3-2 Codificação de valor quantizado 2157

Compactação após a Conversão A/D

O resultado do processo de conversão A/D é de 8.000 amostras por segundo, de


13 bits cada. Essa é a taxa de bit de 104 kbit/s.
Quando se considera que 8 assinantes utilizam um único canal de rádio, a taxa de
bit global seria de 8 x 104 kbit/s = 832 kbit/s.
Relembrando a regra geral de 1 bit por Hertz, essa taxa de bit não se adequaria nos
200 kHz disponíveis para todos 8 assinantes. A taxa de bit deve ser reduzida de
alguma forma – isso é conseguido utilizando-se a segmentação e a codificação
da conversação.

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3 Resumo da Tecnologia GSM

ESTÁGIO 2: SEGMENTAÇÃO / ESTÁGIO 3: CODIFICAÇÃO DA VOZ


A chave para a redução da taxa de bit é o envio da informação relativa à
Você sabia? conversação ao invés da conversação propriamente. Isso pode ser
explicado com a seguinte analogia:
Durante sua infância
Alexander Graham
Bell construiu uma
A pessoa A deseja ouvir a uma determinada parte de uma música e
máquina de falar sabe que a pessoa B a possui gravada. A chama B solicitando o uso da
artificial. Esta era gravação por algum tempo. Infelizmente, a gravação está danificada e
um modelo não pode ser utilizada. No lugar, B envia para A parâmetros de como
anatômico do trato a música pode ser reconstruída – as partituras da música – juntamente
da voz humana,
completo com
com a informação da velocidade que esta deverá ser tocada – a
dentes, garganta, freqüência – e A reproduz a música.
passagens nasais e
língua. No GSM, o processo de codificação da conversação analisa as amostras de
conversação e gera parâmetros do que consiste a conversação, o tom,
Posicionando duração do tom, ritmo, etc. Isso é então transmitido através da rede para
cuidadosamente
esses elementos,
outro móvel, o qual gera a conversação com base nesses parâmetros.
enquanto que ao
mesmo tempo O processo de segmentação e de codificação da conversação é explicado
introduzia uma fonte em mais detalhes a seguir:
de som na garganta,
Bell era capaz de O processo de fala humana inicia-se nas cordas vocais ou nos órgãos da
articular palavras fala, onde é gerado um tom. A boca, língua, dentes, etc. atuam como um
simples em inglês. filtro, alterando a natureza desse tom. O objetivo da codificação da
conversação no GSM é enviar somente a informação relativa ao tom
original propriamente e sobre o filtro.
Segmentação: Dado que os órgãos de conversação são relativamente lentos
na adaptação a alterações, os parâmetros de filtro que representam os
órgãos da fala são aproximadamente constantes durante 20ms. Por essa
razão, quando se codifica a conversação no GSM, um bloco de 20ms é
codificado em um conjunto de bits. Como resultado, isso é similar à
amostragem de conversação a uma taxa de 50 vezes por segundo ao invés
de 8.000 usada pela conversão A/D.

Sinal de
Conversação

Código de Conversação

Figura 3-26 Segmentação e codificação de conversação

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3 Resumo da Tecnologia GSM

Codificação da Voz5: Ao invés de utilizar-se 13 bits por amostra na conversão A/D, a


codificação do GSM utiliza 260 bits. Calcula-se a taxa como 50 x 260 = 13kbit/s. Isso
proporciona uma qualidade de conversação que é aceitável para a telefonia móvel e
comparável com os telefones PSTN com fio.
Muitos tipos de codificadores de voz estão disponíveis. Alguns oferecem melhor qualidade a
um custo de uma maior taxa de bit (codificadores de forma de onda). Outros utilizam taxas
de bit inferiores, a um custo de qualidade de voz inferior (vocoders). O codificador híbrido
que o GSM utiliza proporciona boa qualidade de voz com uma taxa de bit relativamente
baixa, porém tem uma implementação mais complexa que os demais.

Qualidade de Aumento da
conversação complexidade

Excelente
Codificadores
híbridos
Codificadores
Boa de forma de
onda

Média
Vocoders

Ruim
Taxa de bit
(kbit/s)

Figura 3-27 Qualidade de voz vs. taxa de bit

Resumo da Segmentação e Codificação da Voz

Você sabia? O codificador de voz do GSM gera bits a uma taxa de 13 kbit/s por
assinante. Quando se considera que 8 assinantes utilizam um único
O processo de codif. da canal de rádio, a taxa de bit global será de 8 x 13 kbit/s = 104 kbit/s.
conversação descrito aqui Isso se compara de forma favorável com os 832 kbit/s da conversão
é somente para
conversação a taxa plena.
A/D.
As alternativas são:
No entanto, a codificação da voz não considera os problemas que
 Meia taxa: 6,5 kbit/s podem ser encontrados no canal de rádio. Os próximos estágios no
 Taxa Plena processo de transmissão – codificação do canal e intercalação,
Aprimorada (EFR): auxiliam na superação desses problemas.
13,0 kbit/s

5
A função de conversão da informação codificada como PCM para informação do codific. de conv. Do GSM é
chamada de transcodificação.

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3 Resumo da Tecnologia GSM

ESTÁGIO 4: CODIFICAÇÃO DO CANAL

A codificação de canal no GSM utiliza os 260 bits da codificação de voz como


entrada para a codificação de canal e gera 456 bits codificados.
Os 260 bits são divididos de acordo com sua importância relativa:
Bloco 1: 50 bits mais significativos
Bloco 2: 132 bits intermediários
Bloco 3: 78 bits menos significativos
O primeiro bloco de 50 bits é enviado através de um codificador de blocos, que
acrescenta três bits de paridade o que resulta em 53 bits. Esses três bits são usados
para detectar erros em uma mensagem recebida.
Os 53 bits do primeiro bloco, os 132 do segundo bloco e 4 bits finais (total = 189)
são enviados para um codificador convolucional que gera 378 bits. Os bits
acrescentados pelo codificador convolucional possibilitam a correção de erros
quando a mensagem é recebida.
Os bits do bloco 3 não estão protegidos.

Codif. de
50 bits muito importantes 53 bits 378 bits
Bloco 1:2
Codif.
Convolu- 456
132 bits importantes
cional

4 bits finais

78 bits não tão importantes

Figura 3-28 Codificação de Canal

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3 Resumo da Tecnologia GSM

ESTÁGIO 5: INTERCALAÇÃO
Primeiro nível de intercalação

O codificador de canal provê 456 bits para cada 20 ms de conversação.


Esses são intercalados, compondo oito blocos de 57 bits cada, conforme mostrado
na figura abaixo.

8 blocos

Figura 3-29 Intercalação de 20 ms de conversação codificada

Em uma rajada normal há espaço para dois desses blocos de conversação de 57


bits, conforme pode ser visto na Figura 3-30. (Os bits restantes na rajada são
explicados posteriormente). Assim, se é perdida a transmissão de uma rajada, há
um BER de 25% para todos os 20 ms de conversação (2/8 = 25%).

Figura 3-30 Rajada normal

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3 Resumo da Tecnologia GSM

Segundo nível de intercalação

Se é usado somente um nível de intercalação, uma perda dessa rajada resulta em


uma perda total de 25%. Isso é demasiado para o decodificador do canal corrigir.
Um segundo nível de intercalação pode ser introduzido para redução adicional do
BER para 12,5%.
Ao invés de enviar-se dois blocos de 57 bits dos mesmos 20 ms de conversação
dentro de uma rajada, é enviado um bloco de uma amostra de 20 ms e um bloco
da próxima amostra de 20 ms, juntos. É introduzido um atraso no sistema quando
a MS deve aguardar pelos próximos 20 ms de conversação. No entanto, o sistema
pode agora suportar a perda de uma rajada inteira, visto que a perda é de somente
12,5% dos bits totais de cada quadro de conversação de 20 ms. O percentual de
12,5% é o nível máximo de perda que o decodificador de canal pode corrigir.

20 ms conversação 20 ms conversação 20 ms conversação 20 ms conversação


456 bits = 8x57 456 bits = 8x57 456 bits = 8x57 456 bits = 8x57
456 bits = 8x57 456 bits = 8x57

Figura 3-31 Quadro de conversação

Figura 3-32 Segundo nível de intercalação

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3 Resumo da Tecnologia GSM

ESTÁGIO 6: CIFRAGEM/CRIPTOGRAFIA
O propósito da cifragem é codificar a rajada de forma que esta não possa ser
interpretada por qualquer outro dispositivo além do receptor destinado.
O algoritmo de cifragem no GSM é chamado de algoritmo A5. Este não
acrescenta bits à rajada, o que significa que a entrada e a saída para o processo de
cifragem é a mesma: 456 bits para 20ms.

ESTÁGIO 7: FORMATAÇÃO DA RAJADA


Conforme explicado anteriormente, cada transmissão de uma MS/BTS deve
incluir alguma informação extra como a seqüência de instrução (training
sequence). O processo de formatação de rajada é o acréscimo desses bits (junto
com alguns outros como os bits finais) aos dados de usuário básicos que vão ser
enviados. Isso aumenta a taxa de bit global, mas é necessário contrapor os
problemas encontrados no canal de rádio.
No GSM, a entrada para formatação de rajada são os 456 bits recebidos da
cifragem. A formatação de rajada acrescenta um total de 136 bits por bloco de
20 ms, compondo um total de 592.
Entretanto, cada timeslot em um quadro TDMA tem duração de 0,577ms.
Isso proporciona tempo suficiente para 156,25 bits a serem transmitidos (cada bit
leva 3,7 s), mas uma rajada contém somente 148 bits. O resto do espaço, 8,25
tempos de bit, é vazio e é chamado de Período de Guarda (GP). Esse tempo é
usado para permitir a MS/BTS “acelerar” ou “desacelerar”. Acelerar significa
obter energia da bateria/fonte de alimentação para transmissão. A desaceleração é
efetuada após cada transmissão para garantir que a MS não esteja transmitindo
durante timeslots alocados para outras MSs.
A saída da formatação é uma rajada de 156,25 bits ou 625 bits por 20 ms. Quando
se considera que há 8 assinantes por quadro TDMA, a taxa de bit global para o
GSM pode ser calculada como 270,9 kbit/s

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3 Resumo da Tecnologia GSM

ESTÁGIO 8: MODULAÇÃO E TRANSMISSÃO


Os bits devem ser enviados através do ar usando-se uma freqüência de portadora.
Conforme explicado anteriormente, o GSM utiliza a técnica de modulação
GMSK. Os bits são modulados em uma freqüência de portadora e transmitidos
(p.ex. 912,2 MHz).
A figura a seguir resume o processo de transmissão do GSM.

Equipamento Móvel
Rede GSM

A.Falante

Modulador do Demodulador Demodulad. do Modulador do


Transmissor do Receptor Receptor Transceptor

Format. Rajada Equalização Equalização Format. rajada


Cifragem Adaptativa Adaptativa Cifragem
Intercalação Decifragem Intercalação
Decifragem
Inv. Intercalação Inv. intercalação
Codif. Canal Codif. Canal
Decod. Canal Decod. Canal
Codif. Conver. Conversão D/D
Segmentação Decod. Convers.
Parte de Recepção
Conv. D/A
Conv. A/D
Parte de Transmissão
Microfone Parte de
recepção
Parte de Recepção
Parte de Transmissão

Figura 3-33 Processo de transmissão do GSM

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3 Resumo da Tecnologia GSM

INTRODUÇÃO A CANAIS FÍSICOS E LÓGICOS


Cada timeslot em um quadro TDMA é chamado de um canal físico.
Por essa razão, há 8 canais físicos por freqüência de portadora no GSM.
Os canais físicos podem ser usados para transmitir voz, dados ou informação de
sinalização.

Quadro n TDMA
Quadro n+1 TDMA
Quadro n+2 TDMA

Canal 5 Físico
Quadro n+x TDMA

Canal 5 Físico:
Quadro TDMA

Canal Lógico:

Figura 4-1 O conceito de canal TDMA

Um canal físico pode transportar diferentes mensagens, dependendo da


informação que vai ser enviada. Essas mensagens são chamadas de canais lógicos.
Por exemplo, em um dos canais físicos utilizados para tráfego, o tráfego
propriamente é transmitido utilizando-se uma mensagem de Canal de Tráfego
(TCH), enquanto que uma instrução de handover (transposição do controle de
célula) é transmitida utilizando uma mensagem do Canal de Controle Associado
Rápido (FACCH).

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3 Resumo da Tecnologia GSM

CANAIS LÓGICOS
Existem muitos tipos de canais lógicos (ver a Figura 4-2), cada qual desenvolvido
para transportar uma mensagem diferente para uma MS.
Toda informação de uma MS deve ser formatada corretamente de forma que o
dispositivo que a vá receber compreenda o significado dos diferentes bits na
mensagem. Por exemplo, conforme visto anteriormente, na rajada usada para
transportar tráfego, alguns bits representam a conversação ou os dados
propriamente, enquanto que outros são usados como uma sequência de instrução.
Há vários tipos de rajadas. A relação entre as rajadas e os canais lógicos é
mostrada na figura abaixo.

Canais Lógicos

Canais de Controle
Canais de Tráfego

BCH e CCCH SDDCH e SACCH


(exceto para utilizam o timeslot
RACH) usa o RACH usa o 2 de Co nos enlaces
timeslot 0 do enlace timeslot 0 de C0 uplink e downlink Taxa Taxa
downlink Co no enlace uplink Plena e
Parcial
EFR

Rajada de Rajada de Rajada Rajada sem Rajada de Cada rajada é de 156,25 bits
Correção de Sincronização Normal informação acesso de duração e é transportada
Freqüência em 1 timeslot

Figura 4-2 Canais lógicos e rajadas

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3 Resumo da Tecnologia GSM

CANAIS DE CONTROLE
Quando uma MS é ligada, esta procura por uma BTS a qual conectar. A MS varre
a banda de freqüência inteira, ou, opcionalmente, usa uma lista que contém as
freqüências de portadora alocadas para essa operadora. Quando a MS acha a
portadora mais forte, esta deve então determinar se esse é um canal de controle. A
MS faz isso procurando por um canal lógico particular chamado Canal de
Controle de Difusão (BCCH).
Uma freqüência que transporta o BCCH contém informação importante para uma
MS, que inclui p.ex. a identidade da atual LA, informação de sincronização e
identidade de rede. Sem tais informações, uma MS não pode operar com uma
rede. Essa informação é difundida a intervalos regulares, o que leva ao termo
informação do Canal de Difusão (BCH).

Canais de Difusão (BCHs)

Canal Lógico Direção BTS MS

Canal de Correção Downlink, Transmite uma freqüência Identifica a portadora de


de Freqüência ponto a de portadora BCCH pela freqüência de
(FCCH) multiponto portadora e sincroniza-se
com a freqüência.

Canal de Downlink, Transmite informação Sincroniza-se com a


Sincronização ponto a sobre a estrutura de quadro estrutura de quadro dentro de
(SCH) multiponto TDMA em uma célula uma célula particular, e
(p.ex. número do quadro) e garante que a BTS escolhida
a identidade da BTS é uma BTS do GSM – a
(Código de Identidade da BSIC só pode ser
Estação Base (BSIC)). decodificada por uma MS se
a BTS pertencer a uma rede
GSM.

Canal de Controle Donwlink, Difunde alguma Recebe LAI e irá sinalizar à


de Difusão ponto a informação de célula geral rede, como parte do
(BCCH) multiponto como por exemplo a procedimento de Atualização
Identidade da Área de de Localização, se a LAI é
Localização (LAI), diferente daquela já
armazenada em seu SIM. A
A potência máxima de MS posiciona seu nível de
saída permitida na célula e saída com base na
informação recebida no
a identidade das portadoras
BCCH. A MS também
de BCCH para as células
armazena uma lista das
vizinhas.
portadoras de BCCH nas
quais irá efetuar medições
para auxiliar no handover
eficiente.

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3 Resumo da Tecnologia GSM

Tabela 4-1 Canais de difusão

Quando a MS tiver terminado de analisar a informação em um BCH, este então


tem toda informação necessária para trabalhar com a rede. Entretanto, se a MS
executa o roaming em uma outra célula, esta deve repetir o processo de leitura do
FCCH, SCH e BCCH na nova célula.
Se o assinante móvel então deseja fazer ou receber uma chamada, deve ser usado
o Canal de Controle Comum (CCCH).

Canais de Controle Comuns (CCCH)

Canal Lógico Direção BTS MS

Canal de Downlink, Transmite uma mensagem Em determinados intervalos


Paginação (PCH) ponto a ponto de paginação para indicar de tempo a MS sintoniza-se
uma chamada de entrada ou no PCH. Se esta identifica
uma mensagem curta. A seu próprio número de
mensagem de paginação identidade de assinante
contém o número de móvel no PCH, esta irá
identidade do assinante responder.
móvel que a rede deseja
contactar.

Canal de Acesso Uplink, ponto Recebe requisição da MS Responde à mensagem de


Aleatório (RACH) a ponto para um canal de paginação no RACH
sinalização (a ser usado requisitando um canal de
para estabelecimento de sinalização.
chamada)

Canal de Downlink, Atribui um canal de Recebe atribuição de canal


Permissão de ponto a ponto sinalização (SDCCH) à de sinalização (SDCCH).
Acesso (AGCH) MS.
Tabela 4-2 Canais de Controle Comuns

Nesse estágio a MS e BSS estão prontas para começar os procedimentos de


estabelecimento de chamada. Para isso a MS e BSS usam os Canais de Controle
Dedicados (DCCHs).

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3 Resumo da Tecnologia GSM

Canais de Controle Dedicados (DCCH)

Canal Lógico Direção BTS MS

Canal de Controle Uplink e O BTS comuta para o A MS comuta para o


Dedicado downlink, SDCCH atribuído. O SDCCH atribuído. O
standalone ponto a ponto procedimento de estabelecimento de chamada
(SDCCH) estabelecimento de é efetuado. A MS recebe
chamada é efetuado no uma informação de
modo livre. O BSC atribui atribuição de TCH
um TCH. (O SDCCH (portadora e timeslot)
também é usado para
transmitir mensagens de
texto, SMS).

Canal de Difusão Downlink, Usa esse canal lógico para A MS recebe as mensagens
de Célula (CBCH) ponto a multi- transmitir a difusão de de difusão.
ponto célula de serviço de
mensagem curta.

Canal de Controle Uplink e Instrui a MS a transmitir na Envia medições sobre sua


Associado Lento downlink, potência de uso e fornece própria BTS (intensidade e
(SACCH) ponto a ponto instruções sobre avanço de qualidade do sinal) e das
sincronismo (TA). BTSs vizinhas (intensidade
do sinal. A MS continua a
usar o SACCH para esse
propósito durante uma
chamada.
Tabela 4-3 Canais de Controle Dedicados

CANAIS DE TRÁFEGO
Você sabia? Uma vez que os procedimentos de estabelecimento de chamada tenham
sido completados no canal físico, a MS sintoniza-se em um canal físico de
Os codif. de convers. tráfego. Esta usa o canal lógico do Canal de Tráfego (TCH). Há dois tipos
de Taxa Plena de TCH:
Aprimorada
melhoram a qualid.  Taxa plena (TCH): transmite à velocidade de taxa plena (13kbit/s). Um
de convers.
Oferecida ao longo
TCH de taxa plena ocupa um canal físico.
de um TCH de taxa
plena, mas ainda usa  Taxa Parcial (TCH/2): transmite à velocidade de meia taxa (6,5 kbit/s).
um TCH de taxa Os TCHs de taxa parcial podem partilhar um canal físico, assim
plena para o canal dobrando a capacidade de uma célula.
lógico

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3 Resumo da Tecnologia GSM

RAJADAS
TIPOS DE RAJADAS
Há cinco tipos de rajadas. (Ver a tabela 4-4 e a Figura 4-3.)

Tipo de Rajada Propósito Usado por Conteúdo

Normal Usada para transportar BCCH,  Dois blocos de 57 bits cada,


informação nos canais de PCH, para tráfego
tráfego e de controle AGCH,
SDCCH,  Sequência de instrução (26
CBCH, bits)
SACCH,
FACCH,  Flags de roubo (1 bit cada)
TCH para indicar que aquele
FACCH foi temporariamente
roubado, 57 bits

 Últimos bits (sempre 000)

 Período de proteção: 8,25


durações de bit

Correção de Usado para sincronização FCCH  142 bits de correção de


freqüência de freqüência da rede freqüência
móvel
 Últimos bits

 Período de proteção: 8,25


durações de bit

Sincronização Usada para sincronização SCH  Dois blocos de 39 bits para


de quadro da rede móvel informação de estrutura de
quadro TDMA

 64 bits de sincronização

 Últimos bits

 Período de proteção: 8,25


durações de bit

Acesso Usada para acesso RACH  41 bits de sincronização


aleatório e handover FACCH
 36 bits de informação de
acesso

 Últimos bits

 Período de proteção: 68,25


durações de bit. Um período
maior é usado porque é a
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3 Resumo da Tecnologia GSM

primeira transmissão da
unidade móvel – não está
disponível informação de
avanço de sincronismo.

Irrelevante Usada quando nenhum Todos TS  O padrão é idêntico à rajada


outro canal requer o envio livres em normal, mas não transporta
de uma rajada e não C0. (1,3-7) informação
transporta-se informação

Tabela 4-4 Tipos de rajadas

A RELAÇÃO ENTRE RAJADAS E QUADROS


A relação entre rajadas e quadros é mostrada na figura abaixo. Há dois tipos de
multiquadros:

 26 multiquadros de quadro TDMA: usado para transporta TCH, SACCH e


FACCH
 51 multiquadros de quadro TDMA: usado para transporte BCCH, CCCH,
SDCCH e SACCH.

1 hiperquadro = 2048 superquadros = 2.715.648 quadros TDMA (3 horas 28 minutos 53 segundos 760 milisegundos

1 superquadro = 1326 quadros TDMA (6,12 segundos)

1 (26 – quadro) multiquadro = 26 quadros TDMA (120 ms) 1 (51 – quadro) multiquadro = 51 quadros TDMA (235 ms)

1 quadro TDMA = 8 timeslots (120/26  4,615 ms)

1 timeslot = 156,25 durações de bit (15/26  0,577 ms


1 duração de bit 48/13  3,69 micro seg.
Rajada normal (NB) TB: Últimos bits
(Flag é relevante Bits encriptados Seq. de instrução Bits encriptados GP: Período de
somente para TCH) 57 26 57 Proteção
Rajada de correção Bits fixos
de freqüência (FB) 142
Rajada de Bits encriptados Seq. de sincronização Bits encriptados
sincronização (SB) 39 64 39
Rajada de acesso Seq. de sincronização Bits encriptados
(AB) 41 36
Rajada irrelevante Bits Misturados Seq. de instrução Bits misturados
(DB) 58 26 58

Figura 4-3 Rajadas e quadros

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3 Resumo da Tecnologia GSM

Figura 4-4 Multiplexação de BCH’s e CCCHs em TS0

Figura 4-5 Multiplexação de SDCCH’s e SACCHs em TS2

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3 Resumo da Tecnologia GSM

MAPEAMENTO DE CANAIS LÓGICOS PARA CANAIS


FÍSICOS
Os canais lógicos são transmitidos em canais físicos. O método de colocação de
canais lógicos em canais físicos é chamado de mapeamento. Enquanto que a
maioria dos canais lógicos toma apenas um timeslot para transmissão, outros
ocupam mais. Nesse caso, a informação do canal lógico é transportada no mesmo
timeslot do canal físico em quadros TDMA consecutivos.
Devido aos canais lógicos serem curtos, vários canais lógicos podem partilhar o
mesmo canal físico, tornando a utilização dos timeslots mais eficiente.
A figura abaixo mostra as freqüências de portadora para uma célula de exemplo,
incluindo uma alocação adicional de um timeslot para informação do DCCH
(devido a uma alta carga de estabelecimento de chamadas na célula).

Freq. Portadora

Legenda:
B: BCH
C: CCCH
D: DCCH
T: TCH

Figura 4-6 Mapeamento de canais lógicos de controle e de tráfego para canais


físicos

(Nota: Há outras formas para mapear os canais de controle além daquela


explicada. O mapeamento padrão do DCCH nas redes GSM da Ericsson é TS2 da
portadora 0.)

PORTADORA 0, TIMESLOT 0
O timeslot 0 da primeira freqüência de portadora em uma célula é sempre
reservado para propósitos de sinalização. Dessa forma, quando uma MS está
determinando se uma freqüência de portadora é uma portadora de BCCH, esta
sabe onde procurar.
No enlace downlink, é transmitida a informação de BCH e CCCH.
O único canal lógico no enlace uplink é RACH. Tendo-se o enlace uplink livre
para RACH somente, um assinante móvel pode iniciar uma chamada por vez.

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3 Resumo da Tecnologia GSM

PORTADORA 0, TIMESLOT 2
Geralmente o timeslot 2 da primeira freqüência de portadora em uma
Você sabia?
célula também é reservado para propósitos de sinalização. As únicas
As mensagens de exceções para isso são células com alta ou baixa carga de tráfego.
texto SMS são Conforme pode ser visto na Figura 4-6, se houver uma alta carga de
transmitidas em tráfego em uma célula, é possível atribuir um segundo (ou mais) canal
canais atribuídos físico para o propósito de estabelecimento de chamada (usando-se DCCH).
para DCCH.
Conforme aumenta o Esse pode ser um canal físico além do 0 e 2 na freqüência de portadora 0.
uso do SMS, é
importante para as Similarmente, se houver uma baixa carga de tráfego em uma célula, é
operadoras possível utilizar-se o canal físico 0 na freqüência 0 de portadora, para toda
dimensionar seus informação de sinalização: BCH, CCCH e DCCH. Fazendo-se isso, o
canais físicos de canal físico 1 pode ser liberado para tráfego.
controle. O sistema
da Ericsson permite Oito SDCCHs e 4 SACCHs podem partilhar o mesmo canal físico. Isso
a reconfiguração
automática de canais
significa que 8 chamadas podem ser estabelecidas simultaneamente em um
físicos no caso de canal físico.
alto tráfego de
mensagens de texto.

PORTADORA 0, TIMESLOT 1,3-7 E TODOS TIMESLOTS NAS OUTRAS


PORTADORAS NA MESMA CÉLULA
Todos timeslots em uma célula além daqueles atribuídos para informação de
sinalização são utilizados para tráfego, p.ex. conversação ou dados. É usado o
canal lógico TCH.
Além disso, a intervalos regulares, durante uma chamada, uma MS transmite para
a BTS medições que esta faz relativas à intensidade e qualidade do sinal. O canal
lógico SACCH é usado para isso, substituindo um timeslot TCH por vez.

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3 Resumo da Tecnologia GSM

CASO DE TRÁFEGO: CHAMADA PARA UMA MS


O caso de tráfego a seguir descreve uma chamada para uma MS e salienta o uso
de alguns canais lógicos durante a chamada.

Figura 4-7 Chamada para uma MS

1. O MSC/VLR sabe em qual LA está localizada a MS. Uma mensagem de


paginação é enviada para o BSC que está controlando a LA.
2. O BSC distribui a mensagem de paginação para os BTSs na LA desejada. A
BTSs transmitem a mensagem através da interface de ar usando o PCH.
3. Quando a MS detecta um PCH, identificando a si própria, esta envia uma
requisição para um canal de sinalização usando RACH.
4. O BSC usa AGCH para informa a MS sobre o canal de sinalização (SDCCH
e SACCH) a ser utilizado.
5. SDCCH e SACCH são usados para o estabelecimento da chamada. Um TCH
é alocado e o SDCCH é liberado.

 A MS e a BTS comutam para a freqüência e timeslot de TCH. A MS


toca. Se o assinante atende, a conexão é estabelecida. Durante a
chamada, a conexão de rádio é mantida pela informação enviada e
recebida pela MS utilizando SACCH.

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