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Atividade Estruturada - Sucessão e União Estável

1) O que é união estável e qual é sua diferença com o casamento?

A união estável é compreendida como a união de suas pessoas que não são casadas, porém têm o
intuito de constituir família. Desta maneira, a união estável é caracterizada pela intenção dos
indivíduos de constituírem família.

Nesse interim vale salientar que a Constituição Federal de 88 reconheceu com seu art. 226, §3ª,
reconheceu a união estável como entidade familiar, pois durante o longo da historia esta
relação era a de concubinato, conforme estabelecido no Código Civil de 1916, contudo, com
o advento da Constituição, esse relação teve seu status elevado, o que ocasionou a criação
de leis posteriores para regular a relação.
A exemplo da Lei 9.278/96, que foi tacitamente revogada com a vigência do Código Civil de
2002, trazia em seu art. 1º:
"É reconhecida como entidade familiar a convivência duradoura, pública e contínua, de
um homem e uma mulher, estabelecida com objetivo de constituição de família."
A redação do referido artigo se assemelha na definição de união estável trazida pelo
art. 1.723 do CC de 2002:
"É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher,
configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de
constituição de família."
Contudo, apesar da Constituição reconhecer a união estável como entidade familiar,
esta ainda prima pelo casamento, pois conforme se verifica há disposição expressa para
que a lei possa facilitar a conversão de união estável em casamento, assim, apesar de
ambas as instituições de basearem na intenção de duas pessoas em constituir família ainda
há diferenças entre elas.
A grande diferença entre a união estável e o casamento consiste na informalidade
desta em relação a aquela. Quando no casamento se observa uma série de procedimentos
previstos no Código Civil, como habilitação e realização da cerimonia por um juiz de paz, na
união estável existe apenas a união de duas pessoas com a intenção de constituir família,
não há sequer um tempo determinado de união para que a relação possa ser reconhecida.
Com relação a sucessão também se pode verificar diferenças existentes entre o
cônjuge e o companheiro, assim, como pode se verificar na leitura do art. 1.829 do CC o
companheiro não foi contemplado com a vocação hereditária para herdar estando apenas
nesse rol o cônjuge.
O art. 1.790 traz o companheiro concorrendo com os demais herdeiros com relação
aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união. Como pode se verificar, a situação
do companheiro pode ser inferior a do cônjuge uma vez que o artigo se refere aos bens
onerosamente adquiridos, excluindo os bens a título gratuito e os adquiridos anteriormente
a vigência da união.
Há também uma diferença quanto a sucessão no que concerne aos herdeiros do de
cujus, pois se não houver nem ascendentes nem descentes, de acordo com a vocação
hereditária o cônjuge sobrevivente herdará a totalidade da herança, já o companheiro
herdará 1/3 concorrendo com os demais parentes sucessíveis.
Uma diferença que ainda vale ser lembrada é com relação ao estado civil, pois na
união estável a pessoa continua com os status de solteira, mesmo em caso de dissolução
da união a situação do companheiro não será a de divorciado, já no casamento o status se
altera para casada quando ocorre a celebração do casamento e caso o cônjuge venha a
faltar o sobrevivente será viúvo.

2)Uma vez que a união nunca foi constituída em documento público ou particular, pode-
se afirmar que há regime de bens aplicável ao casal? Explique sua resposta e aponte seus
efeitos.
Tendo em vista que não houve qualquer escritura pública ou particular constituindo a
união o regime adotado pelo casal será o regime legal, ou seja, a comunhão parcial de
bens.
O art. 1.724 do Código Civil dispõe que se aplica a união estável em relação ao
patrimônio o regime da comunhão parcial de bens, caso não haja nenhuma outra disposição
em contrário. Pelo leitura do artigo se verifica a intenção do legislador em equiparar a união
estável ao casamento, pois quando não há pacto antinupcial no casamento estabelecendo
o regime de bens, o que vigora é o da comunhão parcial.
Conforme explica César Fiuza com relação ao regime da comunhão parcial de bens:
"A comunhão parcial de bens compreende, em princípio, três patrimônios distintos: um só
do marido, outro só da mulher e um terceiro de ambos. Pode-se dizer, em síntese, que o
patrimônio particular de cada um dos cônjuges se constitui daqueles bens havidos antes do
casamento, bem como daqueles havidos na constância do casamento, que não sejam fruto
do esforço comum do casal. Exemplo seriam as heranças e doações. Do patrimônio comum
fazem parte todos os bens havidos pelo esforço comum do casal, bem como as heranças e
doações destinadas aos dois."
[12] FIÚZA, César. Novo Direito Civil, Curso Completo. 6º Edição. DeyRey. 2003.P. 813
Diante disto, verifica-se que os efeitos deste regime de bens consistem na meação do casal
com relação aos bens adquiridos na vigência da união, assim, cada um dos companheiros
terá direito a 50% dos bens adquiridos em caso de dissolução ou da morte de um dos
companheiros. Porém, vale salientar que os bens adquiridos a titulo gratuito, como por
exemplo doações e os adquiridos anteriormente a vigência da união não se comunicam
com o patrimônio do casal.
Vale salientar ainda que conforme já esclarecido, o companheiro não será herdeiro do de
cujus com relação aos bens que não se comunicam, mas somente aos bens adquiridos a
titulo oneroso na vigência da união.

3) Com a morte de Lorena, Guilherme terá algum direito sucessório sobre os bens por
ela deixados? Explique sua resposta.
A presente pergunta traz reflexões diversas sobre o tema debatido. Conforme trazido
na problemática, havia uma relação de união estável entre Lorena e Guilherme, união esta
regida sobre a comunhão parcial de bens. Nesse sentido, cada um dos companheiros tem
50% dos bens adquiridos onerosamente na vigência do casamento.
Ocorre que conforme relatado, o imóvel em que residia o casal é um bem adquirido por
sub rogação, ou seja, este bem não se comunica com o patrimônio do casal já que Lorena
possuía a casa antes da vigência de sua união e realizou a venda da casa para adquirir o
imóvel em que vivia com Guilherme, assim, o bem sub rogado adquire a características do
outro, tornando-se incomunicável.
Aqui vale a transcrição do acórdão proferido pela Câmara Especial Regional de
Chapecó do TJSC, na Apelação Cível nº 760444 SC 2010.076044-4, em que foi relator o
ilustre Desembargador Eduardo Mattos Gallo:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RECONHECIMENTO E
DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL. INSURGÊNCIA
QUANTO A PARTILHA. BEM ADQUIRIDO EM SUB-
ROGAÇÃO. DESCABIMENTO DA PARTILHA DE FORMA
IGUALITÁRIA. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO
IMPROVIDO. "Devem ser excluídos da partilha os bens
constantes do patrimônio dos conviventes quando tiverem sido
adquiridos em sub-rogação de outros bens que um dos
consortes possuía em momento anterior ao início da união
estável entre eles havida, (1.725 e 1.659, I, do Código Civil.)"
(Apelação Cível n. , de Sombrio. Relator: Joel Figueira Júnior.
Juiz Prolator: Laudenir Fernando Petroncini. Órgão Julgador:
Primeira Câmara de Direito Civil. Data: 27/06/2011).

Interpretando o acima exposto, verifica-se que Guilherme não teria direito a herança em
relação a casa adquirida por sub rogação, sendo esta exclusivamente herança dos filhos do
casal.
Contudo, o tema é alvo de grande discursão, pois o dispositivo do Código Civil que
determina que Guilherme não herdaria qualquer parte com relação a casa por esta não ser
adquirida a titulo oneroso na vigência da união é considerado por alguns inconstitucional
tendo em vista a intenção do legislador em equiparar a união estável ao casamento.
Nesse sentido ensina Flávio Tartuce:
"... há quem veja no dispositivo (art.1.790) flagrante inconstitucionalidade, pelo fato de
limitar a sucessão do companheiro somente em relação aos bens adquiridos onerosamente
durante a união estável, em total discrepância no tocante ao cônjuge. Em reforço. a união
inconstitucionalidade estaria fundada na distinção sucessória existente concernente ao
tratamento do cônjuge."
Diante disso, existem correntes diversas quanto a solução do caso. Considerando o art.
1.790, Guilherme seria meeiro de Lorena, com relação ao carro, pois este também pertencia
a companheira, mesmo que essa não tenha contribuído financeiramente para a compra do
mesmo há o entendimento que o esforço empregado para realizar a compra vem de ambos,
mesmo que o dinheiro tenha partido de apenas um.
Assim, Guilherme teria 50% do carro decorrente de sua meação e mais 1/3 em decorrência
de herança, pois concorre com os filhos do casal, conforme inciso I do mencionado artigo,
contudo, a casa seria herdada somente pelos filhos do casal, não cabendo a Guilherme
concorrer em relação a este bem.
Há uma grande crítica doutrinária com relação a solução acima proposta, uma vez que o
companheiro se veria em clara desvantagem e relação ao cônjuge, pois este além de
meeiro dos bens comuns é herdeiro em concorrência em relação aos bens particulares do
de cujos no caso do regime legal.
Seguindo esta lógica explicita Carlos Roberto Gonçalves em sua obra de Direito Civil:
"Com efeito, a concorrência se dará justamente nos bens a respeito dos quais o
companheiro já é meeiro. Sendo assim, se o falecido não tiver adquirido nenhum bem na
constância da união estável, ainda que tenha deixado valioso patrimônio formado
anteriormente, o companheiro sobrevivente nada herdará, sejam quais forem os herdeiros
eventualmente existentes."
Nesse sentido, alguns doutrinadores defendem que a herança não se limitaria apenas aos
bens comuns, pois destes o companheiro já é meeiro, logo, o sobrevivente deveria herdar
um quinhão da totalidade de bens do de cujos, nesse raciocínio Guilherme seria meeiro
com 50% do carro e herdeiro em concorrência com os filhos do casal do património deixado
por Lorena.
Contudo, a situação narrada também é passível de criticas pois geraria uma vantagem
maior ao companheiro em relação ao cônjuge visto que o companheiro receberia além da
meação 1/3 do património deixado pelo autor da herança, já o companheiro não é herdeiro
caso não haja bens particulares do de cujos, conforme a vocação hereditária trazida pelo
art. 1.829 do CC/02.
Diante de toda a divergência existem entendimentos jurisprudenciais que entendem pela
constitucionalidade e outros pela inconstitucionalidade do art. 1.790 do Código Civil,
contudo fica claro que o legislador não da tratamento igualitário a união estável e ao
casamento, pois se assim fosse não haveria disposição que determinasse que a lei
facilitasse a conversão da união estável em casamento.
Para melhor esclarecimento do tema se faz oportuno a transcrição do acórdão proferido
pela 4ª Câmara Cível do TJMG na Apelação Cível nº 10024075872622001, em que foi
relator a ilustre Desembargadora Ana Paula Caixeta:
SUCESSÕES - UNIÃO ESTÁVEL - COMPANHEIRA -
CONCORRÊNCIA COM OS DESCENDENTES - ART. 1.790, I E II,
DO CÓDIGO CIVIL - SUCESSÃO QUANTO AOS BENS COMUNS -
CONCORRÊNCIA DO CÔNJUGE COM DESCENDENTES - ART.
1.829, I, CC - PRECENTE DO STJ - ELIMINAÇÃO DAS
DIFERENÇAS ENTRE UNIÃO ESTÁVEL E CASAMENTO SOB O
REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL. - De acordo com o
entendimento do Superior Tribunal de Justiça no REsp 1117563/SP, a
concorrência do cônjuge sobrevivente, casado sob o regime de
comunhão parcial de bens, com os descendentes do autor da herança
(art. 1.829, I, do CC) deve ocorrer em relação aos bens comuns do
casal e não em relação aos particulares do falecido, como se dá com
o companheiro, nos termos do art. 1.790, incisos I e II, do CC. - A
adoção dessa linha de pensamento põe fim à argumentação quanto à
inconstitucionalidade do art. 1.790, incisos I e II, do CC, pois elimina
as diferenças sucessórias decorrentes da opção entre a união estável
e o casamento sob o regime da comunhão parcial de bens. V.V.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL - APELAÇÃO - ILEGITIMIDADE ATIVA
CONFIGURADA - EXTINÇÃO DO PROCESSO - RECURSO
PREJUDICADO. - Quando do requerimento de alvará judicial para
levantamento de saldos bancários de falecido, a apelante não possuía
vínculo matrimonial ou decorrente de união estável judicialmente
reconhecida, restando configurada, portanto, sua ilegitimidade ativa.

Nessa lógica, em concordância com a legislação vigente opino pelo entendimento do tão
questionado artigo, assim, Guilherme não terá direito a herança no que concerne os bens
particulares do de cujos, mesmo que a situação caracterize deste em relação ao cônjuge, pois há a
primazia pelo casamento no direito brasileiro, assim, caso Guilherme e Lorena quisessem possuir
todos os direitos conferidos ao matrimonio poderiam tê-lo realizado, contudo, se o mesmo não
ocorreu não há que se falar em utilizar o entendimento mais benéfico, pois não existiria sentido no
casamento se o instituto fosse exatamente igual ao da união estável.

Há ainda uma questão importante a ser suscitada no que se refere ao direito real de habitação,
assim, trago a colação o acórdão proferido pela 4ª Turma do STJ, no julgamento do REsp 1156744
MG 2009/0175897-8, em que foi relator o ilustríssimo Ministro Marco Buzzi:

DIREITO CIVIL. SUCESSÃO. DIREITO REAL DE HABITAÇÃO.


COMPANHEIROSOBREVIVENTE. POSSIBILIDADE. VIGÊNCIA DO ART. 7º DA LEI
N.9.278/96. RECURSO IMPROVIDO. 1. Direito real de habitação. Aplicação ao
companheiro sobrevivente.Ausência de disciplina no Código Civil. Silêncio
não eloquente.Princípio da especialidade. Vigência do art. 7º da Lei n.
9.278/96.Precedente: REsp n. 1.220.838/PR, Rel. Ministro SIDNEI
BENETI,TERCEIRA TURMA, julgado em 19/06/2012, DJe 27/06/2012.2. O
instituto do direito real de habitação possui por escopogarantir o direito
fundamental à moradia constitucionalmenteprotegido (art. 6º, caput, da
CRFB). Observância, ademais, aopostulado da dignidade da pessoa humana
(art. art. 1º, III, daCRFB).3. A disciplina geral promovida pelo Código Civil
acerca do regimesucessório dos companheiros não revogou as disposições
constantes daLei 9.278/96 nas questões em que verificada a compatibilidade.
Alegislação especial, ao conferir direito real de habitação aocompanheiro
sobrevivente, subsiste diante da omissão do Código Civilem disciplinar tal
direito àqueles que convivem em união estável.Prevalência do princípio da
especialidade.4. Recurso improvido.

Conforme brilhantemente elucida o nobre Ministro, mesmo que o Código Civil em seu art. 1.831
englobe somente o cônjuge no direito real de habitação, tal direito deverá ser estendido ao
companheiro, uma vez que não há qualquer menção a este direito no Código Civil atual, assim, ainda
é vigente o art. 7º, PÚ da Lei 9.278/96 que defere tal direito e regula essa situação ao companheiro
sobrevivente, logo, mesmo que Guilherme não seja herdeiro do imóvel deixado por Lorena possuirá
direito real de habitação sobre o mesmo de acordo com os ditames constitucionais de dignidade da
pessoa humana firmados por nossa sociedade.
4) O sistema de sucessão estabelecido pelo Código Civil de 2002 para a união estável é adequado?
Explique sua resposta apontando vantagens e desvantagens.

A sucessão no instituto da união estável disciplinada pelo Código Civil de 2002 por vezes pode não se
adequar ao caso cocreto, contudo existem situações tratadas no dispositivo que podem gerar
vantagens e desvantagens para o companheiro sobrevivente.

Antes de mais nada é preciso lembrar que ainda existe no direito uma primazia pelo casamento,
assim, por muitas vezes pode existir uma desvantagem proposital do companheiro em relação ao
cônjuge, isso se dá pela importância que o instituto do casamento sempre teve durante a história.

É notório a evolução do casamento durante o avanço da sociedade. Na época da vigência do Código


Civil 1916 o casamento era a única instituição que era considerada entidade familiar, na vigência do
código anterior a união estável era tratada como concubinato, mesmo com aqueles entes mais
respeitáveis da sociedade, assim, o Código de 16 trazia uma série de restrições, do homem casado
com a concubina, mesmo que este já estivesse separado de fato e mantivesse uma vida marital.
Contudo, em atenção as demandas sociais foi necessário a adequação das regras a vida da
sociedade, fato que acabou por trazer uma certa "flexibilidade" ao casamento, podendo ser citado
como exemplo o abolitio criminis ocorrido no adultério em que pese ainda persistir o dever de
fidelidade pelos cônjuges.
O casamento traz uma série de procedimentos formais típico do direito brasileiro; o casamento é um
ato solene, em que há um registro firmado por escritura pública, assim também é nutrido de uma
credibilidade maior. As formalidades do casamento não são nem de longe estendidas a união estável,
o que acaba por legitimar certas desvantagens e trás a crítica algumas vantagens em optar por este
regime, porém é preciso lembrar que há situações que fogem ao alcance leis, pois não é possível ao
legislador prever todos os cenários possível existentes antes da edição de uma norma, desta forma,
pode acontecer que a sua aplicação não trará justiça ao caso concreto por isso sempre será
necessário a sensibilidade e a razoabilidade para obtenção a justiça social.

No caso em comento, verificou-se que houve uma desvantagem patrimonial a Guilherme


por utilizar-se da união estável, caso houvesse celebrado o casamento com Lorena seria
também herdeiro de seus bens particulares em concorrência com seus filhos. Assim, a
maior desvantagem para a adoção da união estável se dá na esfera patrimonial, persistindo
também o fato do casamento poder se provar apenas com a exibição de uma certidão, já a
união estável necessita de uma questão subjetiva, qual seja a intenção de constituir família.
Contudo existem também certas vantagens que o Código de 2002 da aos companheiros em
relação aos cônjuges, a exemplo a falta de solenidade necessária para que esta seja
reconhecida quando comparada ao casamento, tanto na constituição quanto na dissolução
deste, fato que acaba tornando a união estável bem mais atrativa a sociedade atual.
Há também situação em que o companheiro venha ter vantagem patrimonial em relação ao
cônjuge. O art. 1.790,I contempla ao companheiro o mesmo quinhão na herança em
concorrência com os filhos do casal em caso de patrimônio adquirido onerosamente na
vigência da união, assim, imaginando um caso em que não há bens particulares restando
somente os comuns, companheiro possui 50% referente a sua meação e mais o
proporcional de herança em concorrência com os descentes, contudo, se fosse na vigência
do casamento o cônjuge somente teria direito a meação já que a herança somente existira
em caso de bens particulares.
Diante disso, verifica-se que existem certas discrepâncias na norma, situação que já é
comum em nossa legislação, por vezes pode o legislador tentar imaginar as mais diversas
situações que acaba por ser prolixo ou acaba confundindo mais do que esclarecendo.
Contudo é preciso lembrar que por mais que existam falhas houve uma grande evolução da
união estável ao longo da história, mesmo assim persiste a prevalência pelo casamento,
assim a intenção do legislador acaba por ser que os companheiros convertam seu regime,
tanto que há a expressa disposição para que essa conversão seja facilitada e realizada a
qualquer tempo.
A lei pode não se adequar a situação, porém é notório o amplo reconhecimento que a
Constituição Federal de 88 trouxe a esse instituto ao reconhece-lo como entidade familiar,
contudo é preciso sempre lembrar que as leis existem para atender as demandas sociais
essas estão sempre em mutação, já a edição de uma lei necessita de um processo que
nem sempre caminha no mesmo ritmo para atender as demandas suscitas.
VI - Conclusão

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