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Relatório acerca do filme Tempos Modernos.

O filme Tempos Modernos se passa no contexto histórico da Crise de 1929, período em que a
produção industrial norte-americana reduziu-se pela metade e houve falência em massa de diversos bancos e
estabelecimentos. A pobreza assolava a população e o desemprego era absurdo, entretanto, as medidas
tomadas pelo presidente visavam apenas auxiliar as grandes empresas capitalistas e em nada minoravam a
situação de miséria enfrentada pela maior parte da população.
Diante dessa situação insustentável, surge o movimento operário que através de greves e
manifestações intensificou a luta por condições dignas de trabalho, enfatizando o contraste social existente
entre a classe dominante e o proletariado – a chamada luta de classes.
A figura principal do filme é um operário, interpretado por Charles Chaplin, que representa a classe
social menos favorecida. A história relata desde seu trabalho em uma grande indústria, até o desemprego,
sua passagem pelo movimento grevista, a prisão e seu encontro com uma jovem órfã.
Neste relatório, o foco se volta para a parte inicial do filme: o período em que Chaplin trabalha na
linha de montagem de uma indústria. É notória a correlação da história com os princípios da Administração
Científica, segundo a Teoria Geral da Administração (TGA), desenvolvida pelo engenheiro Frederick Taylor.
No contexto histórico da época em que se passa o filme, o foco das indústrias era aumentar a produtividade.
Dessa forma, a TGA tinha como pressuposto a racionalização do trabalho, com base na teoria dos tempos e
movimentos proposta por Taylor: todos os movimentos desnecessários à realização de determinada tarefa
deviam ser eliminados de modo a garantir que ela fosse executada no menor intervalo de tempo possível.
Desse modo, havia uma superespecialização do trabalhador; cada operário executava apenas tarefas simples
e repetitivas, o que barateava a mão de obra a ser contratada, pois não exigia qualificação por parte desta,
além de dispensar a necessidade de treinamento da mesma, o que reduzia ainda mais os custos.
É claramente identificável a presença desses elementos no filme. O operário interpretado por Chaplin
possuía dentro da indústria em que trabalhava uma tarefa extremamente específica: seu papel se restringia a
apertar parafusos. Durante todo o dia de trabalho ele executava esta mesma tarefa, e havia um supervisor
responsável por avaliar se ele a estava executando de maneira adequada e dentro do tempo estimado – era a
chamada supervisão funcional, descrita por Taylor. O trabalhador era tratado como uma máquina e o foco
era dado à execução da tarefa, para que esta fosse concluída em tempo hábil. O filme ironiza esse princípio
quando um representante comercial leva ao diretor da empresa um modelo de “máquina de alimentar” que
serviria para alimentar os trabalhadores enquanto eles produziam, de modo a eliminar o tempo gasto com as
refeições. Isso deixa claro que, nessa teoria não havia preocupação alguma com o bem-estar do operário, as
preocupações se voltavam apenas para a produção.
Em decorrência das jornadas excessivas de trabalho, da falta de preocupação com a pessoa do
operário e da especialização excessiva, que o fazia executar durante horas a mesma tarefa banal, o
protagonista tem um surto psicótico: ele não consegue parar de apertar parafusos mesmo quando não está em
seu expediente de trabalho. Em decorrência disso, sofre um ataque de nervos e é demitido. Nesse momento
fica clara a crítica à teoria proposta por Taylor: a superespecialização leva a humilhação do trabalhador, tido
como incapaz de realizar outra tarefa que não aquela. Além disso, o operário é visto pela empresa como uma
máquina que é simplesmente descartada quando deixa de executar as tarefas adequadamente.
Após sua demissão o protagonista se envolve por acaso entre as manifestações e movimentos
grevistas. Esses movimentos de fato ocorreram, e refletiam a indignação com o modelo de produção em
massa vigente até então. Surge, portanto, a Teoria das Relações Humanas, proposta por Elton Mayo, em
oposição à Administração Científica. Esta teoria obteve o apoio dos sindicatos pois dava ênfase à pessoa do
trabalhador e encarava a teoria proposta por Taylor como uma forma de exploração. Acreditava que era
preciso g

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