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Somos
24. Black Power
36. Women’s Lib
44. E nós, como seria se perdessemos
o nome á chegada?
Vamos
18. Eu Tu Ele, Nós Vós Eles
19. Id
20. Entrevista a Leonor Carvalho
Chegada
No âmbito da exposição dos alunos finalistas Partindo desta linha de pensamento, propomos
da licenciatura de Design de Comunicação, o inicio de uma viagem á descoberta da iden-
“Sem destino a…” foram apresentados os tra- tidade singular, de um novo “eu”. Esta publi-
balhos desenvolvidos pelos estudantes ao longo cação está também dividida em três fases que
do seu último ano. A Europa, como núcleo constituem um processo e organização de um
deste projeto, é estudada com um olhar con- pensamento que nos leva á perceção da impor-
ceptual, crítico e criativo, permitindo a criação tância de ser singular e de aceitar as singulari-
de abordagens variadas por parte de todos dades dos outros.
os alunos.
P
ar t
ir E
s que
cer
Eu, como uno, apenas sou e devo ser igual a mim mesmo. Não me deixo
levar pela influência dos outros, nem que os outros se influenciem
por mim. Esta urgência que sinto para me encontrar deve-se á minha
resignação de ser igual aos outros. Precisamos da diferença, da unici-
dade e da genuinidade para a construção de um mundo com interesse,
entusiasmante. Aqui deixo a minha marca como o ponto de partida, a
forma mais única que existe em cada um de nós. Não sei quando será
o fim desta jornada, ou se tem mesmo fim, mas espero que pelo menos
encontre o que não encontrei até aqui.
Ob s
tá culo
Será que tudo isto valerá a pena?
Mesmo que encontre um Eu, não serei demasiado diferente?
Serei rejeitado por isso?
Sinto uma exaltação que me de-
o
São estas dúvidas que me impedem de continuar.
d
vora. Sei que esta viagem me dará
ferramentas para me reconstruir.
Me
Daqui só poderá resultar algo de
positivo. Este mistério de não saber
o que me espera dá-me ainda mais
vontade de o viver.
O m
Espero ansiosamente por chegar e
ver no que me tornarei. Mas algo
se sobrepõe a este sentimento.
eu
Não saber o que me espera, não me
garante que isto vá correr bem.
me u
Vejo agora que esta viagem não
é
será tão fácil como parecia. A
força que os outros têm em mim é
mais forte do que a minha própria
existência. Tento resistir, mas esta
batalha está longe de terminar. Se calhar ser igual aos outros não é assim tão mau.
o ior
Vamos
ma
14
Dentro desta temática, destacamos dois trabalhos
realizados pelos alunos finalistas da licenciatura de
Design de Comunicação, apresentados na exposição
“Sem destino a”.
tro/afastamento, de procura/disfar-
ce, de descoberta/encobrimento etc.
20
x
E
plo ra r
A
ce i
t ar
C he ga r
BLACK
“Our lives begin to end the day we become silent
about things that matter”
-Martin Luther King
Até aos anos 40, a sociedade olhava para a uma notável influência na reconstrução ideo- Durante este período foram igualmente im-
comunidade afroamericana como escravos e ógica e política do movimento negro em todas portantes os debates ideológicos por parte da
Blacka Power
não humanos. Por este modo, vários movimen- as regiões por onde se estendeu a diáspora comunidade negra e a consciencialização dos
tos contra culturais e a luta pelos direitos civis africana e também na América Latina. Con- direitos civis e sociais, contribuindo para um
desta comunidade surgiram em massa, mobi- siderado por muitos como o “movimento da maior protagonismo da comunidade negra em
lizando vários ativistas que procuravam uma consciência negra”, o Black Power estimulou a termos políticos, educacionais, profissionais e
maior igualdade social. O Movimento Black criação de instituições culturais e educacionais
, sociais na vida dos EUA.
Power e o Partido dos Panteras Negras tiveram independentes para a comunidade negra.
28
Este exemplo de luta na afirmação de esté-
tica como identidade, em que o cabelo e sua
naturalidade sobressaem aos padrões de beleza
ocidentais para se afirmar como instrumento
de resistência e cultura. Neste contexto, seja na
política ou nas artes, o black power foi e é um
símbolo que transcende as fronteiras da beleza
e significa para o negro o resultado da luta dos
seus antepassados e também a determinação
em manter viva a identidade de quem lutou
pelos seus direitos. Na busca destes, o cabelo é
Davis
Entre muitos, o nome de Angela Davis surge
como um dos principais marcos nesta luta.
Ativista desde os primeiros anos da sua juven-
tude, a norte-americana fez parte do Partido
Comunista e também do movimento Panteras
Negras. Em pouco tempo Angela torna-se
numa das principais referências na luta pelos
direitos dos negros mais concretamente na
Tiago Marinho
olhar para aquele grupo social também como
que á partida não pertence ás mesmas conce-
Blacka Power
“National
modificações para a sociedade maciça inserção das mulheres no das de 1960 e 1970, o feminismo
contemporânea. Nos EUA, o mercado de trabalho estabele- consolidou-se enquanto mo-
Organization
“baby-boom” do pós-guerra es- ceu um novo campo de possi- vimento político. Obstáculos e
tabeleceu o surgimento de uma bilidades para aquela que antes preconceitos vindos do género
f o r Wo m e n ”
geração de jovens inseridos na era vista como a dona da casa maioritário fizeram com que as
prosperidade material e tecno- e a cuidadora dos filhos e do mulheres se unissem e lutassem
lógica de um mundo em plena marido. A partir desse processo por aquilo que acreditavam e
transformação. Num mundo tão de emancipação, muitas delas eram. (NOW)
avançado como este, assiste-se reivindicaram novos campos de
a uma modificação dos valores conquista nunca antes imagina- criado por
morais associada à mudança nos dos. Começava aqui a luta pela
papéis ocupados por homens e admissão da identidade feminina. Pauli Murray e
mulheres na sociedade.
Betty Friedan,
entre outras, com o
objetivo de
lutar pelos
direitos
femininos e pro-
mover a igualda-
de de gênero.
Publicação de Catarina Serafim, Guilherme Soeiro e Inês Pedro Borges
WOMEN’S STRIKE FOR PEACE AND
EQUALITY
A ‘Women’s Strike for Peace and Equality’, reali-
zada em 1970 foi uma greve que aconteceu nos
Estados Unidos. Comemorou o 50º aniversário
da aprovação que deu às mulheres americanas o
direito de votar. Mais de 20 mil mulheres reuni-
ram-se para o protesto em Nova York e em todo o
“No more miss america”
Aconteceu, nos EUA, uma manifestação com Mulheres a serem exibidas e julgadas como
cerca de 400 ativistas do WLM (Women’s troféus, definiam qual era o ideal de beleza
Liberation Movement), um dos primeiros da sociedade machista, racista e opressora
grupos de libertação das mulheres no país. da mulher. O episódio ficou conhecido como
Esta grande manifestação deu-se contra a ‘Bra-Burning’ pela tentativa da queima de
realização do concurso de ‘Miss América’ e objetos da opressão feminina como sutiãs,
de todo o conceito que este suportava. saltos altos, maquilhagem, cintas, o que não
chegou realmente a acontecer.
MISS AMERICA
Women’s Lib
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BETTY FRIEDAN