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Partimos

Início

Somos
24. Black Power
36. Women’s Lib
44. E nós, como seria se perdessemos
o nome á chegada?

Vamos
18. Eu Tu Ele, Nós Vós Eles
19. Id
20. Entrevista a Leonor Carvalho
Chegada
No âmbito da exposição dos alunos finalistas Partindo desta linha de pensamento, propomos
da licenciatura de Design de Comunicação, o inicio de uma viagem á descoberta da iden-
“Sem destino a…” foram apresentados os tra- tidade singular, de um novo “eu”. Esta publi-
balhos desenvolvidos pelos estudantes ao longo cação está também dividida em três fases que
do seu último ano. A Europa, como núcleo constituem um processo e organização de um
deste projeto, é estudada com um olhar con- pensamento que nos leva á perceção da impor-
ceptual, crítico e criativo, permitindo a criação tância de ser singular e de aceitar as singulari-
de abordagens variadas por parte de todos dades dos outros.
os alunos.

Esta exposição ganhou forma em dois espaços


distintos, primeiramente na galaria da Facul-
dade de Belas Artes de Lisboa e posteriormente Assim, deixando para trás tudo
no Lx Factory, intitulada “State of Emergency”,
apelando á criação da identidade criativa e aquilo que nos moldou, afastan-
criadora individual de cada aluno e a constru- do-nos dos “outros” e das
ção, análise e questionamento da identidade
europeia. O projeto está divido em três núcleos concessões sociais,
expositivos, “Partimos, Vamos, Somos” , como
fases do processo de construção de uma ideia pa r t i m o s .
de Europa.
La r
g
ar

P
ar t
ir E
s que
cer
Eu, como uno, apenas sou e devo ser igual a mim mesmo. Não me deixo
levar pela influência dos outros, nem que os outros se influenciem
por mim. Esta urgência que sinto para me encontrar deve-se á minha
resignação de ser igual aos outros. Precisamos da diferença, da unici-
dade e da genuinidade para a construção de um mundo com interesse,
entusiasmante. Aqui deixo a minha marca como o ponto de partida, a
forma mais única que existe em cada um de nós. Não sei quando será
o fim desta jornada, ou se tem mesmo fim, mas espero que pelo menos
encontre o que não encontrei até aqui.

Pomos de parte o passado e as vivências,


arrancamos as páginas já escritas. Tudo o que
nos influenciou numa outra era deixa agora de
ter sentido.

Recomeçamos agora com


uma folha em branco.
Partimos

Por agora, ainda estou perdido. Mas o tempo não espera,


e eu também não quero esperar.
10
Em o
ç
ão
id
D úv a

Ob s
tá culo
Será que tudo isto valerá a pena?
Mesmo que encontre um Eu, não serei demasiado diferente?
Serei rejeitado por isso?
Sinto uma exaltação que me de-

o
São estas dúvidas que me impedem de continuar.

d
vora. Sei que esta viagem me dará
ferramentas para me reconstruir.

Me
Daqui só poderá resultar algo de
positivo. Este mistério de não saber
o que me espera dá-me ainda mais
vontade de o viver.

O m
Espero ansiosamente por chegar e
ver no que me tornarei. Mas algo
se sobrepõe a este sentimento.

eu
Não saber o que me espera, não me
garante que isto vá correr bem.

E se...Mas de que tenho eu medo?

De não corresponder às minhas próprias expectativas. De falhar.


Obstáculo
De tudo isto ser em vão e m e d e i x a r a p a n h a r o u t r a v e z p e l a c o r r e n t e .

me u
Vejo agora que esta viagem não

é
será tão fácil como parecia. A
força que os outros têm em mim é
mais forte do que a minha própria
existência. Tento resistir, mas esta
batalha está longe de terminar. Se calhar ser igual aos outros não é assim tão mau.

o ior
Vamos

ma
14
Dentro desta temática, destacamos dois trabalhos
realizados pelos alunos finalistas da licenciatura de
Design de Comunicação, apresentados na exposição
“Sem destino a”.

Eu Tu Ele, Nós Vós Eles e ID são dois projetos que


se inserem na temática da procura pelo eu pela
referência que fazem na distinção entre um “Eu” e os
“Outros” e pela importância que dão á construção de
uma identidade singular, fugindo dos clichês.

Para este trabalho, e visto que relacionamos estes


dois projetos com a temática do nosso, fizemos uma
entrevista à aluna Leonor Carvalho acerca destes,
visto que fez parte de ambos. Fornecendo-nos tam-
bém algumas fotografias dos seus trabalhos.
Vamos
16
Em Eu Tu Ele, Nós Vós Eles, realizado pela aluna Leonor Carvalho, explo- Em ID, realizado pelos alunos Le-
ra-se “a relação e a interação entre o eu e o outro, bem como a maneira onor Carvalho, Lourenço Stewart
como as imagens reagem ao incontrolável e à espontaneidade do mundo e Carolina Couto, teve como
exterior: aquele que é totalmente desconhecido e que tem permissão para objetivo criticar a necessidade
intervir sobre as imagens, para sentir e contactar literalmente com o eu que uma pessoa tem em retirar as
retratado. Isto através do auto-retrato de composição simples e clara, e suas carateristicas que a distingue
da sua respectiva exposição num local público.Trata-se também de um em relação aos outros para a sua
distanciamento inevitável, através de um auto-retrato que se fecha sobre inclusão num determinado grupo.
si próprio e que vai saindo lentamente do enquadramento da série, sem Assim, “ID mantém as identidades
revelar totalmente o seu ‘eu’.”, como foi referido pela própria. irreconhecíveis e indistinguíveis,
ao mesmo tempo que se trata
ID
de uma introspecção: ver para
dentro. Neste dentro busca-se
a identidade da alma através de
ressonâncias eletromagnéticas,
A partir de fotografias suas, ex- para localizar a doença que é o
postas num local público, o obje- que nos distingue do outro, o que
tivo era explorar a interação entre nos dá identidade. Uma procura
estas fotografias e os outros. O infinita, em loop. ID surge como
resultado desta experiência, com uma crítica à procura desta

Publicação de Leonor Carvalho


o passar do tempo, verificou-se cura, à alienação e necessidade
na sobreposição de outros carta- de se fazer parte de um todo.

“Eu tu ele, nós vós eles”


zes, o desaparecimento de outras Para sustentar esta procura da
fotografias, ou até mesmo a sua identidade utiliza-se a teoria
mudança do local original. psicanalítica de Sigmund Freud
(1856-1939), que defende que a Constitui-se por um projeto audiovisual, em loop, com características que
identidade é constituída pelo Id, remetem para as tais ressonâncias eletromagnéticas, indo aparecendo tam-
pelo Ego e pelo Superego.” bém fragmentos de texto com expressões, das quais de evidenciam: “socie-
dade”, “inaceitável”, “consciência”, “irracional”, “punição”.
Eu tu ele, nós vós eles
Vamos
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Entrevista a
Leonor Carvalho De que modo é que sentes que Qual é o papel das ressonân-
os outros te afetam, positiva- cias electromagnéticas e da
mente ou negativamente? No projeto ID, referem-se à referência à teoria psicana-
Eu tu ele, Tendo em conta a dimensão pessoal
deste projecto não posso dizer que
identidade, como aquilo que
nos distingue do outro, como
um problema. Porquê?
lítica de Sigmund Freud, no
processo da procura da iden-
tidade da alma?
Nós vós eles os outros me afectam positivamen-
te o negativamente. Trata-se de
uma questão relativa. Aquilo que
Na sociedade actual, por vezes, as
pessoas têm receio de revelar a sua
A utilização das ressonâncias elec-
tromagnéticas funcionou apenas
me importava reconhecer com este identidade, aquilo que os distingue enquanto materialização de um
projecto era o tipo de tratamento Porque é que é tão importan- das massas, como se passassem a ser conceito. Estamos a referir-nos de
que a minha imagem poderia sofrer te construir uma identidade vistos de modo diferente. Há coisas um olhar literal para dentro de nós
perante o outro desconhecido e aci- singular, ou seja um eu, para que nos caracterizam e que podemos próprios à procura de algo que não
ma de tudo o meu próprio processo se distinguir dos eles? considerar demasiado alternativas está bem. Freud defendia que uma
de auto-descoberta e confronto para o meio com que convivemos das três “partes” da mente seria o
quando ia recolher as fotografias ao Todos nós acabamos inevitavelmente todos os dias. Deste modo, funcio- ID, e daí o nome e a própria relaçção
Qual é a razão entre a escolha fim de um tempo. Muitas delas já por construir um “eu”, muitas vezes na quase como se estivéssemos à que tem com o nosso projecto - “O
destes pronomes pessoais no não estavam exactamente no mesmo sem nos apercebermos, e será sem- procura de uma cura que não existe Que cura é essa? Id é regido pelo “princípio do prazer”.
contexto deste auto-retrato? sítio, ou foram cobertas por cartazes pre diferente de um “eles”. Todos nós para nos tornarmos todos iguais. É necessário fazer parte de Profundamento ligado a libido, está
ou desapareceram. Importava-me temos algo que nos distingue uns um grupo/todo? relacionado a a ação de impulsos é
O nome do projecto remete para entender o tipo de desconforto que dos outros. E o mais importante é considerado inato. Está localizado
uma pessoalidade alimentada tanto isso provocava em mim, ao ver as que, na minha opinião, essa distinção A cura não existe. É uma metáfora na zona inconsciente da mente, sem
pelo “eu” como pelos outros, aca- minhas imagens espalhadas pela ou construção de identidade já nasce para uma constante introspeção que conhecer a “realidade” consciente e
bando por se tornar também muito cidade aos olhos de qualquer um. connosco e é importante alimentá-la fazemos em busca do que podemos ética, agindo portanto apenas a par-
impessoal ao mesmo tempo. A nossa Importava-me sair da minha zona de ao longo do nosso crescimento in- mudar em nós porque pensamos que tir de estímulos instintivos, o que lhe
identidade não se baseia apenas na- conforto, sendo que o desconforto dividual, tanto por iniciativa própria é o melhor que temos a fazer. Todos atribui a característica de amoral.”
quilo que construímos por nós e que não é propriamente associado a um como por influência dos que nos nós fazemos parte de um todo de
reconhecemos em nós mas também carácter negativo. rodeiam, que também faz parte. A algum modo, mas no fundo é impor-
no contacto que temos com outros e questão aqui não estava tão associa- tante reconhecer as nossas próprias
no modo como os outros nos vêem. da a esse destaque, mas sim à intera- particularidades e as daqueles que
A utilização dos pronomes pessoais
está associada ao papel/tarefa de
cada um neste processo: de encon-
ção e relação entre um e outro.
ID nos rodeiam.
Vamos

tro/afastamento, de procura/disfar-
ce, de descoberta/encobrimento etc.
20
x
E
plo ra r
A
ce i
t ar

C he ga r
BLACK
“Our lives begin to end the day we become silent
about things that matter”
-Martin Luther King
Até aos anos 40, a sociedade olhava para a uma notável influência na reconstrução ideo- Durante este período foram igualmente im-
comunidade afroamericana como escravos e ógica e política do movimento negro em todas portantes os debates ideológicos por parte da
Blacka Power

não humanos. Por este modo, vários movimen- as regiões por onde se estendeu a diáspora comunidade negra e a consciencialização dos
tos contra culturais e a luta pelos direitos civis africana e também na América Latina. Con- direitos civis e sociais, contribuindo para um
desta comunidade surgiram em massa, mobi- siderado por muitos como o “movimento da maior protagonismo da comunidade negra em
lizando vários ativistas que procuravam uma consciência negra”, o Black Power estimulou a termos políticos, educacionais, profissionais e
maior igualdade social. O Movimento Black criação de instituições culturais e educacionais
, sociais na vida dos EUA.
Power e o Partido dos Panteras Negras tiveram independentes para a comunidade negra.
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Este exemplo de luta na afirmação de esté-
tica como identidade, em que o cabelo e sua
naturalidade sobressaem aos padrões de beleza
ocidentais para se afirmar como instrumento
de resistência e cultura. Neste contexto, seja na
política ou nas artes, o black power foi e é um
símbolo que transcende as fronteiras da beleza
e significa para o negro o resultado da luta dos
seus antepassados e também a determinação
em manter viva a identidade de quem lutou
pelos seus direitos. Na busca destes, o cabelo é

Angela identidade e é também um símbolo de respeito.

Davis
Entre muitos, o nome de Angela Davis surge
como um dos principais marcos nesta luta.
Ativista desde os primeiros anos da sua juven-
tude, a norte-americana fez parte do Partido
Comunista e também do movimento Panteras
Negras. Em pouco tempo Angela torna-se
numa das principais referências na luta pelos
direitos dos negros mais concretamente na

Publicação de Leonor Carvalho e Carolina Couto


emancipação da mulher negra.

Aqui, mostra ao mundo uma aceitação pelas


suas raízes não como um problema, mas como
uma característica que a distingue. Uma expo-
sição geral entre as mulheres negras ao mos-
Blacka Power

“Aura: ecos de r-evolução”


trarem os seus cabelos naturais á sociedade
acabaram por transcender o campo da beleza
convencional lavando-as ao encontro com uma
identidade racial e servindo como uma ferra-
menta de afirmação.
30
THAT BLACK
MAN ON
HIS KNEES,
IMPLORING
SOMEONE TO
RECOGNIZE
Outro exemplo importante de referir foi a mar-
cha que se deu na mesma época pelos traba-
HIS DIGNITY,
lhadores de saneamento em Memphis, devido á
morte de dois trabalhadores por falta de segu-
rança no trabalho. Este acontecimento foi a
BECAME A
última gota de água, aquela que fez com que
o resto dos saneadores deixassem o silêncio, SYMBOL OF THE

Cartaz da série “I am a Men”


protestando nas ruas em busca de melhores
condições e melhores salários.
Estes movimentos que lutam por uma igual-
EMANCIPATION
dade de oportunidades e direitos, que apelam
á sociedade uma maior tolerância entre raças,
A marcha tinha como slogan “I am a Man”
como uma tentativa de apelo á população em
são cruciais no combate ao preconceito e á es-
MOVEMENT
tranheza pela diferença. Em vez de expelir algo

Tiago Marinho
olhar para aquele grupo social também como
que á partida não pertence ás mesmas conce-
Blacka Power

homens e não como escravos. Este protesto


ções sociais, ou devido a episódios históricos
foi necessário para marcar a presença destes
de vários séculos que categorizaram certos
trabalhadores, para mostrar á sociedade de
grupos de pessoas, é importante primeiro
que não são invisíveis e que merecem terem os
refletir e pensar se esta diversidade é um pro-
meus direitos que o resto dos cidadãos.
blema ou uma bênção á humanidade.
32
“I am a man,” the signs said.
“Not a boy. Not a garbage
collector or sanitation
worker.
A man.”
WOMEN’S LIB
A década de 1960 Surgiu um movimento fe-
minista, primeiramente nos
EUA, em 1966, chamado
significou um ponto de grandes Já durante a Segunda Guerra, a A partir de então, entre as déca-

“National
modificações para a sociedade maciça inserção das mulheres no das de 1960 e 1970, o feminismo
contemporânea. Nos EUA, o mercado de trabalho estabele- consolidou-se enquanto mo-

Organization
“baby-boom” do pós-guerra es- ceu um novo campo de possi- vimento político. Obstáculos e
tabeleceu o surgimento de uma bilidades para aquela que antes preconceitos vindos do género

f o r Wo m e n ”
geração de jovens inseridos na era vista como a dona da casa maioritário fizeram com que as
prosperidade material e tecno- e a cuidadora dos filhos e do mulheres se unissem e lutassem
lógica de um mundo em plena marido. A partir desse processo por aquilo que acreditavam e
transformação. Num mundo tão de emancipação, muitas delas eram. (NOW)
avançado como este, assiste-se reivindicaram novos campos de
a uma modificação dos valores conquista nunca antes imagina- criado por
morais associada à mudança nos dos. Começava aqui a luta pela
papéis ocupados por homens e admissão da identidade feminina. Pauli Murray e
mulheres na sociedade.
Betty Friedan,
entre outras, com o
objetivo de

lutar pelos
direitos
femininos e pro-
mover a igualda-
de de gênero.
Publicação de Catarina Serafim, Guilherme Soeiro e Inês Pedro Borges
WOMEN’S STRIKE FOR PEACE AND
EQUALITY
A ‘Women’s Strike for Peace and Equality’, reali-
zada em 1970 foi uma greve que aconteceu nos
Estados Unidos. Comemorou o 50º aniversário
da aprovação que deu às mulheres americanas o
direito de votar. Mais de 20 mil mulheres reuni-
ram-se para o protesto em Nova York e em todo o
“No more miss america”

país. A greve centrou-se principalmente na igual-


dade de oportunidades, no mercado de trabalho,
direitos políticos para as mulheres e igualdade
social em relacionamentos como casamento.
Também se abordou o direito a ter um aborto e
assistência infantil gratuita.

Aconteceu, nos EUA, uma manifestação com Mulheres a serem exibidas e julgadas como
cerca de 400 ativistas do WLM (Women’s troféus, definiam qual era o ideal de beleza
Liberation Movement), um dos primeiros da sociedade machista, racista e opressora
grupos de libertação das mulheres no país. da mulher. O episódio ficou conhecido como
Esta grande manifestação deu-se contra a ‘Bra-Burning’ pela tentativa da queima de
realização do concurso de ‘Miss América’ e objetos da opressão feminina como sutiãs,
de todo o conceito que este suportava. saltos altos, maquilhagem, cintas, o que não
chegou realmente a acontecer.

MISS AMERICA
Women’s Lib
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BETTY FRIEDAN

Betty Friedan foi a líder feminista mais conhe-


cida pelo seu livro ‘The Feminine Mystique’, que
explora as causas das frustrações das mulheres
em papéis tradicionais, tornando-se num dos
mais importantes livros do século XX. Betty Friedan foi uma das mais conhecidas mu-
lheres que lutou pelos seus direitos, mas há mui-
tas mais mulheres como ela que nunca desistiram
de conquistar um lugar na sociedade. Um lugar
Vítimas de um
O título era um termo que cunhou para
descrever
que ainda hoje está por se conseguir. Ainda hoje
existe uma barreira que separa o “eu” dos outros.
sistema generalizado
precisamos que haja o “nós”. de delírios e falsos
‘o problema que não tem nome’
valores em que
isto é, um sentimento de inutilidade pessoal
resultante da aceitação de um designado
eram encorajadas a
papel que exige a dependência intelectual, encontrar a realiza Ção
econômica e emocional de uma mulher atra-
vés de um marido. pessoal, mesmo a
identidade, através
de maridos e filhos
Como presidente da “National Organization for
Women” dirigiu campanhas para acabar com avi-
a quem deveriam
sos de emprego classificados por sexo, para uma dedicar alegremente
maior representação das mulheres no governo,
por creches para as mães que trabalham, e para suas vidas.
Women’s Lib

legalização do aborto e outras reformas.


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Cartazes da série “I am a Man”
Abel Quental
Sendo assim, para quê perdermos tempo
em categorizar-nos uns aos outros, em
evidenciar a importância e o valor de uns
e a repugnância e a insignificância de ou-
tros. Apesar de a nossa aparência e perso-
nalidade serem diferentes, funcionamos
todos da mesma forma, somos todos feitos
da mesma matéria, sendo que as peque-
nas diferenças que nos fazem distinguir e
sobressair uns dos outros são para serem
abraçadas e aceitadas como uma forma
mais interessante de viver em sociedade.

No final de contas somos todos humanos, todos temos


sentimentos, dor e prazer. Todos queremos viver a vida de forma
plena, e mais importante que isso, todos temos o direito de a viver.
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Não há uma marca mais única e infalível do que a impressão
digital no que requer á identificação de uma pessoa. Usamos
então este facto como alegoria ao nosso trabalho, que tem
como objetivo a descoberta da nossa verdadeira identidade e a
sua construção com vista á singularidade de cada um. Por este
facto, recolhemos esta singularidade em impressões digitais,
resultado do processo e da experiência de leitura que se tem
ao folhear esta publicação, agrupando-as e constituindo um
todo feito com diversas singularidades, representando assim
uma comunidade que se aceita pelas suas diferenças. O pre-
conceito é abolido, desaparecendo a referencia de “Eu e os
Outros” para dar lugar ao “Nós”.
Women’s Lib
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