Você está na página 1de 2

Problemas e Potencialidadeds da região da Luz:

-As potencialidades urbanas, arquitetônicas e urbanísticas, da região da luz associada às


dificuldades e problemas sociais ali acumulados, permeiam a vida e marcam a paisagem, o
processo de decadência reflete a assimetria perversa inerente ao “modelo ecológico” da
cidade (que, se não é exclusividade de São Paulo, aqui se mostra contundentemente: nítida,
ampliada e crescente e não restrita à chamada "periferia").

Problema1- As condições excepcionais de localização e acesso, depreciam e impossibilitam a


utilização adequada e coerente dos elementos de infra-estrutura, das construções e das áreas
livres sejam elas públicas ou particulares. Esse processo reforçado por esse grande equívoco da
“engenharia” pública, incidi negativamente sobre o funcionamento e a imagem urbana, e
promove a marginalização da moradia e a exclusão dos moradores; a obsolescência das
atividades e a degradação do uso coletivo dos espaços.

Problema 2- Aparente e inquestionável abandono da região, embora os últimos investimentos


públicos realizados na Luz apontem para um processo de reversão do ciclo negativo.

Potencialidade3- Por um lado há iniciativa de conhecidas ações empreendidas ou


programadas pelos poderes públicos, além de uma ou outra realização institucional por parte
de Patrocínio Particular. Por outro lado, há a perspectiva que infelizmente muitas vezes é
adiada de recuperação do patrimônio cultural e de revalorização de sítios urbanos.

Potencialidade 4- Com a valorização da região da Luz, impulsionaria sobretudo as iniciativas


que contemplassem a recuperação e reciclagem de “Arquiteturas” ,Muitas delas de grande
interesse para sede de funções artísticas e culturais de certo modo, sofisticadas ou mesmo
inovadoras.

Problema 5-Há urgência em fazer a recuperação da região da Luz, mas o que parece é que
ainda não encontraram um programa ou um projeto mais articulado e integrado que faça a
reversão em termos de mudanças necessariamente abrangentes.

Potencialidade6- A região da Luz necessita deuma abordagem conceitual e prática que


recoloque a noção de identidade e limite: tanto no sentido de isolar um contexto com uma
fisionomia própria, natural e/ou histórica, quanto no sentido de refletir sobre o significado
atual e efetivo sobre sua potencialidade interna, suas relações de interação e seu valor de
recurso.

Problema -7- A incapacidade de iniciativas setoriais de superar a resistência a mudanças que


possam revalorizar sua morfologia social e espacial, a hipótese de projeto urbano abrangente
que se discuti, se depara com duas questões principais : a identidade do lugar e, portanto,
sobre a delimitação do "campo" de uma intervenção possível e a outra complementar que
confere pertinência prática que se refere à noção das relações territoriais, à articulação de
formas e sistemas, à diversidade e multiplicidade de escalas.

Problema 8- Cracolândia -estigma de degradação e criminalidade decorrente da presença, em


ruas do bairro, de diversos usuários de crack, dentre eles homens, mulheres e meninos em
situação de rua.
Problema 9 configuração, para os termos de análise, de um “antes” e um “depois”
reformulado em termos de composição social e de determinados usos do espaço, também
questionável, se levarmos em conta dinâmicas complexas que permeiam as relações entre
continuidade e mudança.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Polaridade entre Bairro Cultural x Cracolândia:


A uma polaridade entre Bairro Cultural x Cracolândia - dialóga com oposições entre
requalificação e deterioração que perduram, com relação à área central de São Paulo, desde o
início dos anos 1990, embora possam ser pensadas como desdobramentos de outras
oposições anteriores.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

População local da Luz – principalmente moradores e comerciantes, usuários e


frequentadores de suas ruas e de alguns equipamentos públicos, bem como em atores sociais
relacionados muitas vezes como mediadores mais diretamente à chamada cracolândia –
abordada como uma espécie de territorialidade itinerante

Perguntas feitas aos moradores, comerciantes e frequentadores: quando


perguntamos aos moradores, comerciantes e frequentadores das ruas da Luz sobre o que
achavam do bairro, foi muito expressiva a representação do mesmo como marcado pela
presença dos nóias, uma referência nativa recorrente aos usuários de crack, menção essa
muito mais acionada do que o termo “cracolândia”
Uma das falas seria, sinteticamente, o seguinte: “tirando os nóias (o bairro) é bom”. Foi
também possível constatar que embora Luz e Centro se entrelacem enquanto representações
espaciais, o termo Luz remete claramente aos nóias – marcados pela sua presença física nas
ruas e associados simbolicamente a uma série de estigmas, como sujeira, perigo, ameaça à
segurança principalmente à noite, drogas, encrenca, vergonha etc.

Você também pode gostar