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Uma das técnicas mais utilizadas consiste em estudar a forma como a estrutura
cristalina difracta ondas, cujo comprimento de onda é da mesma ordem de grandeza
das distâncias interatómicas.
Cada um destes tipo de ondas interage de forma mais forte com uma
propriedade dos átomos que compõem o cristal. Podemos, por isso, para além da
periodicidade da rede inferirmos outros tipo de propridades cristalinas
O comprimento onda dos fotões de raios X está relacionado com a sua energia,
λ Å = () 12. 4
E(keV )
Questão: Qual a gama de energia dos fotões utilizados nos estudos de difracção
de raios X em sólidos?
Questão: Quais as expressões equivalentes que relacionam a energia e o
comprimento de onda de feixes de neutrões e de electrões?
Lei de Bragg
Para que haja interferência construtiva é necessário que a diferença de percurso
óptico seja um número inteiro de comprimentos de onda, i.e.
2 d sin (θ ) = nλ
Método de Laue
Neste método um cristal é mantido estacionário relativamente a um feixe de
radiação de espectro continuo.
O cristal seleciona então os valores do comprimento de onda para os quais
existem planos de espaçamento d e ângulo θ que verificam a lei de Bragg.
0.8
0.6
2
|f |
0.4
0.2
0
0 1 2 3 4 5 6
(4πR/λ) sin(θ)
Vamos supôr que a onda incidente tem a direcção do versor ni , e que as ondas
dispersas são esféricas mas que, apenas estamos interessados na direcção ns .
¤ Nota: Não esquecer que a colisão fotão-electrão considerada é elástica e
coerente e que, portanto, o módulo do vector de onda se mantém constante havendo
apenas uma mudança na sua direcção.
R ⋅ n s − R ⋅ ni = R ⋅ (n s − ni )
Pelo que a diferença de fase δ, entre as duas ondas dispersas obtém-se
multiplicando esta diferença de percursos por 2π/λ (Porquê?),
2π 2π 2π
δ=
λ
(n s − ni )⋅ R =
λ
ns − n ⋅ R = (k s − ki ) ⋅ R = ∆k ⋅ R
λ i
A onda dispersa pelos dois electrões será então,
ξs =
Af e i( kD−ωt )
D
e ( iδ
)
Af i( kD−ωt )
1+e = e e
D
1+e
i∆k⋅R
( )
Generalizando para todos os electrões presentes a onda dispersa é,
∑ fe e
A i(kD−ωt ) i∆k⋅R j
ξs = e
D
j
1 + cos2 θ
f e = re
2
Este padrão mostra que a radiação é dispersa em todas as direcções embora
preferencialmente na direcção da onda incidente . O valor de re, chamado raio efectivo
do electrão, é cerca de 10-15 m.
M Jm
i∆k⋅(Rm +r j )
∑∑
A i(kD−ωt )
ξs = e fe e
D
m j
Mas como Rm (i.e. a posição do átomo m) não depende do indice j,
∑ ∑ ∑
A i(kD−ωt ) i∆k⋅Rm i∆k⋅r j A i (kD−ωt )
ξs = e e f ee = e f am e i∆k⋅R m
D D
m j m
∫ fe e
i∆k⋅r
f am = dV
Vm
n1a + n2 b + n3c
onde n1, n2 e n3 são inteiros de valor máximo N1, N2 e N3 respectivamente (i.e.
N=N1N2N3)
A onda dispersa obtêm-se somando as ondas de todos os átomos da rede,
∑ ∑ ∑ ∑ f am ei∆k⋅(n1a+n2b+ n3c+Rm )
A i(kD −ωt )
ξs = e
D
n1 n2 n3 m
F= ∑ f am e i∆k⋅R m
m
é constante para todos os pontos da rede denominando-se factor de estrutura
geométrico. Substituindo-se obtemos,
A i(kD−ωt )
ξs =
D
e F ∑ ein1∆k⋅a ∑ ein2 ∆k⋅b ∑ ein3∆k⋅c
n1 n2 n3
80
g ( β)
60
40 N=10
20
0
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
β/π
∆k ⋅ a = 2hπ
∆ k ⋅ b = 2kπ e
∆k ⋅ c = 2lπ
¤ Se a variação na direcção do vector de onda fôr tal que estas condições forem
simultâneamente satisfeitas então e nessa direcção existirá um máximo da
intensidade da onda dispersa. Esta é a condição de Laue.
¤ Chama-se rede recíproca, por oposição à rede directa, à rede gerada pelos
vectores primitivos A, B e C definidos por,
b× c
A = 2π
a ⋅ (b × c )
c×a
B = 2π
a ⋅ (b × c )
a ×b
C = 2π
a ⋅ (b × c )
Um vector da rede recíproca é pois definido como G = hA + kB + lC
dhkl = 2 π Ghkl
Questão: Mostre que a condição de Laue é equivalente à lei de Bragg.
ki = ks + G ⇒ hki = hks + hG
pois o fotão é disperso numa direcção diferente da incidente e o cristal ganha um
momento igual hG . Devido à enorme massa do cristal os módulos ki=ks
ks ki1
ki
ki ki2
Desenha-se o vector de onda com a seta terminando num dos pontos da rede e
com a direcção da onda incidente. Em seguida, com centro na cauda do vector traça-se
uma circunferência de raio igual a 2π/λ.
¤ Se a superfície da esfera passar por um dos pontos da rede então haverá lugar a
um pico de difracção.
F= ∑ f ameiG⋅pm
m
Se os átomos da base estiverem situados em pm = uma + vmb + wm c então,
G ⋅ pm = 2 π (um h + vm k + wml )
pelo que o factor de estrutura geométrico será,