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26/04/2018

 Reino: ANIMALIA
◦ Sub-reino: METAZOA
 Filos:
Platyhelminthes
 Nemathelminthes
 Mollusca
Profª Ozenilde A. R. Martins
 Arthropoda
Porto Nacional, 2018

➢ Os platelmintos são vermes


invertebrados achatados
dorsoventralmente,semelhante a uma
folha, com simetria bilateral.
➢ podem ser de “vida livre” e habitam
principalmente em em lugares úmidos,
➢ Várias espécies parasitam outros
animais
➢ Agumas especies parasitam o homem.

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Tegumento
 Sincício anucleado (rico em ➢ Não dispõem de sistema esquelético,
vesículas e mitocôndrias) respiratório ou circulatório.
 Dupla membrana (com ➢ O digestório, simples ou ramificado,
espinhos) termina geralmente em fundo cego, sem
 Pontes citoplásmicas
ânus.
➢ Trocas metabólicas podem ocorrer,
 Células mergulhantes
também, através do tegumento.
 fibras musculares
➢ Em sua grande maioria, são organismos
(movimentos) hermafroditas com aparelhos genitais
 líquido intersticial complexos.
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(a) - ventosa oral,


(b) - faringe musculosa, ➢ Os órgãos masculinos:
(c) - esôfago (m) 2 testículos
(d) – Intestino
(e)- acetábulo ou ventosa (n)canais eferentes
ventral (o) canal deferente
(f) - Ovário e
(g) canal de Laurer, (p) bolsa do cirro,
(copulador feminino) (q)segmento prostático
(h) receptáculo seminal
(i) Oótipo cercado pelas (r) Cirro (s) átrio genital,
glândulas de Mehlis, ➢ O sistema excretor:
(j) útero
(k) glândulas vitelógenas (t) Solenócitos (u)ductos
(l) ductos. (v)Vesícula
(x)poro excretor.
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➢ Sinônimos: fasciolíase, fasciolose ou distomatose


hepática.
➢ A Fasciola hepática que é um parasito de herbívoros
(principalmente bovinos, ovinos e caprinos)
➢ frequentemente produz infecções na espécie
humana.
➢ O verme adulto, de aspecto foliáceo e cor
acinzentada, mede 2 a 4 cm de comprimento, sendo
achatado dorsoventralmente e com extremidades
afiladas.
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http://www.bpm.uasd.edu.do/Members/joselu1s

➢ Seu sistema digestório é extremamente ramificado, formando


inúmeras terminações cecais.
➢ Não há ânus.
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➢ O verme adulto vive na vesícula e canais biliares dos


vertebrados, que ficam inflamados e dilatados; nutre-se de bile ➢ O período de incubação varia, com o número de
e de tecidos necrosados. helmintos, entre 6 e 9 semanas, com quadro clínico
polimorfo.
➢ Os ovos são eliminados pelas fezes, eclodem e se embrionam
na água de pântanos e charcos onde pastam seus hospedeiros ➢ Na fase aguda, há poucos sintomas, muito vagos,
(sobretudo carneiros e bovinos). Cada helminto produz entre 4 podendo se passarem quatro meses sem
mil e 50 mil ovos por dia. sintomatologia.
➢ Os miracídios infectam moluscos de água doce do gênero ➢ Alterações no sangue: há leucocitose e intensa
Lymnaea, onde se multiplicam, produzindo rédias e cercárias. eosinofilia; hemossedimentação aumentada; por vezes,
➢ As cercárias saem ao fim de 2 meses, nadam pouco tempo e febre alta e aumento doloroso do fígado.
logo se encistam (metacercárias) aderidas em geral à ➢ As provas de função hepática estão, em geral,
vegetação. alteradas, havendo hipergamaglobulinemia.
➢ As metacercárias podem sobreviver até serem ingeridas, com o ➢ No hospedeiro humano, as fascíolas podem viver 9
pasto, por novos hospedeiros. a 13 anos.

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opérculo

➢ Na fase crônica, uma longa história clínica


costuma sugerir colecistite, angiocolite, ➢ Sugestivo: febre, eosinofilia (>5.000
calculose e colestases ou outros quadros eosinófilos/mm³), aumento do fígado e dor no
digestivos crônicos. hipocôndrio direito.
➢ Sintomas freqüentes: dor abdominal ➢ Casos relacionados com refeição coletiva em
localizada no hipocôndrio direito, anorexia e que se consumiu agrião contaminado.
dispepsia e constipação intestinal. ➢ Encontro de ovos do parasito nas fezes ou no
➢ A febre é em geral baixa. suco duodenal obtido por sondas.
➢ Aparece icterícia quando se instala uma
colelitíase obstrutiva. (130-150 µm)

➢ Pode ter hepatoesplenomegalia e


emagrecimento.
➢ Os quadros graves são devidos a infecção Confusão diagnóstica: devida à alimentação
ou obstrução biliar. das pessoas com fígado de animal infectado.
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➢A fasciolíase é uma zoonose


Os medicamentos empregados são:
cosmopolita, muito freqüente no gado
ovino, caprino e bovino, bem como em
➢ Triclabendazol - via oral, 2 vezes no outros herbívoros, causando grandes
mesmo dia, com 6 a 8 horas de intervalo, prejuízos econômicos para a pecuária.
depois das refeições. ➢Os casos humanos registrados no
mundo reduzem-se a alguns milhares.
➢ Deidroemetina - como para o tratamento ➢No Brasil, foram notificados pouco
da amebíase. mais de 50 casos, a maioria no Paraná.
➢Admite-se que muitos não sejam
➢ Praziquantel – cura de 60 a 70%
notificados porque os médicos não
pensam nessa possível infecção.
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➢ As condições para a existência dessa


➢Os períodos de chuvas são os
endemia encontram-se por toda parte, mas
sobretudo em climas subtropicais e melhores para a transmissão.
temperados.
➢ O ecossistema em que se criam as ➢As metacercárias requerem
fascíolas é o de campos com alagados e umidade e suportam melhor as
áreas pantanosas, habitadas por
moluscos de água doce do gênero
temperaturas menores que 25ºC,
Lymnaea e onde haja criação de ovinos podendo viver meses na forragem
ou de bovinos. úmida.
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➢Para prevenir a infecção humana,


recomenda-se que todo o agrião
consumido venha de hortas
cercadas para impedir o acesso e a
poluição fecal pelo gado.
➢Não usar adubo animal nessas
culturas.
➢O gado pode ser tratado com
triclabendazol. Conchas de moluscos do gênero
➢O tratamento da água é essencial na Lymnaea, hospedeiros de Fasciola
prevenção. hepatica.
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Reino: ANIMALIA São parasitos dos plexos venosos da


Sub-reino: METAZOA Filo: Platyhelminthes parede intestinal ou da bexiga onde causam
Classe: Trematoda inflamação e fibrose (depende da espécie).
Ordem: Schistosomatida
Familia: Schistosomatidae Esquistossomíase, esquistossomose ou
Gênero: Schistosoma bilharziose, dependendo seu quadro clínico
Espécie: Schistosoma mansoni da espécie de helminto em causa.

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As espécies principais, para a patologia humana são: ➢ É a única espécie encontrada nas Américas.
✓ S. mansoni – causa a esquistossomíase mansônica
➢ Caracterizam-se por ter os sexos separados e
(intestinal) ou e é a única que ocorre no Brasil, visto não existirem evidente dimorfismo sexual.
aqui os moluscos vetores das demais espécies.
➢ Os vermes adultos habitam preferencialmente
✓ S. haematobium – causa a esquistossomíase hematóbica ou as vênulas do plexo hemorroidal e ramos
bilhariose (urinária) ou, da África e Oriente Médio.
finos das veias mesentéricas do homem
✓ S. japonicum – causa a esquistossomíase japônica
(intestinal), da Ásia. onde as fêmeas põem seus ovos.
✓ S. mekongi – causam esquistossomíase mecongi (intestinal),
➢ Os ovos atravessam mecanicamente a parede
comum no vale do rio Mekongi, no Laos e Camboja. intestinal e são eliminados pelas fezes.

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Após seis semanas ou mais, começa a


➢ Os ovos maduros eliminados com as fezes dos expulsão diária de cercarias.
pacientes, quando em contato com a água, liberam o
miracídio. Esporocisto I

➢ O miracídio passa a nadar em círculos procurando
Esporocistos II → cercarias
encontrar-se um molusco do gênero Biomphalaria ↓
➢ Ao invadir o molusco se transforma em uma estrutura Esporocistos III → cercarias
sacular, o esporocisto I. ↓
➢ No seu interior, geram-se os esporocistos II que Esporocistos IV → cercarias, etc.
migram para o hepatopâncreas ou ovotestis do
molusco onde formam milhares de cercárias. Esse processo explica a produção
➢ As cercária são as formas infectantes para o homem ou intermitente de cercarias pelos moluscos
outros animais. infectados.

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http://p-i-g.org.uk/research/Schistosomiasis
http://www.portalsaofrancisco.com.br
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Ovo Miracidio Cercária

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Epitelio ciliado que lhe permite nadar


De 110 a 180 µm de comprimento e rapidamente, percorrendo grandes círculos.
possui duplo envoltório: Apresenta uma saliência cônica anterior,
Em geral ele já contém o embrião onde se abrem as glândulas de penetração
formado, quando eliminado com as fezes. (seta vermelha).
Pode-se comprovar se ele ainda está Sua expectativa de vida é curta, devendo
vivo pela movimentação ciliar de suas 4 penetrar em um molusco no mesmo dia da
células excretoras (solenócitos), ou do eclosão.
miracídio como um todo. Apresenta acentuado fototropismo, pelo que
No meio externo, o ovo pode sobre- tende a nadar próximo da superfície líquida.
Ovo viver 2 a 5 dias, em fezes formadas,
devendo logo ganhar o meio líquido.
Não suporta a dessecação.

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A cercária Possui fototropismo positivo e


geotropismo negativo. ➢ Durantea penetração através da pele do
hospedeiro vertebrado, as cercarias
Possui duas ventosas, um esboço de tubo abandonam a cauda, tornam-se alongadas e
digestivo, um conjunto de glândulas de seu tegumento modifica-se.
penetração e pares de solenócitos.
➢ passam a chamar-se esquistossômulos e
A eliminação de cercarias pelos moluscos obedece a resistem à ação lítica do meio.
um ritmo circadiano, regulado pela luz.
Inicia-se por volta das 9 horas da manhã, com ➢ Os que não foram destruídos na pele, nos
pico em torno das 11 horas e declina em seguida. 2 ou 3 primeiros dias, penetram em um
Seu poder infectante dura cerca de 8 horas, e vaso e são levados pela corrente
diminui em seguida, ainda que, no laboratório, elas circulatória até o sistema venoso intra-
hepático, condição para que possam
possam manter-se vivas por 2 ou 3 dias. desenvolver-se até vermes adultos,
machos e fêmeas.
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✓ O macho
✓ cerca de 1 cm de comprimento
✓ Possui a extremidade anterior cilíndrica
apresenta a ventosa oral e o acetábulo (ventosa
ventral ).
✓ O corpo enrola-se ventralmente de modo a
formar um canal longitudinal - o canal
ginecóforo onde abriga a fêmea adulta.
✓ O tegumento do macho é revestido de
espinhos e tubérculos;
✓ A fêmea
✓ é delgada e cilíndrica em toda sua extensão,
0, corpo cercariano; 1, esquistossômulo; 2 a 6 crescimento dos
vermes que começam a pôr ovos depois de 35 dias. ✓ mais longa que o macho
✓ Tegumento praticamente liso.
✓ Suas ventosas são pequenas.
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Região anterior de Schistosoma (macho):


(a) - ventosa oral; b) segmento intestinal;
(c) - acetábulo; (d) - vesícula seminal;
(e) - testículo; (f) - lóbulo testicular;
(g) - segmento bifurcado do intestino;
Genitália feminina (segundo Gönnert):
(h) - início do cécum.
1, glândulas vitelinas; 2, ducto das glândulas vitelinas; 3, oviduto;
O sistema reprodutor masculino compreende um testículo com 6 a 4-5 ovário; 6, glândulas de Mehlis; 7, oótipo; 8, útero; 9, ovo em
8 lóbulos e um canal deferente que se dilata formando a vesícula formação no oótipo.
seminal.
Não há cirro. Ele se abre no início do canal ginecóforo.
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Dermatite - com exantema, prurido ➢ Na maioria dos casos, a infecção permanece


ou manifestações alérgicas locais silenciosa enquanto a carga parasitária for baixa
(muitos parasitos são destruidos) – a e a acumulação de ovos nos tecidos pequena.
reação dura por 2 ou 3 dias ➢ O aumento de vermes faz-se, em geral, pouco a
Pulmões e fígado - manifestações
discretas causadas por pouco, pois só parte dos esquistossômulos chega à
esquistossômulos que podem ser fase adulta.
destruidos produzindo inflamação, ➢ Os pacientes levam anos (em geral 10 ou mais)
necrose e depois cicatrização. para atingirem um máximo de carga parasitária.
Forma toxemica – Conforme o ➢ De início, os ovos predominam na mucosa do
número de parasitos e a reação do intestino distal e o paciente apresenta uma
paciente, pode haver febre, eosinofilia, retocolite, com evacuações freqüentes com ardor
linfadenite, esplenomegalia e urticária, ao defecar.
2 a 3 semanas depois. (nem sempre
acontece essa forma toxemica)
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Com o acúmulo de granulomas,


Caso os ovos permaneçam na mucosa sem a mucosa intestinal vai ficando
sair, seus produtos desencadeiam uma fibrosada.
reação inflamatória local de tipo os vermes passam a ficar
granuloma: instalados mais próximos da
submucosa.
Em vasos de maior calibre, os
➢As escleroproteínas da casca ovular ainda ovos são arrastados pela corrente
demoram algum tempo para desaparecer. sanguínea do sistema porta em
direção ao fígado, (espaços porta).

➢O resultado é a formação de uma O acúmulo e formação de granulomas em torno dos ovos


estrutura cicatricial desenvolve fibrose esquistossomótica periportal.

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 O fígado apresenta-se, então, endurecido e com superfície


irregular

Restos de um ovo de S.
mansoni morto envolvido pela
reação inflamatória
granulomatosa.

A: Corte de fígado esquistossomótico mostrando zonas claras de


fibrose nos espaços porta .
B: Superfície do fígado fibrosado, com retração nas áreas de fibrose.

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➢À medida que os helmintos forem migrando para a A fibrose hepática comece a dificultar a
submucosa e seus ovos arrastados para o fígado, a circulação portal intra-hepática.
patologia se agrava. Surgem então hipertensão no território
da veia porta, maior esplenomegalia
➢ A sintomatologia pode seguir a mesma, mas o déficit Edemas e ascite, bem como circulação
orgânico manifesta-se por ocasião de sobrecargas colateral entre o sistema porta e o das
fisiológicas (alimentares, trabalho exaustivo etc.). veias cavas.
Formam-se varizes esofagogástricas e há
➢ Ocorre então má digestão, sensação de plenitude tendência a hemorragias (hematêmeses), que
gástrica pós-prandial, flatulência e inapetência, podem ser graves.
podendo haver, também, mal-estar, nervosismo, Há desnutrição e o quadro clínico se
torna mais grave.
desânimo e emagrecimento. Em conseqüência das lesões hepáticas e
esplênicas, há hipoproteinemia, anemia,
leucopenia, plaquetopenia e deficiência da
➢ Hepatoesplenomegalia coagulação.

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➢ Ovos levados para os pulmões, através da circulação colateral, Sempre que o quadro clínico for compatível com os da
produzem fibrose pulmonar e fístulas arterio-venosas pré-capilares. esquistossomíase, investigar se paciente vive em uma zona
➢ Há cianose e evolução para uma forma da doença com insuficiência
cardíaca, dita cor pulmonale esquistossomótico. endêmica ou se visitou um foco conhecido.
➢ Localizações de ovos, ou até de vermes erráticos, na medula espinhal, Os sintomas da esquistossomíase não são específicos. Os
mesmo em casos de infecções leves, podem determinar processos métodos laboratoriais são portanto essenciais para o diagnóstico:
inflamatórios e fibróticos que causam quadros hemiplégicos graves.
➢ Em pacientes com esquistossomíase constatou-se que a infecção por Coproscópicos: busca de ovos do helminto nas fezes, para o
salmonelas, assume forma septicêmica crônica, pois as bactérias que se dispõe de várias técnicas; ou o método de eclosão de
colonizam no intestino do helminto ou em seu tegumento, persistindo
assim por longo período. miracídio.
➢ A salmonelose responde melhor a um tratamento anti-helmíntico que
aos antibióticos. Imunológicos: demonstração da presença de anticorpos ou
➢ A associação de esquistossomíase com o vírus da hepatite B de antígenos de S. mansoni no soro, por técnicas sorológicas; ou
parece responsável pelas formas mais graves da patologia hepática pela intradermorreação.
nessa helmintíase.
Método da DNA polimerase.
Exame histopatológico: em amostra de biópsia retal.
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Método de Lutz
O método de Lutz serve tanto para o
 Os ovos de Schistosoma são grandes, mais diagnóstico como para o controle de cura, após o
densos que a água e de aspecto tratamento.
característico, o que facilita seu encontro nas Resultados falsos negativos :
fezes, desde que sejam aí abundantes. ➢ ocorrem entre 4 e 6 semanas após a infecção
➢ nas semanas que se seguem a um tratamento
que intoxicou mas não matou todos os helmintos.
 O procedimento é econômico, eficiente e ➢ Também quando os ovos expulsos forem
permite ver se os ovos estão vivos, isto é, poucos ou a eliminação irregular.
se a infecção continua ativa. ➢ E nas infecções unissexuais

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Eclosão do miracídio Bateria de frascos de Borrel preparados


Dispensa até o uso de para exame parasitológico de fezes pela
microscópio; é empregada técnica de eclosão miracidiana.
quando os ovos são raros.

.
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É uma técnica invasiva e praticável apenas em


pacientes hospitalizados, pois exige a retirada de um ➢ Técnica de Elisa ( Ver imunologia)
fragmento da mucosa intestinal, ao nível das válvulas de ➢ Reação intradérmica:
Houston.  A injeção intradérmica de um extrato do verme produz
pápula com mais de 1 cm de diâmetro, com
Depois de lavado, ele é comprimido entre duas lâminas e “pseudópodes”. Ler o resultado 15 a 20 minutos depois.
examinado ao microscópio. Os ovos podem ser vistos em  A reação é fraca em crianças e mulheres jovens, mas
persiste nos adultos depois da cura.
uma fase imatura (Fig. A) ou uns maduros e outros já  Há 5% de falsos positivos e reações cruzadas com
mortos, como na Fig. B. alguns outros helmintos.
A biópsia é usada como critério de cura em estudos ➢São testes pouco utilizados:
clínicos. ➢Ficam positivos muito tempo após a cura.
➢Pouca sensibilidade e especificidade
➢Alta complexidade.
➢Devem ser confirmados pelo exame de fezes.

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Dois medicamentos de alta eficácia, baixa toxicidade e Praziquantel (Biltricide)


fácil administração estão atualmente em uso: ➢ (comprimidos com 600 mg) é feito com 40 mg/kg de
a) o praziquantel peso do paciente.
➢ Nas infecções pesadas, administrar duas doses de 25
b) a oxamniquine ou 30 mg/kg cada, com intervalo de 6 horas.
Ambos são administrados por via oral, em dose única ➢ A taxa de cura varia de 70 a 100%, segundo as regiões.
que depende do peso do paciente. Oxamniquine (Mansil ou Vansil)
➢ (cápsulas de 250 mg ou xarope contendo 50 mg/ml) é
oxamniquine feita com dose de 15 mg/kg de peso do paciente. Tomar
de preferência depois das refeições.
➢ Crianças com menos de 30 kg devem tomar duas
doses, cada uma com 10 mg por quilo de peso, com
praziquantel intervalo de 4 a 6 horas.

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➢ O indicador mais utilizado para avaliar os resultados do


tratamento é o exame de fezes. Pacientes com reinfecçoes recentes são resistentes ao
➢ Ele deve ficar negativo por mais de 4 meses após a tratamento. O medicamento não atinge os
medicação. esquistossômulos.
➢ Antes desse prazo, a ausência de ovos pode ser devida à Algumas linhagens de S. mansoni tem se mostrado
inibição temporária da oviposição por fêmeas intoxicadas; ou ao
seu deslocamento nas veias para longe da mucosa intestinal. resistentes ao tratamento com oxamniquine, sendo inútil
➢ O primeiro efeito dos medicamentos é um bloqueio repetir o tratamento ou aumentar a dose.
metabólico, com atrofia do aparelho reprodutor e arraste dos Nesses pacientes, deve-se repetir o tratamento, agora
vermes em direção ao fígado ou pulmões.
com praziquantel.
➢ Os exames devem ser repetidos por algum tempo, em dias
diferentes. Não se deve esquecer que os pacientes não tratados
➢ Mesmo os pacientes não curados apresentam uma grande ou não curados, se deixarem de freqüentar os focos de
redução de sua carga parasitária. transmissão da esquistossomíase, ficarão livres dos
parasitos ao fim de cinco ou seis anos, permanecendo o
risco de complicações pelos ovos erráticos.
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A esquistossomíase existe em 76 países da África, Ásia e


Américas. Mas S. mansoni é encontrado sobretudo na África,
na América do Sul e no Caribe.
Ele foi aqui introduzido, a partir do século XVI, com o tráfico
escravagista e instalou-se onde existiam moluscos suscetíveis ao
parasitismo:
Biomphalaria glabrata,
B. tenagophila e
B. straminea.
Hoje, as principais áreas endêmicas no Brasil encontram-se em
uma faixa oriental que vai do Rio Grande do Norte, Paraíba,
Pernambuco, Alagoas e Sergipe, alargando-se nos estados da
Bahia, Minas Gerais e áreas do Espírito Santo.

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1 - Presença de coleções de água doce, como rios, lagos,


 Focos de lagoas, açudes, canais, brejos etc., de caráter permanente
ou em contato eventual com outras que sejam permanentes;
transmissão 2 - Presença nessas águas de moluscos do gênero
isolados Biomphalaria, que possam ser hospedeiros de S. mansoni.
3 - Pessoas infectadas que eliminam ovos de S. mansoni
encontram-se do em suas fezes e poluem direta ou indiretamente aquelas
Pará ao Rio águas com seus excretos
4 – Pessoas que se expõem à infecção ao entrarem em
Grande do Sul, contato com tais focos, para banho, lavagem de roupa,
pesca, recreação etc.
sendo os do sul Crianças e jovens constituem os grupos de alto risco,
de formação tanto para poluírem o meio como para se exporem à
infecção.
recente.
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 Pobreza e falta de saneamento básico ➢ Os canais de irrigação a céu aberto utilizados na


agricultura.
concorrem para tornar as pessoas
dependentes de coleções de águas ➢ Açudes e barragens destinadas aos mais diversos
fins;
superficiais onde há risco.
➢ Escavações do terreno (empréstimos de terra para os
aterros ou para as olarias).
➢ A construção de redes de esgotos urbanos, que
são lançados sem tratamento nos rios,
➢ Circunstâncias essas que atraem os pescadores para
o local, em geral homens adultos e jovens.

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➢ países africanos surtos intensos de


esquistossomíase, nas populações que
passaram a viver em suas margens e estão
geralmente envolvidas com a pesca.

➢ No Brasil, seu efeito sobre a doença tem sido


indireto, pois tem permitido grande expansão
da agricultura

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http://www.fazendasaopedro.com.br
http://www.cachoeiradopilao.com.br

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A transmissão da esquistossomíase ocorre só nos


 moradores parasitados, sobretudo jovens (devido a suas lugares onde estão reunidas todas as condições
epidemiológicas:
maiores cargas parasitárias e maior eliminação de ovos) ➢ água,
 famílias de trabalhadores temporários, vindos de lugares ➢ moluscos vetores (Gênero Biomphalaria)
onde existe a endemia. ➢ pessoas infectadas e que poluem o meio
➢ indivíduos que se expõem, na água, ao ataque das
 animais silvestres que se infectam e passam a constituir cercárias.
reservatórios não-humanos da esquistossomíase. O risco aumenta com a extensão da superfície do
corpo que é exposta, com a duração e com a
No Brasil, eles são principalmente os roedores das freqüência do contacto com o foco.
espécies Nectomys squamipes A transmissão pode ser contínua durante o ano todo,
ou periódica, com períodos de baixa ou nula transmissão,
segundo a estação ou o regime das chuvas.

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O objetivo deve ser, sempre que possível, a eliminação da EDUCAÇÃO SANITÁRIA


endemia em uma região ou um país.  As pessoas devem ser esclarecidas sobre o risco
Caso isso não seja possível em determinado lugar, o objetivo de infecção nos focos de transmissão, evitando o
pode limitar-se a impedir as manifestações clínicas da doença. contato com as águas, sobretudo depois das 9 horas
da manhã.
O controle visa o tratamento periódico dos casos ou
 Devem ser orientadas para eliminar criadouros de
reduzir a transmissão de tal modo que os pacientes fiquem moluscos e colaborar com os serviços de saúde no
com cargas parasitárias tão baixas que não se manifestem controle de vetores.
clinicamente.  Submeterem-se aos exames de fezes para
De acordo com as situações, uma ou mais da medidas diagnóstico ou o controle do tratamento.
seguintes podem ser necessárias.  Não deixar as crianças freqüentarem os lugares de
risco.

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SANEAMENTO AMBIENTAL
 Eliminar, com obras de aterro ou de drenagem dos
terrenos, os criadouros de moluscos passíveis dessas
medidas;
 Fornecer água potável à população, por meio de
uma rede domiciliar, lavanderias ou fontes públicas,
a fim de afastar as pessoas (particularmente as
mulheres e crianças) dos focos de transmissão;
 Construir logradouros com tanques ou piscinas para
que substituam o banho e a recreação das crianças nas
margens dos rios ou lagoas.
 Todo esgoto urbano deve ser tratado antes do
lançamento em rios ou lagos.

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Schistosoma mansoni é transmitido por moluscos pulmonados aquáticos da


família Planorbidae e do gênero Biomphalaria.
Esses moluscos caracterizam-se pela concha enrolada em espiral plana, sem
opérculo, e por terem sangue vermelho, com o que se distinguem dos demais
moluscos encontrados em águas doces.
No Brasil, as espécies envolvidas são essencialmente três:

Biomphalaria glabrata B. straminea B. tenagophila

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Além do combate aos criadouros de moluscos com


aterros, drenagens, remoção da vegetação e
desobstrução de canais ou aumento da velocidade dos
cursos d‘água, pode-se recorrer aos moluscicidas.
Atualmente, uma única droga encontra-se disponível
para isso: niclosamida (Bayluscid®).
Ela mata todos os moluscos na concentração de 1
mg/litro (1 ppm), por bloqueio respiratório, após 8
horas de contato.
Mata peixes, mas não suas desovas; e, como a
niclosamida decompõe-se rapidamente, a reconstituição
da fauna e da flora ficam asseguradas.

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São necessários 40 a 60 dias para que os  Haverá sempre os que escapam ao tratamento,
moluscos infectados possam assegurar a porque: não foram diagnosticados, recusaram o
produção e a eliminação de cercárias. tratamento ou estavam ausentes na ocasião.
Enquanto a transmissão estiver  Se a interrupção da transmissão for mantida por
interrompida, deve-se tratar o maior número tempo suficiente essas pessoas ficarão
de pacientes positivos, revelados pelos desparasitadas pela morte natural dos helmintos ao
inquéritos parasitológicos. fim de uns 5-6 anos e pela ausência de reinfecções.
Isto é necessário, não só para eliminar os
riscos de doença, em cada caso, como para  O controle da esquistossomíase não é fácil, o que
reduzir progressivamente as fontes de infecção explica o freqüente insucesso das campanhas
humanas. contra essa endemia.

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Bibliografia
As condições exigidas para o êxito são:
Decisão política de alto nível e REY, Luís. Bases da Parasitologia
engajamento das autoridades responsáveis Médica. Guanabara Koogan.
para a realização do controle; isto NEVES, D.P. Parasitologia Humana, Rio
assegura os recursos financeiros, pessoal, de Janeiro, 11ª Ed. 2008.
equipamento e continuidade nas ações,
que deverão durar muitos anos seguidos.

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Schistosoma mansoni
 Objetivos: identificar formas evolutivas do
S. mansoni; reconhecer processos
patológicos desenvolvidos na
esquistossomiase crônica.
Prática

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Schistosoma mansoni
 Formas evolutivas
 Processos patologicos:
◦ Fibrose intestinal
◦ Fibrose hepatica
◦ Fibrose pulmonar

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Schistosoma mansoni
(cercária)

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Schistosoma mansoni
Bibliografia
(adultos)

REY, Luís. Bases da Parasitologia


Médica. Guanabara Koogan.
NEVES, D.P. Parasitologia Humana, Rio
de Janeiro, 11ª Ed. 2008.

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