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Corte
Sincronização da ovulação
Segundo Pursley et al. (1995) animais com três ondas de crescimento folicular têm
menor resposta à primeira injeção de GnRH do protocolo Ovsynch, o que reduz a
taxa de sincronização, pois o intervalo entre ondas, nesses animais, é mais curto e
a chance de se ter folículos com capacidade ovulatória no momento da aplicação
do GnRH é menor do que em animais com duas ondas. Durante a fase inicial do
ciclo estral (1 a 4 dias), somente 23% das vacas ovularam após a primeira
aplicação de GnRH, pois nesta fase da onda de crescimento folicular existe menor
número de folículos com capacidade ovulatória. Entre os dias 5 e 9 do ciclo estral,
quase todas as vacas (96%) que receberam uma aplicação de GnRH ovularam
(VASCONCELOS, 1998). Estes dados coincidem com os de Pursley et al. (1995)
que mostram que folículos em crescimento maiores que 10 mm ovularam após
aplicação de GnRH, mesmo na presença de corpo lúteo.
O estradiol pode ser utilizado tanto para a sincronização de uma nova onda de
crescimento folicular como para induzir ovulação. O efeito de sincronização de
nova onda de crescimento folicular é utilizado, principalmente, nos protocolos de
superovulação de doadoras de embrião e nos protocolos de sincronização em
conjunto com os progestágenos.
Vilela et al. (1999) avaliaram se a RB (48 a 52h) antes da aplicação de GnRH (100
g) e/ou após a aplicação de PGF 2 (25 mg) influenciaria a taxa de ovulação ao
GnRH e a taxa de sincronização após a aplicação de Benzoato de Estradiol (1mg).
Vacas Nelore com bezerro ao pé (n = 140), agrupadas por sexo do bezerro,
tiveram ou não a RB antes da aplicação de GnRH e entre a aplicação de PGF 2 e
a IA, em delineamento fatorial 2 x 2. Vacas que tiveram RB apresentaram maiores
(P0,01) taxas de ovulação e de sincronização do que vacas que não tiveram RB,
74,6% (50 em 67) e 82,1% (55 em 67) vs. 52,1% (38 em 73) e 54,8% (40 em 73),
respectivamente. Seis vacas ovularam antes da IA. As taxas de ovulação e de
sincronização foram influenciadas pela RB por 48 h, provavelmente, devido ao
aumento da pulsatilidade de LH e manutenção do folículo dominante, deste modo,
aumentando a presença de folículos dominantes no momento das aplicações dos
tratamentos hormonais.
Vacas ciclando tiveram menor taxa concepção a IATF (P<0,01) do que vacas em
anestro (21,9 vs. 40,5%). Isto ocorreu devido a maior concentração de
progesterona no grupo 2 e menor taxa de ovulação a primeira aplicação de GnRH,
o que reduz a taxa de sincronização.
Vacas em anestro e ciclando tratadas (G1 e G2) tiveram maior taxa de prenhez no
início da estação de monta (30 dias). No final da estação de monta (60 e 90 dias),
vacas em anestro sincronizadas tiveram maior taxa de prenhez se comparadas
com G3. Estes dados sugerem que a ciclicidade do rebanho deve ser determinada
antes de se iniciar um protocolo, pois as estratégias são diferentes para vacas
ciclando e para vacas em anestro.
Com base nestas informações Sá filho et al. (2003) avaliaram o efeito do momento
da aplicação de PGF2α em protocolo de IATF baseado em estradiol e
progesterona, na taxa de concepção de novilhas meio sangue Nelore/Red Angus.
Novilhas meio sangue Nelore/Red Angus (n = 35), com idade 22 - 24 meses e
escore da condição corporal de 3,5 - 3,75. As novilhas foram divididas
aleatoriamente em dois grupos, Grupo 1 (n = 17): Inserção de CIDR (Eazi-Breed
CIDR) + aplicação de BE 2,0 mg IM (Estrogin ) no Dia 0; aplicação de
cloprostenol (Ciosin®) 0,53 mg IM no Dia 7; remoção do CIDR no Dia 9; aplicação
de BE 0,8 mg IM 24 horas após remoção do CIDR ; IATF 50 horas após remoção
do CIDR (36 horas após BE) e Grupo (n = 18): Inserção de CIDR + aplicação de
BE 2,0 mg IM no Dia 0; aplicação de cloprostenol 0,53 mg IM + remoção do CIDR
no Dia 9; aplicação de BE 0,8 mg IM 24 horas após remoção do CIDR; IATF 50
horas após remoção do CIDR (36 horas após BE). O grupo 1 que recebeu PGF2α
no dia 7 teve tendência (P = 0,13) de maior taxa de concepção na IATF (64,7%;
11/17) do que o grupo 2 (38,9%; 7/18). Provavelmente devido a luteólise que
ocorreu antecipadamente no grupo 1, a única fonte de progesterona ficou sendo o
CIDR, o que fez com que os níveis de progesterona ficassem baixos, aumentando
a pulsatilidade de LH, promovendo a manutenção do crescimento do folículo
dominante, o que provavelmente aumentou o diâmetro do folículo ovulatório, a
taxa de ovulação ao final do protocolo, e também a formação de um CL de maior
diâmetro. Esses resultados preliminares indicam que a alteração no momento da
aplicação de PGF2α pode aumentar a taxa de concepção na inseminação artificial
em tempo fixo em novilhas sincronizadas com CIDR e benzoato de estradiol.
Baseado nestes dados, Losi et al. (2005) avaliaram a dose reduzida de PGF2
(12,5 mg de dinoprost trometamina; 2,5 ml de Lutalyse®) em 246 vacas paridas
Nelore e aneloradas, com 40 a 110 dias pós-parto e condição corporal média 3,46
+ 0,34 no momento da IATF, mantidas em regime de pasto com suplementação
mineral. Não houve diferença das dosagens utilizadas de dinoprost trometamina
(Lutalyse 2,5 vs 5,0 ml) na taxa de regressão estrutural do corpo lúteo, 95,2%
(120/126) e 98,3% (118/120), na taxa de ovulação, 90,5% (114/126) e 95,0%
(114/120) e na taxa de concepção, 55,6% (70/126) e 61,7% (74/120). Estes dados
mostram que em protocolos em que no dia 0 é feita a inserção de CIDR® e
aplicação de BE, o uso da dose reduzida de 12,5 mg de dinoprost trometamina
(2,5 ml de Lutalyse®) no dia 7 foi eficiente em causar a luteólise de corpos lúteos
formados a mais de sete dias, permitindo a recomendação de seu uso, que implica
na redução do custo do protocolo.
Considerações Finais
90 ,00
80 ,00
70 ,00
60 ,00
50 ,00
40 ,00
30 ,00
20 ,00
10 ,00
0,0 0
0 dia s 5 dias 22 dias 44 dias 6 6 dia s 88 dias 1 07 dias