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CLÍNICA INTEGRAL – AULA 1

Odontologia 2018.1

ADOLESCÊNCIA: A DINÂMICA DAS MUDANÇAS

[...]muito barulho Vamos falar um pouco sobre a adolescência, como se caracteriza


essa fase e quais as mudanças que vão haver, pois vocês vão atender esses pacientes na clínica
e é importante estar preparado.

Na Odontologia a responsabilidade de atender esses pacientes é do odontopediatra,


que realiza o diagnóstico, a prevenção e o controle dos problemas bucais do bebê, da criança e
do adolescente. São áreas de competência do Odontopediatra: A promoção de saúde, ele
deve transmitir para as crianças, os adolescentes e também para seus responsáveis
conhecimentos sobre a cárie dental e dar instruções para uma boa higiene bucal. Condução
psicológica da criança e do adolescente para a atenção odontológica, pois esses pacientes são
conhecidos por não serem muito colaboradores, o odontopediatra tem que saber lidar com as
mudanças dessa fase para conseguir dar o atendimento adequado a esses pacientes.

A Hebeologia é a ciência que vai estudar a fase da adolescência, o nome vem do


grego e representa Hebe, a filha de Zeus e Hera, conhecida como Deusa da juventude. Daí veio
o nome Hebiatria, que é a especialidade responsável pelo estudo e assistência aos
adolescentes.

[...] Muito barulho! Mas ela pergunta a turma quem mora com os pais e quem
mora sozinho mas depende dos pais financeiramente e explica que, com o aumento de
jovens ingressando na faculdade alonga-se o período de dependência dos pais, desse modo a
faixa etária do adolescente acaba se modificando também.

A faixa etária da adolescência é descrita de modo diferente pelas associações. A


Organização mundial de saúde (OMS) define que a adolescência compreende a segunda
década de vida, dos 10 aos 19 anos, e que a juventude vai dos 15 aos 24 anos. Já o Estatuto da
criança e do adolescente estabelece que a adolescência vai dos 12 aos 18 anos. Na clínica
vamos seguir a da OMS.

[...]** Mostra a pirâmide etária da população brasileira de 2000 e 2010** Quando


comparamos as duas verificamos que há uma diminuição da quantidade de crianças e
aumento do número de adolescentes (tanto mulheres quanto homens). Segundo o IBGE, em
2010 o Brasil cerca de 34 milhões de adolescentes na faixa de 10 a 19 anos, as maiores
concentrações desses jovens se encontram na regiões Nordeste e Sudeste. A Unicef observou
ainda que não há no Brasil uma atenção diferenciada para esse grupo etário e isso os torna
defavorecidos e necessitados, é o grupo mais vulnerável aos riscos sociais, como desemprego,
a violência, a degradação ambiental e redução dos níveis de qualidade de vida.

Lidar com pacientes adolescentes é um desafio! Pois é uma faixa etária de transição,
marcada por mudanças intensas e multidimensionais nas 3 dimensões: Física, Sócio-cutural e
Psicológica.
Mas o que é a adolescência? É o período da vida humana que sucede a infância,
começa com a puberdade, e se caracteriza por uma série de mudanças corporais, sociais e
psicológicas. Já a PUBERDADE vai compreender mudanças psicofisiológicas relacionadas a
maturação sexual (mudança da voz, nascimento de pelos) que vão traduzir a passagem da
infância para a adolescência.

Vai haver nessa fase a Síndrome Normal da adolescência , que nada mais é do que
um conjunto de ‘sintomas’ que são característicos dessa fase. Vão variar de acordo com o
ambiente sócio-cultural em que o adolescente está inserido e vão culminar na formação da
identidade pessoal de cada um (pesquisei os exemplos que ela deu):

1. Tendencia grupal- Buscam uma identidade grupal, que facilita a resolução de


ansiedades relacionadas a falta de referenciais, modismos, posições ideológicas e
filosóficas.
2. Necessidade de intelectualizar e fantasiar – O raciocínio passa de concreto para
hipotético e dedutivo
3. Crises Religiosas – Busca simultânea de um mundo e uma dimensão religiosa, que se
tornam campo de experimentaçõa e possíveis definições, busca de identidade.
4. Evolução sexual
5. Atitude social reinvidicatória – O adolescente se percebe como parte de uma
coletividade, isso o torna capaz de tomar atitudes e posicionamentos relacionados aos
mais diversos assuntos.
6. Separação progressiva dos pais – Ambivalência entre o estado de dependência e
independência. O posicionamento dos pais variam entre autoritarismo e
permissividade.
7. Flutuações de humor – Diante das modificações, conquistas e impedimentos os
adolescentes tendem a ter polarizações tanto da linha depressiva quanto eufórica.

A adolescência compreende 3 fases: Precoce, Média e Tardia.

A Adolescência Precoce é a primeira fase,


compreende a entrada da criança na adolescência , vai
da faixa dos 10 aos 14 anos. Essa é a fase de
modificações físicas (aceleração repentina do
crescimento, Dá o exemplo do crescimento do braço – a
criança se estica a uma determinada distância para
pegar um objeto pois seu braço é pequeno, quando o
cresce, não processa a informação e continua se
esticando da mesma maneira , acabando por esbarrar no objeto alvo ao invés de pegá-lo. O
adolescente tende a ser desajeitado.), além disso há o desenvolvimento dos órgãos sexuais e
características sexuais secundárias, essas mudanças são perceptíveis e costumam causar
ansiedade, entusiasmo ou orgulho para o indivíduo, há também a conquista de independência
e separação dos pais (a opinião dos pais deixa de ser lei e indivíduo começa a duvidar) e
libertação das raízes da infância.
A Adolescência média é aquela que compreende a faixa dos 15 aos 17 anos. Aqui as
mudanças já ocorreram, porém o desenvolvimento continua. A capacidade de pensamento
reflexivo é ampliada. É a fase de preocupação com a estética, busca pelo corpo ideal (meninos
entram na musculação), mudanças no vestuário. Aqui há uma forte ligação com grupos de
idade semelhante, pois há uma busca por referências e formação de identidade (a opinião do
grupo de semelhantes passa a ser a mais aceita).

A Adolescência Tardia vai dos 17 aos 20 anos e é a fase de maior independência, o


indivíduo passa a estabelecer valores e comportamentos adultos. É durante essa fase que os
adolescentes ingressam no mundo do trabalho ou avançam em sua educação indo para as
universidades, estabelecem sua própria identidade e sua visão de mundo e começam a
participar ativamente da sociedade.

[...] muito barulho, mas ela fala que a relação com os pais nas 3 fases vão variar. Na
fase precoce há uma procura pela independência, a opinião dos pais deixa de ser absoluta e
a dos amigos ganham mais credibilidade. Na fase média há um confronto da autoridade, não
só com os pais mas no ambiente escolar também. A fase tardia é caracterizada pela
separação dos pais , os adolescentes começam a sair de casa para morar fora e se tornarem
independentes.

Algumas áreas cerebrais vão ser responsáveis pelas mudanças que ocorrem nessa
fase da vida. A região frontal vai se maturar aos 20 anos e é responsável pelo autocontrole,
capacidade de discernimento e humor. A região Parietal vai maturar aos 16 anos e PE
responsável pela atenção e noção de espaço. A região temporal também matura aos 16 anos e
é responsável pela memória. O Sistema límbico vai se maturar aos 20 anos e é responsável
pelas emoções. [...]

Na adolescencia também vão haver os sentimentos de perda, compreendidos como


os lutos da adolescência (pesquisei um pouco dessa parte):

1. O Luto pelo corpo perdido – As modificações físicas, psicológicas e sociais


fazem o adolescente refletir passivamente sobre essas mudanças, levando a um sentimento de
impotência a natureza de sua realidade
2. O Luto pelo papel e identidade infantil - O indivíduo se sente perdido em
relação a si mesmo, pois não reconhece mais a sua identidade. Ao mesmo tempo encontra-se
desesperado a procura de uma identidade que se adeque as suas ideologias. Entretanto, nem
sempre as situações mais favoráveis são as melhores. Muitas vezes, o jovem se sente tão
pressionado a definir sua identidade que acaba optando por situações de risco. Por conta
dessa pressão, muitos escolhem uma identidade negativa, de uma pessoa rebelde e
desagradável.
3. O luto pelos pais da infância - O luto pelo desligamento com as autoridades
dos pais da infância é doloroso, ao ponto que o adolescente muitas das vezes se sente
desamparado, tornando mais difícil esse processo de desligar-se dos pais. Para conseguir se
desligar dessa identidade, os jovens acabam procurando apoio entre si e começam a criar seus
grupos de acordo com seus ideais, o grupo de amigos se torna uma espécie de confessionário
de angústias, onde há um apoio mútuo.
A Relação de profissional-paciente vai ser um pouco diferente no atendimento
aos adolescentes, pois os mesmos não são maiores de idade e muitas vezes vem a consulta
acompanhados dos pais. Os pais tendem a tomar a fala dos filhos e a consulta pode ser
prejudicada, dessa forma é importante saber o espaço que cada um vai ter nessa relação para
que haja um bom atendimento.

Transferência
Adolescente Dentista
Contra-Transferência

Se a transferência nessa relação for positiva vai culminar com a cooperação do paciente, caso ela seja
negativa vai implicar na não cooperação durante o atendimento. A contra transferência vai depender
muito da idade do profissional, pois profissionais mais jovens tendem a se identificar excessivamente
com o paciente adolescente, já os profissionais mais velhos vão analisar os fatos sobre a perspectiva dos
pais.

A CONSULTA DO ADOLESCENTE

Como já foi dito, a presença dos pais é um fato importante a ser considerado no atendimento
dos adolescentes e é importante compreendermos quando essa presença é favorável ao atendimento.

Anamnese e identificação do paciente – Presença do adolescente e da família

Exames – Adolescente pode ficar a sós com o dentista

Diagnóstico e plano de tratamento – Presença do adolescente e da família

Durante a anamnese é importante levar em consideração a fala do adolescente, muitas vezes


mascaradas pela presença dos pais. Os dados devem ser fornecidos por eles e podem ser
complementados (se necessário for) pelos pais. Como é nessa fase que se inicia o consumo de álcool e
fumo essas informações devem estar contidas no histórico médico, assim como episódios de
transtornos de ansiedade e alimentares, característicos dessa fase.

O adolescente deve ser abordado de forma individualizada e adequada á sua idade e seus
interesses (evitar vozes infantis). É comum o desinteresse pelo atendimento, a agressividade, deboche e
o mudismo, isso ocorre porque o adolescente na maioria das vezes é trazido à consulta obrigado pelos
pais.

O dentista pode conversar a sós com o paciente, sempre mantendo a discrição da conversa. É
importante saber lidar com a preocupação deles em relação a sua aparência, as suas mudanças físicas
podem torná-lo envergonhado e desajeitado. Deve-se permitir que o jovem se expresse, escutar com
atenção, sem dar ordens, mas dar opiniões e sugestões.

A CONDUÇÃO PSICOLÓGICA (peguei do slide pq não dava pra escutar nada)

DIZER-MOSTRAR-FAZER, sempre avisar o que vai ser feito, mostrar os instrumentos e como
vai fazê-lo, para enfim fazer.

DISTRAÇÃO, mudar a atenção do paciente daquilo que pode ser desagradável para ele.

COMUNICAÇÃO, o dentista deve ser versátil em sua comunicação com esse grupo etário. A
comunicação verbal deve ser sem autoritarismo, não deve intimidar o paciente e pode estar relacionada
ao dia-a-dia. A comunicação não-verbal deve compreender atenção, contato visual e postura de escuta
(ACOLHIMENTO).

A DENTIÇÃO DO ADOLESCENTE: O segundo período transicional da dentição mista.

A dentição mista é caracterizada pela esfoliação dos dentes decíduos e erupção dos dentes
permanentes, essa transição é dinâmica sob o ponto de vista da cronologia da erupção dentária.

Os pacientes que vocês atenderão na


clínica estarão compreendidos aqui
(segundo período transicional)
PERÍODOS DA DENTIÇÃO MISTA:

 Primeiro período transicional: 6 a 8 anos


Inicia-se pela irrupção dos primeiros molares permanentes aos 6 anos, vai haver a esfoliação
dos incisivos decíduos com posterior erupção dos incisivos permanentes.
 Período intertransicional: 8 a 10 anos
Fase estável, com poucas alterações na dentição. Os diastemas são comuns e fisiológicos,
diminui a aparência desarmônica da primeira fase.
 Segundo período transicional: 10 a 12 anos
Vai haver esfoliação dos caninos e molares decíduos e posterior
irrupção dos caninos e premolares permanentes. OBS: Quando há
perda precoce dos molares decíduos a dentição permante pode
sofrer inclinações e o espaço para erupção dos premolares é
comprometido (olhar foto).

A dentição permanente dos 12 aos 14 anos é caracterizada por dentes ainda em


amadurecimento, com presença de esmalte imaturo, tem maior susceptibilidade a cárie (quando se une
uma deficiente higiene bucal e dieta cariogênica) e ainda possuem raízes em formação. Daí a
importância redobrada dos dentistas com pacientes nessa faixa etária.

FIM!

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