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Apostila 04 Cont BancA Ria Patrimonio Da Empresa BancA Ria e COSIF 2
Apostila 04 Cont BancA Ria Patrimonio Da Empresa BancA Ria e COSIF 2
1. CONTABILIDADE BANCÁRIA
A Contabilidade é a ciência que estuda e interpreta os registros dos fenômenos que
afetam o patrimônio de uma entidade. A contabilidade bancária e o ramo da contabilidade
aplicada que estuda, registra e controla as operações pertinentes aos institutos de crédito,
apresentando, no fim do exercício, o resultado dessas operações e a situação do patrimônio.
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COORDENAÇÃO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DISCIPLINA: CONTABILIDADE DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
PROFª. NÚBBIA M. OLIVEIRA 5º SEMESTRE
O dinheiro é a mercadoria com a qual o banco trabalha. Ele trabalha com os recursos
dos proprietários (capital social) e os gerados pela empresa, além dos recursos captados de
terceiros. O que o banco faz é emprestar, financiar ou aplicar esses recursos para obtenção de
um retorno capaz de cobrir os custos da captação, da administração, dos tributos, e
evidentemente, com lucros.
A gestão ou a vida dos estabelecimentos de crédito depende de duas operações
fundamentais: a consecução de recursos e a aplicação imediata de tais recursos com o objetivo
de conseguir resultados positivos.
O spread1 bancário é a diferença entre os juros cobrados pelos bancos na concessão de
crédito a pessoas físicas e jurídicas e seu custo de captação, por exemplo, as taxas pagas pelos
bancos aos investidores que colocam seu dinheiro em aplicações do banco. Quanto maior o
spread bancário, maior é o lucro que os bancos têm nas operações de crédito. O spread
bancário brasileiro é um dos mais altos do mundo, é bastante criticado, pois os bancos daqui
são apontados como mais lucrativos.
O spread bancário atingiu:
7,5%
2 _ 17,6%
6,9%
1
Spread (pronuncia-se spréd, significa margem, largura)
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O Banco Central vem reduzindo a taxa básica de juros, a Selic, o que torna o dinheiro
mais barato para os bancos. Paralelamente, o governo pressionou os bancos públicos e
privados a diminuírem o spread bancário. O que o governo espera que os juros mais baixos, o
custo do crédito ao tomador (consumidor ou empresa) fique mais barato, que pode, assim,
utilizá-lo para o consumo e investimentos, estimulando a economia.
Quando os bancos conseguem os recursos, além do capital próprio, eles tornam
devedores. Quando aplicam esses recursos se tornam credores. As operações por meio das
quais os bancos conseguem os recursos em moeda para as suas transações com terceiros são
denominadas passivas, ao passo que as operações em que os bancos empregam as suas
disponibilidades são chamadas ativas.
Assim sendo, é claro que as operações que dão margem de renda aos bancos são
ativas, uma vez que é no emprego dos seus recursos que eles obtêm as suas maiores fontes de
lucro.
Existem ainda, além das duas enumeradas, as acessórias, nas quais os bancos
desempenham apenas a função de mandatários ou de depositários de valores de terceiros.
Com essas operações os institutos de crédito conseguem geralmente aumentar o número de
seus clientes, surgindo assim o ensejo de operações de maior interesse e de maior rendimento,
principalmente se os serviços agradarem aos clientes.
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os e empréstimos no Bacen;
terceiros);
O plano contábil tem por objetivo uniformizar os registros contábeis dos atos e fatos
administrativos praticados nas empresas, racionalizar a utilização dos sistemas e
processamento de dados e aperfeiçoar a divulgação de informações, que é a principal
finalidade da contabilidade.
Em sua escrituração contábil, as instituições financeiras estão sujeitas a regras
padronizadas estabelecidas pelo Bacen, por meio do Plano Contábil das Instituições do
Sistema Financeiro Nacional (COSIF).
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3.2 Escrituração
O COSIF, no capitulo das normas básicas, estabelece que a escrituração deve ser
completa, mantendo-se em registros permanentes todos os atos e fatos administrativos que
modifiquem ou venham a modificar, imediatamente ou não sua composição patrimonial.
Logo, efetuar apenas o registro contábil não constitui elemento suficiente e nem
comprobatório, já que a escrituração deverá ser fundamentada em comprovantes hábeis para a
perfeita validade dos atos e fatos administrativos.
A par das disposições legais e das exigências regulamentares específicas atinentes à
escrituração, observam-se, ainda, os princípios fundamentais de contabilidade, cabendo à
instituição:
a) Adotar métodos e critérios uniformes no tempo, sendo que as modificações relevantes
devem ser evidenciadas em notas explicativas, quantificando os efeitos nas demonstrações
financeiras, quando aplicável;
b) Registrar as receitas e despesas no período em que elas ocorrem e não na data do efetivo
ingresso ou desembolso, em que respeito ao regime de competência;
c) Fazer a apropriação mensal das rendas, inclusive mora, receitas, ganhos, lucros, despesas,
perdas e prejuízos, independentemente da apuração de resultado a cada seis meses;
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3.3 Atributos
São os códigos de identificação das instituições financeiras e demais entidades
autorizadas a funcionar pelo BC. São eles que indicarão se a instituição poderá ou não fazer
uso da conta.
Exemplo:
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Cada uma das instituições tem elenco de contas próprio, sendo que as associações de
poupança e empréstimo devem utilizar o das sociedades de crédito imobiliário. Tais contas
são aquelas constantes do COSIF, sendo permitida, a cada instituição, a utilização apenas dos
títulos contábeis ali previstos, com o atributo próprio da instituição.
A disposição dos títulos contábeis no Elenco de Contas observa, na relação de contas,
a sequência do código de contas, e na função das contas, a ordem alfabética.
b) 2º dígito – SUBGRUPOS
c) 3º dígito – DESDOBRAMENTOS DOS SUBGRUPOS
d) 4º e 5º dígitos - TÍTULOS CONTÁBEIS
e) 6º e 7º dígitos – SUBTITULOS CONTÁBEIS
f) 8º dígito – CONTROLE (dígito verificador)
Exemplo:
1. Circulante e Realizável a longo prazo
1.2. Aplicações interfinanceiras de liquidez
1.2.1. Aplicações em operações compromissadas
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c) Permanente:
I – Investimentos;
- participações permanentes em outras sociedades, inclusive subsidiarias no exterior;
- capital descartado para dependências no exterior;
- investimentos por incentivos fiscais;
- títulos patrimoniais;
- ações e cotas;
- outros investimentos de caráter permanente;
II – Imobilizado
- direitos que tenham por objeto bens destinados à manutenção das atividades da instituição e
à exploração do objeto social ou exercidos com essa finalidade;
III – Intangível
- direitos adquiridos que tenham por objetos bens incorpóreos destinados à manutenção das
atividades ou exercidos com essa finalidade.
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Exercício Social – Apesar da Lei 6.404/76 não exigir que o exercício social seja coincidente
como ano civil, por determinação do Bacen, o exercício social tem duração de ano e a data de
seu termino é 31 de dezembro. Entretanto, das demonstrações contábeis devem ser elaboradas
semestralmente.
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2 - A substituição do Livro Diário pelos Balancetes Diários e Balanços, uma vez deliberada
pela instituição, deve ser programada para que se processe na mesma data em todas as suas
dependências. Em tal hipótese, escritura-se o Livro Diário normalmente até a véspera e, ao
fim desse expediente, lavra-se o termo de encerramento.
4 – O Livro Balancetes Diários e Balanços deve consignar, em ordem cronológica de dia, mês
e ano, a movimentação diária das contas, discriminando em relação a cada uma delas:
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a) o saldo anterior;
b) os débitos e os créditos do dia;
c) o saldo resultante, com indicação dos credores e dos devedores.
d) a apropriação das rendas e dos encargos mensais dessas operações faz-se mediante a
utilização do método exponencial, admitindo-se a apropriação segundo o método linear
naquelas contratadas com cláusula de juros simples.
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a) Data-base de 30 de junho:
I_ Balanço Patrimonial: posição em 30 de junho corrente comparada com a posição de 30 de
junho do ano anterior;
II_ Demonstração do Resultado e das Mutações do Patrimônio Liquido: primeiro semestre
corrente comparado com o primeiro semestre do exercício anterior;
b) Data-base de 30 de junho:
I_ Balanço Patrimonial: posição em 31 de dezembro corrente comparada com a de 31 de
dezembro do ano anterior;
II_ Demonstração do Resultado e das Mutações do Patrimônio Liquido: além das
demonstrações referentes ao segundo semestre, publicam-se as do exercício corrente
comparadas com as do exercício anterior, sendo que as demonstrações podem ser
apresentadas em três colunas, de modo que a primeira corresponda ao segundo semestre e as
outras duas, ao exercício anterior, respectivamente.
As publicações do Balancete Patrimonial (documento nº 2) devem conter referencias
ao regime de competência adotado, bem como esclarecimentos sobre os procedimentos de
apropriação mensal das receitas, despesas e equivalência patrimonial, de modo que se
possibilite o entendimento da posição das contas de resultado.
Sempre que, entre a data do levantamento do balancete ou balanço e a data da
respectiva publicação, ocorrer fato relevante que modifique ou possa vir a modificar a posição
patrimonial e/ou influenciar substancialmente os resultados futuros, tal fato deve ser indicado
como circunstanciados esclarecimentos em notas explicativas.
O Banco Central pode determinar, sem prejuízo das medidas cabíveis, a republicação
de demonstrações financeiras, com as correções que se fizerem necessárias, para adequada
expressão da realidade econômica e financeira da instituição.
Na hipótese de divulgação de dados incorretos ou incompletos, deve ser providenciada
nova divulgação, que se dará pelas mesmas vias e com os mesmos destaques, sob menção
explícita dos fatos determinantes da republicação. É permitida a inclusão de dados nos
modelos de documentos de publicação que melhorem a qualidade e a transparência das
informações
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