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Fichamento Sobre Historia de Eric Hobsbawm
Fichamento Sobre Historia de Eric Hobsbawm
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: HOBSBAWM, Eric. Sobre História. São Paulo: Companhia das
Letras, 2006.
Estudante responsável pelo fichamento: Maurício Pereira Gomes
1.Análise da obra.
Eric Hobsbawm nasceu em 1917 no Egito, época em que este integrava o império britânico. É
judeu, viveu na Áustria e na Alemanha (na época de ascenção de Hitler), tendo se transferido
para a Inglaterra onde se formou e obteve doutorado em história, aproximou-se dos teóricos
marxistas e ingressou no partido comunista britânico. Especialista no estudo dos séculos XIX e
XX, defende a atualidade do método materialista histórico dialético, sendo considerado por
muitos como o maior historiador vivo na atualidade. Com 95 anos vive entre Londres e Nova
York.
Fichamento.
Levando em conta os fatores tempo e bibliografia a ser estudada, considero mais oportuno um
fichamento que, após a leitura completa da obra, permita ter uma idéia geral de seus
principais pontos, perspectiva que dialoga a quantidade de capítulos temáticos (22) reunidos
no livro. Fica justitificada, assim, a opção por citações entre aspas. Por outro lado, as desde já
reconhecidas lacunas – e não são poucas – vêm a confirmar que nenhum fichamento ou
resenha substitui a tarefa da leitura.
Capítulo 9 Engajamento.
“Em resumo, para todos os envolvidos no discurso científico, as proposições devem estar
sujeitas a validação por métodos e critérios que não estejam, em princípio, sujeitos ao
engajamento, independente de suas consequências ideológicas e de sua motivação. As
proposições não sujeitas a tal validação podem ser, entretanto, importantes e valiosas, mas
pertencem a um discurso de ordem diferente.” 142
“Os imperativos da política, por mais que esta possa se basear na análise científica, não são
idênticos às proposições científicas, embora possam ser idealmente derivados desta com
maior ou menor distanciamento. A autonomia relativa da política (que inclui considerações de
conveniência, de ação, vontade e decisão) não só impede a identidade, mas até a simples
analogia entre as duas esferas.” 143.
“..embora um componente de advocacia seja inseparável de todo o debate, é preciso ter bem
clara a diferença entre advocacia e discussão científica (conquanto engajada).” 145
“As ciências sociais são essencialmente ‘ciências aplicadas’ destinadas, para usar a frase de
Marx, a transformar o mundo e não somente interpretá-lo (ou, então, explicar por que ele não
precisa ser transformado).” 149
“O fato de que, no passado, as ciências, e especialmente as ciências sociais, eram inseparáveis
do engajamento não prova que o engajamento seja vantajoso para elas, mas apenas que é
inevitável.” *....+ “Não obstante, nas ciências sociais, e provavelmente em todas as ciências nas
quais se vislumbram implicações para a sociedade humana (que talvez não sejam meramente
tecnológicas), ‘externas’ são, em grande parte, e de fato primordialmente, a experiência, as
idéias e a atividade do cientista como pessoa e como cidadão, como filho do seu tempo. E os
cientistas engajados são aqueles que mais tendem a usar sua experiência ‘externa’ no trabalho
acadêmico.” 150
Capítulo 10 O que os historiadores devem a Karl Marx?
Referindo-se ao séc. XIX diz que a história do período era extremamente retrógrada e suas
contribuições insignicantes e ocasionais. (156/157)
“Em 1910, já se notava que, a partir da metade do século XIX, havia se tentado
sistematicamente introduzir um referencial materialista no lugar de seu referencial idealista,
levando assim a um declínio da história política e à ascenção da história ‘econômica’ ou
‘sociológica’, sem dúvida, sob o estímulo, cada vez mais premente do ‘problema social’ que
‘dominava’ a historiografia da segunda metade daquele século.” 157
Hobsbawm credita essa influência a teoria marxista, que ao lado do escola dos Annales,
deixaram suas marcas na história produzida no século.
“A imensa força de Marx sempre residiu em sua insistência tanto na existência da estrutura
social quanto na sua historicidade, ou, em outras palavras, em sua dinâmica interna de
mudança. Hoje , quando a existência de sistemas sociais é geralmente aceita, mas a custa de
sua análise a-histórica, quando não anti-histórica, a ênfase de Marx na história como dimensão
necessária talvez seja mais essencial que nunca.” (162/163)
Para esse leitor a parte final dessa última transcrição constitiu o ponto alto da obra em estudo.
Hobsbawm marxista fervoroso, educador engajado e historiador!